Fanfic: A Love To Remember | Tema: Naruto
No segundo em que atravessei os portões da plataforma de embarque e desembarque, soltei o maior grito que os meus pulmões me permitiram liberar. Senti os rostos de todas as pessoas num raio de 10 metros se virarem para mim, assustadas. Ok, pensei, na próxima vez, é melhor fazer uma promessa menos chamativa.
Após realizar toda a burocracia necessária para que minhas malas fossem liberadas, estava tão eufórica que até algumas pessoas nas filas até pararam o que estavam fazendo para me observar. Enquanto caminhava até a saída, não conseguia me impedir de dar pequenos pulinhos de felicidade e de me balançar no ritmo da música que soava em meus ouvidos através dos headfones. Imagino que queiram saber o motivo de tanta alegria. Simplesmente porque, depois de tanto tempo, eu finalmente estava de volta, e dessa vez para ficar.
Arrastei minhas malas atrás de mim enquanto solicitava um carro pelo celular. O curto período de espera me permitiu responder às mensagens que chegavam freneticamente agora que eu estava em terra firme. O motorista não demorou para chegar e logo nós dois nos esforçávamos para enfiar as minhas coisas no porta-malas demasiado pequeno do automóvel. Assim que me sentei no banco do passageiro, verifiquei a hora: 12:40. Pegaria os meus pais desprevenidos. Perfeito.
Durante todo o caminho, eu ficara com os olhos grudados na janela, como um cachorrinho ao andar de carro. A cidade tinha evoluído potencialmente: casas, restaurantes, lojas, cafés e lanchonetes que eu não conhecia estavam por toda parte. Como o trajeto não era muito longo, cerca de 10 minutos depois, já estávamos na esquina da rua da minha casa. Desci do carro mal contendo a ansiedade.
O motorista sorria abertamente da minha inquietação enquanto tirava meus pertences do carro e os colocava ao meu lado. Paguei o valor da corrida e agradeci quando ele virou a chave na ignição. Observei-o se afastar até que que carro virasse numa rua e sumisse do meu campo de visão.
Fechei os olhos e suspirei longamente para acalmar o ritmo frenético do meu coração. Me dirigi para a entrada da casa, com a chave nas mãos. Porém, assim que toquei a maçaneta, soube que acabaria estragando a surpresa. Há tempos eu ouvia meu pai prometer que daria um jeito de consertar aquelas dobradiças enferrujadas. É claro que ele sempre se esquecia e deixava a questão de lado.
- Bom, é agora ou nunca. – Murmurei para mim mesma.
Encaixei a chave na fechadura, rezando para que ela girasse com facilidade. Como devem imaginar, com a sorte que eu tenho, minhas preces não foram atendidas. Em vez de rodar, a fechadura fez um barulho tão alto que tive medo que a chave se partisse. Felizmente, ela parecia inteira. Por outro lado, parece que eu alarmei os residentes da casa, pois meio segundo depois, ouvi um tropel de passos do lado de dentro.
Eu já estava a ponto de derrubar a bendita porta na base dos pontapés quando escutei a voz do meu pai através da madeira.
- Quem está aí? Olha que eu estou armado!
- Armado? – Sussurrei, me perguntando se tinha ouvido direito.
Com muito esforço e mais uma boa dose de xingamentos, a fechadura se destrancou com um inocente click, como se não tivesse oferecido resistência alguma para abrir.
- Você não ouviu o que eu disse? Estou armado e não tenho medo de atingir ninguém!
Empurrei a porta levemente e, ao passar pelo batente, perguntei outra vez, com a voz mais alta:
- Armado?
Meus olhos pousaram sobre os dois. Meu pai estava em posição de luta, e segurava um longo guarda-chuva florido nas mãos como um taco de beisebol. Minha mãe estava logo atrás, me espiando por cima do ombro dele. Assim que me reconheceram, suas expressões mudaram de apreensão e desconfiança para surpresa e incredulidade.
Mordi a língua para me impedir de cair na gargalhada.
- Sinceramente, papai, não acho que este guarda-chuva possa defendê-los de um perigo iminente.
- Sakura! – Gritou minha mãe, se recuperando instantaneamente do susto e correndo para me abraçar.
Papai piscou várias vezes, ainda em estado de choque. Precisou de mais alguns segundos para se convencer que eu não era uma alucinação e também correu para se juntar à mamãe na tarefa de me apertar, algo que ela já fazia com êxito sozinha.
