Fanfics Brasil - Capítulo 30 Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada

Fanfic: Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada | Tema: Vondy, Romance


Capítulo: Capítulo 30

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Alice: Oh, é mesmo? - a serva indagou irônica. - É melhor ter cuidado com as palavras e com a maneira como se dirige a mim, meu senhor, ou será posto desta porta para fora, esteja certo. Não sou de brincadeira.


Pasqua: Não me venha com essa história, quando você sabe perfeitamente o quanto sentiria minha falta, em especial durante as longas noites frias de inverno...


Dulce ficou atenta, certa de que Alice passaria um sermão furioso no atrevido. Porém a resposta da criada não passou de um resmungo pouco entusiasmado.


Alice: Como se você pudesse me proteger. Quase sequer tem carne sobre esses velhos ossos.


Pasqua recostou-se na cadeira, sorrindo de uma orelha à outra e parecendo muito à vontade com o desenrolar do diálogo.


Pasqua: É, mas tenho carne suficiente onde interessa, não é, Alicezinha?


Alice: Não vou ficar aqui parada, ouvindo essa conversa indecente. Especialmente na presença da minha lady.


Dulce retribuiu o sorriso do soldado. Os cabelos bran­cos do homem deixavam claro que ele já havia passado da idade de se preocupar com o efeito que suas palavras pudessem ter sobre terceiros.


Pasqua: Minha lady tem o jeito de uma mulher bem amada - respondeu Pasqua. - O que não é de se estranhar, considerando o tamanho do marido. Não creio que ela ficará ofendida com a troca de algumas palavras entre você e eu. - Enquanto Dulce tentava não corar ao ouvir o comentário, a criada levantou-se decidida. - Es­pere, ainda não terminei minha refeição - Pasqua pro­testou.


Alice: Você tanto pode ir como ficar, porque não me im­porto a mínima.


Terminando de engolir um bocado generoso de comida e agarrando um pedaço de pão com as mãos, o soldado saiu quase correndo atrás de Alice, como um cachorrinho seguindo o dono.


Fascinada, Dulce observou o casal se afastar. Alice parecia caminhar de maneira diferente, um ondular sua­ve nos quadris. Desde a morte do marido, ela jamais se envolvera com homem nenhum. Será que aquela impli­cância com o soldado não passava de encenação, uma fachada para disfarçar sentimentos mais profundos? Se­ria ótimo, um verdadeiro alívio. Talvez com alguma coisa, ou alguém, para mantê-la ocupada, finalmente acabaria aceitando a nova vida em Dunmurrow.


A ideia a fez pensar na sua própria mudança de ati­tude. Depois da noite anterior já não podia considerar o castelo como uma residência temporária. Estava ali para ficar. Os planos para anular o casamento esquecidos no calor dos braços do marido.


A verdade é que desejava assumir a posição de esposa de Christopher em todos os sentidos, de todas as maneiras pos­síveis, mesmo sabendo que a relação dos dois provavel­mente nunca seria tranquila e relaxada. Suspeitava que Uckermann jamais se sentaria ao seu lado na mesa do salão principal ou a acompanharia em passeios pelos arredores. .


O Cavaleiro Vermelho continuava envolto numa teia de mistérios, talvez agora mais do que antes, e apesar da paixão que os unia, Dulce sentia-se inquieta no que dizia respeito ao marido. De vários modos ele continuava sendo um completo estranho.


Embora Dulce tivesse passado a tarde inteira entre­tida com inúmeras tarefas, seus pensamentos continua­vam voltando para Christopher e o jantar que deveriam parti­lhar à noite. Por mais que se esforçasse, não conseguia banir a visão do marido amando-a na escuridão do quarto.


Como algo proibido se torna sempre mais desejado, gostava de imaginar aquele corpo musculoso sobre o seu, aquela boca quente e ávida de encontro à sua pele nua, aquelas mãos experientes provocando-a de uma maneira ousada e sensual...


Dulce: Boa noite - ela falou entrando nos aposentos prin­cipais, a voz trêmula de emoção apesar do esforço para manter a calma.


Christopher: Esposa - ele respondeu simplesmente, com um breve aceno de cabeça.


O tom seco de Christopher deixou-a atônita. Não esperava tanta indiferença depois da intimidade que haviam des­frutado juntos. Será que seria sempre assim? Encontra­rem-se apenas durante as refeições sem que nada de­monstrasse a mudança ocorrida no relacionamento de ambos? Ou talvez não houvesse ocorrido mudança algu­ma. A noite anterior poderia não ter representado nada para Christopher, exceto o desempenho de um dever para tor­ná-la sua esposa de fato.


Perturbada com a possibilidade, Dulce comeu em silêncio. Entretanto a cada vez que seus dentes se fe­chavam sobre uma fatia de carne não conseguia pensar em mais nada a não ser nas mordidas delicadas que o marido espalhara sobre seu corpo nu. Ainda bem que a escuridão do quarto impedia Uckermann de notar o seu rubor...


Christopher: Você está quieta hoje - Christopher falou de repente. ­- Alguma coisa errada?


Ela permaneceu imóvel durante alguns segundos, con­siderando qual resposta deveria dar. Mesmo que a ques­tão envolvendo o aparecimento de Cecil em dois lugares ao mesmo tempo a tivesse atormentado o dia todo, não ousava expor as dúvidas em voz alta. Temia despertara ira do Cavaleiro Vermelho e as explicações que ele poderia lhe dar. Às vezes a ignorância dos fatos acaba nos protegendo de um mal maior. Também não tinha coragem de falar sobre as sombras eternas que pairavam sobre os aposentos principais muito menos sobre o de­sejo incessante que sentia pelo marido.


Dulce: Não há nada de errado comigo, meu lorde.


Christopher resmungou qualquer coisa e os dois continuaram comendo em silêncio. Dulce procurava desesperadamente um sinal de que aquela figura distante e impessoal do outro lado da mesa fosse o amante ardente e carinhoso que a procurara na noite anterior.


Christopher: Espero que você não esteja esperando por Alfonso.


Dulce: Não - ela retrucou cautelosa. - Cecil me disse que o vassalo partiu esta manhã bem cedo... - Silêncio. - Você acha justo mandá-lo embora tão depressa... .es­pecialmente quando o Natal se aproxima?


Christopher: Então você já sente falta dele? - A voz de Uckermann soava baixa e ameaçadora, fazendo-a pensar nos boatos que o cercavam. O Cavaleiro Vermelho era famoso por sua selvageria nas batalhas e pela força física extraordinária. As mesmas mãos que a tinham acariciado poderiam fazê-la parar de respirar com facilidade...


Dulce: Sinto falta da companhia, não do homem.


A reação de Christopher, um resmungo entre os dentes, deixou claro que ele continuava com ciúmes do vassalo. Dulce sorriu satisfeita. Talvez, no final da contas, ontem à noite não fora apenas uma questão de cumprir o dever marital. Talvez o marido a desejasse agora, tanto quanto ela o desejava... Me possua, pensou apaixonada. Me possua neste instante, sobre o tapete, sobre a mesa, em qualquer lugar... Bem que tentou dizer as palavras em voz. alta, porém faltou-lhe coragem. .


Christopher: Você já não tem companhia... suficiente? Não bas­tam Alice, Cecil e os novos servos trazidos da aldeia? Sem contar os aldeões que pretende conquistar com a simpatia de castelã nata. Meu salão principal já não tem um movimento adequado? Para que mais gente espa­lhando-se pelos corredores?


Dulce: Sim - Dulce respondeu baixinho, sabendo que a presença de nenhuma daquelas pessoas poderia satisfa­zê-la. Era a companhia do marido que desejava, era a atenção dele que procurava. A ideia lhe parecia até absurda porque sempre fora um tipo independente, capaz de apreciar a solidão e jamais precisara de alguém Mas não é a mesma coisa - retrucou afinal. - E podem discutir assuntos variados, nem sabem ler ou jogar xadrez. Tampouco sabem caçar...


Somente depois de terminar de falar foi que Dulce se deu conta do que dissera. Muitas daquelas atividades exigiam luz, portanto Christopher não podia realizá-las enquan­to permanecesse trancado na escuridão. Sem que tivesse intenção de magoá-lo, acabara colocando o Cavaleiro Vermelho na mesma categoria dos ignorantes ou aldeões sem instrução. Ansiosa para corrigir o erro antes que o marido explodisse num acesso de fúria, apressou-se com­pletar conciliatória:


Dulce: Talvez você pudesse sair comigo um dia desses.


Christopher: Não!


Dulce: Por que não? - ela implorou suspirando. - Porque devemos sempre nos encontrar cercados pelas som­bras? Eu sei que você não é o demônio que se esforça para fazer os outros acreditarem que é.


Christopher: Tem certeza disso? - A voz dura de Christopher trazia uma ameaça embutida. Trêmula, Dulce levantou-se, disposta a sair dali. - Onde você vai? - ele indagou secamente.


Dulce: Quando você tenta me irritar ou amedrontar perco toda a vontade de permanecer na sua companhia - ­ela respondeu altiva, erguendo a cabeça num gesto de desafio.


Christopher: Talvez você deseje a companhia de outro?


Dulce: Talvez se eu o visse mais, não me sentiria tão so­zinha, meu marido! - Dulce falou entre os dentes.


Christopher: Você sente a minha falta tanto assim?


Apesar de perceber a ironia e o deboche da pergunta, deixou os sentimentos virem à tona.


Dulce: Sim. E se você prestasse mesmo atenção em mim, saberia o quanto isto é verdade. Foi um prazer ontem, poder passear por suas terras, poder apreciar os arredores de Dunmurrow. Por que não podemos cavalgar juntos? Eu gostaria de lhe mostrar os planos que andei fazendo para a leiteria. A floresta é linda e tem uma cascata bem no meio das...


Christopher: Chega - Christopher cortou-a decidido. - Não me fale sobre o que não pode ser, não me fale sobre o impossível.


Dulce: Mas por quê? Por quê? - Dulce insistiu exaspe­rada. - Sou sua esposa! Será que você não pode me explicar que motivo é esse que o mantém na escuridão?


Christopher: Minha esposa! Uma donzela arrogante, sobre quem eu nunca havia posto os olhos antes, invade meu castelo e exige que sua despose do dia para a noite! E você quer que eu confie nela? - Ele riu, o som breve destituído de humor. Havia apenas uma enorme amargura.


Dulce permaneceu imóvel alguns segundos, atordoa­da pelo sarcasmo capaz de feri-la com a frieza do aço. Como é que pudera pensar que o amava? Tinha ódio de si mesma por imaginar tamanho absurdo.


Agarrando-se a um resto de orgulho, cruzou os apo­sentos com passadas largas e saiu, batendo a porta com força.



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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • anne_mx Postado em 26/07/2020 - 04:04:22

    Poxaaa, não acredito que já acabou, que fanfic incrível, amei a história de amor e superação do casal Vondy, que coisa mais linda eles terem tido uma filha e amei o Christopher vendo o veado branco, ainnn uma pena que já tenha chegado ao fim, obrigada por essa história tão linda, você nos conquistou através dela, te acompanharei não segunda temporada Delena com certeza, beijinhosss e parabéns, você arrasou <3

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:05:29

    Não acredito no quanto esse Gilbert é covarde, amo os cachorrinhos protegendo a Dul, pô Glenna tinha que aparecer justo naquele momento? Tadinha da Dul, como será que ela vai sair dessa? Espero que o Christopher tenha previsto isso e salve-a, continuaaa, tô aqui angustiada, deveria ser pecado escrever esses capítulos e não ter a continuacão kkkkkkkk <3

    • delenavondy Postado em 25/07/2020 - 20:12:57

      Esse Gilbert é muito covarde...kkkkk Vc vai ver quando ele ficar frente a frente com o Cavaleiro Vermelho. Sobre a Dulce ela vai ter uma ajudinha de uma pessoa só lendo pra saber...kkkkk Continuando....

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:03:32

    MEU DEUSSSS, A DUL TÁ GRÁVIDAAAA, eu sabia que ela ia estar gravidissima quando ele voltasse, amo a velhinha feiticeira, ela é até boazinha vai <3

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:02:06

    Meu Deus, que angústia ver ele indo lutar por ela e Belvry e ela sem poder fazer nada tadinha, meu coracão chega ficou pequenininho de ver o sofrimento deles dois, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:20:08

    ALELUIA, a visão dele voltou, achei tão fofo a Dul chorando, esses dois merecem ser tão felizes, essa se tornou sem dúvidas uma das minhas favoritas, continuaaa, amei o Poncho jurando que sabia de tudo mas não sabia de nada tadinho kkkkkkkkkkkk <3

    • delenavondy Postado em 24/07/2020 - 23:43:24

      O Poncho sabe de nada inocente...kkkkk Continuando....

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:18:57

    MEU DEUSSSS, Alice vai casar com Pasquaaaa, que fofenhoooo, espero que eles facam uma boa viagem e tudo fique bem <3

    • delenavondy Postado em 24/07/2020 - 23:42:12

      Sim muito fofo os dois <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:32:09

    Ai minha paciência viu? P esses machos que não aceitam um NÃO na cara, tenha a santa paciência Senhor! Quero só ver quando ele descobrir quem o Cavaleiro Vermelho é de verdade KKKKKKKK ai ai Gilbertizinho, eu contava os dias de vida pq ele morresse não ia ser nada estranho, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:24:31

    Não acredito que ele tá voltando a enxergar AAAAAAAA que felicidade! Só quero que ele consiga ver ela, vai ser tão emocionante quando isso acontecer pela primeira vez cara! Quero ver eles dois juntinhosss e com um baby Saviñón Uckermann a caminho, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:22:56

    Fiquei tão orgulhosa dele quando ele salvou ela <3 Esse veado branco realmente trouxe muuuitaaaa sorte pra eles dois <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:22:25

    Ainnn que coisa mais linda, tô muito apaixonada neles dois! Dulce, meu Deus, QUE MULHER viu? Revolucionou a vida dele pra melhor claro <3


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