Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

A decisão, tomada quando ela estava mal, parecera razoável. Na ocasião, ele não desejava seu corpo e sim sua alma. Todavia, agora Elena estava bem. A silhueta graciosa, o perfume inebriante e a voz suave e sensual o afetavam mais do que um tônico poderoso.

Ele tinha a sensação de estar prestes a explodir. Frustrado, duvidava ser capaz de suportar uma vida inteira desse tormento.

E se ela o tentasse novamente? A mulher era muito teimosa. Se estivesse determinada a seduzi-lo, ela o faria. Apenas a força de vontade dele poderia salvá-la. E esta estava em seu limite máximo.

Devia haver outra solução, Damon refletiu. Tinha ouvido falar de homens que retiravam o pênis antes de alcançar o clímax, mas ignorava se isso dava certo. Também não confiava em si mesmo. 
Dominado pela paixão, poderia se esquecer de fazê-lo. Ouvira ainda a menção de certa poção, à base de ervas, que evitava a concepção. Se isso era verdade, devia ser segredo das mulheres. Afinal, a maioria dos homens queria herdeiros.

Por Deus, ele não! Pagaria um bom preço para obter tal receita. Pensou em procurar Alice, pois a velha criada tinha um certo conhecimento da vida. Contudo, ela não aprovaria o pedido e negaria qualquer informação.

Na verdade, a única mulher, em Belvry, que entendia de plantas era Elena, mas ele não podia questioná-la. A mulher queria um filho. Damon sofria por negar-se a satisfazer-lhe a vontade.

Cerrando os dentes, ele resolveu encontrar uma maneira de poder possuir a esposa e, ao mesmo tempo, evitar qualquer risco para ela. Se ninguém ali lhe apresentasse uma solução, mandaria Darius procurá-la em outras regiões. Talvez até em Dunmorrow. Embora nunca mais houvesse tido notícias de Dulce, ele sabia que a irmã entendia de plantas.

Damon endireitou os ombros. Primeiro, escreveria a Dulce, pois ela saberia o que fazer. Preferia não lhe pedir favores, especialmente depois da briga com o cunhado, mas não tinha escolha. E, tempos atrás, ele salvara a vida de Christopher, a quem a irmã amava tanto. Ela lhe devia esse favor.

Menos apreensivo, Damon iniciou a caminhada de volta para o castelo. Dulce o atenderia e, quando ele estivesse de posse do segredo, poria a poção no vinho de Elena. Ela jamais desconfiaria.

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Para Elena, ela havia acabado de adormecer quando Alice bateu na porta a fim de acordá-la. Sentou-se e olhou em volta do quarto vazio. Onde o marido tinha passado a noite? Esperava que não fosse entre os braços de outra mulher, pois ela mataria os dois.

Alice: Lady Elena? - chamou a criada.

Elena: Entre! - gritou ela ao levantar-se. Raiva e humilhação aumentavam o efeito da insônia e ela nem conseguiu sorrir para a pobre Alice.

Alice: O que aconteceu, minha senhora?

Elena: O de sempre. Meu marido continua o mesmo. Pensei que tivesse mudado um pouco, mas ele insiste em me atormentar a fim de se distrair.

Alice: Depois do que ele fez pela senhora, como pode dizer uma coisa dessas? - protestou a criada.

Elena: O que, exatamente, ele fez? Damon me arrancou de onde eu morava, me humilhou, me aterrorizou e me tratou como uma escrava - respondeu Elena e, mentalmente, acrescentou: E o pior de tudo, me fez apaixonar por ele.

Alice: Não pode ter se esquecido de tudo, lady Elena. Todos sabem que lorde Damon não deixou o lado da cama durante sua enfermidade toda. Dia e noite, ele permanecia aqui. Eu ainda estava de cama quando a senhora adoeceu. Por isso, ele cuidou de suas necessidades. Quando eu finalmente o vi, o pobre parecia que não dormia há semanas.

Enquanto a criada a ajudava a se vestir, Elena refletiu. A doença era uma coisa nebulosa em sua memória, com visões estranhas que ela calculava serem causadas pela febre. Lembrava-se do marido gritando com ela até lhe provocar dor de cabeça. Mas também o revia lavando seu rosto com um pano úmido, ou falando-lhe em voz suave. Na verdade, quando pensava naqueles dias, só via Damon a seu lado, numa atitude meiga e diferente da habitual. Uma vez, até o vira chorando. Devia ser imaginação sua.

Mas não tudo. De fato, Damon devia ter cuidado dela, pelo menos, parte do tempo. Mas por quê? Para que ajudar uma pessoa a quem ele dizia desprezar?

Elena: Damon só queria me manter viva por causa da vingança - queixou-se.

Alice: Ai, não, lady Elena! Já esta na hora de a senhora ficar sabendo a verdade sobre seu marido. Nunca vi um homem sofrer tanto. Quando a senhora estava doente, ele mal se alimentava e dormia. Um criado ousou falar em sua morte e lorde Damon o expulsou de Belvry.

Elena baixou o olhar. Sentia-se embaraçada com a possível verdade das palavras da criada. Era demais para sua compreensão.

Elena: Mas por quê?

Alice: Como?! Para uma mulher tão inteligente como a senhora, sua mente está muito obtusa em relação a lorde Damon. Ele mudou muito e por sua causa. O senhor de Belvry está apaixonado.

Arregalando os olhos, Elena soltou uma exclamação de surpresa.

Alice: Não fique tão chocada. Sem dúvida, a senhora notou a diferença nele. Todos aqui no castelo sabem disso. Aliás, consegui um bom número de moedas pagas pelos mais céticos - contou Alice.

Elena: Moedas?! - repetiu Elena.

Alice: Isso mesmo. Desde o início, eu sabia que a senhora conquistaria lorde Damon. Primeiro, apostei só com Pasqua. Mas quando a história se espalhou, as pessoas começaram a me procurar. Depois de sua doença, os que eram contra mim se viram obrigados a me pagar. Até um cego poderia ver que o senhor de Belvry estava apaixonado pela esposa.

Elena sentou-se num banco, tentando entender a tagarelice da criada. Damon apaixonado? Por ela? Embora o coração quisesse acreditar, a mente a aconselhava a ser cautelosa. O marido já tinha se divertido com ela antes, e sempre com má intenção. Talvez a nova atitude dele não passasse de um esquema elaborado para conquistar-lhe a confiança e, depois, destruí-la, refletiu Elena.

Exatamente como na noite anterior. Isso era prova suficiente da perfídia de Damon.

Elena: Tolice, Alice - disse em voz áspera, levantando-se.

Alice: Mas, minha senhora...

Elena: Não quero mais ouvir falar no assunto. Esse homem, que você diz me amar, onde passou a noite? E com quem? Não foi comigo neste quarto. Ele me rechaça!

Alice: Lorde Damon ainda está preocupado com sua saúde. Dê-lhe um pouco de tempo. Ele quer ter certeza de que a senhora esta completamente boa antes de procurá-la na cama.

Elena sentia-se dividida. Embora não quisesse ouvi-las, o coração a forçava a considerar as palavras da criada. Elas pareciam expressar uma certa verdade. Não acreditava que Damon tivesse se apaixonado por ela, claro, mas talvez ele houvesse mudado um pouco e se preocupado com sua saúde. Sem dúvida, custaria a assimilar esse tipo de raciocínio.

Alice: Dê-lhe tempo - repetiu Alice. - Se não estiver disposta, existem outras maneiras de apressá-lo - acrescentou, rindo.
Curvou-se e começou a falar ao ouvido de Elena.

Ao ouvir as sugestões da criada, Elena respirou fundo. Elas rodopiavam em sua mente, provocando visões de si mesma e de Damon juntos. O coração disparou, enchendo-a de desejo. Se ao menos pudesse acreditar na velha criada. Ou em Damon. E se tentasse seduzi-lo e ele a rejeitasse outra vez?

Elena não se sentia com forças para suportar isso.

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