Fanfic: Mayores | Tema: AyA

Eu estava em minha casa, conversando com meus pais quando a porta se abriu e William entrou, ainda demonstrando estar bravo pelo que havia acontecido e por nossos pais terem me apoiado e apoiado Alfonso.

– Podemos conversar, Anahí? – perguntou William sério e eu assenti, me levantando da mesa e caminhado logo atrás dele em direção ao quintal.

Paramos nos encarando, decidindo quem deveria ser o primeiro a falar, até que ele decidiu quebrar o silêncio.

– Então isso o que aconteceu entre você e Alfonso é sério ou foi apenas aquele dia? – perguntou e eu soube que ele não gostaria da resposta.

– É sério, Alfonso e eu estamos juntos agora...

– Vocês estão namorando ou só estão se vendo? – perguntou fechando suas mãos em punho.

– Não demos um nome a isso, mas acho que posso dizer que estamos namorando – respondi, deixando William ainda mais furioso.

– Ele não é o cara certo pra você Anahí, ele é malditos 8 anos mais velho do que você...

– Isso não é um problema – o interrompi.

– Ele não é o cara certo para você pirralha, ele só está brincando com você, ele está na crise dos 30 anos, se achando velho e precisando de uma garota mais nova para poder usar e depois jogar fora como ele faz – ele disse querendo me convencer de que Alfonso não era o cara certo para mim.

– Ele não está em nenhuma crise de idade, e eu não estou sendo usada por ele, nós nos amamos, é tão difícil assim aceitar isso? – perguntei começando a me irritar.

– Você é tão burra que não consegue perceber que ele só está jogando com você? – gritou.

– Ele é o seu melhor amigo William, você conhece cada defeito e cada qualidade dele, então se esforce mais se você quiser jogá-lo contra mim!

– Isso vai acabar mal Anahí, e quando você estiver chorando por ele ter te deixado por outra, lembre-se que eu te avisei.

– Agradeço os seus conselhos, mas dispenso – disse antes de me virar para me afastar de William.

William não demorara muito tempo em casa, logo fora embora, ainda mais furiosa do que havia chegado, e quando eu comecei a me preocupar com o que William dissera, Alfonso me ligara, afastando de mim aqueles pensamentos.

– Como foi o jantar com a Cibelli? – perguntei ao entrar no carro quando minutos mais tarde ele viera me buscar.

– Acho que depois do segundo tapa na cara que ela me deu, ela conseguiu se acalmar – respondeu dando partida em seu carro.

– Ela ficou tão brava assim? – perguntei e ele assentiu. – William foi lá em casa hoje, queria conversar comigo – contei e ele virou seu rosto para me observar. – Ele queria saber se estamos juntos ou se foi só aquele beijo.

– Você disse que estamos juntos? – perguntou.

– Disse, mas isso pareceu deixá-lo ainda mais furioso, ele começou a dizer que você está passando pela crise dos 30 anos e que por isso está comigo.

– Crise dos 30? Isso é ridículo – bufou Alfonso.

– Eu sei, eu disse isso a ele, mas ele é cabeça dura, quando coloca algo naquela mente maligna dele, só há uma pessoa que o faça mudar de ideia – disse olhando para Alfonso, que logo entendeu o que eu queria dizer.

– Não dessa vez, cariño, as coisas não vão se acertar assim, eu não vou falar com ele, não tenho sangue frio, e se ele partir para agressão de novo, ninguém apanha duas vezes calado – disse deixando claro que revidaria se William voltasse a lhe bater.

– Você sente falta dele? – perguntei.

– William é como se fosse meu irmão, eu o conheço há quase 30 anos, eu almoçava todos os dias com ele no trabalho, é claro que sinto falta dele, mas não adianta pedir, eu não vou falar com ele – disse Alfonso, já sabendo o que eu lhe pediria.

Estávamos deitados no sofá, abraçados, a tv estava ligada passando a série favorita de Alfonso, mas não prestávamos atenção na tela.

– Vai fazer alguma coisa nesse sábado? – perguntei.

