Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Damon: Jamais levantei a mão para você. Já a machuquei? Por Deus, eu poderia matá-la sem que ninguém me impedisse. No entanto, quando lhe peço para soltar os cabelos, você ameaça desmaiar.

Irritado, Damon virou-se de costas e Elena olhou para os ombros largos dele. Sim, ele a tinha machucado muitas vezes com a língua ferina e o olhar cruel, mas não fisicamente. Numa voz suave, disse:

Elena: Já trabalhei como criada. Era uma vida difícil, mas a pior parte era quando meu patrão me acariciava.

Ouviu Damon virar-se de frente, mas não conseguiu encará-lo. Depressa, acrescentou:

Elena: Ele nunca me violentou. Apenas me empurrava para um canto e passava a mão em meu corpo enquanto falava coisas abomináveis.

Elena suspirou. Jamais tinha contado essa parte vergonhosa de sua vida a ninguém.

De repente, viu-se sendo empurrada de encontro à parede. Damon segurou-lhe o rosto e a forçou a fitá-lo. Ela não viu vergonha, nem horror nos olhos azuis, apenas fúria.

Damon; O nome dele - o marido resmungou em voz rouca.

Elena: De quem?

Damon: Do desgraçado que fez isso a você.

Elena: Abel Freemantle, de Renfred - Elena balbuciou estarrecida.

Damon a soltou e atravessou o quarto a passos largos a fim de apanhar sua sacola de viagem.

Elena: O que está fazendo? Você acaba de voltar para casa. Aonde vai agora? - perguntou Elena ainda encostada na parede.

Damon: Vou matá-lo, naturalmente.

Elena: Quem? Abel? Não faça isso! Você não pode estar falando sério! - gritou Elena.

Ele parou e dirigiu-lhe um olhar assustador.

Damon: Você sente algum afeto pelo miserável?

Elena: Não, mas também não quero ter responsabilidade na morte dele. Pelo amor de Deus, por que tudo precisa ser branco ou preto para você? Tudo ou nada? Ódio ou indiferença?

Damon não respondeu, mas aproximou-se trêmulo de raiva. Elena, todavia, não se acovardou. De queixo erguido, disse:

Elena: Sim, o homem me amedrontava e eu não gostava do que ele fazia. Contudo, Freemantle tinha um lado bom. Ele me recebeu em sua casa quando eu não tinha para onde ir. Se não fosse por ele, eu poderia ter morrido.

Parado diante dela, alto e forte, o marido poderia esmagá-la num instante. Mas Elena via a necessidade de convencê-lo a não praticar o ato sangrento. Sem encontrar palavras, estendeu a mão e tocou-o no braço. Era um gesto simples com a intenção de acalmar e distrair o marido, mas tornou-se muito mais do que ela esperava.

Ao fazer o contato, Elena sentiu como se houvesse enfiado a mão no fogo. Ondas de calor percorreram-lhe o braço, espalhando-se pelo corpo. Fitaram-se. Os olhos castanhos refletiam aturdimento e os azuis, ardor. Estes acabaram desviando-se para o braço onde sua mão o tocava.

Por um longo tempo, Elena também fixou o olhar no ponto de união de ambos. E então, ela viu-se sendo empurrada outra vez de encontro à parede. Novamente, Damon segurou-lhe o rosto e baixou a cabeça. Ela só lhe percebeu a intenção um segundo antes de as bocas se juntarem.

Não se tratava mais do prêmio de um jogo, mas uma tomada de posse tão impetuosa quanto o próprio Damon. Quase imediatamente, ele enfiou a língua em sua boca e Elena estremeceu. Como se tivesse vontade própria, sua mão tocou-o na nuca e embrenhou-se nos cabelos escuros dele. O corpo viril, encostado ao seu, provocava-lhe uma sensação jamais sentida.

Com o joelho, Damon prensou-lhe a parte mais íntima entre as coxas. Elena arquejou em busca de ar, embora não estivesse com medo. Tomada por um frenesi delicioso, passou as mãos pelo peito de Damon. Então, agarrou-lhe a túnica, na esperança vã de proteger-se contra a paixão avassaladora.

