Fanfic: As Crônicas de Ametiel - Jornada pelo Tempo | Tema: Personagens Originais, Arcanjos, Batalhas, Romance, Amizade, Aventura, Mistério, Suspense, Drama, Aç
O dia seguiu-se tranquilo depois de nos despedirmos, era sempre bom quando nos encontrávamos, meus dias eram melhores. Saí para caminhar pela cidade enquanto pensava no que Rin faria no restante de seu dia. Algum tempo se passou e logo anoiteceu, eu ansiava pelo dia seguinte onde eu veria Rin novamente. Eu mexia alguns gravetos na fogueira que fiz para assar o peixe que havia pego naquela tarde enquanto imaginava como seria dia seguinte. . . Não demorou muito para o meu belo jantar ficar pronto, e depois de devorá-lo sem muita cerimônia, eu descansava em meu abrigo numa caverna das montanhas ali perto, naquela noite fazia calor e eu fui me deitar mais à entrada. Dava para ver as estrelas dali, e enquanto eu as observava, me lembrava do sorriso de Rin ao ver a paisagem do lugar onde a havia levado naquela tarde. Adormeci com a imagem de seu sorriso corado ao ouvir minha promessa. Ela me lembrava meus amigos. Eu estava muito feliz.
A noite passou calmamente, e eu despertei naquele Sábado numa animação tremenda, contudo, um leve mal pressentimento pairava sobre mim. Sacudi a cabeça afastando aqueles pensamentos, saí correndo montanha abaixo e me atirei num lago ali perto, nada como um bom mergulho pela manhã para melhorar o ânimo! Não demorei muito ali, tão logo saí da água e fui procurar algo para comer, aproveitei para colher umas pequenas flores cujos caules se assemelhavam a pequenos cipós com os quais teci uma pulseira para Rin. O tempo parecia não passar quando finalmente o momento de nos encontrarmos chegou, e correndo até nosso ponto de encontro eu fiquei esperando por ela. Os minutos foram se passando e logo se tornaram horas, ela não viria naquele dia. Não pude deixar de me desanimar, eu havia esperado tanto por aquele momento. . .nada me tirava da cabeça que o noivo dela tinha participação naquele imprevisto. Respirei fundo, agora só me restava aceitar e aguardar o próximo dia, Rin não apareceria e a vida continuava. Saí daquele lugar e me pus a caminhar para a cidade, talvez eu encontrasse algo interessante e como o dia se fazia lindo e sem nuvens não me opus em seguir para lá. Guardei a pulseira e parti na minha caminhada; eu me aproximava da cidade quando uma brisa leve soprou trazendo um doce cheiro familiar, aquilo me casou certa sensação de euforia, não sei, mas, prossegui na caminhada. Algum tempo se passou desde então, e eu brincava com algumas crianças numa vila quando senti aquele cheiro novamente. Me atraindo por ele caminhei em sua direção onde já a uma certa distância vi um casal caminhando pela rua, eles pareciam conversar entre si:
― Você não deveria ter vindo com este quimono, porque não usou o que eu te dei? Já disse que essa roupa faz você parecer uma gueixa, parece desejar que todos os homens da cidade olhem para você! – dizia o rapaz à moça que seguia ao seu lado.
― Me desculpe, eu apenas achei o quimono bonito, não quis causar nenhum problema e nem chateá-lo. – a moça respondeu cabisbaixa, eu não conseguia ver seu rosto, ele parecia estar coberto com algo.
― Que isso não volte a acontecer, me ouviu? Às vezes parece que você esquece que deve me obedecer. . . – o rapaz disse ríspido.
― Sim, tudo bem, me perdoe, isso não voltará a acontecer. – a moça respondeu num tom cansado e infeliz.
Eles caminhavam mais a diante quando pararam de frente a uma loja, onde o rapaz a deixou esperando do lado de fora. Pouco antes de entrar ele se dirigiu a ela:
― Eu não demoro, me espere aqui. Não vá a nenhum outro lugar na minha ausência e nem fale com ninguém.
― Como quiser. . . – a moça respondeu com um aceno positivo com a cabeça.
Se eu já não gostei dele pela forma como se dirigia a ela, a minha repulsa foi instantânea ao ver a forma como ele a tratou deixando-a como um cão do lado de fora daquele estabelecimento, a minha vontade era separar sua cabeça de cima de seu pescoço. Meu sangue ferveu, e de repente, o dia que se fazia belo e ensolarado começou a mudar para um tom acinzentado que prometia chuva forte. Quando o miserável finalmente entrou no estabelecimento saindo da frente da garota eu finalmente pude ver a razão de minha visão obstruída para seu rosto: ela usava um véu sobre a cabeça. Me indignei com aquilo, observava a cena com o sentimento de revolta correndo por minha veias. Percebi a mudança nos ventos que começavam a ficar mais fortes. Eu já me retirava do lugar quando mais uma rajada de vento soprou e eu pude sentir com clareza aquele perfume de flores que havia se apegado a minha mão, me virei na direção dele, e tudo o que pude ver foi o véu arrancado pela força dos ventos voando para longe dali. Não pude acreditar no que meus olhos viam, aquela era a Rin! Corri em direção a ela sem nem pensar duas vezes:
― Rin!
Ela me olhou assustada:
― Ametiel! O que você está fazendo aqui?
― Eu te perguntaria o mesmo, mas já compreendi tudo. Aquele é o seu noivo?
― Sim, é. Olha, você não pode ficar aqui, vá embora! Ele não pode nos ver!
― Qual é o problema? Nós estamos apenas conversando! O que há de errado nisso? Ele não é o seu dono!
― Ametiel por favor, vá embora! Nós teremos problemas!
― Então eu fiquei esperando você durante todo aquele tempo e você não apareceu por que estava com esse miserável que te trata como um cão?! Rin, por que você suporta tudo isso? Por que se submete a esse homem que te trata como se fosse propriedade dele? Você não precisa passar por. . .
Eu não pude terminar minha frase, as palavras me pararam na garganta quando vi lágrimas correndo pelo rosto de Rin. Ela me implorava com os olhos para que eu fosse embora daquele lugar como se sua vida dependesse daquilo:
― Vá embora daqui Ametiel!!! Vá logo antes que ele volte e nos pegue. . .
E num misto de tristeza e indignação, tudo o que fiz foi concordar e estender-lhe a pulseira que havia lhe feito naquela manhã:
― Toma, é para você. Fiz essa manhã.
Ela fez menção de estender a mão para receber meu presente quando aquele desgraçado apareceu:
―Mas o que está acontecendo aqui?! O que você faz perto de minha noiva? E você, o que faz conversando com essa coisa imunda? Já não lhe disse que não a quero conversando com ninguém em minha ausência?
Naquele momento Rin olhou para mim de uma forma vazia, e voltando-se para seu noivo disse de uma forma fria, com um certo tom desprezo na voz:
― E o que te faz pensar que eu perderia meu tempo com um rato de rua sujo como esse?
Eu não pude acreditar na forma como ela falou se referindo a mim, não pude me conter, os raios começavam a cruzar o céu quando num gesto desesperado me aproximei e ela se adiantou para mim me empurrando ao chão:
― Já disse pra se afastar de mim!!!
Com o impacto do empurrão eu caí para um lado e a pulseira para outro, naquele momento eu não soube dizer se o que corria no rosto de Rin eram lágrimas ou as gotas da chuva que agora caía pesadamente sobre nós. Eu me levantei com uma confusão de sentimentos dentro de mim e corri. Corri como se não houvesse amanhã, corri como se não houvesse mais nada. Eu corria em direção à floresta, corria em direção ao meu abrigo enquanto ela seguia com Kochiro sabe-se lá para onde!
