Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Como se lesse seus pensamentos, Christopher o encarou.

Christopher: Depois de receber sua carta, Dulce ficou preocupada com você e com sua mulher.

Damon tinha se esquecido da carta. Embaraçado, baixou o olhar antes de responder.

Damon: Está tudo bem agora. A doença passou.

Christopher: Ótimo. E sua mulher?

Damon: Recuperou-se bem - disse Damon.

Christopher: Foi o que imaginei ao vê-la sair do pátio a cavalo. Não falei com ela porque queria conversar primeiro com você.

Levando-se em consideração as condições em que ele deixara os Salvatore, a precaução de Christopher era compreensível, admitiu Damon.

Christopher: Elena me pareceu satisfeita e saudável - comentou Christopher.

Damon: Ela está grávida.

O cunhado não escondeu a surpresa, mas ofereceu um largo sorriso.

Christopher: Parabéns, Damon!

Damon: É uma boa notícia, desde que ela passe bem. Não quero que corra nenhum risco.

Mais uma vez, a expressão de surpresa precedeu o sorriso de Christopher.

Christopher: Tudo sairá bem. Mas se você está preocupado, é melhor ir buscá-la. As estradas estão péssimas e alagadas.

Damon praguejou.

Damon: Eu não teria consentido nesse passeio, porém, ele a convenceu em minha ausência.

Christopher: Ele? O homem que a acompanhava? Eu já o vi antes, mas não me recordo onde - disse Christopher com ar pensativo.

Damon, que já se dirigia à porta, parou.

Damon: O que você quer dizer?

Christopher: Ah, eu me lembro! Foi nos pântanos. Ele era escudeiro de um cavaleiro, mas foi despedido com desonra. O que está fazendo aqui?

Damon, que jamais hesitara diante de uma batalha, foi tomado por um medo imenso.

Damon: Você tem certeza? Ele alega ser outra pessoa.

O alarme nos olhos do Cavaleiro Vermelho fez Damon lutar contra o pânico.

Christopher: Bem, vi o rosto à distância, mas podia jurar tratar-se do mesmo homem. Cabelos e olhos pretos, estatura média. Swithun era o nome dele, eu acho. Lembro muito bem quando foi despedido por causa da própria negligência. Ele mandou seu senhor para a batalha com a cilha da montaria solta. Isso custou a vida do cavaleiro.

As feições de Damon estampavam seus sentimentos. Assustado, o cunhado segurou-lhe o braço e perguntou:

Christopher: O que é?

Damon não conseguiu responder. Todas as suspeitas sobre Elijah Gilbert passavam a fazer sentido. Por que o homem levara tanto tempo para procurar Elena? Porque não era seu irmão. Sem dúvida, tratava-se do homem de cabelos e olhos pretos que, com tanta diligência, perguntara sobre ela em várias localidades. Para tanto, ele tinha uma boa razão. Precisava do maior número possível de informações para poder passar por parente seu.

Mas do que adiantava ser irmão de Elena? A resposta era clara e dolorosa. A antiga e rica propriedade de Gilbert seria suficiente para satisfazer qualquer cavaleiro, quanto mais um escudeiro desonrado. As únicas pessoas que se interpunham entre ele e as terras eram Damon e Elena.

A esposa, a quem jurara proteger, estava correndo um perigo maior do que ele tinha imaginado.

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Elena instigou a montaria a seguir a de Elijah, mas a subida da colina era difícil. Damon não a aprovaria, pensou ela com uma ponta de culpa. Havia aceitado o convite do irmão para cavalgar na esperança de falar com ele a sós. Precisava convencê-lo a desistir da propriedade do tio.

Todavia, seus esforços continuavam infrutíferos. Como mal conseguisse conversar com Elijah, não tinha ainda abordado o assunto. Ele parecia determinado a cavalgar depressa apesar do terreno lamacento e escorregadio.

Elena: Elijah, vá mais devagar - gritou Elena.

O vento devia ter lhe abafado as palavras, pois o irmão não se virou para trás.

Ela o observou. Sem dúvida, Elijah dirigia-se ao pequeno penhasco no topo da colina. De lá, poderia ver o rio, mas por que a tinha trazido, ela não fazia ideia.

Isso lhe provocou uma certa tristeza. Mesmo depois de várias semanas na companhia do irmão, ainda desconhecia muita coisa a respeito dele. Por mais que tentasse, não conseguia sentir um afeto familiar por ele. Elijah não merecia isso. Bondoso, gentil e de temperamento brando, ele possuía todas as qualidades que faltavam no marido.

Todavia, ela amava Damon. Naturalmente, esse sentimento era diferente. Porém, ela não podia se livrar da impressão de que, apesar do temperamento explosivo, Damon merecia ser amado mais do que o gentil e amigável Elijah.

Elena achou-se perversa. Talvez o próprio caráter fosse falho, mas continuava preferindo a companhia do marido severo. Ele podia estar de mau humor ou briguento, mas nunca a entediava. A vida fluía entre ambos. Com raiva, ou excitação, ou paixão, eles alimentavam-se mutuamente.

No esforço para alcançar o topo da colina, Elena esqueceu as reflexões. A sela escorregou um pouco e ela se assustou. Prensando os calcanhares, conseguiu levar o palafrém pelos últimos metros de subida. Olhou para trás e, vendo a inclinação barrenta, calculou como uma queda teria sido perigosa.

Respirou fundo e arrependeu-se da decisão insensata de ter acompanhado o irmão. Tal cavalgada só podia ser feita por homens em seus corcéis e ela não podia mais pensar apenas em si mesma. Tinha também de se preocupar com o filho.

Elena: Elijah? - chamou.

Elijah: Venha até aqui! - ele gritou.

O irmão olhava pelo penhasco como havia imaginado, ela, porém, não tinha vontade de chegar perto da beirada, onde a terra desbarrancava para a correnteza do rio.

Elena hesitou e, então, surpreendeu-se ao ver um cavaleiro surgir de entre as árvores, à esquerda, e cavalgar colina acima.

Tinha de ser Damon num acesso de raiva e de ciúme, pensou ela. Quando ele alcançou o topo, parou a montaria a seu lado. Em seguida, olhou em volta com olhar desconfiado.

Elena o observou e não encontrou a expressão enraivecida. Ele estava lívido e com olhar sombrio. Estaria doente, ou tratava-se de uma nova faceta do temperamento volúvel dele?

Damon: Elena, fique aqui perto de mim.

O tom veemente a surpreendeu. Desconfiada do ciúme do marido, ela sentiu-se tentada a desobedecer, mas a rigidez das feições dele a fez refletir. Se não o conhecesse bem, juraria que Damon estava com medo. Mas ele não temia nada.

Elijah: Elena, venha cá - gritou Elijah.

Damon: Fique longe dele, Elena, e não se afaste de mim - disse Damon.

Aturdida, Elena olhou para Elijah e o viu instigar a montaria em sua direção. Observou-lhe o semblante afável e comparou-o com a expressão sombria do marido. Mesmo assim, deu-se conta de precisar atender a ordem de Damon.

Achou estranho. Apesar de amá-lo há bem tempo, jamais pensara em confiar cegamente nele. Talvez isso fosse possível pelo fato de o relacionamento entre ambos ter se tornado mais forte e poderoso do que o ódio e a vingança. Decidida, permaneceu onde estava.
Um barulho a fez virar a cabeça para trás. Viu Elijah esporeando o cavalo e assustando o seu. Ela tentou controlá-lo, mas a sela voltou a escorregar para o lado. Elena teria caído se Damon não a salvasse a tempo, carregando-a nos braços.

Aconchegada no colo dele, Elena ficou horrorizada quando o cavalo de Elijah quase atropelou seu pequeno palafrém. O animal escorregou e, a muito custo, não caiu. Ela soltou um suspiro de alívio por não estar mais na sela que, agora, pendia do lado da montaria.

O incidente tinha ocorrido tão depressa que Elena não sabia como acontecera. O animal de Elijah teria se assustado? Mas por que correra exatamente em direção ao seu?

Percebeu a tensão do marido. Ele a apertava com força ao encontro do peito, impedindo-a de mexer-se. Damon pôs uma certa distância entre eles e Elijah, mas não deixou de encará-lo com firmeza. Quando falou, a voz dele provocou um arrepio de medo em Elena.

Damon: Pensa que teria uma oportunidade melhor de se apossar das terras de Gilbert, caso matasse minha mulher e a criança da qual ela está grávida?

Elena não conteve uma exclamação, mas Elijah apenas sorriu.

Elijah: Sua chegada abrupta assustou meu cavalo. Você não podia esperar que os outros animais não reagissem.

Elena sentiu-se gelada, e não por causa do vento frio. Por que Elijah não lhe pedia desculpa, ou expressava preocupação?

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