Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Damon surpreendeu-se ao ver a esposa colocar um copo diante dele. Nas últimas semanas, vinha deixando de exigir-lhe os cuidados. E por que não? À noite, na cama, ela mais que compensava a negligência. Sentindo a pontada do desejo, Damon concentrou a atenção no copo.

Damon: O que é isso?

Elena: Algo para seu estômago - murmurou Elena e, antes que ele reagisse, acariciou-o no ombro.

A onda de raiva passou tão logo ela sentou-se a seu lado. Já não se sentia ameaçado com o fato de a mulher saber de seu sofrimento.

Curioso como a situação tinha mudado sutilmente. Damon também não se preocupava mais com o perigo de Elena o escravizar com o corpo. Na verdade, ambos tinham se escravizado mutuamente, pois ela se mostrava tão carente e ansiosa quanto ele. E assim, a parceria florescia.

Damon: Tem certeza de que não se trata de um tônico? - brincou ele. Elena sorriu.

Elena: Você não precisa de um. Se sua vitalidade aumentar, eu me verei incapacitada de andar.

A resposta o excitou. Fitando-a, tomou o copo e bebeu tudo.

Damon: Quero me recolher mais cedo hoje, mulher - disse ele ao levantar-se.

Elena concordou com um gesto de cabeça e o acompanhou. Quando chegaram ao quarto, entretanto, Damon estranhou ao ver a banheira com água fumegante.

Damon: Um banho agora? O que você tem em mente? - indagou ele.

Já tinha tomado um antes e não desejava nada além do que ir para a cama com a mulher o mais depressa possível. Talvez nem a despisse. Poderia tomá-la nos braços e possuí-la de encontro à parede.

Elena: Estou sangrando. Se você quer satisfazer a vontade, é melhor na banheira do que na cama. Lá, os lençóis ficarão manchados - explicou Elena.

Damon levou uns instantes para entendê-la. Naturalmente, estava familiarizado com a menstruação feminina, mas era a primeira vez que uma mulher se oferecia a ele nesse estado.

Elena: Então, como é? - perguntou ela com um brilho desafiador nos olhos castanhos. - Está com medo de ver sangue, guerreiro?

Damon riu da provocação.

Damon: Quem? Eu? Já vi mais sangue do que você verá a vida inteira. Ele não me perturba - garantiu ao despir-se impacientemente.

Elena fez o mesmo e, logo, os dois entravam na água.

O banho sempre tinha sido muito pessoal e privativo para Damon. Agora, ele descobria tratar-se de algo erótico e diferente.

Puxou a mulher para o colo, apreciando a textura de sua pele molhada. Sentados face a face, uniram-se e o menor movimento provocava um prazer intenso nele. Num ritmo mais vagaroso do que o frenético e habitual, a paixão foi se avolumando. E quando Damon viu Elena baixar as pálpebras sobre os olhos sonhadores, sentiu algo surgir no peito. Era como se o coração, ausente por tanto tempo, recomeçasse a bater.

Deitada na cama imensa, aconchegada por cobertores macios e travesseiros altos, Elena sentia-se desconsolada, apesar do conforto todo. Isso lhe dava a sensação de culpa, pois já passara necessidades na vida.

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Suspirou alto, atraindo a atenção do marido que se vestia. Ele não a atormentava mais e nem exigia que se comportasse como escrava. Contudo, Damon continuava irredutível e arredio em relação a ela, exceto quando faziam amor. À noite, Elena absorvia o que podia dele, mas durante o dia, possuía apenas as lembranças do amor vivido.

Estava sendo tola ao esperar algo dele. O marido era uma criatura inflexível e obcecada pelo desejo de vingança. Pelo menos, lhe proporcionava prazer e ela deveria se contentar com isso. Mas queria tanto que ele lhe desse um filho também.

E esse era o motivo de sua tristeza nessa manhã. Apesar de Alice ter lhe dito que, algumas vezes, uma mulher custava a engravidar, ela esperara haver conseguido isso com tantas relações apaixonadas. A menstruação sempre fora desagradável, mas agora, adquiria um aspecto deprimente. Era como se o corpo chorasse a ausência de uma criança.

Depois de uma batida na porta e da ordem de Damon, Alice entrou no quarto.

Alice: Ainda não se levantou, lady Elena? - indagou a criada, piscando maliciosamente. Damon dirigiu-lhe um olhar irritado.

Damon: Ela está menstruada e, se quiser, pode passar o dia inteiro na cama.

Alice: Ah, paciência! - exclamou a criada, desapontada. - Não desanime, lady Elena. Cedo ou tarde, nós a veremos engordar com a gravidez.