Não demorei a chegar na montanha, graças às minhas habilidades e o motivo certo dentro de pouco eu já estava no alto daquele lugar, e com um turbilhão de sentimentos em conflito dentro de mim. Raios rasgavam os céus a cada um de meus gritos. Ira, tristeza, raiva, indignação e fúria se debatiam dentro de mim e me rasgavam por dentro. A chuva parecia nunca parar assim como aquela confusão dentro de mim. Eu jamais havia sentido algo assim em toda a minha vida! Sentir tudo aquilo era confuso demais, o céu emitia estrondos enquanto eu socava as rochas que em contra partida feriam minhas mãos, eu não pensava em mais nada quando um grande feixe de energia me atingiu e eu apaguei, havia acabado de se iniciar uma chuva de raios. Algum tempo se passou quando finalmente acordei ao som de um grito com meu corpo doendo e ardor nas mãos. Aquele grito, aquela voz. . .me parecia familiar. . .eu caminhava com certa dificuldade enquanto algumas lembranças me vinham à mente e um turbilhão de emoções começava a brotar novamente, eu olhava para os lados um tanto sem direção, não sabia quanto tempo tinha ficado inconsciente, e para completar uma terrível sensação de ameaça e perigo tomaram meu coração, e a cada vez que fechava meus olhos, eu via Rin, o que fazia também com que eu quisesse me afastar, contudo, a sensação era forte, real e quase palpável demais para eu ignorar. Eu caminhava me apoiando nos paredões rochosos daquela montanha quando em flashs na minha mente eu via Rin correndo assustada na escuridão após passar pelo que parecia ser a frente da loja onde estivemos naquela tarde, minha respiração se encontrava ofegante a cada um dos flashs que iam surgindo, senti que meu coração ia parar ao vê-la caindo ferida ao chão. E ela não estava sozinha, Rin parecia encurralada por algumas pessoas em algum lugar. Senti uma energia descomunal tomar meu corpo, e me voltando em direção à cidade eu corri literalmente como um raio:
― Rin!
Seguindo os flashs, logo cheguei ao último local onde ela e eu havíamos nos encontrado, a chuva caía pesadamente de forma a abafar qualquer som em meio à toda aquela água. Mas eu não desistiria tão facilmente, tão logo cheguei comecei a procurar e gritar por Rin:
― Rin! Rin! Onde está você?! Você está aí?!
Fechei os olhos por um momento, me concentrei em aguçar o olfato e a audição. Eu sentia levemente o cheiro dela, Rin realmente havia estado ali há pouco tempo, agora cabia-me saber se ela ouviu o meu chamado, e também se ela responderia. Eu a chamei mais uma vez, me calei me concentrando no som de sua voz. Naquele momento tudo o que eu podia ouvir eram sussurros, pessoas conversando em suas casas, quando de repente pude ouvir batimentos cardíacos de uma pessoa muito assustada. Aquelas batidas eu conhecia, eram as batidas do coração dela. Me concentrei um pouco mais, precisava saber ao certo sua localização, o lugar onde estava, quando comecei a ouvir com um pouco mais de clareza algumas vozes que pareciam estar próximas a ela:
― O que uma garota linda como você faz fora de casa numa noite como essa. . .?
― Pode ser perigoso, podem haver ladrões e pervertidos a essa hora. . .por que não vem com a gente? Podemos te levar pra casa. . .
― O que vocês estão fazendo? Me soltem!
Tudo o que ouvi após isso foi o som de um tapa e de pés que se apressavam em fuga, mais um pouco e pude ouvir com clareza o som de algo que viria a ser um corpo caindo contra o chão, latidos ferozes, e mais passos:
― Viu só como não adianta fugir de nós, gracinha? Agora venha com a gente, vamos nos divertir um pouco. . .
― Não se aproximem! Fiquem longe de mim! Ametiel!!!
Após aquele grito eu não tive mais dúvida alguma, saí correndo com toda velocidade da qual dispunha, e quando dei por mim estava de pé, entre Rin e três homens num beco estreito, fétido e muito mal iluminado:
― Ametiel. . .?! – ela me olhou assustada. Não podia crer.
Eu não dei tempo para que eles ao menos pensassem, ataquei o que parecia ser o líder com um chute no meio do peito, o que fez se chocar contra uma parede e desmaiar entre os sacos de lixo daquele beco imundo. Um deles sacou uma faca e veio contra mim que o desarmei com um soco que o lançou contra uns barris ali desacordando-o também. O terceiro tinha consigo um cachorro que avançou contra mim prendendo-se ao meu braço, em meu breve momento de distração ele investiu contra mim com um soco que revidei chutando pra longe e lançando seu cachorro logo em seguida. Ele levantou do chão ainda meio tonto, e saiu correndo acompanhado do animal. Naquele momento me virei para Rin:
― Rin, você está bem?! Eles fizeram alguma coisa com você? Te machucaram? – me abaixei até ela que encontrava-se caída ao chão.