Abrindo mais a boca, ela juntou sua língua à dele, que gemeu, satisfeito. Com as mãos, ele percorria-lhe os ombros e os braços.

Damon: Onde ele a tocou? - murmurou de encontro a seus lábios.

Custando a entender a pergunta, Elena abriu os olhos. Viu os azuis ardentes de desejo.

Damon: Onde? - ele insistiu.

Tomando-lhe a mão, ela a colocou no decote. Fitaram-se e, bem devagar, Damon acariciou seu seio. Em êxtase, Elena fechou os olhos novamente, enquanto dedos apertavam o mamilo, que se elevou.

Verdadeiro paraíso, mas também um inferno escaldante o contato com esta criatura linda e terrível, pensou Elena com sensação de culpa. O que aconteceria a seguir, ela jamais saberia, pois Osborn abriu a porta, trazendo a água quente. Damon recuou um passo como se eles fossem amantes culpados.

Damon: Sua água está aqui - murmurou ele ao apanhar a sacola de viagem e deixar o quarto.

Com o coração disparado, Elena continuou encostada na parede, ouvindo as palavras animadas de Osborn até que ele a deixasse sozinha.
Com dedos trêmulos, tirou o vestido e sentiu-se como se o próprio âmago estivesse exposto. Pela primeira vez na vida, observou o corpo que sempre considerara feio. De repente, achou-o viçoso, estimulante, com os seios rijos, as coxas quentes e úmidas que haviam abrigado a perna musculosa de Damon.

Enrubescendo, entrou na banheira, afundando-se na água. Mas não relaxou. Sentia-se desperta e carente. Brava, esfregou o corpo inteiro como se quisesse apagar qualquer vestígio do marido. Depois, enxugou-se depressa, vestiu uma camisa limpa e deitou-se no colchão aos pés da cama. O quarto estava muito quieto e... vazio.

Isso não tinha nada a ver com Damon.

Mas Elena admitia que o marido, além de ser um homem muito grande, enchia com sua personalidade impetuosa até este aposento enorme. Sem ele ali, o ambiente tomava-se estranho.

De qualquer forma, sua inquietação não fora provocada pelo beijo, ou pelo que tinha acontecido entre ambos. Tentou afastar o fato da memória e concentrar-se na conversa tida com Damon antes. Ele queria uma esposa que agisse como uma escrava infiel. E quando se oferecera para preparar-lhe um chá, ele reagira de modo violento acusando-a de querer envenená-lo.

Devia aceitar a sugestão, pensou Elena, furiosa. Uma pitada de erva-moura a livraria para sempre do marido cruel. Mas mesmo se fosse capaz de matá-lo, jamais seria dona de si mesma. Tomando-se uma viúva rica, Edward lhe arranjaria outro casamento. Estremeceu ao pensar em viver ao lado de alguém mais.

Caso cedesse Belvry para o rei, poderia voltar a morar no convento. A ideia também não a agradou. Lembrava-se muito bem dos joelhos doloridos depois de passar hora ajoelhada nas pedras, rezando.

Envergonhada, Elena fez o sinal-da-cruz. Percebia que preferia enfrentar o marido violento a ter de voltar para o convento.

Naturalmente, não era por causa dele. Se fosse embora sentiria falta de Alice, de outras pessoas que a tinham tratado com bondade e até de Darius, com seu olhar estranho e observador. Não se lembraria de Damon, de suas explosões raivosas, de seu corpo forte, de sua boca...

Elena ergueu a mão aos lábios e, depois, desceu-a até o seio. O coração disparou. O marido a tinha tocado como se a marcasse como sua.

E talvez houvesse. Elena não podia mais mentir a si mesma. Ela queria que Damon fizesse tudo novamente. Ela o desejava com a mesma veemência com que o tinha desprezado.

Sozinha no aposento imenso, ela lutou para encher o pulmão de ar. Sua fraqueza era tão assustadora quanto atordoante. E desastrosa, pois por mais que desejasse o marido, jamais se renderia a ele.

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Continua...