Fanfic: No berço da Máfia (2° temp)- adaptada - Vondy - Finalizada | Tema: RBD
A primeira coisa que fiz quando levantei da cama naquela manhã, foi me despir. Estava um calor insuportável e mesmo depois de um banho, já estava suando de novo. Fui até a cozinha atrás de algo para beber e por sorte havia um suco gelado, minha garganta estava seca de sede. Continuei explorando a casa com o copo na mão e quando cheguei no terraço quase perdi o ar. Era perfeito.
A cobertura era além de grande, era luxuosa, moderna, e mesmo parecendo fria, não me fez sentir desconfortável. Havia uma linda vista para a Upper West Side, e o calor infernal me convenceu de colocar um vestido e ir caminhar até o Central Park. Eu peguei meu celular e usei o GPS para me encontrar. A típica turista que usaria o mapa até para encontrar uma lanchonete.
A contragosto, fui até o banheiro com a luz apagada e penteei o cabelo. Havia sido dois dias, e eu ainda não conseguia me olhar no espelho sem chorar. Estava tudo virando uma lamentação sem fim, mas era bom. Eu gostava de ver que não havia mais resquícios da minha antiga aparência. Aquela que fez com que eu me machucasse, que eu usei como defesa, que fez pessoas se aproximarem de mim por querer algo em troca. Eu estava passando pelo processo de me acostumar com o novo cabelo, o novo rosto, a nova cicatriz, os novos sentimentos. Com tudo que era novo.
Passei meu batom vermelho ainda no escuro, onde eu podia ver a sombra do meu corpo e a cicatriz não era tão detalhada no reflexo e deixei o copo numa mesinha do corredor no caminho para a saída. Abri a porta e sai, a trancando atrás de mim.
Aquele prédio parecia vazio desde quando eu cheguei lá. Não que eu saísse muito, mas todas as vezes que deixei a cobertura me encontrei vagando por um lugar e por outro, e não encontrei sequer uma pessoa. O caminho até o térreo foi esse, silencioso e sozinho.
Quando cheguei na rua, atravessei a avenida e comecei a caminhar em direção ao Central Park. Eu sempre via na televisão. Em séries, filmes, e na realidade, a maioria das pessoas que eu conhecia eu convivia já tinham vindo a Nova York. Eu não era leiga sobre os pontos mais famosos e mais visitados. Minha vontade de conhecer o mundo, somado aos relatos que já ouvi e histórias maravilhosamente contadas, eu pesquisei e minha curiosidade só aumentava.
Portanto, naquele momento caminhando passando por ali, vendo pessoas, crianças correndo, cachorros latindo e brincando com seus donos, tornou um sonho mais que real. Era oficial, eu amava aquela cidade, e ela merecia todo o esplendor que agregavam a ela.
Meu celular começou a tocar em minha mão, e quando vi o nome da minha gêmea na tela não perdi tempo em atender.
– Olá anjinho! – Chamei.
– Ei, minha metadinha! A ligação está um pouco ruim, onde você está?
– A caminho do Central Park.
– Está melhor agora, me conte como andam as coisas por aí!
Eu olhei ao redor e sorri, continuei caminhando e comecei a lhe dar um resumo dos lugares que já tinha visitado, e o que já havia feito nesses três dias.
Ela riu comigo, gritou nos pontos altos das histórias e quando falou novamente eu podia perceber que estava se segurando para não chorar.
– Eu queria estar aí com você.
– Any... eu queria que você estivesse aqui também. Você se lembra todas as vezes que planejamos viajar o mundo?
Ela riu.
– Como eu poderia esquecer? Você me fez ficar acordada tantas madrugadas te ajudando a escolher nossos destinos.
Eu me sentei em um banco e ficamos em silêncio por alguns minutos.
– Há duas menininhas brincando um pouco a minha frente, Any. Elas estão sorrindo uma para a outra.
– É claro que estão, elas sabem que são preciosas.
– Eu queria poder me aproximar e dizer a elas que são e serão as coisas mais importantes uma na vida da outra, sempre.
Minha irmã fungou do outro lado da linha.
– Dio... eu sinto tanto sua falta!
– Eu sinto a sua mais do que posso dizer, mas irmã, eu não quero ter que voltar. Por favor, não me peça isso.
– Eu não vou, jamais faria isso com você. Na verdade, estou ligando para dizer que marquei uma consulta para você.
– Consulta de que? – Perguntei temerosa.
Ela não respondeu de imediato.
– Dermatologista e um Cirurgião Plástico. Aí em Nova York mesmo, são dois dos melhores na área, não existe nada que não possam fazer.
Ela estava falando tão rápido e eu quase não raciocinei.
– Irmã, espere, eu não entendo...
