Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Estremecendo, Elena quase derrubou um pedaço de carne que havia tirado do espeto no fogo. Colocou-o na boca depressa e sem perceber que estava muito quente. Afoita, bebeu água o suficiente para refrescar a garganta.

Damon: Com todos os diabos, suas maneiras para comer deixam muito a desejar - comentou Damon com ar aborrecido. - Você come por dois. Por acaso está grávida?

Elena quase engasgou com a sugestão. O marido era um louco.

Elena: Aprendi a me alimentar bem no convento - respondeu.

Damon: Bem, já ouvi histórias sobre as tais mulheres santas que costumam visitar hóspedes masculinos do convento durante a noite. Aliás, você não fez isso? - perguntou ele com ar de superioridade.

Então, o marido tinha percebido que ela se fizera pas­sar pela abadessa, Elena deu-se conta. Era mais esperto do que ela pensava. Que fosse para o inferno.

Damon: Não tente mentir ou me enganar, freirinha, pois não conseguirá e sofrerá as consequências - aconse­lhou ele.

A voz profunda e suave provocou um arrepio ao longo da espinha de Elena. Freirinha? Ninguém tinha usado o diminutivo para ela desde a infância.

Elena: Por que você me odeia? - Elena perguntou e per­cebeu que ele se surpreendeu com a indagação. Contudo, Damon recuperou-se depressa.

Damon: Seu sangue, mulher. Ele é maculado. - Embora esperasse a resposta franca, ela se ressentiu.

Elena: Que tipo de homem era meu tio para forçá-lo a perseguir sua herdeira, mesmo após sua morte?

Damon: Era covarde, ladrão, um vilão traiçoeiro e assassino. - As palavras pronunciadas com convicção tão fria quase tiraram o fôlego de Elena. Horrorizada, viu os olhos azuis brilharem de hostilidade. De nada adiantaria argumentar, porém, ela tentou:

Elena: Eu não tenho culpa alguma. Nem conhecia meu tio.

Damon: Ele mandou dinheiro para você viver no convento.

Elena: Certo, mas foi para se livrar de mim, porque não me queria como ninguém nunca me quis.

Tarde demais, Elena percebeu o quanto tinha revelado de si mesma e, se pudesse, retiraria as palavras. Este homem, sentado ao lado, podia ter a forma de anjo, mas era o próprio demônio e a desprezava. Qualquer conhe­cimento a seu respeito, ele usaria para destruí-la.
A fim de desviar a atenção dele de sua pessoa, Elena atirou um graveto no fogo. As chamas elevaram-se iluminando o rosto atraente de Damon. Ela refletiu que o marido poderia ter se casado com outra mulher, mas vira-se preso a ela, uma estranha que o lembraria sempre de problemas passados. Não era de admirar que ele vivesse de mau humor.

Damon: E quanto a seu pai? Você o amava? - ele quis saber. Elena ficou em dúvida se mentiria ou diria a verdade. Resolveu ser honesta.

Elena: Não. Ele era um irresponsável gastador. Perdia todo o dinheiro que lhe caía nas mãos sem se importar com o bem-estar da família. Como vê, eu não tinha nada em comum com ele ou com meu tio. Por que me castigar por seus pecados?

Damon: Você é a herdeira de Gilbert, de tudo que restou dele. - As palavras ditas com tanta naturalidade e a expressão de Damon assustaram Elena e lhe provocaram um grande desânimo. A vingança era o alvo do marido.

Elena: O que fará comigo? - perguntou com o coração disparado.

Sabia que ele poderia trancá-la numa cela, deixá-la passar fome, ou a espancar. Ninguém interferiria. O convento, com seu tédio e trabalho, parecia cada vez melhor, enquanto o marido atraente revelava-se mais terrível com o passar dos minutos.

Damon: Não se preocupe em descobrir o futuro, freirinha, pois temos muitos anos pela frente - disse ele com um sorriso malicioso.

As palavras e o tom de voz deixaram Elena gelada. Como ter esperança de se conformar com o casamento? De repente, sentiu necessidade de escapar da presença de Damon.

Elena: Estou muito cansada. Você me dá licença para ir dormir?

Elena esperava uma recusa, mas ele concordou com um gesto de cabeça e um olhar triunfante. Se não fosse o medo de represálias, ela o enfrentaria. Conhecedora da profundidade do ódio do marido, esperava todo o tipo de violência por parte dele. Já tinha ouvido falar em estupro e visto suas consequências, entretanto, não podia fazer nada a não ser esperar.

Só quando ouviu a voz suave do sírio, informando-a de que o marido dormia, ela adormeceu. Mas foi um sono agitado e atormentado por pesadelos com o rosto de Damon Salvatore iluminado pelas chamas da fogueira.

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Pela primeira vez, Damon ressentiu-se da recepção circunspecta dos moradores de Belvry. Embora não se importasse muito com o castelo e seu povo, ele desejava que Elena reconhecesse seu poder e riqueza.

Esse comportamento distante e desconfiado nunca a tinha perturbado. E nem dera importância ao fato de; eles terem se dado melhor com Christopher, o marido extrovertido de Dulce, lembrou-se mal-humorado.

Idiotas! Eles não tinham razão de queixa, pois seu senhor era um homem justo e sensato. Simplesmente não gostava de falar muito, de visitar arrendatários sem motivo ou de permitir comemorações festivas sob qual­quer desculpa como a irmã fazia desde o casamento. Nada disso. Ele mantinha o castelo em bom estado, protegia seus habitantes e tinha um excelente administrador. Sem dúvida, era o suficiente. Mesmo assim, ao entrar no salão, Damon melindrou-se com o silêncio ausente na presença de Christopher e nos tempos do pai. Ignorando-o, atravessou o aposento acompanhado por Darius.

Damon: Quero um banho - declarou sem fitar as faces à volta.

Darius: Eu também. Sua esposa cumprirá a obrigação? Você nos forçou a uma cavalgada longa e cansativa e eu tenho em mente um banho revigorante dado por ela - disse o companheiro.

As palavras de Darius levaram Damon a encará-lo com olhar feroz.

Darius: Não é costume de seu povo a senhora do castelo banhar seus hóspedes? - indagou o sírio com expressão imperturbável.

Damon: Não a freirinha. Ela não está acostumada a tais tarefas. Além do mais, vai se ocupar comigo - respondeu Damon, sentindo o estômago queimar ao imaginar o corpo dourado de Darius sendo lavado por Elena.

Olhou para trás e a viu seguindo-o com o ar embasbacado de uma camponesa.

Damon: Osborn! - chamou de maneira tão brusca que o criado quase tropeçou ao se aproximar correndo. - Leve minha esposa para meu quarto e providencie água quente. - Virou-se para Elena. - Tome um banho depressa porque também quero um e preciso de sua ajuda. - O choque em seu rosto lindo deu-lhe uma ponta de satisfação. - E livre-se desse hábito preto. Osborn, mande levar um dos malões com roupas antigas de Dulce para meu quarto. Quero minha mulher vestida de maneira apropriada.

Enquanto o criado a afastava depressa, Damon sen­tiu-se aliviado. Elena não cuidaria de ninguém a não ser dele. Observou-a deixar o salão e notou o leve ondular dos quadris sob o hábito. O sangue agitou-se. Tão absorvido estava em olhar para a mulher que nem percebeu o administrador aproximar-se para congratulá-lo pelo casamento.

Damon não via necessidade de explicar o acontecimento a ninguém. Por isso, aceitou os parabéns em silêncio e impediu indagações com um olhar severo.

Ao pensar em Elena lavando-lhe o corpo, foi tomado por uma ansiedade repentina. Naturalmente, a execução da tarefa seria onerosa para ela e isso explicava a im­paciência sentida.

Quando achou ter passado tempo suficiente, Damon di­rigiu-se à escada. Subiu-a de dois em dois degraus e correu para o quarto, escancarando a porta sem bater antes.

Alarmada com o barulho, Elena virou-se. Terminava a toalete trançando os cabelos. Alfonso a observou. Seus dedos eram longos e esguios e os cabelos... Por Deus! Mesmo molhados, lembravam o castanho vivo do pôr do sol. Eram fartos e longos, a trança alcançando a cintura.

Elena usava um vestido de Dulce, verde escuro, que lhe realçava a cor dos olhos. Mas esse era o único detalhe favorável, percebeu Damon. Feito para o corpo menor da irmã, era muito curto e apertado para a esposa. A silhueta de Elena era muito mais bem dotada, fato es­condido até então pelo hábito disforme. Generosamente mais bem dotada, certificou-se ele ao olhar para o decote do vestido, onde os seios se apertavam ameaçando romper as costuras. Eriçados, os mamilos formavam dois pontos sob o tecido. Depressa, Damon desviou o olhar.

Damon: Você terá de fazer roupas que sirvam melhor - comentou numa voz rouca.

Vendo a água do banho ainda fumegando, ele des­calçou as botas.

Damon: Venha me ajudar a tirar a cota de malha antes que a água esfrie - ordenou.

Elena o atendeu no mesmo instante. Em seguida, ele livrou-se das meias e do calção e entrou na banheira. Mas quando olhou em volta, viu a esposa de costas.

Damon: Ora, venha até aqui e cumpra seu dever - disse em tom irritado.

Com os olhos falseando, ela aproximou-se e apanhou o esfregão e o sabonete. Satisfeito com essa vitória, Damon inclinou-se para frente e Elena começou a es­fregar-lhe as costas com força suficiente para esfolá-las.

Ele virou-se e agarrou-lhe o pulso.

Damon: Cuidado, mulher, mais devagar!

Por um longo momento, os olhos castanhos o encararam com expressão de desafio, mas finalmente baixaram em sinal de submissão. Com um gesto brusco, Elena puxou o pulso e curvou-se outra vez para reiniciar a tarefa.

Dessa vez, Damon não sentiu desconforto. Na verdade, começou a apreciar o banho imensamente.

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Continua...