― Ame. . .Ametiel. . .? O que você está. . .? Como sabia que eu estava aqui? – ela me perguntou com os olhos em lágrimas.
― Calma, já acabou, eu estou aqui, você está bem? – disse enxugando suas lágrimas.
Rin olhava para mim sem acreditar que aquilo tudo fosse verdade, e puxando-me para si, me abraçou firmemente:
― Obrigada, Ametiel. . .Obrigada. . .e por favor, me desculpe. . .
― Shhh. . . tá tudo bem agora, não se preocupe. Vem, vamos para casa. . .
Rin e eu fizemos menção de levantar quando ela recuou com um gemido de dor, havia torcido o tornozelo com a queda. Naquele momento eu me aproximei dela e tomando-a nos braços carreguei-a. Ela corou como nunca antes:
― A-Ame. . .tiel?
― Segure firme, eu vou te levar pra casa. Não precisa se envergonhar, você não pode andar e não posso deixá-la aqui. Me mostre o caminho, vou deixa-la em casa com segurança. – eu disse olhando para o rosto rubro que ela escondeu em meu peito, agora quem começava a corar era eu, aquilo era novo para mim.
Sacudi a cabeça por um momento e corri na direção que Rin me apontava, dentro de algum tempo após pular um muro quase silenciosamente eu a devolvia em casa, entramos pela janela de seu quarto, Rin observava o inchaço em seu tornozelo com uma expressão de dor:
― O que foi Rin, ainda dói?
Ela fez que sim com a cabeça.
― Deixa eu ver isso. . . Onde dói? Aqui? – disse tocando seu tornozelo.
― Sim, aí mesmo! Ai, não. . .deixe assim mesmo, por favor, Ametiel. . .
― Calma, vai ficar tudo bem, Rin. . . – disse colocando a mão levemente sobre o local lesionado – Você confia em mim? – olhei para ela.
― Sem dúvida alguma. – ela respondeu retribuindo o olhar.
― Então apenas aquiete-se. . .
Naquele momento eu não sei dizer o que aconteceu, apenas que uma energia calma, porém poderosa tomou meu corpo e começou a emanar de mim para ela, e no momento seguinte tanto seu tornozelo como meus ferimentos estavam curados. Ficamos em silêncio contemplando tudo o que havia acontecido ali, nos olhávamos sem acreditar que tudo aquilo fora real. O dia nasceria em breve e eu deveria me retirar, me despedi de Rin que ainda tremia um pouco quando não muito antes de eu partir, me voltei para ela:
― Rin, por favor, nunca mais faça isso, me ouviu? Algo pior poderia ter acontecido a você. Por que foi até aquele lugar sozinha numa horas dessas?
Ela sorriu um tanto constrangida, e se voltando para mim, disse-me mostrando seu pulso:
― Por que alguém muito importante me deu esse presente hoje, e eu não poderia deixá-lo lá.
Eu não pude acreditar no que via, a pulseira que fiz para ela estava lá. Ela havia voltado para buscar o meu presente.
Autor(a): kellsinconnors29_
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Eu ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido na noite passada, e muito menos no motivo de tais acontecimentos. As lembranças me vinham à mente de uma forma extremamente nítida e estrondosa. Naquele momento me encontrava como sempre em meu ponto de encontro com Rin, não que eu a esperasse, e principalmente após tudo o que ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
greattechsoul Postado em 28/08/2020 - 02:19:49
ansioso para saber o que acontece a seguir, adorando a história até o momento
-
greattechsoul Postado em 23/07/2020 - 17:02:41
História bem interessante até o momento, aguardando os próximos capítulos :D
kellsinconnors29_ Postado em 23/07/2020 - 19:28:52
Fico feliz que esteja gostando, é bom saber que estou indo bem. Atualizarei em breve, obg por comentar!