– Eu sei o quanto você ama sua aparência e se olhar no espelho e se quiser ter isso de volta, você pode. Vou enviar o endereço a você por mensagem, vá quando quiser e se quiser, eles estarão te esperando. Sem pressão.
Mais uma vez eu estava sem palavras. Eu sabia que suas intenções eram das melhores, e que não havia nada que ela não faria se eu precisasse.
Mesmo quando nos despedimos e levantei com as pernas tremendo, acenando para o primeiro táxi que vi e lhe passando o endereço, a pergunta que ainda rodava minha mente sem parar era... Eu ainda queria aquilo de volta?
***
Menos de vinte minutos depois, o carro estacionou na frente de uma fachada de vidro impecável e a logomarca de uma clínica famosa entrou na minha visão, e eu fui encaminhada para a sala de espera. Porque é claro, minha ficha de cadastro já estava pronta. Às vezes eu esquecia como Anahi era implacável e quantos contatos tinha pelos lugares a fora.
Não demorou e eu fui chamada por uma mulher. Ela me levou até a porta de uma das salas e bateu antes de abrir, revelando dois homens, que eu suspeitava serem os médicos.
Eu pensei que ela fosse me deixar lá e sair, mas entrou e se sentou numa cadeira de canto. Não precisei pensar muito para entender que aquilo foi arte de minha irmã também, garantindo que eu não ficaria sozinha com dois homens em um lugar fechado. Eu era grata por ela ter pensado naquilo.
– Senhora Herrera, sou o médico cirurgião Thompson, é um prazer conhecê-la. – O mais velho estendeu a mão.
O outro, que parecia estar no começo dos trinta fez o mesmo.
– Sou Henry Cavana, dermatologista.
Eu lhes dei um meio sorriso e sentei na mesa, de frente para os dois.
Thompson tomou a frente.
– Inicialmente, vamos analisar de vista, então conversaremos sobre o que poderia ser feito.
Ele se levantou.
– Posso tocar?
Eu assenti e ele passou a mão pela cicatriz ainda quase fresca.
– Foi um corte profundo, eu vejo. Quase atravessou seu olho. Foi a pouco tempo, sim?
– Quase quatro meses. – Respondi.
Henry se levantou e olhou mais de perto.
– Tem conserto, com certeza. Mas foi muito fundo, e posso ver sua pálpebra tanto inferior quanto a superior, ainda cortadas. Já reparou como sua esclera está vermelha? Como se as veias estivessem constantemente pulsando e irritadas.
Eu assenti e ele franziu a testa.
– É de alto risco, não vou mentir. Uma cirurgia tão próxima do olho arriscaria sua visão. E fazê-la só na testa, bochecha e mandíbula compromete o resultado estético. Pois ainda seria visível os danos perto dos olhos.
– Eu poderia ficar cega?
– É uma possibilidade. – Respondeu cauteloso.
Enquanto o médico continuava olhando para a tela e explicando tudo o que seria feito para consertar – como ele dizia – o meu rosto, eu olhei ao redor, para os retratos pendurados daquelas mulheres impecavelmente belas, com corpos de matar e sorrisos perfeitos e me desliguei da voz do homem.
Então minha decisão do que fazer a seguir estava tomada e eu consegui sentir um pouco do peso saindo das minhas costas. Porque eu finalmente era única.
Quem no mundo arriscaria a visão para ter um belo rosto mais uma vez?
A Dulce de meses atrás com certeza faria.
Mas agora, pensando e repensando... Não queria ter o rosto como daquelas mulheres, se as minhas marcas eram o que a vida havia me dado, é porque algo eu tinha que ter aprendido com elas. Por quanto tempo eu me preocupei apenas com a minha aparência? Aquela era minha essência agora e não havia nada nem ninguém, que a tiraria de mim. Todas as vezes que eu me olhasse no espelho, veria a cicatriz de uma batalha que eu venci. Só queria ter força todos os dias para superar um pouco mais.
***
Antes de escolher meu destino eu parei e pensei. Por que Nova York se há tantos lugares no mundo? Então, porque não Nova York? Mas agora eu não podia pensar em algum lugar melhor do que aquele para ser minha primeira parada.
Entrei num pequeno café e me sentei na mesa de canto com o vidro.
Eu gostava de assistir as pessoas fazendo suas coisas.
– Boa tarde, senhora. O que posso fazer por você hoje?
Eu olhei para cima para ver uma linda mulher me encarando com uma expressão de tédio. Estava com uma saia curta e a camisa regata não deixava muito mistério do corpo que escondia. O cabelo de um loiro escuro e cumprido, estava preso num rabo de cavalo, mas eu podia ver quão bonito era.
Ela levantou uma sobrancelha.
