Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

A angústia a dominou. Podia esquivar-se do marido, mas não de si mesma.

Imersa numa tristeza enorme, não ouviu um ruído ao lado, mas viu a silhueta do sírio tomar forma. Desencostando a cabeça da porta, ela ergueu os ombros.

Darius: Não tenha medo dele, lady Elena. Ele não a magoará - o estrangeiro disse com uma veemência que a deixou constrangida.

Não queria que ninguém a visse nessa situação vulnerável.

Elena o fitou e sacudiu a cabeça. Ansiava por livrar-se da presença dele. Mas para surpresa sua, Darius ainda não tinha terminado. Ele tomou-lhe as mãos nas dele e prosseguiu:

Darius: Tenha confiança e lembre-se de que tem amigos aqui. Lorde Damon sente ódio há tanto tempo que teme entregar-se a outras emoções.

Elena: Duvido! Ele não teme nada. - Não querendo discutir, Darius deu de ombros.

O silêncio parecia cheio de significados escondidos. Se ao menos fosse esperta o suficiente para decifrá-los, pensou Elena. Damon ela entendia, apesar de seus sentimentos confusos por ele. Mas este homem misterioso ia além de sua compreensão. Fitou-o à procura de respostas, mas a única que obteve foi o som de uma voz profunda e ameaçadora.

Damon: Tire as mãos de minha mulher - avisou Damon.

Elena o viu aproximar-se com expressão fria. Ele não tinha levantado a voz, mas o tom era mais assustador do que um grito.

Embora ela estremecesse, Darius pareceu não se impressionar. Apertou-lhe os dedos levemente, antes de soltá-los, e virou-se para o amigo.

Damon: O que está fazendo aqui com minha mulher, diante da porta do quarto? - Damon perguntou levando a mão à adaga na cintura.

O sírio não demonstrou preocupação e nem tocou a arma, uma lâmina curva e de aspecto perigoso.

Darius: Vigiando sua mulher como você pediu.

Damon: Pois não tem mais essa obrigação. Se o vir tocando-a outra vez, eu o mato.

O sírio inclinou-se ligeiramente para a frente e foi embora sem dizer outra palavra. O homem agia como se a ameaça à vida não significasse nada, pensou Elena. No instante seguinte, ela concentrava a atenção no marido furioso.

Damon: Para dentro - ordenou ele e foi logo obedecido.

Uma vez fora do corredor escuro, Elena se sentiu melhor e caminhou para o centro do aposento. Recusava-se a se acovardar diante daquele monstro.

Como um anjo caído, Damon era lindo e terrível. Não parecia real e confiável. Ondas de calor emanavam do corpo dele, uma combinação de ódio que a repelia e de virilidade que a atraía contra sua vontade.

Damon: Se ele fez mais do que segurar suas mãos, matarei os dois - prometeu ele numa voz gutural.

O insulto deixou Elena perplexa. Perscrutou o olhar do marido, achando que ele não podia imaginar um comportamento reprovável entre ela e o sírio.

Com olhar penetrante, como se não acreditasse em sua inocência, ele a fitou.

Damon: Você não deve saber, freirinha, que não é aconselhável ficar sozinha com um homem.

Elena: Nós estávamos apenas conversando. Nada mais. Você não confia em seus próprios guardas? – Elena indagou.

Damon: Não! Quando se trata de você, não confio em ninguém - esbravejou ele.

Surpresa e compreensão a dominaram. Devagar, Elena sacudiu a cabeça. Com os olhos arregalados, murmurou a verdade:

Elena: Você está com ciúme. - Damon recuou, mas não negou.

Damon: Você é minha, de corpo e alma. Acho bom não se esquecer disso. Não quero mais vê-la conversando com o sírio, e nem olhando para o lado dele!

Ele estava com ciúme! Elena sentiu uma sensação estranha.

Elena: Pelo amor de Deus! O estrangeiro não significa nada para mim. E o que ele haveria de querer com uma mulher alta, desajeitada e de cabelos castanhos? Para ser franca, ele me deixa nervosa com aquele olhar sombrio - disse Elena ao fitá-lo.

Damon parecia mais calmo. Com certeza, já tinha esgotado a raiva. E ele a acusara de ter crises. Às vezes o homem se comportava como um lunático. Ela o viu levar a mão ao estômago e percebeu que o ódio havia lhe agravado o estado.

Elena: Posso lhe dar algo para aliviá-lo - Elena disse sem pensar e arrependeu-se em seguida ao ver Damon afastar a mão do estômago depressa.

Damon: O quê?

A voz suave não a enganou, porém, ela persistiu:

Elena: Chá de hera alivia dor de estômago. Não me custa nada prepará-lo para você.

Damon: Não quero nada que venha de suas mãos. Sem dúvida, você gostaria de ter a oportunidade de me envenenar. É herdeira de Gilbert. Seu sangue é maculado.

Elena recuou como se tivesse sido esbofeteada. Damon fazia questão de mostrar seu lugar no mundo dele. No fim, era sempre a mesma coisa: a vingança tinha prioridade.

Como pudera acusá-lo de estar com ciúme? O marido não alimentava outro sentimento além de ódio. Apenas a sensação de posse precipitara a reação dele.

Com o coração pesado, Elena cruzou os braços e os apertou de encontro ao peito. De repente, sentia-se gelada.

Damon: Preste atenção, mulher, pois quero deixar clara sua posição aqui no castelo. Você não assumirá mais os deveres de castelã e, muito menos, de criada. Obedecerá apenas minhas ordens, cuidará de mim, falará só comigo e não olhará para mais ninguém. Você tomou banho hoje?

A pergunta fora de hora, depois das ordens ríspidas, deixou Elena boquiaberta.

Elena: Não, eu... - começou ela, mas Damon levantou a mão, interrompendo-a.

Ela apertou os lábios. Por que o marido tinha essa obsessão por limpeza?

Damon: Como minha esposa, você tomará banho diariamente - determinou Damon.

Em seguida, foi até o corredor de onde gritou ordens para Osborn providenciar água quente. A audácia do gesto deixou Elena atônita. Teria o marido a intenção de controlar-lhe até os hábitos mais íntimos? Criatura afrontosa!

Com expressão implacável, ele retomou para sua frente.

Damon: Como eu disse, sua única obrigação é cuidar de mim. Ficará a minha disposição de manhã até a noite. Tudo que eu pedir, você terá de providenciar. Servirá meu café da manhã e verificará se estou deitado confortavelmente à noite.

Elena empalideceu, mas estava furiosa demais para perder o fôlego; Que tipo de tarefas teria de executar? No convento, cada um cuidava de si e, na casa de Freemantle, ela limpava as lareiras, esfregava o chão e executava outros serviços. O que o marido queria dela?

Damon: E você fará tudo de boa vontade. Quero que se esforce para se tornar como uma mulher do leste. Ela sabe agradar, ser submissa, obediente e até consegue adivinhar os desejos do marido. Na verdade, Elena, você será como uma escrava. Minha escrava.

Elena: Escrava?! Você é um bárbaro. Não existem escravos na Bretanha. Volte para o leste e arranje uma infiel para satisfazer suas vontades - Elena disse.

Ignorando-lhe as palavras, Damon deu uns passos a sua volta.

Damon: Não cometa o erro de criticar uma cultura que você não conhece. Há muitas coisas boas para serem assimiladas no leste. Lá, a esposa só solta os cabelos para o marido.

Ele virou-se e, dessa vez, os olhos azuis não tinham expressão cruel. Em vez disso, brilhavam com uma ponta de excitação.

Damon: Eu gostaria que você adotasse esse hábito, mulher. Na verdade, quero ver seus cabelos agora.

Elena: O quê? - Elena gaguejou, sem entender a ordem.

Damon: Solte seus cabelos. Quero vê-los - murmurou ele numa voz estranha. - Depois, você tomará banho.

Elena: Como? - balbuciou ela incapaz de acreditar nos ouvidos.

O marido esperava que ela entrasse nua na banheira enquanto ele permanecia ao lado? Algo provocou-lhe uma onda de calor no âmago. Mas com essa sensação estranha, veio o medo. Em pânico e sentindo a familiar contração na garganta, fitou Damon.

Não sabia o que esperava. De forma alguma encontraria simpatia, mas mesmo assim, procurava-lhe o auxílio. Ele era o único que poderia ajudá-la e, poucas noites atrás, o tinha feito. Nesse momento, entretanto, o marido a encarava como se estivesse aborrecido com seu desespero.

Damon: Você foi violentada? - indagou bruscamente. Aturdida com tal pergunta, Elena tentou respirar fundo.

Elena: Não, claro! De onde veio essa ideia?

Damon: Você tem um medo pouco comum de intimidade.

Elena: E por que não? Você é um bruto que abusaria de mim por prazer!

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