Fanfic: Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada | Tema: Vondy, Romance

Christopher: Não é uma notícia interessante? - Quando Bene­dict, que dava a impressão de padecer de um desconforto supremo nada respondeu, Christopher continuou. - Nosso inimigo pretende atacar Belvry ou Dunmurrow?

Dulce demorou um pouco até perceber onde o marido queria chegar.

Dulce: Entendo o seu ponto de vista, meu lorde. Talvez aquele verme covarde esteja planejando atrai-lo para fora daqui com a intenção de tomar Dunmurrow na sua ausência. Um plano assim é bem de acordo com a perso­nalidade de Gilbert- ela comentou.

Christopher: O que você acha que o homem deseja mais, Belvry ou Dulce? - Uckermann perguntou a Benedict.

O rapaz não respondeu de imediato. Levou alguns se­gundos pesando a pergunta e procurando respondê-la da forma mais objetiva possível.

Benedict: Gilbert deseja minha lady, sim, pode estar certo disso. Mas ele sempre ambicionou possuir Belvry, pois as terras dos Salvatore são muito mais prósperas, além do número de empregados para trabalhar no plantio ser maior também. Ele já se apossou de uma das mansões da propriedade e, na minha opinião, não sossegará até se apossar de todas.

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Dulce acompanhou Benedict até os estábulos para se despedir. O rapaz parecia mais tranquilo agora, depois de receber instruções de Christopher sobre a maneira como o administrador de Belvry devia agir no que dizia respeito às ameaças de Gilbert. Era difícil não ter fé no Cavaleiro Vermelho, Dulce pensou vendo o jovem se afastar, o sorriso de encorajamento desaparecendo tão logo se viu sozinha. Como gostaria de adiar o momento de voltar para o lado do marido.

Se ela chorasse sobre a perda do lar iria apenas deixar Christopher ainda mais frustrado e atingido na sua virilidade pela incapacidade de protegê-la. Lembrava-se muito bem daquela noite em que Uckermann se julgara menos do que um homem e, fora de si, fora para o pátio no meio da noite e extravasara toda a ira e revolta que o consumia.

Finalmente o anoitecer obrigou-a a entrar. Chamando-se de covarde, resolveu enfrentar a fúria do marido. Surpresa, descobriu que os aposentos principais estavam iluminados por vários castiçais e Cecil servia o jantar, como sempre.

Christopher: Mandei chamar Alfonso - Christopher falou sem preâmbulos. - Preciso consultar meu vassalo antes, mas acho que terei que dividir minhas forças. Talvez Alfonso deva levar a maioria dos homens para Belvry. Uma demonstração de poderio provavelmente fará Gilbert hesitar antes de cometer alguma tolice.

Dulce inspirou fundo, os olhos fixos no marido. Ele estava sentado à mesa, o corpo enorme e musculoso parecendo dominar o ambiente inteiro, o rosto sério e inteligente fazendo jus à lenda que se criara em torno do Cavaleiro Vermelho.

Dulce: Por acaso você está pretendendo desafiar Gilbert?

Christopher: Não, mas tampouco pretendo deixar que aquele co­varde se apodere de Belvry. - Christopher olhou na direção da mulher, como se a avaliasse. - Você pensou que eu não faria nada? Que não tomaria nenhuma atitude?

Dulce: Não! Claro que não! - ela mentiu, enrubescendo até a raiz dos cabelos. Deus sabia como preferia não enfurecê-lo. - Mas você tem homens suficientes?

Christopher: Uma vez que Benedict não foi capaz de me dar informações detalhadas sobre as forças de Gilbert, não posso lhe responder já. Certamente não tenho tantos ho­mens quanto gostaria, porém Dunmurrow jamais esteve sob qualquer tipo de ameaça antes. Creio que será pos­sível enfrentar o desafio.

Um profundo sentimento de culpa percorreu-a de alto a baixo. Embora Christopher não a acusasse de nada, ela sabia muito bem que a culpa era sua. Se não fosse por causa dela, Dunmurrow não estaria em perigo. Se não fosse por causa dela, Uckermann teria sido deixado em paz... Angustiada, Dulce levantou-se e caminhou na direção da lareira.

Dulce: Talvez deveríamos permitir que ele fique com tudo - Dulce falou com delicadeza.

Christopher: O quê? - Assombrado com o que acabara de ouvir, Christopher concluiu que não escutara bem.

