Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Damon mal continha a impaciência ao se aproximar de Belvry. Não era por causa de Elena, dizia a si próprio, mas pelo prazer de retornar ao castelo.

Mesmo assim, a esposa não lhe saía da mente. Ele a via alta, forte e vibrante, uma companheira valiosa para qualquer homem. E pertencia a ele.

Damon sorriu. Toda a satisfação, que imaginara sentir ao atormentar a mulher, o tinha dominado ao se deparar com Abel Freemantle. Como um anjo vingativo, ele havia feito uma lista dos crimes do miserável e o obrigado a ajoelhar-se. Enquanto a mulher e os filhos choravam, o homem suplicara pela vida.

Mesmo assim, Damon continuava tentado a trespassá-lo com a espada. Apenas o pedido de Elena o tinha impedido de fazê-lo. Contudo, arrancara-lhe a promessa de jamais voltar a tocar em mulher alguma, exceto a esposa. Abel tinha concordado depressa e Damon, convencido de que as atividades pervertidas do homem tinham acabado, havia ido embora sem revelar o nome ou a fonte de informação. Elena ficaria satisfeita, pensou sem se dar ao trabalho de imaginar por que sua opinião deveria afetá-lo.

Mas afetava. Damon ansiava por ver-lhe a reação. Quando soubesse do fato, ela ficaria agradecida e se sentiria em débito para com ele. A expectativa agitou-lhe o sangue e, depressa, ele entrou no salão, procurando-a com o olhar.

Quase imediatamente, Damon a viu e sorriu, satisfeito. A mulher usava um vestido verde, que lhe ressaltava a cor dos olhos, estava corada e aproximou-se para cumprimentá-lo.

Por um momento, Damon pensou em tomá-la nos braços. Mudou logo de ideia. Não queria que Elena o imaginasse contente por vê-la, pois não estava. Estaria?

A poucos passos, ela parou. Damon imaginou se a mulher lhe estenderia os braços. Ela não o fez. Crispou as mãos e dirigiu-lhe um olhar acusador.

Elena: Como você pôde fazer isso? O que vai ser da viúva e dos filhos? Quem irá sustentá-los agora que você matou o chefe da família a sangue-frio?

Damon: Com todos os diabos, do que está reclamando?

Elena: Do que fez para Freemantle.

Damon: Isso não e de sua conta. Já esqueceu qual é o seu lugar aqui no castelo?

Elena: Jamais serei escrava de homem algum! - ela bravejou e, para a surpresa de Damon, apanhou uma xícara na mesa e atirou-lhe na cabeça.

Não acertou por questão de centímetros.

Damon: Pare com isso, mulher, ou vai se arrepender, juro! - ameaçou Damon, tentando agarrá-la.

Já quase conseguia quando ela subiu na mesa e correu para a outra ponta.

Damon: Elena! Desça já daí ou eu a tirarei à força! - gritou Damon, perdendo a paciência.

Ela o ignorou, forçando-o a persegui-la. Quando a pegasse, jurou ele, a mulher lamentaria ter nascido.

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Christopher ajudou Dulce a desmontar. Como sempre, o contato físico com o marido forte deixou-a mais confiante. Na verdade, ela estava meio temerosa por terem vindo a Belvry sem avisar o irmão.

Todavia, ela não conseguira deixar de vir. Sabendo que uma pobre moça havia sido arrancada do convento para ser sacrificada pelo inimigo do tio, ela precisava interferir. Para tanto, havia convencido Christopher a trazê-la, na esperança de que a presença deles surtisse um efeito benéfico no irmão. Olhando em volta, surpreendeu-se por ele não ter vindo recepcioná-los. Damon sempre se mantinha alerta a qualquer movimento à entrada do castelo.

E se ele recusasse a recebê-los? Impossível. O irmão não seria tão grosseiro. Ele devia estar ocupado em algum lugar. Juntou-se ao marido à porta do salão e parou estarrecida ao ouvir uma gritaria infernal.

Dulce: O que será? - perguntou, virando-se para Christopher.

Christopher: Parece a voz de seu irmão - respondeu ele.

Dulce: Damon? Não. Ele jamais levantou a voz - Dulce disse.

Em sua opinião, quem gritava parecia-se mais com o marido, dado a explosões temperamentais, do que com o irmão frio e indiferente. Onde estaria ele e por que permitia tal alarido?

Determinada a descobrir o que se passava, Dulce entrou no salão, mas ficou atônita com a cena. Não estava enganada. A silhueta alta e de cabelos escuros era a do irmão.

Damon perseguia alguém, correndo ao redor da mesa. Uma mulher! Tanto quanto se lembrava, ele nunca tinha sentido nada por uma, exceto desdém. Entretanto, corria atrás daquela como se estivesse possesso. Enquanto olhava, o irmão que jamais tinha levantado a mão, num gesto de raiva ou de afeto, agarrou a mulher e a jogou no ombro como se fosse um saco de cereais.