– Não, quer fazer alguma coisa em especial? – perguntou enquanto afastava uma mecha do meu cabelo, Alfonso sempre me deixava escolher nossos programas.

– Terá uma cervejada na faculdade nesse sábado, e eu queria muito ir – disse e ele me olhou desconfiado.

– E? – perguntou, sabendo que havia mais a ser dito.

– Eu queria que você fosse comigo – pedi fazendo a minha melhor cara de inocência.

– Cariño, não tenho mais idade para isso, nem paciência para um bando de universitários bêbados – ele disse.

– Por favor, eu quero muito ir – fiz bico tentando convencê-lo.

– Vá com as suas amigas – ele disse querendo se livrar.

– Mas eu queria ir com você. Qual é a graça de ter um namorado se eu não posso te exibir para as pessoas? – disse, o fazendo gargalhar, e eu amava o som da sua risada e a forma como seu riso alcançava seus olhos.

– Pensei que você quisesse a minha companhia – ele ainda ria.

– Vá comigo, por favor, será legal, eu prometo – pedi, decidida a convencê-lo.

– Cariño, sai da faculdade faz tempo, já passei dessa fase de festas universitárias – explicou.

– Não tem nada que eu possa fazer para te convencer? – perguntei maliciosa, me virando para ficar sobre ele.

– Isso é jogo sujo – ele disse quando eu comecei a beijar seu pescoço.

– Então vá comigo, por favor, por favor, por favor – pedi o abraçando com força.

– Eu vou, mas só vou ficar por uma hora – disse por fim, convencido.

– Duas horas – tentei negociar e ele balançou a cabeça negativamente.

– Uma hora, é pegar ou largar – disse se sentando e me sentando em seu colo.

– Vai ser legal, eu prometo, e terá mais pessoas da sua idade – eu disse, afinal, adorava as festas da faculdade.

– Quem? Seus professores? – perguntou ironicamente e quando eu não o respondi ele começou a rir. – Porra, Anahí.

– Pensa pelo lado bom, professores têm o que conversar, são inteligentes, não é como se você estivesse conversando com um bando de universitários bêbados – disse, mas pela cara que Alfonso fizera, era obvio que ele não queria ir.

Alfonso desligou a tv e eu me levantei do se colo, pronta para pedir um Uber e ir embora, mas Alfonso me puxou pelo braço me abraçando por trás.

– Dorme aqui hoje – pediu.

– Não dá, amanhã preciso chegar cedo na faculdade – respondi, embora tivesse ficado tentada a passar a noite com Alfonso.

– Por favor, amanhã te levo para faculdade – disse Alfonso antes de começar a beijar meu pescoço.

– Não sei falar não para você – eu disse me virando beijá-lo.

Os dias passaram voando e assim como Alfonso prometera, ele fora comigo a cervejada da universidade, conversara com meus amigos e tentara socializar, sempre educado, mas era nítido que ele não se encaixava naquele lugar, tanto que assim como eu imaginara, ele passara mais tempo conversando com meus professores do que com os meus amigos.

– Você realmente precisa abraçar todo cara que vier te cumprimentar? – perguntou de cara fechada, assim que um grupo de meninos da atlética vieram me cumprimentar, me abraçando e beijando minha bochecha.

– Isso é ciúme? – perguntei sorrindo.

Alfonso não era o tipo de cara que costumava demonstrar quando sentia ciúme e embora eu gostasse disso, já que isso fazia com que mesmo em um relacionamento sério eu me sentisse liberta, eu também gostava das poucas vezes em que ele demonstrava sentir ciúme.

Meu relacionamento com Alfonso estava melhor do que eu podia imaginar, ele me completava e embora eu nunca tenha sido o tipo de garota que precisava de proteção, Alfonso fazia com que eu me sentisse protegida, nós fazíamos planos para o futuro e sempre discutíamos sobre quão saudável Alfonso era e o quão infantil era o meu paladar.

Mas havia algo que não me deixava plenamente feliz em toda essa história, e eu sabia que isso também preocupava Alfonso, embora ele tentasse demonstrar que não se importava, Alfonso assim como eu, sentia a falta de William.