Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Alice saiu correndo, seguida pelas outras duas. Embora não houvesse afeto entre Christopher e o irmão, Dulce não podia imaginar os dois chegando a ponto de lutar. O marido tinha um respeito profundo pela família, o que tornava a ideia absurda. Mas mesmo antes de alcançar o salão, ela reconheceu-lhe os urros.

Elena: O que será isso? - Elena perguntou.

Dulce: É Christopher. Ele explodiu. O que Damon terá feito para provocá-lo?

Elena: Difícil dizer. Seu irmão é muito bom em provocações - respondeu Elena.

Mal podendo acreditar no que via, Dulce parou no último degrau da escada. Damon e Christopher rolavam pelo chão como dois rapazinhos camponeses e mal-educados.

Consternada, ela os deixaria continuar brigando se não fosse por sinais de sangue. Alguém já estava ferido.

Dulce: Christopher! Damon! Parem já! - gritou, mas eles ignoraram.

Alice: Esse diabo vermelho vai matar lorde Damon - choramingou Alice.

Enquanto a criada se lamentava e Dulce, impotente observava a cena, Elena apareceu com um balde de água em cada mão. Sem dar atenção ao perigo que corria aproximou-se dos dois e, levantando o braço, jogou o conteúdo dos baldes neles.

A briga parou imediatamente. Furiosos, os combatentes levantaram-se, tossindo e cuspindo. Estavam ambos encharcados e cobertos por pedaços de palha do chão. Christopher sacudiu a cabeça, esborrifando água em volta. De sua boca corria um fio de sangue. O mesmo acontecia do nariz de Damon.

Dulce: Vocês dois são uma vergonha - declarou Dulce, revoltada.

Pela primeira vez na vida, estava preparada para repreender o irmão, mas ele desviou o olhar. Virando-se para Christopher em busca de uma explicação, ela só viu a raiva mal contida. Sentiu o coração pesado. Sem duvida, a luta não tinha acalmado o marido.

Christopher: Partimos dentro de uma hora - avisou Christopher.

Conhecendo-lhe a raiva tão bem quanto a paixão, ela não ousou discutir. Sua esperança de interferir nas intenções vingativas do irmão fora em vão. Olhou para a mulher alta e de cabelos castanhos que mantinha uma atitude de desafio. Dulce suspirou.

Mais uma vez, a mulher de Damon ficaria por conta própria.

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Alice foi buscar umas roupas de Elise e Elena respirou aliviada, graças à volta do silêncio no quarto de Dulce. Por mais que gostasse da velha criada, seu choro já a estava irritando.

Lágrimas jamais mudavam alguma coisa, ela sabia e, certamente, não desfariam a última loucura de Damon, cometida ao brigar com o cunhado. A história já tinha se espalhado pelo castelo e os criados dirigiam olhares sombrios a seu senhor. Por já ter tomado conta de Belvry, Christopher gozava do apreço de todos. Ninguém queria vê-lo pelas costas e, muito menos, a Dulce.

Elena também sentia-se triste, pois simpatizara muito com a moça de cabelos negros e o marido. Eles estavam de partida, anulando a possibilidade de se estabelecer uma amizade sólida. Mas o pior de tudo para Elena, era a saudade que sentiria de Elise.

A admissão do fato aumentou o peso em seu coração, que, desde a noite da véspera, a afligia. Afinal, a criança era o primeiro ser humano a quem abraçara em muitos anos. Quando voltaria a fazê-lo?

Nunca, pois não teria filhos. Ele havia deixado isso claro. Elena nem podia pensar no nome dele. Não tinha ânimo para enfrentar-lhe os planos maldosos tais como escravidão. Sua tristeza fora provocada pela perda do sonho e da esperança de constituir família.

A intenção dele era atormentá-la. O beijo no salão, o outro no quarto e os olhares de mal controlada paixão não passavam de um jogo, outra faceta da vingança.

Deveria estar aliviada por ter lhe descoberto as intenções, refletiu Elena. Não mais sofreria com as insinuações dele de possuí-la na cama. Mas sentia-se diminuída, inferiorizada.

Dulce: Gostaria muito se você fosse nos visitar em Dunmorrow. Não é um castelo tão bonito e rico como Belvry, mas eu me apeguei muito a ele - disse Dulce despertando-lhe a atenção.