– Senhora?
– Eu vou ficar com um cappuccino e traga também um pedaço de torta holandesa.
Ela anotou no bloco de notas.
– Tá. – E virou as costas andando para longe.
Eu continuei olhando-a fazendo seu caminho e vi quando passou por uma mesa com três homens e um deles assobiou. Ela não deu atenção, e continuou andando. Minutos depois ela reapareceu, trazendo uma bandeja com o meu pedido. O homem da mesa foi além e lhe deu um tapa na bunda dessa vez.
Eu encarei pasma como ela fingiu que nada havia acontecido.
– Aqui está seu pedido. Bom apetite.
Ela ia saindo, mas a chamei.
– Você vai chamar seu chefe, certo?
– Para que?
– O que aquele cara fez foi uma merda, vá e chame seu chefe, vou testemunhar a seu favor!
Ela olhou para os homens e engoliu em seco.
– Não se preocupe, está tudo certo.
– Porra nenhuma! Eu vi o que o safado fez! Esta te incomodando!
Ela me deu um olhar mordaz.
– Não, ele não está.
– Você não parece muito confortável com o que ele fez.
Ela revirou os olhos.
– Olha só, essa lanchonete é cara, mas não paga nem metade das fraldas da minha irmã.
Então me deixa quieta fazendo o que eu sei fazer de melhor para conseguir essa grana.
– Você não precisa disso, sério, o que ele fez foi horrível e você é tão bonita...
Ela me interrompeu.
– Exatamente, sou bonita demais e se minha beleza me dá a oportunidade de sair com um cara rico, vou aproveitar.
Ela ia saindo, mas segurei seu pulso.
– Moça...
– Porra! Você é uma daquelas obcecadas por Jesus que está tentando me convencer da salvação, não é?
Eu franzi a testa.
– Não.
– Então por que é que está tão preocupada com o que faço da minha vida? Quando você nasce pobre, precisa aprender a usar qualquer oportunidade que a vida lhe dá de melhorar, e esse rostinho aqui, ainda vai me dar o mundo.
Sem mais, ela saiu de perto. Parou na mesa dos homens e pegou disfarçadamente algumas notas que ele lhe deu, enfiando no bolso do avental.
Os homens riram quando ela saiu de perto e continuaram conversando como ela fosse apenas mais uma a quem deram dinheiro. Como se fosse um acontecimento normal, diário para eles. Seduzir meninas inocentes e enganá- las, porque sabem que elas caem em qualquer palavra bonita.
Eu já tinha visto aquilo. Nas boates da Família, entre os homens feitos e era tão comum lá dentro. Eu só não sabia que era bem pior aqui fora. Meninas como eu existiam afinal. Tão cegas pelo dinheiro e pelo próprio espelho que fariam qualquer coisa para ter o que queriam. É claro, ela tinha uma irmã para cuidar, mas haviam outras formas e eu não estava a julgando por isso. Só queria sentar com ela e lhe contar minha história.
Deixá-la saber que era passageiro, o dinheiro, a atenção, ser o foco, era tudo momentâneo. Eu podia enxergar tudo muito claro, agora.
Olhei para a menina desfilando pelo salão com seu cabelo cumprido, rosto perfeito e corpo do pecado e fiz um pedido silencioso. Esperando que alguma força me ouvisse.
Quando outro homem lhe deu um aperto no quadril e ela sorriu, desejei que um dia estivesse livre.
Livre de si mesma, de seus desejos, de sua vaidade, da futilidade e que um dia eu pudesse estar também.
Autor(a): naty_h
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Por mais que eu andasse por todos os lados e distraísse a mente com coisas bobas, nem mesmo o fato de estar em Nova York me fez esquecer tudo o que tinha acontecido. E consequentemente me fazia pensar naqueles dois dias, nela, nos homens, o que claro, levava a pensar nele. Quando ele me veio na cabeça cada dia que eu acordei, e cada noite quando fui dormir, eu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 129
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nathalia_muoz Postado em 08/12/2020 - 14:00:06
No encuentro, por favor
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nathalia_muoz Postado em 08/12/2020 - 13:56:39
Hola acabo de leer ambas historias y me encantó me podrías pasar el link de la historia de whattpad no encuentro el perfil
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Postado em 11/08/2020 - 15:35:11
Vou sentir saudades, fico feliz do meu Vondy estarem juntinhos <3
naty_h Postado em 11/08/2020 - 20:42:06
Eu tbm vou sentir, já tava na hora desses dois se acertarem mesmo, mas a confusão nunca vai acabar kkkkkk
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Srta Vondy ♥ Postado em 11/08/2020 - 13:49:04
Aí, acabou, que saudade eu vou sentir Eles mereciam o final feliz, depois de tudo q esses dois passaram, que bom que eles terão gêmeas, q amor Deus E o que eu faço com a curiosidade q bateu aqui senhora? Socorrooo Que história e escrita hein ? Pelo amor de Deus, perfeito Obrigada por esse prazer q você trouxe p nós, imagino que deve ser trabalhoso p cacete, adaptar, revisar tudo e tal, muito obrigada e parabéns
naty_h Postado em 11/08/2020 - 14:14:44
Aaaaaaa vou sentir falta dos seus comentários. A curiosidade você pode matar indo lá no Wattpad e procurar "o monstro em guerra" que é o próximo livro, tem várias coisas sobre a Dulce e o Christopher (no caso, sobre a Anita e o Luigi).
