Fanfics Brasil - Parte VIII ― O Que eu achei no rio As Crônicas de Ametiel - Jornada pelo Tempo

Fanfic: As Crônicas de Ametiel - Jornada pelo Tempo | Tema: Personagens Originais, Arcanjos, Batalhas, Romance, Amizade, Aventura, Mistério, Suspense, Drama, Aç


Capítulo: Parte VIII ― O Que eu achei no rio

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Eu havia me deitado próximo à janela de Rin naquela noite, quando a ouvi me chamar:


 


― Ametiel?


 


Não tardei em descer e adentrar em seu quarto ao ouvir sua voz:


 


― Todos já se foram? É seguro agora?


 


― Sim, pode vir.


 


Entrei pela janela dentro de um segundo, Rin estava sentada em sua cama com um olhar sombrio:


 


― O que foi Rin? Aconteceu algo? Sua expressão está diferente.


 


Ela olhou num pergaminho estendido à sua frente antes de se voltar para mim com um olhar perdido:


 


― Kochiro- kun. . . em breve ele estará de volta. . . – ela disse me entregando aquela carta que li com avidez – disse que nos casaremos com a sua chegada. . .


 


― Não! Não pode ser! – me controlei para não esbravejar – Você não pode se casar com ele! Não será feliz! Veja só como está após a notícia! Vai acabar se tornando prisioneira daquele miserável, não sua esposa! Rin, olhe para mim, você não vai se casar com aquele monstro, não é mesmo?  Não é? – segurei suas mãos.


 


Embora ainda uma certa apreensão me incomodasse, senti meu coração se acalmar ao ouvir sua resposta:


 


― Mas é claro que não! Assim que ele chegar eu romperei tudo! Já chega das intervenções e o controle daquele boçal!


 


Não pude conter a minha alegria naquele momento, e avançando para Rin ergui-a do chão com um abraço:


 


― Não sabe como me alegra ouvir isso! Você finalmente será livre! Não precisará mais temer os rompantes daquele desgraçado! Oh, Rin. . . como estou feliz por você! – disse abraçando-lhe mais uma vez com um beijo na bochecha.


 


Ela sorria corada enquanto observava a minha animação:


 


― Preciso pedir um favor a você. . .


 


― Claro! Pode dizer!


 


― Você ficaria por perto. . . por favor? Eu não sei bem como ele vai reagir a isso tudo. . . – ela pediu sem jeito.


 


― Sim, Claro! Mas não precisava nem pedir! Eu sempre estou perto de você, Rin. . . e nunca vou deixar de estar.


 


― Obrigada Ametiel, você é um anjo mesmo. . . o meu anjo. – ela me abraçou.


 


Senti meu coração derreter completamente ao ouvir aquilo dito ao som de sua terna voz. Vi ela sorrir ao ouvir as batidas descompassadas que soavam em meu peito. Contudo, antes que eu pudesse corar, mudei o rumo daquela conversa:


 


― Isso merece uma comemoração! Rin, você gosta de viajar?


 


― Eu não sei, nunca fiz isso antes!


 


― Então amanhã vai fazer! Prepare uma muda de roupa e comida, partirmos pelo alvorecer! Fiquei sabendo sobre um festival que está ocorrendo numa cidade não muito longe daqui, e vou levá-la para ver os fogos! Bom. . . se quiser ir, é claro.


 


― Se eu quero ir? É claro que eu quero! Desde quando eu não aceito um convite seu? Já sei até o que fazer! – ela disse animada.


 


Rin começou a revirar suas roupas procurando aquilo que seria necessário para a viagem enquanto me ignorava totalmente falando com seus próprios botões planejando tudo o que poderia ser feito. Eu me divertia ao vê-la tão animada, mas não tardei em me despedir dela. Na verdade eu a pus pra dormir ou não conseguiríamos partir pelo alvorecer. O tempo passou rápido naquela noite, ventava um pouco frio, o que Rin usou como como pretexto chamando uma das servas da casa e anunciando seu mal-estar não querendo ser incomodada por ninguém naquele dia. Seu pai sairia mais uma vez à negócios e sua mãe estaria ocupada cuidando de sua beleza para aguardá-lo chegar pela noite. Ela estaria livre de incômodos:


 


― Rin? Você está pronta? Já acordou? – chamei da parte superior da janela.


 


― Se já acordei? Eu mal dormi! Já não podia mais esperar! – ela respondeu aparecendo na janela com um sorriso – E aí, vamos?


 


― Claro! Só estava esperando por você! – sorri de volta.


 


Rin e eu nos embrenhamos naquela meia escuridão, visto que o sol começava a despontar no horizonte. Porém, antes de ir tomamos o cuidado, é claro, de fechar a janela silenciosamente. Ao sairmos da propriedade tomei Rin pela mão chamando-a à um canto para não nos verem. Fiz um pedido a ela:


 


― Rin, a cidade não é muito longe daqui, mas também não é lá muito próxima e pretendo chegar antes da liberação de fogos do festival. Se importaria em subir em minhas costas?


 


― Subir em suas costas?


 


― Sim. Vou carregá-la. Vamos correndo até lá. Tem muitas coisas que eu gostaria de mostrá-la antes do anoitecer, então precisaremos chegar o mais rápido e mais cedo possível.


 


Rin concordou, porém antes de partirmos coloquei sobre sua cabeça o capuz costurado à capa que ela usava:


 


― Você vai precisar proteger seus ouvidos. Nós vamos muito rápido e ainda venta frio.


 


Rin sorriu como uma criança:


 


― O que foi? – perguntei encarando-a enquanto cobria sua cabeça.


 


― Não é nada, é só que. . . bem, eu acho tão meigo o jeito cuidadoso como você me trata. . .


 


― E a amizade não é para isso, mocinha? Falando assim até parece que você não me faz o mesmo. . . Bem, vamos indo ou não suportaremos o sol do meio dia. Pronta? – disse esperando Rin subir.


 


Ela abraçou-se ao meu pescoço cruzando as pernas sobre minha cintura. Estava firme agora. Eu a segurei por garantia:


 


― Claro, pode seguir!


 


― Segure-se firme!


 


E saí correndo com velocidade igual ou maior que o vento. Corria ainda mais rápido à medida que Rin gritava animada, aquecia meu coração vê-la gargalhar tão alegre, tão feliz, tão livre! E aquilo era tudo o que eu queria para ela. Corri durante um tempo até que finalmente cruzamos a fronteira da cidade. Dali já podíamos ir caminhando sem tanta pressa e desfrutar das belas paisagens pelo caminho. Havia uma pequena floresta ali perto, resolvemos nos abrigar debaixo da sombra de alguma árvore e comer algo, meu estômago já roncava com violência quando Rin me estendeu um bolinho de arroz:


 


― O que você tem aí dentro? Um monstro?


 


― Nada, o monstro de verdade é só o do lado de fora! – ri ao ver a expressão dela olhando para mim – Estou com sede. . . ainda temos água?


 


― Não, bebemos tudo. Vamos precisar nos reabastecer. Pelo menos comida ainda temos.  – Rin respondeu se servindo de pão.


 


― Não se preocupe, aqui é uma floresta, deve haver pelo menos um regato ou rio por aqui. . . vamos encontrar o que beber.


 


Fechei os olhos naquele momento procurando me concentrar e aguçar a audição para ouvir o som das águas. Após algum momento em silêncio eu finalmente pude ouvir, havia um rio ao norte, não ficava muito perto, mas também não demasiadamente longe para que não pudéssemos ir. Rin e eu nos levantamos e rumamos em direção à água. Caminhamos durante um tempo, Rin andava na minha frente quando passamos por uma árvore cujos raios de sol traspassavam entre as folhagens causando um lindo efeito em seu cabelo escuro. Me perdi por um momento olhando para ela:


 


― Ametiel? Você está me ouvindo? Eu estou falando com você. . .


 


― Desculpe, o quê?


 


― Ametiel, você não está prestando atenção? O que está acontecendo?


 


― Não é nada, me desculpe. . .


 


― Ah, não? Então por que está me olhando desse jeito?


 


― Jeito? Que jeito? Eu nem estou olhando para você! – menti, mas já era tarde, minhas bochechas me acusavam do contrário.


 


― Está me olhando sim! Pensa que eu não vi? – ela continuou.


 


Rin era persistente e não me daria sossego, então para que eu não a deixasse pelo menos uma hora perdida naquela floresta até se calar, resolvi falar:


 


― É que você me lembrou uma pessoa do passado. . .


 


― Mesmo? E quem seria?


 


― Akemi.


 


― Akemi? Hum. . . esse nome não me é estranho. . .


 


― Akemi é uma amiga. Nos conhecemos no orfanato onde cresci. Ela e o irmão Satoshi foram meus melhores amigos naquele lugar. Eles me abraçaram como parte da família deles. Era como se fôssemos três irmãos, tínhamos uma ligação muito forte. Eles cuidaram de mim no princípio (crianças podem ser cruéis com outra recém chegada num orfanato) e depois, eu cuidei deles. Principalmente quando descobri as minhas habilidades. A minha única família. Mas um dia infelizmente acabamos nos separando. Houve um incêndio no orfanato e nós fugimos, eles ficaram para distrair o nosso honorável diretor que se esbaldaria em dinheiro explorando as minhas habilidades. Eu prometi que voltaria para buscá-los, mas quando finalmente pude voltar, eles não estavam mais lá. Haviam fugido também. Desde então vinha levando uma vida errante e solitária, até conhecer você Rin. Você se tornou minha família assim como eles. Ás vezes, quando olho para você eu me lembro de Akemi, vocês tem a mesma forma doce de sorrir, o jeito gentil de agir, e provocam o mesmo sentimento de felicidade quando nos vemos. Vocês duas são lindas. A única diferença entre vocês é que ela não cora tanto ou fica com o coração acelerado quando falo sobre outras garotas. Aliás, o seu se encontra assim agora. Aconteceu alguma coisa? Você gostaria de parar para descansar? O rio não está longe agora. Posso ir buscar água enquanto você fica descansando.


 


Rin ficou em silêncio, apenas concordou acenando positivamente com a cabeça. Eu nunca conseguia entender porque suas bochechas sempre ficavam vermelhas quando ela estava perto de mim.


― Bem, eu não demoro. Caso queira me encontrar basta você seguir o som das águas. O rio está logo aqui perto. Basta você seguir essa trilha direto e vai me encontrar. – disse apontando o caminho.


 


Peguei tudo o que precisava e parti na trilha que havia apontado. Eu caminhava observando a paisagem quando além do som das águas algo mais chamou minha atenção. Era o som de um canto, mas não do canto de algum pássaro, e sim de uma pessoa. Era uma voz doce, e cantava algo que não me era estranho. Aquele cântico de certa forma me despertava uma certa. . . comoção e eu não sabia por que. Caminhei um pouco mais me aproximando do rio (que parecia cruzar todas as cidades até chegar na cidade de Rin) quando pude avistar alguém se banhando ali. Era uma garota que de alguma forma não me parecia desconhecida, pelo contrário, me era muito familiar. Meus olhos se encheram de lágrimas quando parei na margem do rio ouvindo aquela canção e a garota se voltou para mim. Nos encaramos por um momento, eu não conseguia acreditar no que via, e ela tão pouco. Quando dei por mim estava correndo em sua direção e ela na minha, nos abraçamos como se o mundo fosse acabar naquele momento:


 


― Ametiel! É você?! Oh, céus!


 


― Eu mal posso acreditar! Senti tanto a sua falta!


 


Nós nos abraçávamos impetuosamente quando me despertei ao som de um grito:


 


― Ametiel!


 


Me virei no mesmo momento, era Rin. Ela estava a alguns metros de nós, seu rosto estava vermelho como brasa e lágrimas se formavam em seus pequenos olhos escuros derramando-se sem cerimônias logo em seguida:


 


― O que você está fazendo. . . ? – foram as suas palavras antes de sair correndo na direção oposta.


Corri sem demora em seu encalço, alcançando-a logo em seguida:


 


― Me desculpe, eu já volto.


 


― Tudo bem. . .


 


― Ei, Rin! Me espere, o que aconteceu? Por que você ficou assim?


 


― E você ainda me pergunta? Você me deixa no meio de uma floresta para ir “buscar água” e quando vou até você me deparo com uma cena daquelas! Você não tem vergonha, Ametiel? Se agarrando com uma garota nua no rio?


 


Rin esbravejava e gritava comigo de uma forma como ela nunca fizera antes, ela fez menção de sair quando a segurei por um momento:


 


― Você não está entendendo nada! Espere!


 


― Me solte Ametiel! – Rin disse puxando seu braço abruptamente.


 


― Rin, você não está entendendo, precisa me ouvir! – disse entrando em sua frente.


 


― Saia da minha frente, Ametiel! Eu não quero saber de suas mentiras! – ela me empurrou.


 


Eu podia até apreciar a presença de Rin, mas aquela atitude teimosa particularmente me irritava:


 


― Você precisa me escutar! Ora, não seja tão teimosa, Rin!


 


E puxando-a pelo braço, joguei-a por cima do ombro trazendo-a de volta comigo para o lugar onde tudo começou.


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Notas do Autor: Fala, Leitor! Tudo bem? Passando para agradecer mais uma vez sua leitura até aqui e fazer um agradecimento especial à greattechsoul pelo comentário feito anteriormente! Vlw msm o apoio! Espero que tenham gostado desse capítulo! Até a próxima! 



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Autor(a): kellsinconnors29_

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 3



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  • greattechsoul Postado em 28/08/2020 - 02:19:49

    ansioso para saber o que acontece a seguir, adorando a história até o momento

  • greattechsoul Postado em 23/07/2020 - 17:02:41

    História bem interessante até o momento, aguardando os próximos capítulos :D

    • kellsinconnors29_ Postado em 23/07/2020 - 19:28:52

      Fico feliz que esteja gostando, é bom saber que estou indo bem. Atualizarei em breve, obg por comentar!


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