Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

****: Não se preocupe, meu senhor. Lady Elena está com ele.

Damon: O que?!

****: Sua senhora. Ela entende bem de curas - o rapaz disse, recuando.

A raiva de Damon foi tanta que ele mal conseguiu encontrar a voz.

Damon: Vá buscar minha mulher e a leve para nosso quarto - ordenou.

Enquanto o rapaz desaparecia depressa, ele rumou para a escada a fim de esperar Elena no quarto. Por Deus, ele a ensinaria a obedecê-lo, mesmo se precisasse amarrá-la na cama!

Crispou as mãos para impedir-se de esmurrar as paredes. Ele a imaginava satisfeita ultimamente quando, na verdade, ela vinha agindo às escondidas. Ainda bem que Darius ainda continuava fora, caso contrário, duvidaria também da fidelidade da mulher. Isso o fez sentir a antiga dor de estômago que, havia semanas, não o afligia mais.

Quando a porta abriu, Damon tentou se controlar.

Serena, Elena aproximou-se e parou diante dele.

Elena: Você mandou me chamar? - perguntou ela.

Damon: Mandei, sim. Como ousou me desafiar tratando de doentes? Eu a proibi de fazer isso, no entanto, fiquei sabendo que está cuidando de Osborn.

Elena não mostrou sinais de remorso e o encarou calmamente.

Elena: O seu povo vem caindo doente e me procura em busca de auxílio. Como posso me negar a atendê-lo?

Damon: Você prefere que eu a tranque aqui em cima, longe de tudo e de todos? Essa é a única maneira de eu garantir sua obediência? - esbravejou Damon.

Ao ouvi-lo, ela ficou tensa, mas manteve a expressão calma.

Elena: Esse é o seu povo, Damon. Você não se importa com ele?

Damon: Claro que me importo.

Os olhos castanhos o fitaram com expressão fria e ele teve vontade de sacudi-la a fim de provocar-lhe alguma reação.

Elena: Sua dor de estômago não melhorou? - argumentou ela numa voz suave.

Damon: Melhorou - respondeu ele, distraído.

O que havia acontecido com a esposa?, indagou-se Damon. Onde estava a vitalidade que ele aprendera a apreciar? Tinha desaparecido com sua última menstruação. Ele suspeitava de suas razões, mas não queria admiti-las.

Com as mãos crispadas, Damon virou-se de costas. O que Elena queria dele? Já havia lhe garantido a condição de esposa. A mulher não podia esperar também que ele aceitasse um filho com o sangue de Gilbert. Isso era pedir demais.

Ele ouviu sua voz baixa vinda de trás.

Elena: Não posso ignorar os ensinamentos do convento, Damon. Como ficar indiferente e deixar que essas pessoas morram sem ajuda alguma?

Sem lhe dar ouvidos, Damon virou-se, furioso outra vez.

Damon: Quem a indicou para a posição de santa? Você é minha mulher e deve cuidar só de mim! Eu não permito...

Elena: Desgraçado egoísta!

Damon parou e a observou. Embora Elena reagisse finalmente, não havia calor em suas palavras.

Damon: Essa não é a questão. Você me desafiou e vai pagar por isso, herdeira de Gilbert.

Nem a menção desse fato provocou a raiva de Elena. Damon não podia acreditar que ela, um dia, tinha lhe atirado xícaras na cabeça. Agora, ela lembrava uma concha vazia. Isso o fez refletir. A raiva foi substituída por uma apreensão repentina.

Damon: Há quanto tempo você vem cuidando dos doentes? - indagou.

Elena: Pessoalmente, só cuidei de Alice e Osborn.

Damon: E há mais doentes no castelo?

Elena: Vários criados e um dos cozinheiros já morreu. - Dando um passo à frente, Damon levantou-lhe o rosto para observá-lo melhor. Olheiras profundas marcavam-lhe as feições.

Damon: Você está confinada a este quarto. Se eu descobrir que você me desobedeceu, a amarrarei a cama.

Damon esperou que ela o atacasse, mas Elena permaneceu imóvel.

Elena: Não e de estranhar que seu povo prefira Christopher. Você não merece ser o senhor de Belvry - ela murmurou.

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Elena o tinha chamado de egoísta. E era verdade, Damon admitiu ao andar ao longo da muralha do castelo. Jamais havia tido ligação com alguém. A mãe constituía uma lembrança apenas e o pai, um legado de lições e da propriedade.

Dulce, como sua única parente, não significava mais do que um laço sanguíneo. Darius, por sua vez, chegava quase a ser um amigo, apesar do ciúme que se interpusera entre ambos. Mesmo assim, ele não sentia, pelo companheiro, algo que se assemelhasse, remotamente, à carência egoísta provocada pela esposa.

Levantando o rosto para a brisa, Damon foi inundado pela sensação de posse. Elena era sua e ele não a compartilharia com ninguém. Nem com Alice, Darius ou com os criados doentes. A mulher era a primeira coisa na vida dele a ter significado.

Se trancá-la no quarto fosse a única escolha, ele o faria sem se desculpar. Determinado, Damon voltou ao pátio e entrou no salão. Tinha dado ordens para o jantar de Elena ser servido no quarto, pois ela não o deixaria nem para fazer as refeições. Ele reuniu-se com o administrador a fim de debater a questão da moléstia que atacava os habitantes da propriedade. Como deixasse claro que a mulher não cuidaria mais dos enfermos, os dois concordaram em mandar buscar um médico na cidade.

Já estava ficando tarde quando Damon subiu a escada. Como sempre, a expectativa crescia. Não importavam as desavenças tidas durante o dia, ele e Elena entregavam-se à paixão à noite.

Impaciente, entrou no quarto. Egoísta, sim, mas ele a possuiria como jamais o fizera.

Como não a visse logo, sentiu uma pontada de pânico. Logo, entretanto, vislumbrou-lhe a silhueta na cama. Sorriu satisfeito. O colchão há muito fora retirado, pois ele gostava de dormir com a mulher nos braços.

Aproximou-se da cama e a excitação transformou-se em consternação ao ver Elena dormindo. Carente como ele, a mulher sempre o aguardava com ansiedade.

Tentado a acordá-la, Damon curvou-se e notou novamente os círculos roxos ao redor dos olhos. Ela estava pálida também, percebeu, aflito. Tocou-a na testa para afastar os cabelos e ficou tenso. Elena estava quente, febril.

Ele endireitou o corpo e cambaleou. A morte tentava atingi-lo como a mais feroz espada inimiga. Abriu a boca para gritar chamando Osborn e Alice, mas não o fez. Os dois não poderiam atendê-lo.

Damon, que tinha passado a vida sozinho, nunca se sentira tão abandonado. Dulce estava longe, enxotada pelo temperamento explosivo dele e até Darius, afastado pelo ciúme, não poderia oferecer-lhe nada. Restava apenas um grupo de criados e de arrendatários a quem ele não poderia confiar a esposa.

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