Fanfics Brasil - Capítulo 62 Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada

Fanfic: Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada | Tema: Vondy, Romance


Capítulo: Capítulo 62

522 visualizações Denunciar


Com o coração batendo descompassado no peito, galo­pou na direção da liberdade. Só precisava não despertar atenção dos soldados.


Quando começava a pensar que estava segura enfim, o barulho de cascos logo atrás.


****: Pare! - alguém gritou. Imediatamente Dulce obe­deceu, incapaz de arriscar a vida do bebê e a sua própria na tentativa de ganhar a liberdade. Inspirando fundo, virou-se para encarar o novo adversário, pois Gilbert não levara a melhor.


Claro que estava satisfeita por ter se livrado do barão, contudo não sabia quem eram esses homens e nem por que haviam atacado Gilbert. Ao fitar o rosto cruel de seu captor, temeu haver caído em mãos ainda mais pe­rigosas do que as anteriores.


****: É uma mulher! - o soldado avisou aos companhei­ros, e Dulce rezou para que estivessem a serviço de Christopher, Pelo menos seria bem guardada até a chegada do marido. Deveria dizer seu nome ou essa informação le­varia os soldados a pedir um resgate?


****: Traga-a aqui - gritou uma outra voz.


Ela tentou enxergar o homem que acabara de falar, pois obviamente tratava-se do líder, porém nada conseguiu ver além das costas. Procurando manter a calma, preparou-se para enfrentar o desconhecido. Ao se apro­ximar, notou que se tratava de um homem mais alto e mais musculoso do que Gilbert. Então ele se virou e ficou imóvel, olhando-a como se tivesse acabado de deparar com um fantasma.


****: Meu Deus... - o cavaleiro murmurou.


Enquanto Dulce pensava numa maneira de responder àquele estranho cumprimento, o desconhecido já estava dando ordens.


****: Livrem-na da mordaça!


Aquela voz lhe parecia vagamente familiar e tinha quase certeza de que já a ouvira. Porém antes que tivesse tempo de apelar para a memória o trapo estava sendo tirado da sua boca. No mesmo instante passou a língua pelos lábios ressequidos.


****: Dulce! Você não está me reconhecendo? - Então o homem tirou o elmo, expondo a massa de cabelos escuros. Ela fitou o rosto masculino e começou a escorregar pela montaria, desmaiada.


Se não fosse pela agilidade do soldado ao seu lado teria caído no chão. Inconsciente, Dulce não se da conta de que aquelas mãos enormes a seguravam com delicadeza e ao voltar a si deixou escapar um grito de pavor, sentindo-se ameaçada pela expressão que julgava feroz. Entretanto a criatura sorriu, como se estivesse acostumado a segurar mulheres aos berros.


****: Dulce! Sou eu, Damon, seu irmão - alguém falou secamente. Desviando o olhar do rosto do soldado, Dulce tornou a fitar o líder, como se não pudesse se convencer da realidade. Ela gemeu, certa de que estava frente a frente com um homem morto.


Damon: Você está bem? - Damon indagou impaciente parecendo mais irritado do que preocupado. Fazia muito tempo que não se viam, porém Dulce reconhecia o tom autoritário dos machos da sua família. - O que você estava fazendo na companhia daquele canalha do Gilbert? E o que ele quis dizer quando afirmou que esta terras lhe pertenciam?


Convencendo-se de que o fantasma não tinha intenção de deixá-la em paz, ela ergueu os olhos e fitou-o com atenção. Sim, era mesmo seu irmão. Tão alto e com cabelos tão escuros quanto o pai de ambos.


Ninguém teria suspeitado de que eram irmãos, entretanto uma análise mais demorada logo revelaria as se­melhanças dos traços fisionômicos. Damon era muito bonito para um homem, aliás um detalhe que ele odiara desde a infância. Passara anos e anos brigando com os outros dois irmãos por causa da sua bela aparência, sempre motivo de piadinhas. Será que aquela beleza toda se fora ou então apenas se transformara, endurecida pelas experiências difíceis impostas pela vida? Sob a luz do entardecer, ele dava a impressão de ter envelhecido muito mais do que era de se esperar naqueles cinco anos em que não se viam.


Dulce: Mas você está morto - ela murmurou.