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Srta Vondy ♥ Postado em 10/08/2020 - 20:47:15
Meu casal dinamite tá mais forte do que nuncaaa, que alívio meu Deus E essa vadia vai ter o que merece, ver o quão evoluída tá a Dul é demaaais, foi nem preciso sujar suas mãos p colocá-la no lugar q eu jamais deveria ter saído e o Christopher foi maravilhoso, que prazer em ver que ela vai pagar Vem baby Vondy ? Diz q simmm Continuaaa
naty_h Postado em 11/08/2020 - 00:24:31
Eu li o diálogo da Dulce com a Angelique e gritei RAINHA!! Mas apesar de tudo n podia ficar por isso msm, então o Christopher deu um jeitinho kkkkkkk casal dinamite vai ter seu final feliz finalmente (apesar de ainda ter muita coisa doida nessa familia)
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anne_mx Postado em 10/08/2020 - 20:15:17
Ranço de William? Temos! Mas eu espero que ele não continue sendo o idiota que ele foi até agora com o meu Chris <3 E a Dulce em? Amei desde sempre, o coração dela é lindo, a alma dela é uma das mais especiais que já conheci, aff, o amor da minha vida simmmm, continuaaa, quero ver eles felizes com 10 crianças em uma casa magnífica <3
naty_h Postado em 11/08/2020 - 00:21:37
O William sabe ser bem desnecessário as vezes, Maite faz muito milagre. 10 crianças? Caramba, será que a Dulce vai curtir esse número? Kkkkkkk
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anne_mx Postado em 10/08/2020 - 13:08:09
MEU DEUS, esses dois vão do céu ao inferno em questão de segundos kkkkkkkkkk eu amooooo, o casal mais louco da máfia, eu sou tão apaixonada, continuaaaa, solta mais unzinho hoje, pelo amor de Deus kkkkkkkk <3
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Srta Vondy ♥ Postado em 10/08/2020 - 11:47:12
Vai ter reconciliação simmm, até que fim né ? Já tinha passado da hora Oh Christopher q faz cagada hein, tudo bem q tava bêbado mas como a idiota da Isabella? A Dulce vai te esganar amado, tomara que não vá embora novamente quando descobrir e eu espero q ela saiba por ele e não pela idiota q vai querer se vangloriar Continuaaa
naty_h Postado em 10/08/2020 - 14:45:52
Eles nem se reconciliaram direito e já veio problema kkkkkll Cheha da Dul fugir né? A gente n aguenta mais
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anne_mx Postado em 10/08/2020 - 00:59:08
Eitaaaaa que finalmente meu casal tá juntinho, amém que eu te lembrei do 45, que capítulo lindo, o Christopher nunca foi tão romântico antes na vida dele, continuaaaa, minha menina e meu menino merecem serem felizes, só queria Ponny juntos tbm pra ficar completoooo, faz isso acontecer Naty <3
naty_h Postado em 10/08/2020 - 14:43:17
Eu amo ponny, o recado que eu vou dar no último capítulo é relacionado a eless
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Srta Vondy ♥ Postado em 09/08/2020 - 23:29:22
Até que fim alguém deu o tapa na cara sem mão que a Dulce precisava, ela precisava realmente de um tempo afastada (apesar de eu achar dois anos muito tempo longe) mas fugir o tempo todo e p o resto da vida não adianta nada E a vadia apareceu, vamos ver o que vai ser do pouco tempo de vida dela agora, ansiosaaa Tomara que a Dul deixe de lado a teimosia dela e vá atrás do Ucker agora, plmdss Continuaaa
naty_h Postado em 09/08/2020 - 23:48:49
A sinceridade grotesca do William serviu pra alguma coisa finalmente!! Ela fugiu o máximo que ela pode, na vdd se n fosse pelo Antony e pelas irmãs eu acho q ela nem voltava mais, mesmo morrendo de vontade de ver o Ucker de novo, mas agora voltou e alguém jogou umas vdd na cara dela, então bora ver oq acontece.