Se não fosse indelicado, Elena teria rido. O marido jamais permitiria que fizesse uma viagem de passeio. Com olhar triste, afirmou:

Elena: Pois eu gostaria que vocês ficassem mais tempo aqui.

Dulce: Eu também. Embora seja um homem bom, Christopher é muito teimoso e temperamental. Ele não mudará de ideia - confessou Dulce.

Elena: Não consigo encontrar nada agradável na personalidade de Damon - queixou-se Elena.

Dulce: É mesmo? Até ontem, eu nunca o tinha ouvido gritar. - Elena fitou-a com ar incrédulo.

Elena: Ele costuma ter acessos de raiva e gritar como um louco.

Dulce: Se você afirma isso, deve ser verdade, mas custo a acreditar. Pensando bem, nunca o imaginei rolando no chão, numa briga, como um desclassificado qualquer. Nem tudo é culpa dele.

Dulce sentou-se num banco perto da lareira e fez um gesto para Elena acompanhá-la.

Dulce: Eu esperava ter várias oportunidades de conversar com você durante minha estadia aqui. Como isso não vai ser possível, vou lhe contar certos fatos que talvez expliquem o comportamento de Damon.

Curiosa, Elena sentou-se a seu lado.

Dulce: Embora meu irmão nunca fosse afetuoso como Christopher, ele é um homem bom. Jovem, forte e esperançoso, partiu para lutar na Terra Santa. Quando tivemos a notícia de sua morte, sofremos muito, especialmente meu pai.

Uma sombra toldou-lhe o olhar, mas Dulce prosseguiu:

Dulce: Mais tarde, ficamos sabendo que ele fora ferido durante uma batalha. Impossibilitado de se locomover, ficou a espera de socorro. Com a chegada de nosso vizinho, o barão de Gilbert, Damon pensou que o sofrimento acabaria logo. Mas em vez de ajudá-lo, Gilbert o levou para trás de umas moitas e o largou lá para morrer.

Um desânimo profundo dominou Elena. Apesar de Alice ter lhe contado a história, ela a poupara dos detalhes. Agora entendo por que ele me despreza! Elena sentiu o último resquício de esperança desaparecer.

Dulce: Só sei o que Damon contou a Christopher. Uma camponesa o encontrou e cuidou dele até que se restabelecesse. Então, ele organizou a vida, ganhou dinheiro e juntou um grupo de homens para acompanhá-lo para cá. Mas antes de partir da Terra Santa, recebeu a notícia da morte de nosso pai. Foi então que Gilbert atacou Belvry. Damon chegou a tempo de salvar a propriedade, mas Gilbert fugiu, indo parar em Dunmorrow, onde Christopher o matou.

Elena sentiu um arrepio. Essas histórias de guerra e mortes não faziam parte de sua experiência.

Dulce: Desde o momento em que Gilbert o traiu, meu irmão passou a viver com um único objetivo, o da vingança. Ao perder a oportunidade de exercê-la, ele tornou-se vazio, indiferente. Só quando soube de sua existência, Elena, recobrou ânimo, mas novamente, movido pelo ódio.

Elena empalideceu e Dulce tomou-lhe a mão.

Dulce: Não contei isso para desanimá-la e sim para encorajá-la. Ao ouvir falar de seu casamento, temi pelo pior. Entretanto, o que vi aqui me deixou esperançosa. Meu irmão mudou muito e você é a responsável por isso. Qual é o seu plano?

Elena: Como assim? - balbuciou Elena, perplexa.

Dulce: Naturalmente, você deve ter algo em mente - respondeu Dulce.

Elena a fitou com olhar vazio, pois esperava apenas sobreviver à vingança de Damon. Tinha considerado e descartado a ideia de pedir auxílio ao sírio e também a tentativa de seduzir o marido falhara.

Dulce: Seja lá o que você está fazendo, vem dando certo. Se existe alguém capaz de transformar Damon é você, Elena. Você conseguirá. Por favor, ajude-o.

Elena ficou consternada com o pedido. Ajudar Damon? A ideia era ridícula. Embora muitas vezes se sentisse enfraquecer em relação a ele. Jamais lhe cederia a tirania.

Quando tentara ajudá-lo, ele a tinha acusado de querer envenená-lo. Além do mais, não estaria se despedindo da cunhada simpática se não fosse pelo marido irascível.

Elena: Sinto muito, mas acho que não posso fazer nada - respondeu numa voz trêmula.

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