Se Dulce esperava uma reação de surpresa ao seu pronunciamento, enganou-se redondamente.


Damon: Sim, eu sei. É uma longa história, irmã, e a noite se aproxima. Agora me diga, para onde Gilbert está indo?


Dulce: Para o inferno, espero.


Damon: Dulce!


A firmeza da voz finalmente obrigou-a a sentar-se ereta na sela que ainda dividia com o soldado que a impedira de cair no chão ao desmaiar..


Dulce: Gilbert desapareceu? - ela indagou.


Damon: Sim. O covarde fugiu, como era de se esperar. Mas não me escapará. Você tem ideia para onde o canalha possa ter ido?


Dulce: Não sei. Gilbert não me disse nada. Presumi que tivéssemos indo para o castelo dele, embora agisse como se agora Belvry lhe pertencesse.


Damon: E Belvry lhe pertence? - A voz de Damon era tão cheia de ódio que Dulce quase não a reconheceu.


Dulce: Outra vez, não sei como lhe responder. Gilbert me sequestrou de Dunmurrow, depois de forçar meu ma­rido a se afastar, desafiando-o para um combate que nun­ca ocorreu.


Damon: Seu marido? - Damon apertou os olhos, como se notícia o surpreendesse, o que a desagradou um pouco. - Então você se casou?


Dulce: Sim. Meu marido é o barão Uckermann, chamado por muitos de Cavaleiro Vermelho. Já ouviu falar dele?


Damon: Não, mas estive fora muito tempo... - Damon falou secamente, balançando a cabeça de um lado para o outro. - Tempo demais.


Dulce: Então é por isso que você disse que estas terras pertencem aos Salvatore - ela murmurou quase que para si mesma, dando-se conta, enfim, da verdade. Se o seu irmão estava vivo, a disputa pela posse de Belvry não mais envolvia Christopher. E não apenas isso... A existência um irmão, um Salvatore para levar adiante o sobrenome do pai e proteger a propriedade, a teria desobrigado de casar-se!


Tanta coisa poderia ter sido evitada... Entretanto o impossível imaginar uma vida sem Christopher. Sentia-se feliz pelo fato de Damon haver passado anos desaparecido porque não se arrependia nem um pouco do casamento que lhe fora imposto pelas circunstâncias.


Arrependia-se apenas de ter colocado o marido em perigo por causa das terras de seu irmão.


Dulce: Você é o herdeiro legítimo de Belvry - Dulce falou satisfeita.


Damon: Sim. Embora eu não tenha dúvidas de que Gilbert tentará disputar minhas terras. E quanto ao seu marido?


Dulce: Christopher? - Ela teve vontade de rir. - Não, ele é dono de suas próprias terras e nunca ambicionou possuir Belvry. Esta propriedade é sua, meu irmão. Mas primeiro precisamos encontrar meu marido. - Revigorada pela esperança de que seu irmão a ajudaria a encontrar Christopher, Dulce sentiu todo o cansaço desaparecer como por encanto. - Você tem um cavalo para mim?


Damon: Vá buscar um cavalo para minha irmã - Damon ordenou a um dos soldados. - No momento deixamos aquele verme do Gilbert escapulir, mas logo o obrigaremos a sair do buraco onde se meteu e o caçaremos nem que seja até o fim do mundo. Vamos na direção de Chiswill agora, onde o resto de meus homens está acampado.


Dulce: Você tem mais homens? - Dulce indagou assombrada enquanto alguém a ajudava a montar num garanhão negro.


Damon: Sim - Damon explicou. - Tenho soldados fiéis a mim, além de mercenários.


Dulce: Então você sabia que encontraria problemas quando regressasse?


Damon: Sim.


As respostas do irmão eram curtas e desprovidas de qualquer emoção, como sempre. O breve interesse que Damon demonstrara nela desaparecera assim que ficara claro a sua falta de informações a respeito de Gilbert.


Sem que conseguisse evitar, Dulce não pôde deixar de comparar o irmão ao marido. Christopher era um homem capaz de ser descrito com muitos adjetivos, exceto frio. Os dois também eram extremamente bonitos, porém as semelhanças terminavam aí.


