Fanfics Brasil - CAPÍTULO 6 - FORA DE SI. Mestre, Se Entregue!

Fanfic: Mestre, Se Entregue! | Tema: Harry Potter


Capítulo: CAPÍTULO 6 - FORA DE SI.

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Naquela mesma noite, Snape não sabia o que pensar de seus sentimentos pela menina. Se houvesse sentimentos. Ele não era o tipo de homem que ficava daquele jeito por uma simples atração física. Sua cabeça não funcionava assim. Precisava de conexão, de algum tipo de ligação. Já havia experimentado muitas sensações na vida, mas confusão nunca.


Em sua cama, olhava para o teto, tentando organizar tais complexos pensamentos. Após vários minutos, chegou à conclusão que pensar a respeito não mudaria nada, pois aquilo ainda não era nada. Saberia mais conforme os dias passassem. Mas não podia mais ignorar os fatos de que em um único dia, uma menina de 16 anos o fez contestar tudo que ele era.


Conforme pensava, seus olhos foram fechando. Porém quando despertou pela manhã, parecia que seu corpo não havia descansado nada. Sentia que havia sido esmagado e todos os seus músculos doíam. Teve um sono agitado, com pesadelos sobre Lílian, seu horrendo passado, angústias, mágoas e tragédias que presenciara. Levantou da cama por volta de 07h e não entendia o que tinha acontecido. De tão reais que foram seus devaneios, acordou totalmente desnorteado.


Conforme procurava um copo d’água para beber, começou a lembra-se da noite anterior. Lauren. Droga. Todo o peso daqueles sentimentos insolucionados, recaíram sobre seus ombros. Era sexta-feira e ainda faltavam seis dias de detenção para aplicar à menina. O desejo de Snape era fugir de tudo isso e não precisar encarar a realidade.


“E se eu pedisse para outro professor aplicar as detenções? Não, alguém pode desconfiar que eu não quero aplica-las eu mesmo por algum motivo. E também não quero nenhum outro professor perto dela.”


Esse último pensamento foi o mais difícil de aceitar. Severo estava começando a odiar tudo que era relacionado a essa garota, pois o desconcentrava em todos os sentidos. Tinha esquecido completamente de passar as instruções dos testes de quadribol para a turma da Sonserina! A detenção com Lauren o distraiu em níveis extremos. Precisava cuidar desse assunto antes do dia iniciar.


Vestiu-se rapidamente e rumou para o Salão Comunal de Sonserina, entrou batendo a porta, estava muito desestabilizado. Como assim já eram 07:30 e o monitor-chefe ainda não tinha acordado?


- SR. SYKES! DESÇA AO SALÃO! – berrou Snape do andar inferior.


Sua raiva por ter se dispersado, tomava conta de todo seu ser. Seus gritos foram tão altos que Spencer apareceu no Salão em questão de segundos, tropeçando nas escadas, em suas vestes de dormir, chegando na frente do Professor Snape totalmente desorientado.


- Sim, senhor?! Aconteceu algo? – disse Spencer ofegante.


- Sim! Por que o senhor não me lembrou que precisava passar os avisos do quadribol? Não importa. Chame todos os alunos a partir do segundo ano, rápido!


Spencer correu para o andar superior, escancarando as portas e gritando para os alunos acordarem e reunirem-se no Salão. Os estudantes não entendiam nada, desceram as escadas esfregando os olhos e assim que viram o Professor-Diretor parados em sua frente, com uma expressão nada boa, o medo de terem feito algo de errado tomou conta deles.


Quando todos situaram-se no Salão, o Professor começou:


- Nunca imaginei que vocês fossem esses preguiçosos que deixam para acordar cinco minutos antes das aulas! (ainda faltava meia hora para o café-da-manhã, e mais de uma hora para o início do primeiro período.) Vou falar uma vez só e espero que prestem atenção. Quem quiser participar do time de quadribol, os testes serão no domingo, depois de amanhã, pontualmente às 11h. Para poderem fazer parte do time, o que é um privilégio, devem atender aos seguintes requisitos:


- Saber voar numa vassoura com excelência; ter fibra, ser duro na queda, tendo a ciência que é um esporte perigoso e que podem se machucar; já ter jogado quadribol pelo menos uma vez na vida, não temos tempo para iniciantes. Se vierem a entrar no time, precisarão de autorização dos pais, por escrito. E o mais importante, suas notas devem ser as melhores, não sendo aceitas notas inferiores a Excede As Expectativas, em qualquer matéria. Se não obtiverem tal média, considere-se eliminado do time. Os testes serão observados por mim e pelo senhor William Rees, capitão do time de Sonserina. Onde o senhor está, sr. Rees? – disse Snape procurando o garoto.


- Aqui, senhor! – disse William saindo detrás do Salão e abrindo caminho até a frente. William era um dos mais populares da escola e as meninas caíam de amores por ele. Estava no sétimo ano, porém parecia que tinha mais de vinte anos. Era um garoto branco, alto, barbado, cabelo dourado e olhos azuis. Sempre passava raspando nas médias da escola, porém era incrivelmente talentoso para quadribol.


- Ótimo, tire as possíveis dúvidas restantes dos alunos e conduza-os aos testes no domingo. – disse Snape já virando-se para sair.


- Sim, senhor Snape.


- Ah e aproveitando que estão todos reunidos aqui, gostaria que soubessem que estava corrigindo os pergaminhos de alguns alunos de Sonserina e não fique...


A fala de Snape sumiu quando olhou para a figura que descia as escadas, atrás de todos os alunos. Pernas brancas desnudas iam revelando-se conforme a pessoa descia. A garota estava descalça, vestia shorts pretos, extremamente curtos e apertados. Seu robe de cetim levemente esvoaçava conforme o corpo da menina movia-se. Os inconfundíveis cabelos louros balançavam em seus ombros. Lauren Niemberg estava naturalmente linda. O Professor Snape, sem perceber prendeu a respiração, e a observava aproximar-se da turma de alunos, que ainda prestavam atenção nos recados. Tudo isso aconteceu em questão de segundos, mas para Snape parecia que tudo passava-se em câmera lenta. Foi tudo tão rápido, que os alunos nem mesmo perceberam que alguém mais tinha chegado.


Severo lutava para recobrar sua linha de raciocínio. Imaginava como seria acordar ao lado dessa beldade todos os dias. Uma fração de felicidade disparou em seu coração.


- Professor? – chamou Spencer, tentando chamar Snape de volta para a realidade.


Snape acordou de seu transe, ouvindo de longe alguém chamando-o. Olhou em volta e todos encaravam-no.


- Não fiquei satisfeito com os resultados – esforçava-se para recobrar a fala. – Espero muito mais nos próximos dias.


E virou-se para sair, antes que pudesse colocar os olhos na menina novamente. Voltando para seus aposentos, atordoado como estava, temeu que a única solução para voltar a si era tomando um banho gelado. Naquela manhã fazia pouco mais que 16 graus e mesmo assim, podia sentir cada parte de si queimando. Entrou no banho e a imagem da garota descendo aquelas escadas não saía de sua mente. Como podia ser tão perfeita? Snape estava furioso pelo estado que se encontrava.


- O QUE DEU EM VOCÊ, SEVERO? – bufou, passando a mão nos cabelos molhados. A água lhe furava como espinhos entrando em sua pele. Aos poucos, recobrava os sentidos, os pensamentos organizavam-se.


Ao sair do banho, decidiu vestir uma longa túnica esmeralda, perfumou-se de uma fragrância feita por ele mesmo. Tinha tons aromáticos de bergamota, lavanda, folhas de abacaxi e verbena exóticas. Já eram 08:30, não teria tempo de fazer seu desjejum. Apanhou sua varinha e rumou direto para a Sala de Poções. Apesar de ter recuperado o controle de sua mente, seu humor continuava péssimo.


Snape andava a passos rápidos entre corredores largos, lançando olhares apáticos aos alunos que passavam. Em um canto mal iluminado pelo sol, dois quintanistas entrelaçavam-se em beijos e amassos furiosos. O Professor não vacilou seus passos, mas esbravejou:


- Logo cedo? Vão logo para suas salas!


E conforme se afastava, ouvia o casal rindo baixinho. Não seria um dia fácil...


O Professor Snape chegou em sua sala, onde a primeira aula seria com segundanistas da Corvinal. Afundou-se em sua cadeira e ansiava para que o dia caísse e a noite chegasse logo de uma vez.


Infelizmente isso não aconteceu. O dia se arrastou miseravelmente e os alunos do sétimo ano da Grifinória no segundo período não fizeram essa uma tarefa mais fácil. Muitos não acreditavam em sua inocência e olhavam torto para ele.


“Ótimo. Mais um motivo para eu detestá-los igualmente.”


As gêmeas Patil cochicharam durante a aula toda e isso foi acabando com os nervos de Snape.


- As senhoritas Patil gostariam de compartilhar a conversa com a turma toda? – esbravejou o professor.


Elas só abaixaram a cabeça e não responderam. Era melhor que não retrucassem.


- Menos 5 pontos para Grifinória.


Tirar pontos de Grifinória continuava sendo um de seus maiores prazeres. Bando de arrogantes...


Ao final da aula, os alunos entregaram seus pergaminhos e foram almoçar. Snape fez o mesmo, pois estava seriamente faminto. Ao sentar na mesa dos professores, como de costume na frente da mesa de Sonserina, esforçou-se para não olha-la. Começava a sentir-se um monstro com toda a impureza que rondava seus pensamentos nos últimos dias. Fez questão de não lançar um só olhar aos alunos, serviu-se de coxas de frango, creme de milho e algumas cabeças de couve-flor cozidas.


Ao final da refeição, decidiu dar uma volta no gramado dos terrenos, perto do lago, onde costumava ficar nas férias. Sentou-se debaixo de uma das árvores, distante dos alunos e apanhou uma maçã que guardou para sobremesa. Enquanto comia, sentia o ar fresco entrando em seus pulmões e considerou passar mais tempo fora das masmorras. Fazia um lindo dia lá fora. Recostou-se no tronco da árvore e fechou os olhos. Pensava em Lílian e como gostaria que ela estivesse ali com ele. Tal desejo fazia seus olhos encherem-se de lágrimas. Não estava acostumado a sentir tantas emoções em um só dia. Seu coração apertava-se em raiva, tristeza e ansiedade. Achou melhor acabar com o momento de reflexão, que estava tornando-se deveras emotivo.


Ao levantar-se, deu de cara com Draco Malfoy, que parecia aproximar-se do professor já há algum tempo.


- Sr. Malfoy. Como foram as férias? O que deseja? – Snape perguntava, numa tentativa de esconder as tímidas lágrimas.


- O senhor está bem, Professor? – perguntou Draco, quase num tom de compaixão.


- Por que não estaria? – desviava o professor, já caminhando em direção ao castelo.


- O senhor parecia estar cabisbaixo. Enfim, queria que soubesse que vou fazer o teste para continuar no time, professor. E contava com uma forcinha sua, é claro. – sussurrou Draco.


- Não acha que já lhe paguei demasiados favores nesses sete anos, sr. Malfoy? – lembrando-o da terrível tarefa que assumira em seu lugar, anos atrás.


- Sim, continuo agradecido, senhor. Mas fazer parte do time é muito importante pra mim, esperava que o senhor pudesse mexer os pauzinhos para que eu continuasse a jogar.


Snape o olhou de canto de olho e murmurou:


- Vou ver o que posso fazer. Aliás, não pude deixar de reparar que está aproveitando bem os prazeres não acadêmicos, além do quadribol.


- Senhor? – perguntou um Draco muito confuso.


- Percebi que você e a srta. Niemberg são... bem próximos, por assim dizer? – indagou Severo, levantando a sobrancelha.


- Sim, senhor. – riu Malfoy – Mas somos apenas amigos, nada mais. Amanhã vamos juntos a Hogsmeade, por sinal. Mas por que pergunta?


O peito de Snape apertou e novamente sentiu seu corpo ferver em raiva.


- Pura curiosidade. – disse o professor, já alcançando o hall do castelo. – Vá para sua aula, Draco.


Tomou seu rotineiro caminho para as masmorras e lá ficou a aguardar as próximas aulas, com um estado de espírito ainda pior.



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Autor(a): sereiasnape

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

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