Fanfic: Mestre, Se Entregue! | Tema: Harry Potter
Ao deitar em sua cama naquela madrugada, Snape sentia seu coração acelerado. Revirava-se em sua cama, mas o sono não vinha. Fechou os olhos e respirou fundo. Os longos cabelos loiros não saíam de sua mente. O Mestre das Poções queria tirar aquela menina da cabeça, mas quanto mais tentava dispersar seus pensamentos dela, mais ela aparecia. Por fim, Snape parou de lutar contra sua imaginação e reviveu todos os momentos daquela noite, desde a primeira vez que colocou seus olhos na garota na mesa do jantar, até o vulto que viu atravessar o salão de Sonserina. O sono foi tomando conta do Professor, após algum tempo permitindo sua mente vagar. A mente de Severo, agora vagava por outras dimensões.
Sonhava que estava no Salão Comunal de Sonserina, iluminado apenas pela lareira com alguns restos de brasa. Lentamente subiu a escada que levava aos dormitórios e parou em uma das portas. Ele podia ver sua mão alcançando a maçaneta prateada, podia sentir a gelidez do metal. Snape se encontrava naquele meio termo do sonho e da vida real. Sabia que nunca poderia girar aquela maçaneta se realmente estivesse ali. Mas o fez mesmo assim. Precisava ver o que se encontrava atrás daquela porta, o que seus devaneios tinham preparado para ele.
Ao abrir a porta, deparou-se com uma garota. Longos cabelos platinados, que escorriam por suas costas, cobertas pelo uniforme da escola. A tonalidade tipicamente verde de Sonserina ressaltava sua pele extremamente branca. Apenas a luz da lua iluminava o dormitório escuro. Snape olhou em volta e estavam sozinhos. A garota não tinha mais um sorriso no rosto que o professor observara antes. Sua face estava repleta de ansiedade e um pouco de medo. Era assim que o Professor gostava. Sua presença devia ser levemente intimidadora, pois sempre fora uma das maiores autoridades de Hogwarts.
Snape se aproximou da garota e olhou bem fundo dentro de seus olhos, que não eram mais castanhos. Agora brilhavam fortemente, feito esmeraldas. Podia sentir sua respiração ofegante conforme aproximava-se dela. Quando já estava tão próximo quanto se poderia estar, sentiu os firmes seios da garota encostando em seu corpo, como se aquele fosse o sinal de que os limites da moralidade aluna-professor estariam sendo ultrapassados. Snape não se importava, precisava sentir o calor que emanava da menina que estava na frente dele. Sua mão extremamente gélida alcançou o rosto da garota, que ardia em chamas. Como era boa a sensação.
Ele desceu sua mão até o queixo da aluna e o levantou, fazendo com que ela o encarasse. Seus olhos brilhantes encontraram as profundas írises negras do professor, as quais não possuíam brilho algum. Snape podia sentir sua respiração ficando mais curta e acelerada, conforme se aproximava do rosto da misteriosa aluna. Inclinava sua cabeça para alcançar os rosados lábios da menina e podia sentir seu nariz tocando o dela. A essa altura já conseguia sentir o hálito quente da sonserina, que lentamente abria a boca para o professor invadi-la. Snape queria mais do que tudo aquela pequena boca, quente e apetitosa toda para ele. Viu a menina fechando os olhos para finalmente ceder aos lábios dele. Suas mãos pousaram sobre os ombros do professor e os apertava delicadamente. Snape só conseguia pensar o quanto a garota era maravilhosa, segundos antes de também fechar os olhos para beijá-la.
Naquele infinito segundo que antecedia o encontro de seus lábios com os dela, Snape abre os olhos e enxerga o escuro teto de seu próprio quarto. Entende logo que o sonho acabara e ele estava novamente em sua velha solidão. Bufa de desgosto, só queria voltar a dormir e quem sabe retornar ao maravilhoso sonho que estava tendo. Sem sucesso, levanta e vai até sua escrivaninha, onde pousa uma jarra d’água. O líquido desce gelando sua garganta, seu peito desnudo. Percebe que debaixo de suas calças de pijama pretas, uma forte ereção se mantém, querendo rasgar os tecidos que o prendiam.
O professor passa as mãos no rosto, tentando entender o que estava acontecendo. Era a primeira vez que tinha um sonho com uma mulher, sem ser Lílian. Aliás, mulher não. Uma menina. Tinha idade para ser sua filha, praticamente. Snape costumava levar suas urgências carnais para longe do castelo, em bares de Hogsmeade ou para o Caldeirão Furado. Quando estava extremamente necessitado, procurava nesses lugares, solteironas de meia idade para lhe aliviar, após uma noite de bebidas. Nunca se envolvera com nenhuma professora, muito menos alunas. Precisava tirar esse pensamento da cabeça. E logo.
Olhou no relógio e já eram 05h da manhã. Não iria conseguir voltar a dormir. Snape resolve tomar um banho e se preparar para o longo dia que teria pela frente. O primeiro dia de aula era sempre conturbado, pois os alunos demoravam a pegar no tranco. Era o dia de reencontros, de chegar atrasado nas aulas. Muitos não encontravam suas salas, esqueciam os materiais nos dormitórios, percebiam que não tinham comprado os livros certos. Era uma confusão total. Após as aulas teria que orientar os sonserinos sobre o início dos testes de quadribol.
