Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Damon: Isso não explica a sela solta do palafrém. Você cortou a cilha, ou apenas não a prendeu bem? Minha mulher deveria escorregar da sela para o penhasco ou você pretendia empurrá-la?

A falta de ar ameaçou Elena, porém, ela lutou contra o pânico, seu causador. Pensando no filho e em si mesma, respirou fundo várias vezes e bem devagar. Só quando se controlou, olhou para o irmão. Como sempre, ele se mostrava relaxado. Nada o afetava? Por que não protestava contra as acusações?

Elijah: Não sei o que você quer dizer - respondeu ele com um sorriso.

Damon: Você pensava mesmo que eu não vingaria a morte de Elena?

Elijah: Pare de imaginar coisas - advertiu Elijah.

Damon: Não. Você é quem tem imaginação fértil se pensou em matar minha mulher e meu filho a fim de se apossar de minhas terras. A brincadeira acabou, Swithun, pois sei quem você é.

Pela primeira vez, Elena viu uma reação fugaz nos olhos de Elijah, mas ele falou em voz calma.

Elijah: Você não pode provar nada.

Damon: Há um homem em Belvry que o conhece. Ele pode jurar que você não é irmão de minha mulher e sim um escudeiro covarde, demitido por não cuidar de seu senhor. Você o matou como tentou fazer com Elena?

Elijah: O homem deve estar enganado.

Em seguida e para o horror de Elena, Elijah tirou uma das luvas e a jogou no chão, diante do corcel de Damon.

Elijah: Eu me sinto insultado e nego suas palavras. E mais, eu o desafio a lutar comigo pelas terras de Gilbert. Aliás, minhas por direito de herança.

Apavorada, Elena não conseguiu desviar os olhos da luva. Sabia o significado de tal desafio. Julgamento por combate, era chamado. A luta só terminaria com a morte de um dos oponentes.

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Fechando bem a capa forrada de pele, Elena dirigiu-se para a porta do salão.

Alice: Minha senhora, desista de ir - implorou Alice. A resposta de Elena foi um olhar firme. A criada recuou, resmungando algo sobre sua teimosia ser tão grande quanto à de lorde Damon. O comentário provocou o primeiro, e sem dúvida o último, sorriso de Elena nesse dia. Antes de a manhã terminar, alguém caro a ela estaria morto.

Não concordava com o duelo. As paredes do salão haviam ecoado seus gritos e os de Damon durante as discussões sobre a questão. O marido tinha feito uma lista de todas as evidências contra Elijah e ela fora forçada a aceitar o fato de que o homem não era seu irmão. Isso e mais as intenções maldosas dele a tinham magoado muito. Contudo, não desejava que fosse morto pelo marido.

Também não queria Damon ferido.

Tal admissão o tinha controlado por algum tempo, mas ele continuara inflexível. A honra exigia a realização do duelo. Elena não podia acreditar que tal disputa fosse legal. Se Elijah era um impostor, então julgamento por combate seria uma maneira fácil para ele se apossar de terras, matando seu proprietário.

Essa ideia atormentava Elena. E se o marido não fosse invencível? Sabia que ele era um guerreiro competente, forte, ágil e esperto, mas algo poderia dar errado. Ela não suportava imaginar a vida sem esse homem severo a quem aprendera a amar. E quanto ao filho? Chegaria ele a conhecer o pai?

Apenas o orgulho impedira Elena de implorar a Damon para desistir do duelo. Quando acordara nessa manhã, ele já tinha saído, privando-a dos protestos finais. Ou de despedidas.

Acompanhada por Alice, Elena saiu. Embora não houvesse chovido mais, o céu continuava cinzento. Talvez nevasse mais tarde. O tempo ruim, entretanto, parecia não impedir ninguém de ir assistir à luta. Um grande número de pessoas dirigia-se ao lugar demarcado para o combate. Pelos comentários ouvidos no caminho, Elena concluiu que poucas compartilhavam de suas preocupações. Na opinião geral, Damon era um guerreiro hábil e experiente.

Mesmo assim, ao chegar ao local e sentar-se num dos bancos diante da arena, ela continuava com medo. Mas precisava representar o papel de senhora de Belvry, embora tivesse vontade de chorar e soluçar.
O silêncio dominou a multidão quando Christopher assumiu a posição de juiz. O cargo era apenas formal, pois o decorrer da luta seria o árbitro real e a morte, a decisão final. Quando ele recebeu as luvas dos dois homens, Elena ficou alerta. Em seguida, Damon posicionou-se do lado norte e Elijah, do lado sul. A única arma de cada um era um bastão de madeira.

Christopher sinalizou o início da luta e a respiração de Elena acelerou-se. Apesar de suas boas intenções, os pensamentos desintegraram-se numa confusão de preces e súplicas. Se havia conhecido a dúvida, agora tinha certeza da verdade. Amava o homem severo que a fora buscar no convento. Desejava envelhecer ao lado dele, mesmo sofrendo-lhe as provocações e rompantes, pois restava ainda a paixão alucinante que os unia.

A luta começou. Damon atacou primeiro e Elijah aparou o golpe. Elena sentiu a respiração falhar. Fechou os olhos e concentrou-se na inalação do ar. Por Deus, não podia sucumbir ao medo. Não quando Damon corria perigo.

Agarrou-se a essa última ideia e abriu os olhos. Tinha de respirar não só por si mesma como também pelo bebê. Isso sem falar em Damon.

Ele cambaleou sob um golpe poderoso, e Elena manteve os lábios apertados. Sentiu a mão de alguém na sua e, surpresa, viu Alice segurando-a. A pobre criada também estava aflita. Respirou fundo. Devagar. Curiosamente, com cada inalação sentia-se mais forte, até conseguir olhar outra vez para a luta.

Elijah, que havia ganho uma certa vantagem, não era tão forte e grande quanto Damon. Também não tinha a mesma resistência. Logo ficou evidente que ele se cansava depressa. Mas embora um golpe poderoso de Damon lhe partisse o bastão ao meio, ele continuou a lutar com o que lhe restara. As regras eram claras. A luta deveria prosseguir mesmo se fosse apenas com os punhos, os pés e os dentes.

Damon atacou, mas apesar do cansaço, Elijah desviou-se e contra-atacou, atingindo a cabeça do oponente com o toco do bastão. Damon caiu de joelhos enquanto os protestos da multidão elevavam-se no ar.

Entusiasmado e disposto a matar, Elijah levantou a arma quebrada, a ponta irregular descendo num arco letal para o rosto de Damon. Elena apertou a mão de Alice e todos, em silêncio, curvaram-se para a frente a fim de observar o que poderia ser o fim da luta.

Então, Damon levantou os braços, o próprio bastão aparando o golpe e quebrando-se antes que ele se levantasse e se jogasse sobre Elijah. Este caiu perdeu a arma. Aos murros e pontapés, os dois rolaram no chão. Mais uma vez, Damon provou ser o mais forte, apesar do sangue que escorria do ferimento na cabeça.

Elijah, entretanto, não parecia amedrontado, nem quando. Damon, com as mãos em sua garganta, o prendeu ao chão. No instante seguinte, ficou óbvia a razão para tanta confiança. Elijah esticou o braço e tirou uma faca da bota. A arma proibida deu-lhe nova coragem. Com esforço, empurrou o oponente e pulou em cima dele. Caído de costas, Damon estendeu a mão numa tentativa para pegar a faca.

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