Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Descontados os meses de recuperação na Terra Santa, fazia anos que ninguém lhe dava banho. Ele não via necessidade de se expor à curiosidade de mulheres en­quanto se banhava. Elena era diferente, pois não fler­tava e nem sorria de maneira afetada. Longe disso, pen­sou ao reclinar-se de costas e apreciando uma bem-vinda e inexplicável pausa da dor de estômago.

Sem dúvida, Elena tinha sido uma criada deficiente, pois não escondia o desagrado por servi-lo. Damon sor­riu de sua expressão contrariada. Embora tivesse admi­rado sua pele sedosa e clara, via agora umas poucas sardas espalhadas pelo nariz arrebitado. Estas, entretanto, não lhe estragavam a beleza que o atingia com força total. Isso se dava por causa da mudança do hábito pelo vestido, ou ele nunca a observara com cuidado?

Devagar, Damon deixou o olhar percorrer suas fei­ções. Os cílios eram escuros e densos, as faces, rosadas e pequenos caracóis secavam ao redor de seu rosto. In­crível como Elena se revelava tão adorável.

Os pensamentos foram interrompidos por um puxão no braço. Ela o esticava a fim de ensaboá-lo, mas sem dúvida tinha a intenção de machucá-lo. Ridículo tal esforço.

Elena rodeou a banheira a fim de lavar o outro braço e Damon sentiu-lhe o perfume. Era puro e inebriante como o de flores silvestres. Misturado ao vapor da água, ele pairou no ar provocando-lhe os sentidos e roubando-lhe a tranquilidade. O ambiente mudou e, quando ela se curvou mais, a sensação de triunfo o abandonou. Ner­voso, ele sentiu a tentação de esticar a mão e tocar a trança grossa de cabelos castanhos.

Damon baixou o olhar, mas foi pior. Elena, agora, lhe esfregava o peito, os dedos entrelaçando-se com os pêlos ao passar o esfregão. Respirou fundo e a viu levar a mão para a cintura, massageando-lhe os músculos mais devagar, com mais suavidade...

Há quanto tempo ninguém o tocava dessa forma? Damon nunca se sentira confortável com contatos íntimos. Mesmo suas experiências com mulheres eram rápidas e seguras. Apesar disso, não sentia a costumeira repulsa agora. Aliás, uma onda de calor espalhava-se por seu corpo, provocando-lhe a sensação...

Quando o pulso de Elena roçou-lhe a coxa levantada o banho relaxante transformou-se em algo muito diferente. Uma reação repentina e inesperada o dominou. O sangue latejou nas veias e o sexo enrijeceu. Por um momento, ele desejou apenas que os dedos longos o acariciassem e lhe proporcionassem alívio.

Damon: Saia daqui! - gritou.

Não querendo que Elena visse a reação a seu toque, Damon sentou-se na banheira, esborrifando água no chão.

Elena: O quê? - ela perguntou.

A expressão de desagrado tinha sido substituída por outra de ofuscação. Sua pele estava corada, os lábios entreabertos, e os olhos brilhavam com suavidade. Os seios arfavam com a respiração e os mamilos marcavam a blusa apertada. Elena lembrava uma camponesa voluptuosa, pronta para ser amada.

Damon: Saia daqui! - Damon gritou novamente.

Dessa vez, a ordem foi entendida. Ela largou o esfregão e o sabonete para, em seguida, sair correndo. Só depois de a porta bater com estrondo, Damon soltou a respiração presa e tentou controlar o corpo.

Quando se acalmou, deu-se conta de que a esposa corria pelo castelo vestida de maneira vergonhosa e descalça. Se um cavaleiro cruzasse com ela, poderia considerá-la presa fácil. Embora não tencionasse levá-la para a cama, Damon não queria que ninguém pusesse as mãos em propriedade sua. A simples ideia o deixava possesso.

Praguejando, saiu da banheira e enrolou uma toalha de linho na cintura.

A precaução habitual o abandonou ao deixar o quarto e alcançar o corredor. Nada mais importava a não ser encontrá-la antes que alguém o fizesse. Um outro homem poderia se sentir tentado por seu rosto lindo e pelo corpo de formas sensuais. Quanto à própria reação, Damon punha a culpa no cansaço e nas circunstâncias fora do comum do banho.

Negava-se a admitir a razão mortificante de estar atraído pela mulher.

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Elena entrou no primeiro quarto que encontrou aber­to. Embora menor que o de Damon, era tão luxuoso quanto ele. Porém, ela não admirou os móveis e tapeça­rias, indo diretamente para a janela onde havia um as­sento forrado com almofadas coloridas. Sentou-se e, com as mãos no rosto, entregou-se às lágrimas.

Elena não havia chorado nos anos passados no con­vento, pois não gozava de privacidade. Mas agora o pranto e os soluços a dominavam. Teria continuado por muito tempo se não ouvisse uma voz estranha. Levantou a ca­beça e deparou-se com uma mulher de meia-idade, baixa e gorducha que tentava consolá-la.

****: Não chore, meu bem. As coisas não podem estar tão ruins. Conte aqui para Alice e acabará se sen­tindo melhor.

O constrangimento de Elena dissolveu-se sob a ex­pressão carinhosa dos olhos castanhos da estranha. Desde a morte da mãe, ninguém a tinha consolado nos mo­mentos de tristeza. Instintivamente, aconchegou-se ao peito de Alice e murmurou entre soluços:

Elena: Sou uma criatura grande demais, desajeitada e feia. Ele me odeia!

Alice: Nada disso, minha menina. É alta, mas não é gorda nem feia. Deixe eu olhar bem para a senhora.

Tentando reter as lágrimas, Elena levantou-se e esperou que a mulher a examinasse, virando-a de um lado para outro.

Alice: Bem, é muito diferente de minha Dulce, mas isso não quer dizer que também não seja adorável. Ora, seus olhos castanhos são lindos. E cílios tão longos e densos! Aposto com seus cabelos castanhos e lindos será suficiente para provocar a paixão de um homem.

Desacostumada a qualquer tipo de elogio, Elena enrubesceu. Embora achasse que as palavras de Alice tinham o propósito de consolá-la, viu-se sob uma perspec­tiva diferente.

Alice: Mas quem foi o grande tolo que a fez se sentir feia? - Alice perguntou.

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