*******************************


Dulce não estava muito animada em deixar os lençóis perfumados e a cama macia na mansão de Chiswill. Tanto conforto era uma lembrança agradável de sua vida antiga, como a filha e, herdeira de Fernando Salvatore. Entretanto sabia que Damon pretendia partir cedo e se queria to­mar um bom banho, depois dos dias passados na estrada, precisava se apressar. Era tão estranho pensar que seu irmão estava vivo e que agora, neste mesmo minuto, tran­sitava pelo grande salão, lá embaixo.


Apesar de nunca terem sido muito íntimos, Dulce experimentava um prazer fraternal de sabê-lo de volta além de sentir que lhe fora tirada uma carga dos ombros quanto ao destino de Belvry. Jamais se imaginara dei­xando o antigo lar para trás sem experimentar um certo pesar, porém depois dos novos acontecimentos sentia-se pronta para virar a página do passado sem arrependi­mentos. À beleza e o esplendor de Belvry não mais a seduziam. Nada se comparava ao fascínio e a atração que Christopher exercia sobre ela.


Depois dos dias na companhia de Gilbert, em que era tratada como uma prisioneira comum, um simples banho lhe parecia um verdadeiro luxo e a paz e segurança de Chiswill se tornavam um bem precioso. A mudança operada em seu temperamento era tão significativa que Dulce quase chorou ao descobrir vários de seus velhos vestidos ainda guardados em baús enormes. A última vez que estivera em Chiswill fora no verão de dois atrás.


Passando a mão de leve pelo ventre, ela se deu conta de que estava muito mais feliz agora, apesar de todas as dificuldades que se vira obrigada a enfrentar. Sim, vivera contente antes, ocupada com a administração de Belvry e entretida com mil e um afazeres, porém sempre estivera só. Hoje percebia que se dedicara ao trabalho com tamanho empenho numa tentativa de preencher o vazio interior, um vazio que fora totalmente ocupado pela presença de seu marido.


Inspirando fundo para manter a calma, Dulce rezou pela segurança de Christopher. Só pedia a Deus que o encontrasse vivo e bem de saúde para poder dizer-lhe sobre a criança que estava a caminho.


*******************************


Alguma coisa havia forçado Gilbert a agir, Christopher pen­sou enquanto liderava seus homens ao encontro do exército que se aproximava. Teria sido o sequestro de Dulce? Embora soubesse que precisava considerar essa possibi­lidade, não conseguia suportar a ideia de que a esposa estivesse nas mãos de outro. Tenso, porém controlado, obrigou-se a fixar os pensamentos na batalha iminente. Gilbert finalmente começara a se movimentar e os mo­tivos que o levaram a tomar essa atitude tomavam-se, secundários no momento. Estivera certo quando decidira aguardar, julgando que lhe havia sido preparada uma armadilha. Porque se antes o barão se mantinha às ocul­tas, agora mandava os soldados avançarem com ousadia.


O exército de Gilbert era grande e parecia um opo­nente à altura do seu, Christopher concluiu, arrependendo-se de ter deixado parte de sua tropa em Dunmurrow. Aliás, uma tropa que não fora capaz de proteger sua esposa da chegada do inimigo. A ironia da luta que estava para acontecer não lhe passou despercebida. Iria arriscar a vida de seus homens, e a sua própria também, por causa de um castelo sem qualquer importância enquanto a mulher a quem prezava acima de tudo lhe havia sido roubada. Belvry era insignificante aos seus olhos enquanto Dulce...


Orgulho. Orgulho e honra são frequentemente os cul­pados pela queda de um homem, tanto quanto dão sentido à própria vida. Pela primeira vez arrependia-se de estar marchando para uma batalha. Preferiria estar na floresta de Dunmurrow, cercado de silêncio e beleza, ao lado daquela que lhe trouxera a felicidade.


Enquanto analisava as forças inimigas, Christopher se odiou por ter sido tão cego. Acreditando na ética que rege as lições de um cavaleiro, julgara que Gilbert agiria com igual hombridade. Entretanto o barão se mostrara um covarde destituído de caráter e o atacara pelas costas depois de lançar um desafio direto, obrigando-o a deixar sua casa quase inteiramente desprotegida ao partir para a luta. Porém, por menor que fosse o seu exército em comparação ao adversário, iria enfrentar a batalha até o fim e, por Deus, sairia vencedor. Estava na hora do Cavaleiro Vermelho fazer jus à lenda criada em tomo da sua reputação e suplantar a si mesmo.


Num esforço deliberado, Christopher colocou de lado todos os outros pensamentos e concentrou sua atenção na única coisa que importava no momento: matar, porque a outra alternativa seria morrer.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): delenavondy

Este autor(a) escreve mais 14 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Embora Christopher soubesse que seus homens es­tavam lutando bravamente, Gilbert podia contar com reservas vindas do castelo e um número in­finito de mercenários que os atacavam de todos os flancos. Recuando um pouco para ter uma visão melhor da ba­talha, Christopher ergueu o elmo e limpou a testa, o suor escorrendo sobre os olhos e ensopand ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • anne_mx Postado em 26/07/2020 - 04:04:22

    Poxaaa, não acredito que já acabou, que fanfic incrível, amei a história de amor e superação do casal Vondy, que coisa mais linda eles terem tido uma filha e amei o Christopher vendo o veado branco, ainnn uma pena que já tenha chegado ao fim, obrigada por essa história tão linda, você nos conquistou através dela, te acompanharei não segunda temporada Delena com certeza, beijinhosss e parabéns, você arrasou <3

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:05:29

    Não acredito no quanto esse Gilbert é covarde, amo os cachorrinhos protegendo a Dul, pô Glenna tinha que aparecer justo naquele momento? Tadinha da Dul, como será que ela vai sair dessa? Espero que o Christopher tenha previsto isso e salve-a, continuaaa, tô aqui angustiada, deveria ser pecado escrever esses capítulos e não ter a continuacão kkkkkkkk <3

    • delenavondy Postado em 25/07/2020 - 20:12:57

      Esse Gilbert é muito covarde...kkkkk Vc vai ver quando ele ficar frente a frente com o Cavaleiro Vermelho. Sobre a Dulce ela vai ter uma ajudinha de uma pessoa só lendo pra saber...kkkkk Continuando....

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:03:32

    MEU DEUSSSS, A DUL TÁ GRÁVIDAAAA, eu sabia que ela ia estar gravidissima quando ele voltasse, amo a velhinha feiticeira, ela é até boazinha vai <3

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:02:06

    Meu Deus, que angústia ver ele indo lutar por ela e Belvry e ela sem poder fazer nada tadinha, meu coracão chega ficou pequenininho de ver o sofrimento deles dois, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:20:08

    ALELUIA, a visão dele voltou, achei tão fofo a Dul chorando, esses dois merecem ser tão felizes, essa se tornou sem dúvidas uma das minhas favoritas, continuaaa, amei o Poncho jurando que sabia de tudo mas não sabia de nada tadinho kkkkkkkkkkkk <3

    • delenavondy Postado em 24/07/2020 - 23:43:24

      O Poncho sabe de nada inocente...kkkkk Continuando....

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:18:57

    MEU DEUSSSS, Alice vai casar com Pasquaaaa, que fofenhoooo, espero que eles facam uma boa viagem e tudo fique bem <3

    • delenavondy Postado em 24/07/2020 - 23:42:12

      Sim muito fofo os dois <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:32:09

    Ai minha paciência viu? P esses machos que não aceitam um NÃO na cara, tenha a santa paciência Senhor! Quero só ver quando ele descobrir quem o Cavaleiro Vermelho é de verdade KKKKKKKK ai ai Gilbertizinho, eu contava os dias de vida pq ele morresse não ia ser nada estranho, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:24:31

    Não acredito que ele tá voltando a enxergar AAAAAAAA que felicidade! Só quero que ele consiga ver ela, vai ser tão emocionante quando isso acontecer pela primeira vez cara! Quero ver eles dois juntinhosss e com um baby Saviñón Uckermann a caminho, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:22:56

    Fiquei tão orgulhosa dele quando ele salvou ela <3 Esse veado branco realmente trouxe muuuitaaaa sorte pra eles dois <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:22:25

    Ainnn que coisa mais linda, tô muito apaixonada neles dois! Dulce, meu Deus, QUE MULHER viu? Revolucionou a vida dele pra melhor claro <3


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais