Fanfic: A Esposa Virgem (Delena - Adaptação) 2ª temporada | Tema: Delena, Vondy, Romance

Antes de Elena poder responder, a porta escancarou-se e Damon apareceu.

A toalha de linho amarrada na cintura ressaltava-lhe o corpo magnífico. De olhos arregalados, Elena o obser­vou da cabeça aos pés. Sob a pele, delineavam-se mús­culos nos braços, nos ombros e no peito. Deste, ela se lembrava muito bem: liso, duro e coberto por pêlos encaracolados que, ao tocá-los, lhe provocaram uma sensa­ção curiosa. E abaixo, o que ela tomara tanto cuidado para não olhar durante o banho, esboçava-se atrevida­mente sob o linho fino. Enrubescendo, ela desviou o olhar depressa.

Postando-se à frente de Elena, Alice quebrou o si­lêncio provocado pela chegada abrupta de Damon.

Alice: Meu senhor! Como se atreve a andar por aí sem roupa? - Ignorando-a, ele lançou um olhar feroz para Elena.

Damon: Volte para o quarto, mulher - disse em voz baixa, mas ameaçadora.

Elena, entretanto, ofendeu-se e em tom alterado, respondeu:

Elena: Você acabou de me mandar sair de lá.

Damon: Não grite comigo! - advertiu ele.

Alice: Meu senhor Damon, o que está acontecendo? - interferiu a criada.

Damon: Não extrapole seus limites, Alice - resmungou Damon.

Elena: Está tudo bem. A briga dele é comigo - Elena disse passando para frente da criada, mas esta conti­nuou como se não tivesse sido repreendida:

Alice: Por Deus, nunca imaginei ver uma cena desta. O senhor é quem deveria estar em seu quarto e não andar desse jeito por aí a fim de apanhar um resfriado. Lady Elena pode ficar aqui comigo.

Damon: Este quarto é de Dulce - protestou Damon.

Alice: Como Dulce tem seu próprio castelo agora, tenho certeza de que ela não se importará com a presença de lady Elena aqui.

Embora parecesse ter vontade de matar as duas, Damon não se mexeu.

Damon: Está bem, Alice. Mas você fica responsável por ela. E, pelo amor de Deus, arranje-lhe uma roupa decente - acrescentou com um olhar desdenhoso para Elena. Tão logo ele virou as costas, a criada fechou a porta.

Elena: Você não tem medo dele? - Elena perguntou.

Alice: De lorde Damon? De jeito nenhum. Ora eu o co­nheço desde que ele era um bebê manhoso. E depois de Dunmorrow, nada me assusta mais.

Elena: Dunmorrow?

Alice: Esqueça. Sente-se aqui perto do fogo, minha senhora - disse Alice ao acomodá-la num lindíssimo banco de madeira esculpida, com espaldar alto e arca sob o assento.

Embora não estivesse muito frio, ela cobriu os ombros e os pés de Elena com duas mantas de pele. Era fácil relaxar sob os cuidados da velha mulher, especialmente depois dos tempos trabalhosos do convento e dos dias tensos desde o casamento. Fechando os olhos, Elena re­clinou a cabeça no espaldar do banco.

Alice: Assim está melhor. Por onde devo começar? Sou Alice e trabalho em Belvry desde mocinha. Servi a se­nhora do castelo, que Deus a tenha, e, depois de sua morte, passei a cuidar de Dulce, sua filha.

Surpresa, Elena abriu os olhos.

Elena: Dulce é irmã de Damon? Pensei... Sempre ouvi falar que senhores de castelos gostam de ter amantes.

Alice: Damon? Não. Ele é bem viril, mas onde gasta as energias é um mistério. Talvez as reprima e, por isso, seja tão violento.

Achando graça na maneira simples de a mulher falar, Elena sorriu. Então, o marido não tinha concubina insta­lada em Belvry? Sentiu uma ponta de prazer que justificou com o fato de ter um inimigo a menos para enfrentar.

Mas Damon tinha uma irmã. Seria tão fria e insensível quanto ele?

Elena: Talvez eu não devesse ficar no quarto de lady Dulce - disse, revelando o medo.

Alice:: Tolice, minha menina. Ela é adulta e senhora de seu próprio castelo. Embora não seja tão bom quanto Belvry, ela prefere morar lá - contou Alice num tom de quem não aprovava a escolha.

Mas Elena não se surpreendeu com o fato. Não podia imaginar ninguém satisfeito com a companhia de uma criatura tão desalmada quanto o marido.

Elena: Talvez ela, como eu, tenha medo de Damon - sugeriu.

Alice: Não. Dulce não tem medo de nada. Tendo se casado com o Cavaleiro Vermelho, ela pode enfrentar o irmão com a maior facilidade. Damon não é mau. Ele não passava de um jovenzinho quando foi com o príncipe Edward, nosso soberano agora, lutar na Terra Santa. Não sei o que aconteceu com ele lá. Soubemos por nosso mal­dito vizinho, que Damon tinha morrido. Naturalmente, o pai ficou arrasado, embora não demonstrasse.

Alice fez uma pausa e dirigiu um olhar penetrante para Elena.

Alice: Preste atenção, minha senhora, pois precisa saber desde já que os Salvatore são muito frios. Exceto Dulce, naturalmente. Eles não demonstram afeto e se mantêm sob rígido controle. Embora não gritem quando estão bravos, não se tocam ou se emocionam. - Com ar triste, Alice sacudiu a cabeça antes de continuar.

Alice: Todavia, eles se deixam afetar pelo sofrimento. De­pois de perder todos os filhos de doença e na guerra, o velho senhor adoeceu e acabou morrendo. Foi quando Dulce passou a tomar conta da propriedade. Ela fez isso com competência e até se casar com o barão de Uckermann. Este provou ser um homem bom. Mas eu estava acostumada a morar em Belvry e, depois de Elise nascer, voltei para cá com um novo marido.

Sorriu e piscou para Elena.

Alice: Estou adiantando a história. Só depois de o castelo ser atacado por nosso vizinho Gilbert, a quem o marido de Dulce matou, foi que Damon voltou. Todos ficaram satisfeitos e eu não fui a única a desejar que ele se casasse e tivesse herdeiros. Infelizmente, ele mudou muito no leste. Estava mais duro e, depois da questão com Gilbert, tornou-se uma sombra do que era.

Contudo, Alice sorriu.

Alice: Fiquei surpresa ao ouvir Damon chamá-la de es­posa. Mas depois de conhecê-la, me convenci de que a senhora será capaz de mudá-lo. Veja só a diferença no homem. Jamais imaginei vê-lo correndo atrás de uma mulher, e seminu!

Riu como se a lembrança da cena a agradasse. Elena, entretanto, não a acompanhou. Não esquecera o brilho raivoso nos olhos do marido. Consternada, percebeu que a velha criada contava com sua influência sobre Damon. Seria mais fácil conseguir-lhe a lua. Levantou o olhar e deparou-se com a expressão de curiosidade de Edith.

Alice: Conte uma coisa, minha senhora. Como conseguiu atrair a atenção de Damon?

Após um longo silêncio, Elena respondeu:

Elena: Na verdade não fiz nada além de nascer. Sou sobrinha de Gilbert.

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Mal-humorado, Damon não prestava atenção às palavras do administrador que, durante o jantar, relatava as atividades no castelo. Sentia o alimento como uma; pedra quente no estômago e, logo, parou de comer. Mais tarde se arrependeria, pois a dor seria insuportável.

Pensou na mulher jantando sozinha no quarto. Não devia perder de vista o objeto de sua vingança. Embora tivesse deixado um soldado guardando a porta do aposento, ele não confiava em ninguém, muito menos em Alice. A velha criada ignorava que a freirinha seria capaz de pular pela janela sob a menor provocação.mexeu-se na cadeira. A refeição parecia interminável e não havia meio de apressá-la. Ao longo das mesas de cavalete, espalhadas pelo salão, os moradores do castelo continuavam a comer calmamente.

****: Ainda bem que você arranjou algo mais apresentável para vestir.

O som da voz baixa e tão perto, sobressaltou Damon. Ele se maldisse pela falta de atenção e virou-se para o sírio ao lado.

Damon: Do que você está falando?

Darius: Ouvi dizer que você andou correndo pelo castelo com apenas uma toalha amarrada na cintura.

Pela primeira vez em muito tempo, Damon corou ao lembrar-se da perseguição à mulher.

Darius: Eu estaria passando frio só com aquilo - respondeu. Darius sorriu. - Primeiro, pensei que você estivesse usando sua rou­pa de emir, mas depois, soube que era mais diminuta.

Damon permaneceu calado. Não tinha a intenção de discutir o assunto com o sírio.

Darius: Disseram que você a perseguiu como um urso...

Damon: Chega! – Damon o interrompeu.

Se a intenção do companheiro era provocá-lo, tinha conseguido. Observou-o e teve a impressão de que o sírio se divertia.

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Continua....