Fanfics Brasil - CAPÍTULO 2 - UMA SONSERINA MISTERIOSA. Mestre, Se Entregue!

Fanfic: Mestre, Se Entregue! | Tema: Harry Potter


Capítulo: CAPÍTULO 2 - UMA SONSERINA MISTERIOSA.

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Snape já estava em seu lugar na mesa dos professores quando a grande porta de entrada para o Salão Principal se abriu. Primeiro, como de costume, entraram os veteranos. Em seus rostos podia-se enxergar um misto de felicidade com ansiedade. Parecia que não via aqueles alunos há décadas. Muitos estavam completamente diferentes, principalmente as meninas que, um ano e meio mais velhas, estavam mais maduras e com corpos mais desenvolvidos. Snape percebeu que nunca tinha reparado muito em ninguém. Era capaz de não perceber se havia alunos novos no meio dos veteranos, ou algum que fora transferido de outra escola.


Cada um deles tomou seu lugar nas mesas correspondentes às suas Casas. Pequenos grupinhos já se formavam por alunos saudosos de suas antigas amizades. Com certeza tinham muito assunto para botar em dia.


O Grande Salão estava muito bem iluminado, com seu tradicional céu encantado e novas toalhas nas grandes mesas que preenchiam o lugar. Os fantasmas do castelo estavam espalhados pelo local, ávidos por companhia. Hogwarts não foi feita para ficar longos períodos vazia.


Aos poucos todos se assentaram e a Professora McGonagall tomou o lugar no púlpito que antes pertencia a Dumbledore. As portas lentamente se abriram novamente para os novos alunos entrarem e serem selecionados para suas casas. Hagrid liderava as crianças de 11 anos para frente do Chapéu Seletor, que logo decidiria o destino dos calouros.


McGonagall sorriu para todos os alunos e eles se calaram para ouvir o que a nova diretora tinha a dizer:


- Bem-vindos a Hogwarts, queridos alunos! Aos antigos alunos que tiveram seus estudos interrompidos por mais de um ano, eu e todo o corpo docente temos imensa gratidão por, mais uma vez, depositarem suas confianças nessa escola. Obrigada por retornarem e terem a vontade de concluir sua vida acadêmica em Hogwarts. Esperamos que esse novo ano letivo preencha suas cabecinhas ansiosas por conhecimento de formas nunca antes exploradas. Todos os funcionários de Hogwarts fizeram parte da grande reforma que antecedeu a chegada de vocês. Preparamos tudo para que vocês se sentissem bem aconchegados em nossa escola. É nosso dever para com Hogwarts respeitar o que ela tragicamente sediou recentemente. Devemos também lembrar de todos aqueles que deram suas vidas para que nós pudéssemos estar aqui. Nenhuma vida será esquecida.


McGonagall estava mais emotiva do que o normal. Snape sabia que esse primeiro discurso não seria fácil para a Professora. Ela tentava agora recompor-se, enxugando as lágrimas e pigarreando para que sua voz voltasse ao normal.


- Para que não sintam-se prejudicados pelo tempo de estudo perdido, apesar de que espero que tenham continuado a estudar durante esse período, nós teremos nessa primeira semana apenas aulas revisórias, para que relembrem o que aprenderam antes do... Do nosso afastamento. Bom, aos alunos que ingressarão para o 1º ano de Hogwarts, eu os cumprimento com ainda mais alegria – McGonagall fitava os rostos das crianças. Algumas sorriam, outras estava completamente amedrontadas. – Quero que saibam que Hogwarts sempre estará aqui por vocês, assim como nossos professores. Podem contar conosco para tudo. Logo seus monitores os levarão até suas casas, onde o Professor Diretor de cada uma estará os esperando para apresentar-lhes as regras da escola. Eu realmente espero que vocês se dediquem como seus pais e avós se dedicaram aos estudos em seus períodos em Hogwarts.


Minerva mudou seu tom de voz e falava agora com mais seriedade:


- Falo agora com todos os alunos, veteranos e calouros, algo que tenho certeza que seus Diretores falarão, mas mesmo quero reforçar: não esqueçam que nós vemos tudo. Não há como se esgueirar dos seus dormitórios a noite para vaguear pelo castelo. Os monitores e professores fazem rondas diárias. Então nem planejem algo estúpido. Agora vocês serão selecionados para suas Casas, que será como sua família durante sua trajetória em Hogwarts. Quando eu chamar seus nomes, aproximem-se e sentem-se nesse banquinho.


A essa altura, Snape já havia perdido seu interesse. Os primeiranistas eram lentamente selecionados e todos só conseguiam pensar no banquete que os aguardava. Enquanto isso, o Professor passeava seus olhos pela multidão de alunos veteranos que já se encontravam sentados. Começou pelo canto esquerdo, onde estavam sentados os Corvinais, tentando lembrar-se de algum rosto da aula de Poções. Reconheceu Luna Lovegood. Continuou fitando os alunos agora da Lufa-Lufa. Nada. Na mesa do meio estavam assentados os Grifinórios. Ali reconhecia vários alunos que haviam voltado para concluir seu sétimo ano em Hogwarts: Gina Weasley, Neville Longbottom, as gêmeas Patil, Lilá Brown, Dino Thomas, entre outros que não recordava o nome.


Ao encarar a mesa de sua Casa, Sonserina, encontrou imensa satisfação em ver a maioria de seus alunos ali: Draco Malfoy, Pansy Parkinson, Blasio Zabini, Gregory Goyle, entre outros. Snape já estava voltando seu olhar à seleção do Chapéu Seletor, quando retornou seu olhar a uma figura que não havia reparado na mesa dos Sonserinos. Uma garota que estava junto dos alunos do 6º ano. Lisos e longos cabelos louros, extremamente claros. Pele muito branca, olhos castanhos, boca rosada, que estampava um sorriso arrancado por alguma piada contada por seus amigos. Por alguns segundos o tempo passava em câmera lenta à perspectiva de Severo. Não sabia quem era aquela garota, não havia reparado nela nos anos anteriores. Não que se lembrasse. Snape mantinha certo apreço pelos alunos da Sonserina, mas não lembrava de todos os rostos, muito menos dos nomes.


Sua atenção foi obrigatoriamente desviada quando a Professora McGonagall pigarreou para anunciar a todos que a Seleção havia acabado.


- Muito bem, muito bem. Todos devidamente selecionados. Vamos nos deliciar com esse incrível banquete, sim? Sejam bem-vindos à sua primeira noite em Hogwarts. Bom apetite.


Terminou a frase com um largo gesto com os braços, onde fez com que todas as mesas do Salão se enchessem dos mais variados tipos de comidas e bebidas. A mesa dos Professores agora também estava repleta de gostosuras. Snape se serviu de batatas assadas, carne de porco e alguns vegetais. O Professor Slughorn, que agora ensinava Defesa Contra as Artes das Trevas, estava sentado ao seu lado e Snape percebeu como ele tentava insistentemente puxar uma conversa com ele. Severo havia prometido que tentaria ser mais sociável com os professores, quem sabe fazer alguma amizade verdadeira. Então deixou-se levar nos mais variados assuntos com Slughorn, que lhe dava dicas de assuntos para abordar nas aulas de Poções, como se Snape já não ocupasse o cargo há muitos e muitos anos e conhecesse tudo que há para se ensinar. Mas mesmo assim ouvia e assentia com a cabeça, tentando demonstrar interesse. Durante a conversa, Snape via por sua visão periférica, alguém lhe encarando na mesa à sua direita. Era a garota loura que ele havia reparado. Ela lhe fitava tão profundamente que lhe arrepiou da cabeça aos pés. Quem diabos é essa menina e que petulância é essa de ficar encarando um professor no meio do jantar? A maioria dos alunos fazia justamente o contrário: morriam de medo dele e desviavam o olhar sempre que Snape se dirigia a eles. Nas próximas semanas tentaria descobrir mais sobre a tal garota. Ela, obviamente, era popular pois todos os sextanistas queriam conversar com ela, principalmente os garotos, que entre um riso e outro tentava arrancar um olhar dela.


Assim que percebeu que Snape também a fitava, desviou o olhar e voltou a conversar com os amigos. O professor, ainda interagindo com Slughorn, não pôde deixar de reparar como ela se movia quando dava risada, como era delicada ao levar a taça aos lábios e como seu cabelo balançava em suas costas toda vez que virava para dar atenção a alguém.


- Severo? Tem alguém aí? – riu Slughorn, percebendo que a atenção de Snape já não era mais 100% sua.


Snape voltou sua atenção ao professor, como se estivesse acordando de um transe.


- Claro, Horácio. É claro, estou ouvindo. Você tem toda razão.


Nem sabia mais o que Horácio estava falando, mas fez questão em concordar. Após o jantar e, o que pareceu a ele, horas de conversa, todos se levantaram e foram escoltados por seus monitores para suas devidas Casas. Snape aguardou alguns minutos, enquanto terminava sua bebida, para seguir ao Salão Comunal da Sonserina e passar os recados que era obrigado a comunicar.


Descendo às masmorras, chegou ao Salão e os Sonserinos já aguardavam o Diretor, alguns sentados nas poltronas, outros no chão, e a maioria estava em pé. O monitor da Casa, Spencer Sykes, tentava (sem muito sucesso) vigiar todos os alunos, atrás deles. Os alunos imediatamente fizeram silêncio e uma atmosfera séria se fez presente no salão. Snape já havia se acostumado a causar isso em seus alunos.


- Boa noite. Para quem não me conhece, eu sou o Professor Severo Snape. Sou Mestre das Poções e Diretor dessa Casa. Não esperem a doçura da Professora McGonagall em mim. Quem foi meu aluno, já sabe como eu gosto das coisas nessa Casa, sabe que não tolero brincadeirinhas, não tenho humor para piadas infantis e muito menos para desobediência. A Diretora McGonagall pediu para que eu relembrasse aos veteranos e apresentasse as regras da escola aos calouros.


Todos olhavam-no atentos, especialmente os primeiranistas. Snape procurava a loura que o encarava no jantar. Queria ter certeza que ela estava prestando atenção às regras e que tipo de pessoa ele era. Correu rapidamente os olhos entre os Sonserinos mas não obteve sucesso em encontrá-la à primeira vista.


- Não é permitido vagar pelos corredores da escola após as 21h. Quem for pego perambulando pelo castelo sem um boa desculpa, pode considerar-se ex-aluno de Hogwarts imediatamente. A Floresta Proibida é, obviamente, proibida a todos os alunos em qualquer horário. As aulas se dão de segunda à sexta-feira, com início às 09h, pontualmente. Não espero nada menos que pontualidade de vocês. Não tolero atrasos entre os alunos de Sonserina. Vocês devem ser o exemplo de disciplina e decoro para os alunos de outras Casas.


Snape fez questão de pronunciar essas últimas palavras bem lentamente, para que fixasse na cabeça deles. Queria que todos no salão soubessem que ser selecionado para Sonserina era um privilégio e não um fardo, como muitos achavam que era. Olhou para todos os alunos que se amontoavam ali. E encontrou a garota dos cabelos louros sentada perto da lareira. Seus cabelos claríssimos estavam agora refletindo a coloração alaranjada do fogo. Estava, surpreendentemente, sozinha. Ela prestava atenção em cada palavra de Snape, apesar de já estar acostumada com o jeito dele e com as duras regras de Hogwarts.


Severo agora falava olhando diretamente para ela:


- É expressamente proibido garotos e garotas dormirem no mesmo dormitório. Quem for pego ultrapassando esse limite, terá uma longa semana de detenção comigo. Quem quiser fazer parte do time de quadribol deve assinar a lista que está no mural à sua direita. Os testes começam essa semana, e logo trarei mais detalhes para vocês sobre os jogos. Os primeiranistas não podem se inscrever ainda. Por último, para falar da minha matéria em específico, espero de vocês nada menos que excelência nos trabalhos e lições. Os seus horários estarão em suas camas, junto de seus malões. Já está tarde, todos já para seus dormitórios. Não se esqueçam que meus aposentos são no final desse mesmo corredor, então saberei se estiverem fora da cama. Boa noite.


Olhou pela última vez para a garota dos cabelos louros, que parecia esboçar um leve sorriso. Do que estaria rindo? O que em seu duro discurso poderia ser engraçado? Snape girou em seus calcanhares, abriu a porta do salão e se dirigiu para seus aposentos, pensando novamente: quem diabos é essa atrevida?


Ao deitar em sua cama naquela noite, Snape pegou no sono rapidamente. Logo cedo ensinaria aos alunos do primeiro ano da Grifinória. Dormia um sono pesado quando ouviu, ao longe a porta do salão da Sonserina se abrir. O aluno que quisesse escapar teria muita dificuldade, pois aquela porta rangia de propósito. Qualquer um que tentasse passar por ali faria barulho.


Rapidamente se levantou da cama, apanhou sua varinha e abriu a porta de seu quarto bem devagar.


- Lumus.


Da ponta de sua varinha surgiu um feixe de luz muito fraco, mas suficiente para iluminar o caminho do longo corredor. Snape não acreditava que logo na primeira noite de volta às aulas já teria algum engraçadinho querendo se esgueirar para fora dos dormitórios. Sua aguçada audição tentava ouvir para onde tinham ido os passos. De repente, ouvira novamente a porta do salão ranger alto. Mirou rapidamente a varinha para frente e apressou o passo. Só conseguiu ver um relance de platinados cabelos entrando novamente para dentro do salão. Snape correu para alcançar a fugitiva.


Ao entrar no salão iluminado, não havia ninguém. Só ouviu a porta de algum dormitório se fechar delicadamente. Snape tinha quase certeza que era a garota que ficou o encarando a noite toda, mas não tinha como provar. Muito menos podia entrar no dormitório das meninas. Se contentou em saber que a aluna voltara para seu dormitório. E ele faria o mesmo.



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Autor(a): sereiasnape

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Ao deitar em sua cama naquela madrugada, Snape sentia seu coração acelerado. Revirava-se em sua cama, mas o sono não vinha. Fechou os olhos e respirou fundo. Os longos cabelos loiros não saíam de sua mente. O Mestre das Poções queria tirar aquela menina da cabeça, mas quanto mais tentava dispersar seus pensamentos dela, ...


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