Fanfics Brasil - Capítulo 7 Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada

Fanfic: Bodas de Fogo (Vondy - Adaptação) 1ª temporada | Tema: Vondy, Romance


Capítulo: Capítulo 7

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Embora Dulce estivesse sentada imóvel no quarto, sua mente fervilhava. Ainda dava tempo de fugir. Pre­cisava apenas abrir a porta e escapar daquele castelo amaldiçoado. Considerando a escuridão reinante, seria fácil passar despercebida. Mas o que a aguardava do lado de fora? Seria capaz de convencer os guardas a deixá-la sair? E quanto à ponte levadiça? Dulce praguejou baixinho, de uma maneira muito pouco feminina.


Apesar de ter trabalhado duro, planejado e esquema­tizado à exaustão,estava a um passo de se casar. E não com um algum almofadinha obediente e sim com um homem que sequer expunha a face à luz, um homem que se mantinha distante de todos! Dulce estremeceu violen­tamente, porém procurou reagir. O bruto não iria assustá-la. Também não iria fugir. A dignidade e o orgulho dos Salvatore a manteriam de pé.


Uma batida repentina à porta interrompeu o curso de seus pensamentos. Oh, Deus, a última coisa que queria nesse momento era ser obrigada a ouvir os lamentos de Alice. Precisava concentrar-se em manter o próprio au­tocontrole e não agüentaria ter que consolar a criada também.


Entretanto não era Alice, mas o sempre presente Cecil.


Cecil: Meu lorde a aguarda na capela, minha lady - ele anunciou, uma expressão impenetrável no rosto.


Dulce sentiu um aperto no coração, incapaz de acre­ditar que o tempo havia passado tão depressa. Sua ba­gagem continuava no salão lá embaixo, portanto ainda usava o mesmo vestido que trocara ao acordar. Sequer tinha consigo uma escova para arrumar os cabelos. Por outro lado, nada disso importava. O que aquele bruta­montes do Cavaleiro Vermelho pensava a seu respeito não fazia a menor diferença. Inspirando fundo, levan­tou-se e acompanhou Cecil como se estivesse marchando para a própria execução.


Os dois atravessaram alguns corredores estreitos até que finalmente chegaram à capela. O local estava tão escuro quanto o resto do castelo. Tendo perdido a noção das horas, Dulce não sabia se lá fora já anoitecera, porque com certeza as trevas dentro daquelas paredes não eram naturais, e sim provocadas por um homem.


De queixo erguido, caminhou para o altar tentando não prestar atenção nas poucas pessoas reunidas para assistir à cerimônia. Seria Alice num canto, benzendo-se e choramingando? Teria ouvido alguém murmurar as pa­lavras blasfêmia e adorador do diabo?


Reunindo todas as suas forças, Dulce lutou para manter a serenidade porque apesar da demonstração ex­terior de coragem não estava imune aos efeitos da at­mosfera ameaçadora de Dunmurrow. As sombras perpé­tuas, o odor de mofo e o silêncio pesado, pouco contri­buíam para fazer da capela a casa de Deus. Também os rostos ali reunidos em nada lembravam as fisionomias alegres que costumam enfeitar os casamentos.


Com muita dificuldade, evitou pensar nas palavras de Alice. O fato do Cavaleiro Vermelho apreciar a escuridão não significava que fosse um feiticeiro ou algum tipo de criatura do mal. Afinal já fora obrigada a enfrentar coisas piores na vida do que um punhado de sombras.


Uckermann a aguardava no altar. Uma figura alta e misteriosa ao lado do sacerdote. Ao se aproximar, Dulce tropeçou, sendo imediatamente amparada por uma mão forte, de dedos longos e ágeis. Ela levantou os olhos, buscando enxergar o futuro marido. Porém à escuridão era tão grande que nada pôde ver. Havia qualquer coisa de pagão em casar-se com um homem de quem sequer vira o rosto.


Recusando-se a se deixar intimidar, ela fitou o sacer­dote que, iluminado por um pequeno castiçal, era a única pessoa visível dentro da capela. O homenzinho parecia hesitar em dar início à cerimônia. Na verdade não podia culpá-lo. A escuridão que os cercava parecia uma coisa viva e pulsante, pronta para engolfá-los num vazio absoluto e ameaçador.


Quando Uckermann a tocou de leve, Dulce ficou rígida, a respiração suspensa. Embora soubesse que o contato seria breve, que os dois precisavam se dar as mãos para professar os votos, ainda assim não estava preparada para a experiência. Lutando contra pânico, obrigou-se a relaxar e para sua surpresa, apesar das previsões de Alice, o Cavaleiro Vermelho não possuía garras ou casco. A mão masculina lhe parecia inteiramente normal. Sem que pudesse evi­tar, ela estremeceu.


Entretanto não foi um estremecimento de medo, mas um arrepio de excitação que a percorreu da cabeça aos pés. Surpresa, Dulce não sabia como decifrar aquela emoção estranha, despertada pelo roçar da pele de Uckermann na sua. Jamais sentira algo assim. Seria o seu comportamento inesperado o resultado de algum feitiço? Estaria sob um encantamento lançado pelo Ca­valeiro vermelho?


