Fanfic: As Crônicas de Ametiel - Jornada pelo Tempo | Tema: Personagens Originais, Arcanjos, Batalhas, Romance, Amizade, Aventura, Mistério, Suspense, Drama, Aç
Eu ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido na noite passada, e muito menos no motivo de tais acontecimentos. As lembranças me vinham à mente de uma forma extremamente nítida e estrondosa. Naquele momento me encontrava como sempre em meu ponto de encontro com Rin, não que eu a esperasse, e principalmente após tudo o que ocorrera na noite anterior! Ela deveria estar cansada, exausta depois de tudo aquilo, esperaria por ela a partir do terceiro dia, aí sim nos veríamos de novo. . .eu havia me sentado no lugar que ela costumava se sentar para desenhar, relembrava de cada momento da noite anterior sempre me detendo em sua imagem sorridente me mostrando a pulseira que lhe dei. Eu sorri ao me lembrar da forma doce como Rin me mostrava o presente recuperado. Ela me lembrava tanto Akemi. . .
Eu havia me recostado numa árvore ali quando senti aquele doce aroma de pétalas de flor e um suave toque em meu ombro:
― Ametiel. . .?
― Rin? – me virei levantando logo em seguida – O que você está fazendo aqui? Quer dizer, você não deveria estar descansando? Você está bem para ficar saindo de casa assim? E escondido, diga-se de passagem. . .
Tudo o que Rin fez foi sorrir enquanto me observava, ela parecia querer guardar cada um de meus traços em sua mente, então voltando-se finalmente para mim ela disse:
― Como poderia não estar bem tendo um anjo como você por perto?
― Ah, o que é isso, que anjo nada! Eu só levei você pra casa. . .é bom ver que você está bem!
Rin deu um passo em minha direção, e sem mais delongas envolveu-me com um abraço gentil e carinhoso, ela me segurou nele por alguns segundos:
― Me levar pra casa? Ametiel, você salvou a minha vida. . .de novo. Ontem à noite após todos aqueles acontecimentos eu não tive tempo de agradecer o que você fez por mim, mas hoje eu vim especialmente para isso. Vim te agradecer pelo que você tem feito e o que me fez ontem. – ela disse sorrindo – Vamos, diga, há algo que você queira que eu faça por você? – disse ela segurando as minhas mãos.
― Nada. – eu respondi.
― Nada? Como assim, nada? Não há nada que você queira? Nada que precise? Vamos, me diga! Eu preciso te agradecer de alguma forma! – ela disse me olhando com os olhos brilhantes.
Me voltei para Rin de uma forma sorridente, e a vi corando prodigiosamente após minha resposta:
― Não precisa se preocupar em me dar nada, porque a única coisa que eu preciso, é você. . .sua amizade é tudo o que me importa. Você é a coisa mais próxima que eu tenho de uma família. Desde que você esteja bem, eu estarei bem, Rin.
A garota voltou-se para mim com os olhos brilhantes, e com mais um abraço ela me puxou para si:
― Ametiel. . .você não existe, sabia?
― Você é quem parece um sonho Rin! E se for, por favor, não me acorde!
Me arrependi imediatamente do que eu acabara de dizer, Rin agarrou-se às minhas bochechas de uma forma que pensei que as arrancaria! Aquele dia foi muito agradável, fomos novamente ao lugar onde a havia levado da primeira vez, ficamos conversando durante um bom tempo e comemos algumas coisas que ela tinha levado consigo. Em comparação com o temporal da noite anterior, o dia fazia-se belo e radiante, assim como eu me sentia estando perto de Rin. Nós conversávamos sobre a noite e os acontecimentos do dia anterior quando nossa conversa chegou em Kochiro Otsuki, o miserável noivo de Rin. Ela se desculpava pela maneira como agiu comigo, se desculpava pela forma como ele havia agido:
― Por favor Ametiel, me perdoe! Eu sinto muito por ter agido daquela forma com você, mas se ele soubesse que nos conhecíamos, ia acabar dando um jeito de tirar isso de mim também. Sinto muito pela forma como ele agiu. Às vezes Kochiro-kun é um idiota.
― E por que você o suporta? Como pode tolerar a ponto de se casar com um homem como aquele?
― Você sabe, Ametiel. . .fui prometida a ele desde muito cedo. Agora que tenho idade vou me casar com ele. Nossas famílias tem negócios em comum, então acharam por bem se unirem numa aliança por meio do matrimônio entre Kochiro e eu.
Meu sangue ferveu naquele momento, eu me levantei de onde havia me sentado com Rin, a indignação e a ira me corriam pelas veias:
― Mas isso é um absurdo! Inaceitável! Você não é uma moeda de troca, Rin! Você é uma pessoa, não um objeto! Olha só pra você! Sequer é feliz! Eu não posso admitir isso! Isso é errado, absurdo e desprezível demais!!! Que ódio!!! – disse com um soco na rocha mais próxima partindo-a ao meio.
Rin me olhou um tanto surpresa ficando completamente vermelha quando me aproximei dela segurando-a pelos ombros enquanto a olhava nos olhos:
― Isso não pode acontecer! Você não pode se casar com ele! Não pode fazer isso a não ser que seja de sua vontade! É isso que você quer? Se casar com aquele desgraçado e ser tratada como um cão ou uma marionete controlada por ele pelo resto da vida? – eu sentia meu coração queimar e os olhos arderem.
Os olhos castanhos de Rin brilhavam enquanto fitavam os meus parecendo se perder neles:
― Não! É claro que não! Mas o que eu posso fazer? Eu sou só uma garota! – seus olhos começavam a marejar.
― Resista! Você pode resistir! Você tem que resistir! Você não pode ser forçada a fazer algo que não queira! Principalmente por interesse dos outros! Você não quer se tornar uma artista conhecida no Japão? Então por que não? Vamos, eu te ajudo! Eu apoio você!
Rin olhava para mim numa expressão inexplicável, as lágrimas começavam a brotar em seus olhos:
― Mas e se eles. . .? – ela começou numa voz temerosa.
― Eu protejo você, Rin! Eu te ajudo! Eu cuido de você! Mas não aceite mais isso!
Naquele momento ela também se levantou, tinha um belo sorriso embora as lágrimas ainda se atrevessem a escapar vez ou outra. Ela estava animada, enxugava as lágrimas quando num jeito quase infantil, me disse:
― Está certo! Eu não vou mais me submeter a isso!!!
― Isso mesmo! Você é livre Rin! Permaneça firme e não volte atrás, ou ele vai obter controle sobre você! E eu falo sério quando digo que se as coisas continuarem como estão, vou sequestrar você e te levar pra bem longe de tudo isso. – disse a ela com um sorriso.
― Pois eu estou te esperando. . . – ela disse de um jeito que não pude saber se brincava ou se era real. Não sei porquê, mas senti minhas bochechas arderem.
Naquele momento Rin saltou sobre mim apertando minhas bochechas, não resisti em sair correndo em perseguição à ela:
― Ai, garota! Isso dói!
Ela ria enquanto eu a perseguia entre as árvores. Decidi alcançá-la quando percebi um certo cansaço que a fez parar ofegante de repente:
― O que foi Rin, você está bem?
― Sim, é só um pouco de cansaço. – ela respondeu com um sorriso.
― Então vamos descansar um pouco, vem. . . – estendi-lhe a mão.
Nos sentamos debaixo de uma das árvores ali para comermos alguma coisa e bebermos um pouco de água. Rin havia levado alguns pães e eu colhi umas frutas, após comermos fomos pegar água no rio ali perto. Aquele dia foi excelente, porque como de costume, ela não precisaria voltar mais cedo para casa. Kochiro havia partido de viagem e ficaria fora durante algum tempo, Rin não tinha lá muita atenção da família, então estar em casa ou não, não fazia a menor diferença para eles. Ela e eu ficamos em silêncio por um tempo apenas desfrutando da paisagem e da boa companhia. Naquele dia pouco antes de ir embora ela teceu uma pulseira como a que eu havia dado a ela enquanto eu cochilava um pouco. Quando acordei percebi que me encontrava com a cabeça apoiada sobre seu colo. Rin afagava meus cabelos gentilmente quando me voltei para cima fitando seus olhos castanhos me trazendo uma sensação de paz inexplicável. Me levantei completamente sem jeito me desculpando da maneira que podia, meu rosto ardia terrivelmente, deveria estar parecendo uma cereja:
― Olá. . .parece que alguém aqui precisava descansar. – Rin sorriu.
― Oh! Rin! Me desculpe, eu não queria, eu não tive a intenção de. . .
Ela riu como se diante da coisa mais engraçada do mundo:
― Ei, não precisa se desculpar pelo seu cansaço! Você tem toda a razão do mundo por estar assim! E como boa parte disso é minha culpa, não vejo problema em você ter adormecido assim.
Eu ainda abriria minha boca para me desculpar mais uma vez quando ela sorriu para mim estendendo a pulseira em minha direção:
― Pegue, eu fiz para você! Agora você também tem uma.
― Mas o que é. . . ?
― Ela representará a nossa ligação. . . – Rin disse animada – O nosso laço. A partir de agora elas serão os nossos laços de flor! – ela sorriu encantada com o nome que acabara de criar.
Senti meu coração derreter ao ver aquele sorriso tão doce e infantil. Agradeci o presente colocando a pulseira logo em seguida. Rin parecia uma criança pela maneira alegre que sorria e com a energia com que se levantou. Ela dançava alegremente quando se viu cambalear; me levantei prontamente indo até ela. Um vento pouco mais frio soprou, ela espirrou avermelhando o nariz, tomei sua temperatura:
― Rin, você está febril. Vamos, vou levá-la para casa. Isso precisa ser cuidado. Além do mais, você já passou muito tempo fora de casa hoje, está escurecendo.