- Minha nossa! Que ótima maneira de se esperar o almoço, Kizashi! Parabéns, dessa vez você se superou!
- O quê? Eu também não sabia que ela estava vindo! Estou tão pasmado quanto você!
- Surpresa! – Falei, em tom de riso.
- Então era isso que estava escondendo de nós!
- E parece que eu me saí bem. Vocês nem cogitaram que eu estava vindo para cá.
- Nós realmente não suspeitamos. Também não esperávamos a sua visita logo agora. Aconteceu alguma coisa para que decidisse vir para casa tão perto do reinicio das aulas?
- Claro que não. Apenas fiquei com saudades dos meus pais e resolvi visitá-los. Mas, se não estão felizes com minha surpresa, eu posso voltar para lá agora mesmo... – Ensaiei um movimento para me virar para a porta. Os dois se apressaram para me puxar para outro abraço de quebrar os ossos.
- Agora que está aqui, não vai se livrar da gente tão facilmente, Cereja.
Eles me soltaram gentilmente. Meu pai exibia um sorriso radiante, como se não houvesse coisa melhor no mundo que a minha presença. Já minha mãe, adotou uma expressão mais séria e firme.
- Sakura, tem algumas coisas que eu não estou entendendo. Você tinha comentado conosco sobre uma comemoração que os alunos fariam nesta semana. Por que não está nela? Ou por que decidiu nos visitar logo agora, quando as aulas estão tão próximas de recomeçar...?
- Na verdade, essa tal comemoração foi há uns cinco dias. Falei que seria nesta semana apenas na intenção de ter um álibi para que vocês não desconfiassem de nada. A festa era algo simples, somente com a participação dos alunos da minha classe.
- E para que vocês fariam essa festa?
- Para nos despedimos daqueles que não seguiriam os estudos lá.
- Não ofereceram bebidas alcoólicas, não é? Já falei que eu não quero ver você bebendo antes dos vinte e um anos.
- Não, mamãe, não havia bebidas alcoólicas. Nós organizamos tudo no Campus, em um dos apartamentos, e lá eles não permitem a ingestão de álcool. São muito rigorosos neste quesito.
- Então quer dizer que quando você pediu todo aquele dinheiro para comprar um vestido de festa...
- ...Era apenas uma desculpa para conseguir uma passagem do avião o mais rápido possível e pegar o primeiro voo de volta para cá.
- Eu sabia que nenhum vestido poderia custar tão caro. – Disse meu pai, com ares de quem sabe das coisas.
- Você que pensa. O meu vestido de formatura custou muito mais do que o dinheiro que ela pediu.
- Meu deus, desse jeito eu vou falir. Você duas seriam capazes de afundar uma empresa sozinhas, sabiam? Ei, não riam, isso é sério!
Não pude deixar de rir pelo comentário dele. Minha mãe também não se aguentou e me acompanhou nas risadas. Rimos até perder o fôlego. Inclusive meu pai esboçou um pequeno sorriso.
- Voltando ao assunto, nós pensamos que gostaria de aproveitar todas as suas férias em New York. - Disse minha mãe.
- A cidade pode sobreviver sem mim, e sinceramente, acho que se tivesse que ouvir a voz do Obito por mais uma semana, teria enlouquecido de vez.
Papai limpou a garganta sonoramente.
- Vocês são apenas amigos, não é?
- O que é isso, Kizashi? Deixe a menina namorar quem quiser! – Retrucou minha mãe.
- O-Oi? N-Não é nada disso! Obito é um grande amigo, mas longe de mim pensar em suportar aquele idiota como namorado. Além disso, ele é alguns anos mais velho que eu, ficando mais irritante a cada dia. O passatempo preferido dele é me perturbar porque não tenho um namorado, sendo que ele próprio não consegue parar em nenhum relacionamento sério.
- Que tal mudar de assunto? – Disse meu pai, visivelmente constrangido.
Mamãe apenas sorriu antes de continuar:
- Onde estão as suas coisas, Sakura?
- Putz, é verdade! Esqueci completamente!
Corri para fora sob os risos dos dois. Felizmente, estava tudo ali. Consegui arrastar tudo para dentro com muita dificuldade, e quando bateram os olhos no que eu trazia, se calaram instantaneamente.
Papai arregalou os olhos ao ver toda minha bagagem.
Minha mãe estava igualmente estupefata.
- Mebuki?
- Sim, querido?
- Quando ela estava prestes a viajar, se lembra de quantas malas ela levava?
- Eu acho que eram.... Duas, não?
- Tenho quase certeza disso também. Mas eu acho que minha visão está pior a cada dia, porque estou vendo cinco malas em vez de duas.
- Não acredito que seja sua visão, porque também estou vendo cinco malas.
- Vocês dois são muito engraçados, mereciam até um Oscar por melhor atuação.
- Obrigado, obrigado. - Disse meu pai, agradecendo a aplausos imaginários.
- Será que você pode me ajudar a levar tudo para cima, por favor?
- Claro, Cereja.
Ele pegou duas malas de uma vez, como se fossem duas simples mochilas.
Subi logo atrás dele, cambaleando sob o peso de uma mala.
Mamãe nos acompanhou com o olhar, mas não disse nada. Eu ouviria a bronca quando descesse.
Minha casa tinhas dois andares. No primeiro, ficava a sala de jantar e a de estar. Um corredor que levava a um banheiro e à cozinha. Na cozinha, ficava a vidraça que dava para o quintal, que mais parecia um grande jardim, pois era coberto de flores e árvores que eu plantara quando pequena. Já no segundo andar, a minha suíte e a dos meus pais eram separadas por um quarto de visitas, que ficava bem no meio dos dois. Havia também um outro banheiro no fim do corredor e, por fim, o escritório do meu pai, defronte ao meu quarto.
Quando chegamos diante do meu quarto, papai me deu passagem para que eu pudesse abrir a porta. Respirei fundo e toquei a maçaneta. Estava fria, e um arrepio subiu pelos meus braços e se espalhou pelo meu corpo. Girei-a e entrei, largando a mala pesada em um canto. Parecia inacreditável, mas o quarto estava exatamente do jeito que eu havia deixado ao sair. A mesma colcha que eu sempre forrava a minha cama ainda estava sobre ela. A cadeira da escrivaninha, levemente afastada da mesa, como se eu tivesse acabado de levantar dela. Os quadros e os murais de fotos nas paredes também estavam intactos. Tudo se mantinha no mesmo lugar me que eu deixara, o que me trouxe uma sensação muito boa de familiaridade. Me aproximei dos porta-retratos sobre a cômoda, pegando uma das fotos que chamara minha atenção. Era eu, mais nova, abraçada com uma garota da minha idade. Ela tinha os cabelos de um azul tão escuro que, ao ver de longe, parecia preto. Era Hinata, minha melhor amiga. É verdade que fazia um bom tempo que não a via, mas as lembranças das nossas aventuras ainda se mostravam nítidas em minha cabeça.
- Acredite, foi bem difícil convencer sua mãe a não tocar em nada.
Sorri ao colocar o porta-retratos no lugar
- Ela queria dar uma nova ''personalidade'' para o quarto, seja lá o que isso queira dizer.
Me virei para ele. Já trouxera as duas malas restantes e as deixara no canto onde as outras se encontravam.
- Vamos descer, sua mãe parece impaciente.
Concordei, acompanhando-o para fora do quarto. Como eu imaginara, assim que bati os olhos na minha mãe, soube que ela não estava muito contente com a minha quantidade de bagagens.
- Quando você disse estava sendo uma compradora consciente, pensei que só comprava o necessário, quando necessário. Mas não passou pela minha cabeça que levasse a loja inteira.
- Ou a rua de lojas inteira. – Completou meu pai.
- Mãe, me desculpe por isso. Realmente, talvez eu tenha exagerado um pouco.
- Um pouco? – Perguntou ela, arqueando as sobrancelhas.
- Okay, eu admito: exagerei muito na hora de adquirir minhas roupas. Mas agora vocês não precisam mais se preocupar com isso. Não tenho espaço para mais nada. Eu nem sei como vou fazer para enfiar todas essas coisas no meu guarda-roupas. Vocês tinham que ver o meu sofrimento na hora de fazer as malas. Passei umas quatro horas tentando colocar tudo dentro sem deixar nada para trás. Eu até tive que pegar uma mala emprestada com o Obito para conseguir trazer tudo. E falando nisso, tenho que devolvê-la o mais rápido possível.
- Vocês parecem ser bem amigos, não é mesmo? – Perguntou minha mãe, com um olhar insinuativo.
- Pelo amor de deus, não viaja, mãe. Ele é mais como um irmão mais velho inconsequente e irritante do que qualquer outra coisa.
- Às vezes o amor se esconde no ódio.
- Que tal mudarmos o rumo dessa conversa antes que mais alguém tropece em um assunto desnecessário e tente influenciar o status da minha filha, que para mim, está ótimo.
Mamãe revirou os olhos, mas quando voltou a falar, tinha o tom mais sério.
- E por que você trouxe todas as suas coisas? Você só vai ficar por alguns dias por aqui, não é? Sabe que se deixar tudo para última hora vai se complicar na hora de arrumar tudo para voltar. Pensei que passaria toda esta semana por lá. Assim teria tempo suficiente para se organizar para o próximo ano letivo.
- Era justamente sobre isso que eu queria conversar com você, mãe.
- Estou ouvindo.
- Eu... Eu não vou voltar para Nova York.
- Como assim, Sakura? Se o problema for dinheiro, não faz mal, porque nós podemos comprar outra passagem e...
- Não, mãe, não é isso. Eu quero terminar meu Ensino Médio aqui.
Ela se paralisou, os olhos arregalados... Antes de cair na gargalhada.
- Seu senso de humor está um pouco ruim. Pela sua cara, eu poderia jurar que estava falando sério.
- Não estou brincando, mãe.
Os risos pararam. Agora ela me olhava sem piscar.
- Como?
- É isso. Quero termina meu Ensino Médio aqui.
- Mas... Mas... O que você está dizendo? Isso é bobagem!
- Mãe, não é tão grave. Vou aprender da mesma forma, tanto aqui quanto lá.
- Você sabe muito bem que não é a mesma coisa. Lá, terá mais oportunidades de entrar numa boa Universidade e seguir seu caminho.
Acenei com a cabeça, concordando.
- Não posso negar que terminar meus estudos em nova York me traria mais chances de conseguir o quero. Mas eu pensei bastante a respeito, e decidi: mesmo não sendo o melhor, vou completar o ensino médio aqui. Vejam, eu já estou no Terceiro: o último, e quando terminar, não terei tempo para ficar com vocês.
- Claro que terá! - Falou minha mãe - É impossível não poder nos visitar pelo menos uma vez por mês.
- É exatamente disso que estou falando. Uma visita não traz a mesma sensação de conviver com os pais todos os dias. Vocês sabem tão bem quanto eu o quanto foi difícil interagir de maneira ''aceitável'' nestes últimos anos. Minhas visitas sempre foram curtas. Nunca pude ficar por mais de uma semana e, mesmo estando com vocês, minhas atenções ficavam voltadas para os testes e atividades que estavam pendentes. Também faz tanto tempo que não vejo que amigos que estou começando a esquecer os rostos deles. Quando estava pronta para visitá-los, já era hora de arrumar as malas e viajar outra vez.
- Sakura, nós sabemos que tem laços aqui: só que não estamos falando de amizades ou presença. É o seu futuro que está em jogo!
- Tem razão: é o meu futuro. A minha vida. Eu já tenho idade o suficiente para decidir o que quero ou não, visando as consequências. Creio que a partir de agora, minhas escolhas vão definir quem eu sou. Eu tenho o direito de decidir o que é bom ou ruim para mim.
- Entendo que queira assumir as rédeas da sua história: porém, você é jovem para compreender a complexidade que esta atitude impulsiva trará para sua vida.
- Impulsiva? Mãe, não fale sobre isso como se eu ainda fosse uma criança! Venho pensando neste assunto a meses, analisando os prós e contras tantas vezes que cheguei a decorá-los. Conversei com o conselheiro da escola, meus professores, e até mesmo marquei uma hora para falar com o diretor. Todos disseram que...
- E por que nem sequer mencionou o assunto conosco? Somos seus pais, poxa! Precisamos saber o que acontece com nossa filha!
Um acesso de tosse fez com que ela se virasse para o meu pai. Quando ele se recuperou, pude ver um olhar culpado passar por seu rosto. Foi algo bem rápido, mas foi suficiente para minha mãe perceber. Ela se afastou ligeiramente dele, alternando a expressão acusatória para mim e de volta para ele.
- Você sabia! Sabia que ela viria para ficar? Por que não me disse nada?
- Bom, eu não tinha uma confirmação. Sakura comentou a ideia comigo e pediu conselhos, nada mais.
- E os dois resolveram esconder algo tão importante assim de mim?
- Não o culpe. Eu pedi para que ele não dissesse nada. Sabia que você reagiria mal e tentaria me influenciar, ou pior: me impedir.
- Pelo amor de Kami, não se trata de reagir mal!
- Então por que insiste tanto? Não me quer por aqui, é isso?
- Claro que não! Eu apenas... É um momento delicado e... Kizashi, me ajuda!
- Veja, Mebuki, Sakura está certa. É uma escolha que pertence somente a ela.
- Mas...
- Mãe, a decisão já está tomada, e você sabe como ninguém que eu não vou desistir. Não se preocupe, sei me cuidar.
Ela mordeu o lábio inferior, claramente inquieta. Por fim, suspirou, vencida.
- Tudo bem, espero que saiba o que está fazendo.
Me joguei sobre ela para lhe dar o melhor abraço que tinha no meu inventário, quase derrubando-a.
- Realmente, você não é mais aquela garotinha que eu criei a alguns anos. Se tornou uma adulta responsável, que sabe defender suas opiniões. Estou orgulhosa.
- Obrigada, mamãe.
- Quanto a escola, tenho certeza que conseguiremos uma vaga para você num colégio próximo.
Balancei a cabeça para indicar que escutara.
Atrás de mim, ouvi meu pai se aproximar para participar do abraço. Ele mal nos envolveu devidamente antes da minha mãe se afastar bruscamente de nós.
- Ainda estou brava com você por ter escondido isso de mim, senhor Haruno.
- E eu acho que já sei o que posso fazer para me redimir. - Ele abriu um sorriso enorme ao continuar. -- O que vocês me dizem sobre passar esta última semana de férias na praia?
Foi a vez de ele quase cair sob meu peso. Abracei-o com força enquanto dava pulinhos de alegria.
- Minha nossa, nossa, nossa! Faz tanto tempo que não vamos à praia juntos! Será que podemos ir no lugar de sempre? Ficar naquele chalezinho na beira do mar que vocês me levavam quando eu era pequena? Ou acampar no bosque e fazer uma fogueira? Eu adorava quando o papai contava as histórias de terror dele, que no fim, não davam medo nenhum, mas me faziam soluçar de rir.
- Ei, minhas histórias são ótimas!
Minha casa ficava bem próxima da praia, mais ou menos uns cinco minutos de caminhada. Porém, desde quando eu era criança, em todos os feriados, alguns fins de semana e nas férias, meus pais, meus tios, Naruto e eu íamos a um lugar a uns 55 quilômetros de distância do nosso bairro. O motivo de fazer essa viagem de quase uma hora, era para chegar a Guarapari, um município conhecido por suas belas praias. Pelo que sei, o começo dessas visitas se deu porque os meus pais, que estudavam na mesma escola, se encontraram lá por coincidência e, a partir dali, se apaixonaram e começaram a namorar. Eu adorava essa história e, sempre que nós estávamos lá, não sossegava até que me contassem como tudo aconteceu pela enésima vez. Voltei à realidade com a voz da minha mãe.
- Eu não tenho certeza se essa é uma boa ideia...
- Ah, mãe, vamos, não seja má! Deixa, deixa, deixa...
Ela nos olhou de um jeito incerto, mas não resistiu a mim.
- Ok, vocês venceram.
- Se eu soubesse que a Sakura tivesse todo esse poder de persuasão, teria pedido ajuda antes. - Falou meu pai, sorrindo para mim.
- O que estamos esperando? Quando mais cedo estivermos na estrada, mais cedo chegaremos.
- Vou arrumar minhas coisas logo. - Falei eu, já subindo a escada em disparada. - Não tenho ideia de em que mala guardei meus biquínis.
- Leve só o necessário!
Minha felicidade era tanta que eu não percebi o falso entusiasmo em sua voz, ou a carranca que meu pai fez quando ela se virou para ele.
Autor(a): alyndrye
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
- Praia, Kizashi? Tem alguma ideia do que está fazendo? - Tenho sim, Mebuki. Estou apenas comemorando o retorno da minha filha com um passeio tranquilo à beira-mar. A empresa não vai desmoronar se ficarmos fora por alguns dias. Kushina e Minato podem muito bem cuidar de tudo sozinhos. - Eu não estou preocupada com a administração d ...
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