Tendo já acabado de se vestir e já à porta para sair, Damon virou-se ao ouvir as palavras da criada. Apreensiva, Elena ficou tensa. Ela o amava, mas não confiava nele. Se o marido descobrisse uma de suas fraquezas, a usaria contra ela. Ao fitá-lo, percebeu estar certa. Os olhos azuis faiscavam.

Damon: Se pensa que uma gravidez me fará esquecer sua origem, reflita bem, herdeira de Gilbert. Você e o pirralho serão muito prejudicados - ameaçou ele para, em seguida, sair batendo a porta.

Elena sentiu a esperança morrer. Como poderia trazer uma criança ao mundo sabendo que o marido a odiaria?

Alice: Acredite, lady Elena, lorde Damon acabará cedendo, a senhora verá. Mas por enquanto, não vou permitir que continue aí deitada. Há muitas pessoas doentes na vila e, embora meu senhor a tenha proibido de preparar remédios, a senhora poderá me dar instruções para fazê-lo - declarou Alice com voz enérgica.

Recusando-se a ficar lamentando a própria tristeza, Elena levantou-se. Outras pessoas, menos afortunadas, estavam sofrendo. Deixou Alice ajudá-la a se vestir e, então, ouviu a velha criada descrever a enfermidade que havia atacado as famílias mais pobres da aldeia.

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Elena ensinou Alice a preparar água com cevada e framboesa preta para aliviar gargantas inflamadas. Mas logo surgiam diarréia e brotoejas nas vítimas da doença estranha. Como não a conhecesse, ela não sabia como tratá-la. Apesar de seus esforços, começaram a chegar notícias de morte. Dentro de poucas semanas, a enfermidade atingiu o castelo, atacando um dos cozinheiros, cujos parentes moravam na aldeia.

Quando a própria Alice caiu doente, Elena não teve escolha a não ser ministrar os remédios. Sempre que podia, juntava-se ao marido da criada ao lado da cama. Comovia-se ao ver o velho soldado afagar a mão da mulher. Jurava que Alice sobreviveria.

No início, febre e calafrios sacudiam o corpo da velha mulher de maneira alarmante. Elena temia o pior, mas no fim de uma semana, eles passaram. Vieram, então, as manchas na pele e ela voltou a afligir-se, pois sabia que o cozinheiro tinha morrido nessa fase da doença, Todos os dias, rezava para encontrar a criada ainda agarrada à vida e sempre era atendida.

Certa tarde, Elena observava Alice de perto enquanto Pasqua lhe alisava os cabelos grisalhos. Estariam as manchas desaparecendo? Elas vinham em ondas, mas pareciam menos fortes.

Alice: Pasqua, você quer arrancar meu couro cabeludo? - A voz fraca, mas irritada, de Alice apanhou Elena e Pasqua de surpresa, pois a pobre não estava consciente há dias. Fitaram-se e trocaram um sorriso de alegria, Piscando, a criada focalizou os olhos em Elena e franziu a testa.

Alice: Minha senhora, o que está fazendo aqui?

Elena: Cuidando de você, claro.

Alice: Não deveria. Se lorde Damon descobrir, vai ficar muito zangado.

Elena teve vontade de rir. Em sua luta contra morte, o temperamento explosivo do marido tinha perdido a importância.

Alice: Vá embora logo. Não quero ser a causa de brigas entre os dois - disse Alice.

Elena: Está bem. Vou deixar Pasqua cuidando de você.

Alice: Ele não faz mais do que a obrigação. - Com um olhar carinhoso para a amiga, Elena deixou o quarto, pois tinha de preparar mais remédios. Os habitantes de Belvry os requisitavam quando ficavam doentes. Ela os atendia apesar de saber que logo o marido descobriria sua nova atividade. Ele não ficaria satisfeito.

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Ao retornar ao castelo, Damon encontrou o salão vazio. Isso só piorou seu mau humor. Cansado e suado, desejava um banho e os cuidados da esposa. A ausência de Elena o irritou.

Alem de melancólica, ela andava distraída e negligente ultimamente. Por seu lado, ele se mostrava tolerante, mas a paciência chegava ao fim. Se a mulher pensava em abandonar os deveres só porque o agradava na cama, estava muito enganada. Por Deus, ele a lembraria de seu lugar no castelo.

Damon: Osborn! - gritou, mas em vez do criado preferido, quem surgiu foi um rapazinho.

****: Osborn está doente, meu senhor.

Damon: Maldição! - Damon exclamou, frustrado ao saber que a doença da aldeia já tinha invadido o castelo.

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