Ela e Christopher aproximaram-se e, só então, Damon os viu. Dulce estranhou-lhe a expressão de surpresa, a primeira emoção, além de ódio, que ele exibia em anos. Na verdade, a presença deles parecia deixá-lo sem fala. A mulher dava-lhe pontapés e o esmurrava nas costas.

Damon: Pare com isso! - Damon aconselhou por sobre o ombro.

Voltou a fitá-los e Dulce teve certeza de que ele estava embaraçado. Damon, o indiferente? Teve de morder o lábio para não sorrir.

Damon: Dulce? Christopher? O que os traz aqui? - indagou ele admirado.

Ao ouvir-lhe a voz, a mulher aquietou-se, mas ele não explicou sua posição.

Christopher: Problemas com uma criada insubordinada? - indagou Christopher.

Damon: O que? Ah, não. Esta é minha mulher.

Mais estarrecida do que antes, Dulce viu Damon por a mulher no chão. Todavia, ele a segurou pela cintura como se temesse sua fuga. Seria ela capaz? Dulce mal podia acreditar que a criatura furiosa, que ousara enfrentar o irmão, fosse a ex-noviça. Embora considerasse indecorosos seus pontapés, murros e gritos, sentiu-se desarmada ao observar-lhe o rosto rubro e o olhar baixo.

Apesar de alta, era bonita, esguia, tinha curvas graciosas e um porte altivo, digno de uma Salvatore. Da touca escapava um caracol de cabelos castanhos, sinal de temperamento forte, mas era uma cor adorável. Sob as sobrancelhas arqueadas, os olhos castanhos brilhavam.

Então, esta era a sobrinha de Gilbert? Ela não se parecia nem um pouco com o desgraçado de cabelos pretos. Também não tinha a expressão traiçoeira como a do tio. Mas e quanto a Damon? Poderia ele esquecer ódio e admirar a esposa fascinante?

Dulce observou a cunhada mais de perto. Ela não aparentava sinais de maus-tratos e a maneira com que Damon a enlaçava pela cintura não era a de um inimigo.

Voltou a olhar para o irmão e viu que ele continuava incapaz de falar. A expressão dele, geralmente impassível, revelava emoções como constrangimento e orgulho.

Gostaria de estudá-lo por mais tempo, mas a situação não permitia.

Dulce: Olá. Sou Dulce, irmã de Damon, e este é Christopher, meu marido. Você deve ser Elena - disse com um sorriso.

No mesmo instante, o rosto da cunhada iluminou-se, transformando-lhe as feições. Dulce prendeu a respiração. A mulher de Damon era mais do que bonita. Era linda e viçosa.

Um choro infantil, vindo de trás, fez Dulce virar-se para a babá com a criança. Estendeu os braços e pegou a filha, que aquietou-se no mesmo instante.

Dulce: Esta menina barulhenta é Elise - Dulce apresentou. Quando olhou para Elena, o encantamento e a meiguice nos olhos castanhos a surpreenderam. Automaticamente, entregou-lhe a criança.

Dulce: Diga olá para sua tia Elena.

A mulher de Damon, extasiada, segurou o bebê como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Elise, para crédito seu, não reclamou, mas sorriu.

Elena: Ela gostou de mim! - Elena exclamou, levando Christopher a rir. - Eu nunca tinha segurado um bebê antes.

O comentário fez Dulce relancear o olhar para o irmão. Este observava a esposa com atenção. Ele jamais tinha demonstrado o mínimo interesse por Elise e dava a impressão de a estar vendo pela primeira vez, enquanto estudava Elena com a criança.

Damon havia mudado. Tudo que Dulce vira até então provava isso. Quando o irmão a fitou, ela descobriu uma diferença mais marcante do que todas. Os olhos de Damon não expressavam o ódio, a frieza e a indiferença habituais. Havia algo novo neles.

Dulce apenas vislumbrou isso antes de as feições readquirirem a inflexibilidade. Observou Elena novamente e surpreendeu-se com o olhar vibrante que ela dirigia ao marido. Esta mulher de cabelos castanhos era muito corajosa. Evidentemente, havia algo mais do que vingança nesse casamento do irmão. Talvez ainda houvesse esperança para Damon.

Damon: Vocês devem estar cansados da viagem. Osborn! Arrume o antigo quarto de lady Dulce para ela e o marido - ordenou Damon ao criado que surgira correndo.

Dulce pegou Elise dos braços de Elena, que a entregou com relutância óbvia. Com um sorriso encorajador para a cunhada, ela seguiu Osborn rumo à escada.

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