A possibilidade quase a deixou fora de si. Porém, em vez de se entregar ao pavor cego, procurou se concentrar nas palavras do sacerdote. Percebendo que continuava nervosa, contou até dez. Depois até vinte. Afinal estava longe de ser uma mulher ignorante, capaz de acreditar em magia negra. Por outro lado, era difícil se convencer do contrário quando segurava a mão de um homem en­coberto pela escuridão.


De repente Dulce se convenceu de que encontrara uma explicação lógica para aquela sensação esquisita. Não estava acostumada à proximidade física. Tendo sido criada na companhia de irmãos pouco afetuosos e do pai, de quem sempre mantivera uma distância respeitosa, jamais soubera, ou quisera, externar afeição. Tocar al­guém era algo estranho... e em geral repugnante.


Ainda se lembrava muito bem do barão Rothschilde, um cavaleiro que conhecera na corte. Numa tentativa revoltante de cortejá-la; o homem a pressionara de en­contro à parede e a beijara na boca, os lábios úmidos e nojentos enchendo-a de asco. Dulce o chutara na virilha antes de escapar correndo, mais decidida do que nunca a jamais se submeter a um marido.


Entretanto estava casando-se com um homem infini­tamente mais repulsivo do que Rothschilde. Seria mes­mo? O estranho é que não experimentava nojo agora e sim um prazer desconhecido e inexplicável. Havia algo de assustador no Cavaleiro Vermelho. E algo perturbador também. Isso sim, a inquietava.


Dulce lançou um olhar na direção do cavaleiro ao seu lado cuja alta estatura a fazia sentir-se ainda mais pequenina e indefesa. Fosse por magia ou não, tratava-se de um homem forte e poderoso. A mão que segurava a sua poderia esmagá-la como a uma casca de noz. Como seria hoje a noite? O pensamento era tão apavorante que não ousava deter-se nas implicações.


Você fez a sua cama, agora deite-se nela. As palavras de Uckermann retomaram à sua mente como um aviso. Os dedos longos que mal a tocavam agora, diante do sacerdote, poderiam perder a delicadeza na privacidade do quarto. Enorme e com o rosto escondido pelas sombras, o Cavaleiro Vermelho poderia muito bem ser algum tipo de demônio. Um demônio com quem seria obrigada a deitar-se hoje a noite.


Como se percebesse seu estado crescente de aflição, Uckermann apertou-lhe a mão com firmeza. Absorven­do o poder que emanava daquela figura sólida, Dulce teve forças para reunir um resto de coragem e acompa­nhar a cerimônia até o fim.


Embora tivesse a impressão que o barão lhe transmi­tira calma e confiança no momento em mais precisara, ela ficou aliviada quando as mãos de ambos se separaram. Entretanto o alívio teve curta duração. Antes mesmo de se recobrar da intensidade das emoções, foi tomada nos braços e apertada de encontro a um peito largo.


Dulce deixou escapar um murmúrio de surpresa. Era estranho sentir o corpo de um homem pressionando-lhe os seios. Talvez se pudesse enxergá-lo, a sensação seria menos inquietante. Porém a escuridão da capela dava a Impressão de que estavam a sós, separados do resto do mundo... E sua única tábua de salvação era o Cavaleiro vermelho.


Desorientada, ergueu as mãos, os dedos trêmulos emaranhando-se nas dobras da túnica daquele que acabara de se tornar seu marido. Imediatamente Uckermann deslizou as mãos pelos ombros delicados, até tocá-la na base do pescoço. Cada centímetro de pele acariciada pelos dedos masculinos parecia ganhar vida, ficando em fogo. Então ele a beijou na boca. Foi um beijo rápido e impe­tuoso, que terminou antes mesmo que Dulce percebesse o que estava acontecendo. Desnorteada, piscou várias ve­zes, porém não conseguia vê-lo. Como se num sonho, aguardou, cheia de expectativa... embora não soubesse bem o quê. Ao sentir as mãos de Uckermann percorrem seus braços, ela prendeu a respiração, um calor intenso tomando conta de suas entranhas. Levada por um impulso incontrolável, apoiou-se no corpo viril e ergueu o rosto...


Christopher: Você pode se retirar para seu quarto agora. Espero-a para jantarmos juntos. - Ele deu-lhe as costas e afas­tou-se, deixando atrás de si apenas a escuridão.


Assombrada pelo que acontecera, Dulce teria per­manecido ali parada, imóvel, se um som vindo do altar não lhe chamasse a atenção. Esquecera-se por completo do sacerdote.


Será que somente alguns minutos haviam passado? Por que então a sensação de que Uckermann e ela tinham ficado sozinhos, envoltos por um manto de som­bras, durante toda uma eternidade? Entretanto a capela não parecia tão às escuras agora. As poucas pessoas presentes conversavam num tom normal, incapazes de per­ceber o que lhe acontecera.


Mas o que lhe acontecera?