Quando eram 08h saiu de seus aposentos e rumou para a Sala de Poções. Sua primeira aula seria com os primeiranistas da Grifinória. Ensinaria a eles o que são poções, de onde surgiram, quais foram as primeiras, o que podem fazer pelos bruxos, sua importância... A aula introdutória geralmente era muito tranquila. Os pequenos alunos só faziam anotações e alguns se atreviam a perguntar uma coisa ou duas.
Ao sentar em sua mesa perfeitamente organizada, já arrumando os materiais para a primeira aula, ouve uma batida na porta. Snape olha no relógio e ainda eram 08:15, a aula só começaria em 45 minutos. Estranho.
- Quem é?
A porta se abriu e uma cabeça loura apareceu entre ela. Era a garota que Snape havia reparado na noite anterior e sonhado a madrugada toda.
- Bom dia, senhor. Posso entrar?
A garota tinha um tom de voz doce e suave.
- Sim, entre. O que deseja, senhorita...? – Snape finalmente saberia o nome da aluna.
- Niemberg, senhor. Lauren Niemberg.
Lauren. Esse era o nome da misteriosa loura. Lauren. Esse nome começava a ecoar na cabeça do Professor Snape. Ela estava parada na frente de sua mesa e Snape só conseguia a encarar.
- Sim, senhorita Niemberg. O que quer? A aula para a turma do 6º ano é só depois do almoço. Já conseguiu perder sua grade de horários?
O Professor tinha um tom de voz rouco, penetrante, que botava medo em qualquer um.
- N-não, senhor. Queria saber como o senhor está. Sabe, após tudo que aconteceu.
Snape não estava acreditando no que estava ouvindo.
- O que? Como se atreve...? Do que isso te interessa? – Snape sibilava cada palavra com certo furor.
- Me perdoe, professor. Vim apenas por ordens do meu pai, Matthew Niemberg. Você provavelmente não o conhece, ele trabalha no Ministério, no Departamento de Execução das Leis da Magia. Mas ele sempre acreditou em Dumbledore e em Potter. E sabe que o senhor é inocente e seus atos foram heroicos. Ele gostaria que soubesse que nossa família está aqui se o senhor precisar de algo. – Lauren pronunciou lentamente. – Qualquer coisa, professor.
Snape ficou confuso, não entendeu o que ela estava querendo dizer, o que havia por trás daquelas palavras.
- Senhorita, realmente não conheço você ou sua família. Mas agradeço o suporte. Não é algo comum, nos últimos tempos. Ahn, você é nova em Hogwarts?
Lauren sorriu timidamente.
- Não, senhor. Estou aqui desde meu primeiro ano. O senhor não se lembra de mim?
- Confesso que não, senhorita.
- Provavelmente devo estar diferente. – Lauren falava de um jeito divertido, mexendo nas pontas dos cabelos. – Um ano e meio é muito tempo. Antigamente deixava meu cabelo sempre preso, mas agora acho que pode ficar melhor solto...
Enquanto a garota divagava, Snape encontrava-se estonteado com sua beleza, sua voz e seu cheiro. Seu aroma lembrava a flor dama-da-noite. O Professor comumente caminhava aos arredores do castelo de madrugada, principalmente perto do lago. A noite era realmente frio, mas gostava de sentar-se perto das grandes árvores de dama-da-noite, que só se pronunciavam fortemente a noite. O Mestre ficou sem palavras ao fitar a garota rindo e falando, como se estivesse falando com um colega. Até se dar conta que aquela conversa já estava tomando outro rumo. Não podia demonstrar que estava reparando na aluna. Tratou de logo mudar de assunto.
- É só isso, senhorita?
Lauren ficou encabulada, percebendo que o professor não gostava de conversas fiadas. Sua pele branca corou, deixando um Professor Snape extremamente satisfeito.
- É sim, senhor. Obrigada. Vou tomar café da manhã. Bom dia, Professor.
E virou-se em direção à porta e já estava quase saindo quando a gélida voz do professor se pronunciou mais uma vez:
- Como foi sua primeira noite no castelo após tanto tempo... fora?
A aluna não contava com essa pergunta. Será que ele teria a visto? Se contasse a verdade, seria expulsa imediatamente. Então respondeu inocentemente.
- Ótima, professor. Estava com saudades do clima de Hogwarts. – e deu um sorriso tímido.
Snape a fitava como se não acreditasse em uma só palavra. Mas resolveu jogar o jogo.
- Hm. Que bom. Espero a senhorita para a primeira aula de Poções às 14h.
- Certo. Até mais, professor. – e fechou a porta atrás de si.
Severo estava num misto de dúvida, incredulidade e excitação. Só depois que a garota fechou a porta que ele percebeu como seu coração batia rápido e sua respiração levemente ofegava.
A aula das 14h definitivamente não seria fácil.
Autor(a): sereiasnape
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
O Professor Snape não entendia como uma manhã poderia passar tão devagar. O primeiro dia do ano letivo estava se arrastando, como se nunca fosse chegar a hora do almoço. As aulas da manhã lhe proporcionaram uma leve distração, porém a noite mal dormida e a aparição daquela aluna logo cedo, mexeram com ele. ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo