Fanfics Brasil - Parte VI ― Constrangimentos e afins As Crônicas de Ametiel - Jornada pelo Tempo

Fanfic: As Crônicas de Ametiel - Jornada pelo Tempo | Tema: Personagens Originais, Arcanjos, Batalhas, Romance, Amizade, Aventura, Mistério, Suspense, Drama, Aç


Capítulo: Parte VI ― Constrangimentos e afins

27 visualizações Denunciar


Com o passar do tempo Rin e eu nos aproximamos mais, havíamos realmente criado uma ligação bem forte entre nós, de modo que podíamos até mesmo dividir nossos sentimentos e sensações. Eu a visitava todos os dias, e quando possível ela sempre ia me ver em nosso ponto de encontro. Embora Rin e ninguém pudesse me ver, eu estava sempre por perto e ela sabia disso, podia sentir a minha presença, assim como eu a dela. Rin havia me convidado para algo especial naquela noite, disse que me aguardaria deixando a janela aberta para que eu entrasse. Aquele dia me pareceu passar mais devagar que o normal, a ansiedade já me consumia assim como também à Rin (eu podia sentir) ouvia os batimentos dela ao longe. Conforme as horas se aproximavam eles aceleravam, assim como os meus. Aqueles encontros secretos à noite tornavam tudo mais interessante, aquela sensação de aventura era empolgante! Com o passar do tempo a hora de nos encontrarmos finalmente chegou, e entrando furtivamente pelo lugar de sempre eu logo alcancei a janela e entrei no quarto de Rin onde havia uma pequena mesa preparada com várias delícias. . .me perguntava como ela havia conseguido levar tudo aquilo para seu quarto sem que alguém percebesse. Eu a aguardava quando ouvi um som vindo de algum lugar ali dentro (Rin tinha um quarto grande) segui na direção do som ao ver um vulto passando ali perto quando me deparei com a imagem de Rin, completamente imersa em pensamentos se banhando numa tina com as costas voltadas para a porta. Naquele momento ela se levantou para alcançar a toalha que encontrava-se um pouco mais à frente, completamente desnuda. Sua pele era clara e pálida como a luz da lua, seus cabelos negros presos acima da cabeça permitiam ver o formato de seu corpo sinuoso ainda que pequeno, aquela visão me lembrou da época em que Akemi e eu fugíamos do orfanato para nos banharmos num pequeno riacho lá perto. . .ainda não compreendia porque Satoshi não nos acompanhava ou preferia ficar fora da brincadeira. Que garoto mais tímido aquele. . . Eu voltei de minhas lembranças ao ouvir o som de um movimento rápido e ver Rin saindo da água. Ela voltou-se para minha direção parando completamente paralisada:


 


― Ah, oi Rin!


 


Ela estava vermelha como nunca antes, e não sei por que, começou a gritar e jogar coisas em mim enquanto cobria seu corpo com a toalha. Me desviei o mais rápido que pude e corri para ela cobrindo sua boca com uma de minhas mãos enquanto segurava o braço com o qual me lançava tudo o que estava ao seu alcance com a outra:


 


― Calma, sou eu! Você está louca? Ninguém pode saber que estou aqui, lembra?


 


Ela tirou minha mão de cima de sua boca quando quase indignada disse:


 


― Como você ousa. . .?!


 


― Ousar? Eu não ousei coisa alguma! Você me convidou! Lembra? Deixou a janela aberta para que eu entrasse. Akemi e eu sempre nos banhávamos no riacho e ela nunca agiu assim. Não sei porque está irritada.


 


― Porque é extremamente deselegante observar alguém se banhar! Ora, Ametiel! Qual é o seu problema? Eu bem que deveria. . . – ela disse com um passo em minha direção com o dedo em riste próximo ao meu rosto.


 


Não houve tempo para conclusão da frase, com toda aquela confusão ela acabou escorregando no piso molhado e caindo sobre mim, aquilo sim fora constrangedor, principalmente porque a toalha também caíra em meio a nossa queda e agora ela encontrava-se completamente despida. Senti meu rosto arder insanamente quando os olhos dela encontraram os meus, tratei de sair daquela situação o mais rápido possível. Sentia algo estranho com ela ali daquele jeito, em cima de mim. Eu mal percebi meus movimentos, quando dei por mim já chegava na janela quando senti alguém segurar o meu braço:


 


― Espera, Ametiel. Não vá. Desculpe ter jogado aquelas coisas em você, eu me assustei, não quis te machucar.


 


Era Rin, ela segurava minha mão agora tendo o corpo coberto com uma espécie de roupa de banho:


 


― Me desculpe Rin, mas não vai ter como ficar. Sinceramente estou um tanto sem reação e não saberia como me portar. Preciso ir agora. Mas estarei por perto se precisar. Você sabe, é só chamar. . .


 


E saí pela janela enquanto ela me observava sumir na escuridão. Naquela noite eu caminhei até chegar em meu abrigo. Pouco antes de adormecer fechei os olhos e foquei meus pensamentos em Rin, eu queria saber como estava, saber como se sentia, e tão logo me concentrei obtive o que desejava. Estava tudo bem, Rin se sentia um pouco constrangida e envergonhada, mas não havia tristeza, medo, e nenhuma sensação de ameaça. Eu poderia passar a noite ali sem mais preocupações. Começava a me arrepender de não ter pegado pelo menos um bolinho daqueles na mesa, meu estômago roncava alto enquanto eu me lembrava das cenas daquela noite agora rindo de toda aquela confusão e da expressão assustada de Rin ao me ver ali. Ainda não compreendia o motivo daquela reação, afinal, é natural que as pessoas venham a se despir para banhar-se. Eu adormeci rindo de toda aquela situação. Nem vi a manhã chegar tamanho era o meu cansaço, na verdade vinha notando que após curar Rin, eu tinha enfraquecido um pouco, será que aquilo teria algo a ver com a minha situação? Guardei os pensamentos para mim e me levantei procurando alguma coisa que pudesse comer. Naquele dia frutas não me bastariam, eu teria que caçar. Não foi muito difícil achar algo que matasse minha fome, e com toda aquela atividade eu estava com o corpo suado e as roupas imundas, me pareceu bom tomar um banho. Afinal, era quinta de manhã e naqueles dias Rin costumava me visitar. Eu desci a montanha em direção ao rio onde após lavar minhas roupas, as deixei secando sobre uma rocha ali próxima à margem indo me banhar em seguida. Eu me lavava distraidamente me livrando de todo aquele suor e sujeira quando tive a impressão de ter ouvido chamarem o meu nome, olhei para os lados, não havia ninguém. Continuei a minha atividade quando após um tempo tive a sensação de ter algo ou alguém na espreita, me observando. . .Virei-me para trás naquele momento, e pude ver Rin, do outro lado da margem completamente paralisada, me olhando como se possível mais vermelha que no dia anterior, me voltei para ela caminhando em sua direção:


 


― Ah, oi Rin! Me disseram que é extremamente deselegante observar alguém se banhar, sabe? – me vinguei.


 


Ela estava rubra ao me ver se aproximar, tive a impressão de que ela morreria quando me aproximei um pouco mais dela e me abaixei na altura de seus olhos limpando de cima de seu lábio superior uma pequena quantidade de sangue que saía de seu nariz:


 


― Rin, seu nariz está sangrando. Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem?


 


Ela quase desmaiou.


 


Eu passei por ela a fim de pegar as minhas roupas quando percebi um olhar discreto para meu abdômen:


 


― Eu sei, não é uma cicatriz muito bonita. – disse enquanto me vestia.


 


― Cicatriz? Eu estava observando os músculos por baixo dela, tem certeza de que é um ser humano normal? – Rin disse parecendo cair em si logo em seguida, desviando seu olhar – Quer dizer. . .então. . .eu vim aqui pedir desculpas por ontem. Eu fui um tanto histérica. Não havia necessidade daquilo.


 


― Tudo bem, não precisa se desculpar, você se assustou. Só isso. Eu quem peço desculpas por ter te assustado e irritado você. – sorri gentilmente ao vê-la tão constrangida.


 


― E quem disse que eu consigo ficar muito tempo irritada com você? – ela disse apertando minhas bochechas – Vem, eu trouxe uma oferta de paz, está debaixo da árvore onde eu desenho, você saiu ontem e não comeu nada do que eu tinha preparado. Então eu trouxe algumas coisas para comermos. Um café da manhã ao ar livre! – ela dizia me puxando gentilmente pela mão.


 


Eu não acreditei no que vi, havia uma linda toalha forrada no chão repleta de delícias assim como a mesa do dia anterior. Me atirei para cima delas como se não comesse há dias! Rin ria da minha expressão enquanto comia. Ela dizia que eu parecia ser a mais esfomeada das crianças. . . Aquele dia fora ainda melhor que os outros, eu sentia o carinho e o cuidado de Rin para comigo, estávamos nos aproximando mais, os nossos laços estavam se estreitando. Naquele dia não voltamos pra casa muito tarde, eu a deixei no local de sempre e saí para fazer algumas coisas, mais tarde eu voltei para desejar-lhe boa noite. Eu caminhava silenciosamente sobre o telhado de sua casa a pouca distância de sua janela quando ouvi a sua voz:


 


― Ametiel. . .é você? – ela havia sentido a minha presença.


 


― Sempre. – respondi com um sorriso.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): kellsinconnors29_

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Os dias foram passando, tudo era mais agradável sem a presença desprezível de Kochiro, Rin e eu nos víamos todos os dias e vez ou outra escapávamos para algum passeio nas redondezas. Naquele dia eu a esperava num bosque que havia descoberto. Estava no alto de uma árvore para observar ao redor quando a vi chegar. Aquela criatura t&ati ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 3



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • greattechsoul Postado em 28/08/2020 - 02:19:49

    ansioso para saber o que acontece a seguir, adorando a história até o momento

  • greattechsoul Postado em 23/07/2020 - 17:02:41

    História bem interessante até o momento, aguardando os próximos capítulos :D

    • kellsinconnors29_ Postado em 23/07/2020 - 19:28:52

      Fico feliz que esteja gostando, é bom saber que estou indo bem. Atualizarei em breve, obg por comentar!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais