Fanfics Brasil - Capítulo 11 Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada

Fanfic: Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada | Tema: Vondy, Romance


Capítulo: Capítulo 11

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Dulce já engolira humilhação suficiente. Como uma criança mimada, culpava Uckermann pela situação em que se encontrava agora porque ele não desafiara a ordem do rei. Aquele de quem se diziam as piores coisas devia tê-la recusado, devia ter lutado para manter a própria liberdade. Pela primeira vez na vida, sentia-se derrotada, incapaz de dominar as circunstâncias.


Dulce: Se me der licença, meu lorde. - Não se tratava de uma pergunta, mas de uma declaração. Ela ficou de pé, as mãos cerradas e caídas ao longo do corpo. - O jantar já me foi... suficiente. - Sem esperar resposta, Dulce caminhou na direção em que julgava estar a porta pois a escuridão impenetrável não a deixava ver nada.


Christopher: Cecil! - Ao simples chamado do barão, o servo apa­receu como num passe de mágica, trazendo um castiçal.


Dulce: Vou jantar no salão esta noite - Dulce avisou-o, grata pelo castiçal. A expressão, em geral impassível do pobre-coitado, foi transformada numa máscara de pavor. Bem, talvez Cecil temesse a ira de Uckermann, porém ela não iria se deixar assustar pelo Cavaleiro Vermelho. Se aquele grosseirão tentasse obrigá-la a ficar mais um segundo sequer dentro de seus aposentos sinistros iria se arrepender amargamente, pois sentia-se preparada para resistir e lutar com todas as forças.


Esforçando-se para manter o controle, Dulce começou a descer as escadas sabendo que deveria parecer tran­quila quando enfrentasse a pequena multidão que a essa hora já devia estar jantando no salão. Como a nova cas­telã de Dunmurrow, precisava agir de acordo com a po­sição, não importando o quanto o fato a desgostava. Er­guendo a cabeça, assumiu um ar confiante, determinada a jantar na companhia daqueles que moravam e traba­lhavam no castelo. Nem que lhe custasse a última gota de sangue, desempenharia o papel de noiva feliz. A mu­lher desesperada ficaria trancada a sete chaves.


Emergindo das sombras, ela sentia-se em seu elemento natural. Senhora do castelo sempre fora uma atribuição que soubera exercer com facilidade, desde menina. Porém ao entrar no salão, o chão pareceu fugir sob seus pés. Por um instante permaneceu imóvel, sem conseguir acre­ditar nos próprios olhos. Então inspirou fundo, como se engolisse um soluço diante da visão fantasmagórica.


Não havia sinal de damas ou cavaleiros ao redor das mesas vazias. Não havia servos indo e vinda da cozinha, nem aldeões procurando um lugar onde estender os catres para passar a noite. O salão de Dunmurrow estava de­serto, a escuridão silenciosa lhe parecendo mais amea­çadora do qualquer coisa que jamais enfrentara em toda sua vida. Ela estremeceu, os últimos fios de esperança transformando-se em pó.


Alice a esperava. Sonolenta, encolhida: diante do fogo, uma bandeja vazia sobre a única mesinha disponível.


Alice: Oh, minha lady - a velha senhora exclamou le­vantando-se. - Será que eu cochilei? É muito tarde?


Deixando de lado os planos iniciais de tomar um banho, Dulce resolveu que o melhor seria tentar dormir.


Dulce: Ainda é cedo, mas você está cansada. Pode ir para seu quarto agora.


A criada parecia abatida, as bochechas normalmente rosadas e redondas haviam perdido por completo a cor.


Alice: Talvez eu... eu devesse dormir aqui, no lugar des­tinado ao guarda-roupa - ela sugeriu apontando para o cubículo separado do quarto por uma cortina.


Dulce: Se você está com medo de ir para seu próprio quarto, então pode estender um catre no chão e dormir aqui mesmo.


Alice: Sim, minha lady, por tudo o que há de mais sagrado, estou com medo sim. Tenho medo do que possa me acon­tecer neste lugar sinistro e também do que possa lhe acontecer. - Ela fez uma pausa, como se não soubesse como continuar. Quando voltou a falar, sua voz não pas­sou de um murmúrio tímido. - Você sabe o que deve esperar nesta noite... na noite de núpcias?


Dulce inspirou fundo. Deus, como pudera se esquecer daquilo que a aguardava? Estivera tão ocupada fazendo planos e discutindo com Uckermann que acabara se esquecendo de que seria obrigada a aceitá-lo na cama. O olhar penetrante que lançou à serva fez um rubor intenso voltar às bochechas pálidas. Alice corou até a raiz dos cabelos castanhos, já mesclados de branco.


Alice: Seria obrigação de sua mãe lhe dizer tudo, mas, Deus lhe dê o descanso eterno, como ela não está aqui... Você quer saber?


Dulce acenou com a cabeça, os olhos fixos na criada.


Alice: Quando um homem se casa, adquiri direitos sobre o corpo da esposa, para usá-la como quiser. - Alice estremeceu ao pensar no Cavaleiro Vermelho, forte e feroz, usando o corpo de quem quer que fosse. A ideia lhe causava verdadeiro pavor. Foi com enorme dificuldade que se obrigou a continuar - Você viu o suficiente de seus irmãos para saber que a anatomia masculina é di­ferente da feminina. O homem, se encaixa entre as pernas da mulher para ter prazer. É... doloroso, minha lady, mas você é jovem, resistente, e irá aguentar. Pense que assim poderá ter a semente de um bebê dentro de você. - A serva baixou a cabeça, os olhos marejados de lágri­mas. - Era essa a minha esperança, porém Deus não me deu essa bênção. Entretanto me encarregaram de criá-la, minha lady. Pude vê-la crescer, bela e inteligente. Oh, céus, nunca pensei em vê-la casada com alguém como esse Cavaleiro Vermelho! - Alice começou a se lamentar sobre o destino daquela a quem amava como a uma filha.


Cheia de piedade pelo sofrimento da velha senhora, Dulce abraçou-a com força, procurando consolá-la en­quanto lembrava-se das vezes em que vira os irmãos trocando de roupa. Uckermann era muito mais alto e corpulento do que seus irmãos, portanto aquela parte da anatomia devia ser ainda maior. Só de pensar no barão forçando o membro para dentro de seu corpo sentia-se à beira do pânico. Sim, era jovem e forte, porém...


Quando os soluços de Alice finalmente cessaram, Dulce sorriu esforçando-se para tranquilizá-la.


Dulce: Não fique nervosa. Não estou nem um pouco preo­cupada - mentiu.


As palavras firmes transmitiram um pouco de tran­quilidade à serva.


Alice: Pelo menos não dura mais do que alguns poucos minutos, minha lady. Ou pelo menos não deveria durar. Aquele... aquele demônio pode ter poderes estranhos. Oh, minha lady, temo por sua segurança! Quem sabe o que a fera será capaz de lhe fazer? Você conseguiu dar uma boa olhada no barão? Talvez ele seja igualzinho ao diabo, com chifres e corpo de bode...


Dulce: Ele é apenas um homem - Dulce falou num tom que não admitia discussão, temerosa de que a serva co­meçasse outra vez com a mesma ladainha sobre a estra­nha reputação de Uckermann. Bem no íntimo, não acre­ditava muito que a expressão "apenas um homem" pudesse ser aplicada ao Cavaleiro Vermelho. Contudo não era tola de mencionar suas dúvidas.


Alice: Mas, minha lady, e todas essas histórias que se contam sobre a sede de sangue que ele parece ter, sobre o domínio da magia negra? E se o demônio lançar algum encantamento e obrigá-la a fazer todas as suas vontades?


Dulce: Pare já com isso! Escutar tamanhos absurdos acaba tornando cansativo. - Alice era um doce de pessoa, embora ingênua e às vezes até ignorante. Dulce sentia-se um pouco culpada por não conseguir retribuir a afeição que a velha senhora lhe dedicava com igual in­tensidade. - Vá descansar. - sugeriu baixinho, procu­rando acalmar a serva que retorcia as mãos aflita.


Alice: Bem, minha lady, vou ficar por perto. - Alice não conseguia disfarçar a profunda apreensão, os olhos es­tavam tão arregalados que pareciam querer saltar das órbitas. - Se você gritar, venho correndo acudi-la.


Dulce sorriu amarga, sabendo que mesmo a força conjunta de duas mulheres jamais seria suficiente para conter um guerreiro, especialmente alguém da estatura do Cavaleiro Vermelho.


Dulce: E o que você fará, minha aia?


Alice pensou durante uns poucos segundos, então er­gueu o queixo determinada.


Alice: Posso bater na cabeça dele com alguma coisa!


Dulce: E depois o quê?


Alice: Depois fugiremos para bem longe, minha lady! ­- ela respondeu ansiosa. - Fugiremos deste castelo sinis­tro e ficaremos livres do demônio para sempre!


Dulce: Seremos duas mulheres sozinhas, perdidas numa região que não conhecemos, no auge do inverno. Para onde iremos? Você não vê que não há escapatória?


Alice: Podemos procurar refúgio no convento mais próximo!


Dulce abraçou a serva com carinho, não querendo destruir quaisquer sonhos que ainda pudessem confor­tá-la. Por outro lado a ideia de assassinar o marido com certeza não seria aceita de bom grado pelo rei.


Dulce: Leve seu catre para o aposento ao lado e procure descansar, dormir. Tenho certeza de que tudo parecerá menos sombrio amanhã de manhã.


Tão logo Alice saiu, Dulce acendeu a lareira. Apesar de suas palavras corajosas, precisava afastar a escuridão de qualquer modo e todas as velas que Cecil lhe dera foram usadas, especialmente perto da cama. Por fim, ti­rou a roupa e deitou-se. Recostada nos travesseiros, aguardou a chegada de Uckermann.


O tempo pareceu se arrastar com uma lentidão espirante e Dulce desejou não ter se apressado tanto em sair dos aposentos do Cavaleiro Vermelho. Pelo menos se o jantar tivesse sido prolongado por mais algumas horas, o inevitável também seria adiado tanto quanto possível.


Esforçando-se para manter a calma, ela procurava se convencer de que os temores de Alice não passavam de fantasias absurdas, sem qualquer fundamento. Seu ma­rido não era demônio algum, mas apenas um homem, um ser humano comum, de carne e osso. Entretanto o pensamento de nada servia para tranquilizá-la porque estava à mercê de um desconhecido, alguém de quem sequer vira o rosto.


Além de tudo, ele não a queria como esposa. O fato a deixava à beira do pânico. Ela sabia que Uckermann estava furioso por ter sido escolhido e obrigado a aceitar uma imposição do rei. E se o Cavaleiro Vermelho deci­disse demonstrar toda a sua irritação durante a noite de núpcias submetendo-a ao pior tratamento possível? Agora que o momento do acerto de contas estava próximo, Dulce desejava não ter discutido tanto durante o jan­tar... ou abandonado os aposentos do barão de forma tão brusca e mal-educada. Suas atitudes impensadas com certeza serviram apenas para aumentar a ira do senhor do castelo.


Enquanto a noite se estendia, Dulce pedia a Deus que Uckermann viesse logo para dar um fim àquela expectativa angustiante. Já não aguentava mais aguardar. Contudo ele demorava, fazendo-a imaginar as coisas mais terríveis capazes de acontecer entre um casal quan­do fechado entre quatro paredes. Preferia não ter per­mitido que Alice dormisse no cubículo ao lado porque a presença da serva era um lembrete constante da sua decisão.


Seja lá o que acontecesse, não deveria gritar e muito menos pedir socorro.


 


Continua....



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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • anne_mx Postado em 26/07/2020 - 04:04:22

    Poxaaa, não acredito que já acabou, que fanfic incrível, amei a história de amor e superação do casal Vondy, que coisa mais linda eles terem tido uma filha e amei o Christopher vendo o veado branco, ainnn uma pena que já tenha chegado ao fim, obrigada por essa história tão linda, você nos conquistou através dela, te acompanharei não segunda temporada Delena com certeza, beijinhosss e parabéns, você arrasou <3

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:05:29

    Não acredito no quanto esse Gilbert é covarde, amo os cachorrinhos protegendo a Dul, pô Glenna tinha que aparecer justo naquele momento? Tadinha da Dul, como será que ela vai sair dessa? Espero que o Christopher tenha previsto isso e salve-a, continuaaa, tô aqui angustiada, deveria ser pecado escrever esses capítulos e não ter a continuacão kkkkkkkk <3

    • delenavondy Postado em 25/07/2020 - 20:12:57

      Esse Gilbert é muito covarde...kkkkk Vc vai ver quando ele ficar frente a frente com o Cavaleiro Vermelho. Sobre a Dulce ela vai ter uma ajudinha de uma pessoa só lendo pra saber...kkkkk Continuando....

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:03:32

    MEU DEUSSSS, A DUL TÁ GRÁVIDAAAA, eu sabia que ela ia estar gravidissima quando ele voltasse, amo a velhinha feiticeira, ela é até boazinha vai <3

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:02:06

    Meu Deus, que angústia ver ele indo lutar por ela e Belvry e ela sem poder fazer nada tadinha, meu coracão chega ficou pequenininho de ver o sofrimento deles dois, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:20:08

    ALELUIA, a visão dele voltou, achei tão fofo a Dul chorando, esses dois merecem ser tão felizes, essa se tornou sem dúvidas uma das minhas favoritas, continuaaa, amei o Poncho jurando que sabia de tudo mas não sabia de nada tadinho kkkkkkkkkkkk <3

    • delenavondy Postado em 24/07/2020 - 23:43:24

      O Poncho sabe de nada inocente...kkkkk Continuando....

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:18:57

    MEU DEUSSSS, Alice vai casar com Pasquaaaa, que fofenhoooo, espero que eles facam uma boa viagem e tudo fique bem <3

    • delenavondy Postado em 24/07/2020 - 23:42:12

      Sim muito fofo os dois <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:32:09

    Ai minha paciência viu? P esses machos que não aceitam um NÃO na cara, tenha a santa paciência Senhor! Quero só ver quando ele descobrir quem o Cavaleiro Vermelho é de verdade KKKKKKKK ai ai Gilbertizinho, eu contava os dias de vida pq ele morresse não ia ser nada estranho, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:24:31

    Não acredito que ele tá voltando a enxergar AAAAAAAA que felicidade! Só quero que ele consiga ver ela, vai ser tão emocionante quando isso acontecer pela primeira vez cara! Quero ver eles dois juntinhosss e com um baby Saviñón Uckermann a caminho, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:22:56

    Fiquei tão orgulhosa dele quando ele salvou ela <3 Esse veado branco realmente trouxe muuuitaaaa sorte pra eles dois <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:22:25

    Ainnn que coisa mais linda, tô muito apaixonada neles dois! Dulce, meu Deus, QUE MULHER viu? Revolucionou a vida dele pra melhor claro <3


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