Não sabia dizer ao certo. Por um louco instante tivera a impressão de que não existia capela, sacerdote, teste­munhas,.. apenas Uckermann e ela, juntos... tocando-­se. Ainda podia sentir o calor das mãos fortes na sua pele, a pressão do peito largo, a boca... Dulce passou os dedos de leve sobre os lábios. Era como se aquele homem a tivesse marcado com um ferro em brasa.


Percebendo o absurdo dos pensamentos, abaixou a mão com força, certa de que as histórias de Alice estavam dando asas à sua imaginação. Fora apenas um beijo de protocolo, nada além. O fato de não estar acostumada a receber atenções masculinas transformara um aconteci­mento banal em algo fora do comum. A circunstância anormal em que o casamento fora realizado acabara im­pedindo-a de raciocinar com clareza. Uckermann não apertara sua mão para lhe transmitir coragem e segu­rança, como chegara a pensar, porque ele continuava ir­ritado. De outro modo não a teria mandado para o quarto tão secamente.


Dulce mordeu os lábios nervosa. As coisas estavam acontecendo depressa demais para o seu gosto. E tudo era tão estranho que não conseguia entender, mesmo sempre tendo se considerado uma pessoa capaz de ana­lisar qualquer situação com perspicácia. Sentia-se inse­gura, e não gostava nada disso. Por natureza, e vocação, Dulce gostava de dominar, de dar a última palavra em qualquer questão. Contudo começava a se achar impo­tente em Dunmurrow. Dentro do castelo transformara-se numa prisioneira das trevas, a noiva infeliz de um marido que não a queria.


 


 


Continua...



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Autor(a): delenavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • anne_mx Postado em 26/07/2020 - 04:04:22

    Poxaaa, não acredito que já acabou, que fanfic incrível, amei a história de amor e superação do casal Vondy, que coisa mais linda eles terem tido uma filha e amei o Christopher vendo o veado branco, ainnn uma pena que já tenha chegado ao fim, obrigada por essa história tão linda, você nos conquistou através dela, te acompanharei não segunda temporada Delena com certeza, beijinhosss e parabéns, você arrasou <3

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:05:29

    Não acredito no quanto esse Gilbert é covarde, amo os cachorrinhos protegendo a Dul, pô Glenna tinha que aparecer justo naquele momento? Tadinha da Dul, como será que ela vai sair dessa? Espero que o Christopher tenha previsto isso e salve-a, continuaaa, tô aqui angustiada, deveria ser pecado escrever esses capítulos e não ter a continuacão kkkkkkkk <3

    • delenavondy Postado em 25/07/2020 - 20:12:57

      Esse Gilbert é muito covarde...kkkkk Vc vai ver quando ele ficar frente a frente com o Cavaleiro Vermelho. Sobre a Dulce ela vai ter uma ajudinha de uma pessoa só lendo pra saber...kkkkk Continuando....

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:03:32

    MEU DEUSSSS, A DUL TÁ GRÁVIDAAAA, eu sabia que ela ia estar gravidissima quando ele voltasse, amo a velhinha feiticeira, ela é até boazinha vai <3

  • anne_mx Postado em 25/07/2020 - 02:02:06

    Meu Deus, que angústia ver ele indo lutar por ela e Belvry e ela sem poder fazer nada tadinha, meu coracão chega ficou pequenininho de ver o sofrimento deles dois, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:20:08

    ALELUIA, a visão dele voltou, achei tão fofo a Dul chorando, esses dois merecem ser tão felizes, essa se tornou sem dúvidas uma das minhas favoritas, continuaaa, amei o Poncho jurando que sabia de tudo mas não sabia de nada tadinho kkkkkkkkkkkk <3

    • delenavondy Postado em 24/07/2020 - 23:43:24

      O Poncho sabe de nada inocente...kkkkk Continuando....

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:18:57

    MEU DEUSSSS, Alice vai casar com Pasquaaaa, que fofenhoooo, espero que eles facam uma boa viagem e tudo fique bem <3

    • delenavondy Postado em 24/07/2020 - 23:42:12

      Sim muito fofo os dois <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:32:09

    Ai minha paciência viu? P esses machos que não aceitam um NÃO na cara, tenha a santa paciência Senhor! Quero só ver quando ele descobrir quem o Cavaleiro Vermelho é de verdade KKKKKKKK ai ai Gilbertizinho, eu contava os dias de vida pq ele morresse não ia ser nada estranho, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:24:31

    Não acredito que ele tá voltando a enxergar AAAAAAAA que felicidade! Só quero que ele consiga ver ela, vai ser tão emocionante quando isso acontecer pela primeira vez cara! Quero ver eles dois juntinhosss e com um baby Saviñón Uckermann a caminho, continuaaa <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:22:56

    Fiquei tão orgulhosa dele quando ele salvou ela <3 Esse veado branco realmente trouxe muuuitaaaa sorte pra eles dois <3

  • anne_mx Postado em 23/07/2020 - 20:22:25

    Ainnn que coisa mais linda, tô muito apaixonada neles dois! Dulce, meu Deus, QUE MULHER viu? Revolucionou a vida dele pra melhor claro <3


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