Dulce: Talvez deveríamos deixar que Gilbert se apodere de Belvry - ela repetiu, fitando-o. A fúria estampada no rosto do barão assustou-a. - Belvry não significa nada para mim agora. Minha vida é aqui em Dunmurrow. Ao seu lado.

A raiva desapareceu do rosto de Uckermann.

Christopher: Dulce... minha esposa.

Obedecendo ao chamado implícito, ela se entregou aos braços fortes e aconchegou-se ao peito largo, procurando proteção e conforto. Toda a fortaleza que se vira obrigada a representar durante o dia ameaçou ruir na doçura da­quele abraço. Tinha vontade de chorar pelo antigo lar, pela culpa em relação ao marido e pela alegria que a nova vida lhe dera. Uma alegria que acabara de ser posta a prêmio.

Christopher: Se eu não fizer nada será ainda pior - Christopher mur­murou apertando-a de encontro ao coração. - Mas se eu mostrar que não aceitaremos provocações, talvez o verme se encolha outra vez dentro da própria toca.

Dulce sorriu, notando que o marido já havia enten­dido a personalidade covarde e sem escrúpulos de Gilbert.

Christopher: Não tenha medo, querida. Só porque meus homens não estão aquartelados aqui isso não significa que não tenha um número suficiente de soldados. Eles seguem Alfonso agora. - Havia uma nota de amargura no comentário. - E Alfonso vai aonde eu o mandar. Meu vassalo levará adiante a lenda do Cavaleiro Vermelho, mantendo-a viva e atual. Talvez isso seja o bastante para desencorajar nossos inimigos.

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Alfonso chegou alguns dias depois liderando o exército do barão Uckermann. Ao ver tantos e tantos home acampados do lado de fora do castelo, Dulce experimentou, pela primeira vez desde as notícias sobre ameaças de Gilbert, uma sensação de segurança e tranquilidade. Com certeza esse número expressivo de soldados seria suficiente para fazer seu vizinho mudar ideia porque, apesar das bravatas, Gilbert não passa de um covarde.

Christopher e seu vassalo passaram a tarde inteira conversando e traçando estratégias para um possível ataque. Enquanto isso, Dulce cuidou para que todos os soldados tivessem onde dormir e o que comer. Tanto serviço a fez perder a noção de tempo e quando Cecil veio chamá-la para jantar, a refeição já havia sido servida.

Dulce: Boa noite, meu lorde - Dulce falou, apreciando a claridade e o calor vindos dos castiçais. Era tão bom poder enxergar a própria comida! Lá estava o vassalo, parecendo exausto depois da longa jornada. - Alfonso, é um prazer vê-lo outra vez.

Alfonso: Minha lady. - Dando dois passos na direção da Dulce, ele tomou as mãos delicadas entre as suas. ­- É quase impossível, mas tenho a impressão que você se tornou ainda mais bela durante a minha ausência.

Dulce: Obrigada. - Apesar do sorriso gentil, Dulce ime­diatamente retirou as mãos. - E você se tornou ainda mais eloquente.

Dulce riu e aproximou-se do marido, temendo despertar ciúmes desnecessários. No mesmo instante Christopher passou um braço ao redor da cintura delicada, num gesto obviamente possessivo.

Alfonso não ficou nem um pouco surpreso com o compor­tamento do barão. Apenas sorriu de maneira conspiratória.

Alfonso: Presumo que vocês dois tenham ajeitado as coisas de maneira satisfatória para ambas as partes. Está tudo as claras agora?

Christopher: O quê? - Christopher parecia não compreender as insi­nuações do vassalo.

Alfonso: Estou falando sobre o casamento de vocês. Todo mundo percebia que se tratava de um casamento de amor. Por que aquela encenação antes? Quase caí na risada quando vocês dois tentaram me convencer de que não se conheciam e que o casamento fora arranjado por Edward. Qual o motivo do segredo? - Quando Dulce e Christopher o fitaram aparentando nada entender, Alfonso balan­çou a cabeça como se estivesse enfrentando pessoas tei­mosas. - Algum dia, quando eu conseguir descobrir toda a história, aposto que terá algo a ver com o asqueroso desse Gilbert.

Sorrindo, Alfonso concluiu:

Alfonso: Vocês não podiam me enganar por mais que tentassem, porque eu sabia que nenhuma mulher em seu juízo perfeito iria escolher um homem com a reputação de Uckermann, a menos que o conhecesse bem.

Dulce fitou o vassalo por alguns instantes e depois começou a rir, incontrolavelmente, enquanto o som das risadas de Christopher enchiam o quarto também.