― Mas Ametiel, eu estou bem. . .vej. . .
Ela não terminou, cambaleou novamente antes que pudesse fazê-lo:
― Rin, você não está bem. Foi a chuva de ontem. Você deveria ter ficado em casa se recuperando. Vou levá-la para casa, venha, suba em minhas costas. Em breve estaremos lá.
Rin não discutiu, apenas assentiu com a cabeça e com uma expressão um tanto triste ela obedeceu. Eu corria com ela sobre minhas costas quando após algum tempo finalmente chegamos em sua casa. Saltei o muro entrando pelos fundos, entrávamos pela janela do quarto quando me surpreendi com seus braços envolvendo meu pescoço com um pouco mais de firmeza e ela sussurrando tristemente ao meu ouvido:
― Desculpe ser um fardo para você, Ametiel. . .
Coloquei-a no chão me voltando de imediato para ela:
― Como assim fardo? Rin, nunca mais repita isso! Você não é nenhum fardo, é um prazer poder te ajudar! Você foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido, então eu não faço nada mais do que retribuir o que você faz por mim simplesmente pelo fato de existir.
― Ame. . .tiel. . .? – ela começou a dizer.
― Olha, eu estava pensando e. . .a oferta que você me fez ainda permanece? Eu posso te pedir qualquer coisa?
― S - sim. . .– ela respondeu me fitando curiosa.
- Então eu quero que você permita eu me aproximar mais de você. Ser mais presente e estar sempre perto. Deixe eu cuidar de você, Rin. Prometo que não deixarei que ninguém me veja ou descubra. Só me permita estar perto de você. Esse é o meu pedido. Você pode fazer isso por mim?
Rin me olhou sem acreditar, e me abraçando de súbito disse num sussurro:
― Como poderia rejeitar um pedido desses. . .? – ela segurava minhas mãos quando olhou para mim – Isso é tudo o que mais quero. . .
― Excelente! – sorri – Agora estaremos sempre em união. . . quando precisar de mim, eu estarei aqui, e quando chamar o meu nome, eu virei. Deixo contigo parte do meu coração, e levo parte do seu comigo. – disse trazendo sua mão para o meu peito, e ela segurou minha mão contra o dela.
― Agora nos tornamos como apenas um ser. – ela sorriu olhando para mim.
Eu sorri para Rin que retribuiu daquela maneira que apenas ela sabia fazer. Eu já me despedia daquela pequena que segurou minha mão como uma criança assustada pedindo para que eu ficasse. Ela estava febril e eu não sabia porque não tinha conseguido curá-la daquela vez. Particularmente sentia uma certa fraqueza em meu corpo também. Analisei a situação, me pareceu por certo ficar, pelo menos aquela noite. Após seu banho Rin tratou logo de comer alguma coisa e se deitar. Eu havia me sentado à beira de sua cama quando a senti segurar minha mão entrelaçando nossos dedos, ela realmente queria que eu ficasse:
― Boa noite Ametiel, obrigada pelo dia incrível que passamos, aliás, obrigada, por tudo. . . – ela disse pouco antes de se deitar com um beijo em minha bochecha.
Senti meu coração acelerar. Aquele beijo. . . a única pessoa que já havia chegado tão próximo assim de mim fora Akemi, a irmã que assim como Satoshi, fora me dada pela vida. Uma sensação doce e terna tomaram meu ser, senti naquele momento que jamais poderia permitir que algum mal acontecesse à Rin, nem que eu houvesse de dar minha vida por ela. Ela ainda segurava minha mão quando deitou-se, e me inclinei para ela com um pequeno beijo de boa noite em sua testa. Ela adormeceu com um sorriso. Eu segurei a sua mão a noite toda.
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Notas do autor: Fala, caro leitor! Gostaria de dizer que tenho apreciado muito você seguir cada capítulo dessa história e agradeço muito sua leitura, contudo, gostaria saber sua sincera opinião a respeito do que tem lido. Há algo que você tenha gostado? Algo a se melhorar? Não se acanhe, deixe aí o seu comentário! Ele é muito importante para a construção de novos capítulos! Valeu a atenção e flws!!!
Autor(a): kellsinconnors29_
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Com o passar do tempo Rin e eu nos aproximamos mais, havíamos realmente criado uma ligação bem forte entre nós, de modo que podíamos até mesmo dividir nossos sentimentos e sensações. Eu a visitava todos os dias, e quando possível ela sempre ia me ver em nosso ponto de encontro. Embora Rin e ninguém pudesse ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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greattechsoul Postado em 28/08/2020 - 02:19:49
ansioso para saber o que acontece a seguir, adorando a história até o momento
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greattechsoul Postado em 23/07/2020 - 17:02:41
História bem interessante até o momento, aguardando os próximos capítulos :D
kellsinconnors29_ Postado em 23/07/2020 - 19:28:52
Fico feliz que esteja gostando, é bom saber que estou indo bem. Atualizarei em breve, obg por comentar!