Fanfic: Mestre, Se Entregue! | Tema: Harry Potter

Finalmente o segundo dia de aula em Hogwarts acabara, mas a noite estava longe de terminar para o Professor Snape. Subia cabisbaixo para jantar, sem olhar para ninguém, encarava seus próprios pés. Entrou no Salão Principal e desejou não ter feito isso. O local estava entupido de adolescentes rindo alto, comendo com a boca aberta, falando besteiras. Sentou-se impaciente e serviu-se de peixe defumado e pãezinhos de abóbora. Desta vez não escapou de dar uma olhadela para a mesa de Sonserina, pois Lauren estava sentada no primeiro lugar da mesa, tomando algo em seu cálice. Draco estava sentado na sua frente e os dois conversavam rindo. Se prestasse atenção, Snape conseguiria ouvir sobre o que conversavam, mas concentrou-se para não o fazer. O rosto do professor ruborizou-se quando Lauren levantou sua cabeça, olhou para o professor, sorriu e voltou o olhar para seu cálice.

Snape tratou de engolir a comida e descer para as masmorras. Entrou em sua sala e serviu-se de um copo de whisky de fogo. Só queria que a noite terminasse logo. Engoliu o líquido de uma só vez, que desceu queimando sua garganta. Acendeu a lareira e observava as chamas queimarem quando a porta de sua sala se abriu lentamente. Eram 20:55, Snape já sabia que era Lauren chegando para sua segunda detenção.

- Entre, senhorita. – disse Snape sem ao menos tirar os olhos da lareira.

- Com licença, professor. Boa noite. – sussurrou Lauren, que fechou a porta atrás de si e ficou parada atrás de Snape, esperando instruções.

O professor ponderava que quanto menos olhasse para a aluna, melhor. Virou-se em direção a sua mesa e para lá caminhou.

- A senhorita hoje terminará a limpeza do conteúdo do armário.

- Sim, senhor. – disse Lauren em voz baixa, já prevendo quão tediosa seria sua noite.

Snape encheu seu copo novamente e sentou-se em sua mesa para corrigir lições. Era uma noite fria, pior do que a anterior. A garota ainda vestia o uniforme da escola, sapatos pretos, um suéter com o emblema de Sonserina e saia cinza plissada. Snape se perguntava se a garota não sentia frio com as pernas quase desnudas. Aquelas mesmas pernas que o fizeram delirar de manhã...

- A senhorita não está com frio, srta. Niemberg? – perguntou Snape, tentando não parecer preocupado com a menina.

- Um pouco, sim senhor. Mas não tive tempo de me trocar depois do jantar. Fiquei conversando com Draco e acabei tendo que vir direto. – disse Lauren tirando a poeira dos livros de Poções.

“Já está até perdendo a noção do tempo com Malfoy...”

- Tome cuidado com as distrações, senhorita. Terá muito tempo para conversar com namorados em sua vida...

Snape sabia que não existia essa história de “só amizade” com o sexo oposto. Talvez Lauren fosse um pouco mais honesta sobre a relação. Ao invés de negar, a garota somente riu e disse baixinho:

- Certo, professor.

O que aquilo queria dizer? Que Draco realmente era seu namorado? Por que o garoto mentira mais cedo? Ou era um desejo de Lauren que Draco fosse seu namorado?

“Ela não negou e também não confirmara nada. Minha tática não funcionou...”, pensava Snape. Não podia perguntar mais nada, senão soaria suspeito. Mas tinha uma coisa que ele podia fazer.

Levantando o tom de voz, Snape avisou:

- Espero que saiba que enquanto cumpre detenções, seus privilégios ao vilarejo de Hogsmeade estão suspensos.

- O quê?! – indagou a garota, encarando o professor, incrédula.

- Eu gaguejei, senhorita? – ironizou Severo. – Algum problema?

Lauren voltou seus olhos aos livros empoeirados e abaixou a cabeça.

- Não, senhor. Eu tinha planos, mas deixa pra lá. – murmurou.

- Que bom. Amanhã sua detenção começa mais cedo, te espero logo após o café-da-manhã.

A menina não respondeu nada, somente continuou a limpeza, furiosa.

“Ótimo que esteja com raiva, agora, pelo menos, sentimos o mesmo um pelo outro!”, pensou Snape.

Lauren guardava os livros já limpos no armário, nas prateleiras superiores. Precisava ficar nas pontas dos pés para alcançar, fazendo com que sua saia subisse um pouquinho, cada vez revelando mais de suas coxas. O plano de Snape de não olhar para ela, já ia por água abaixo. Ele podia ver-se apertando aquela pele branca até ficar vermelha, beijando cada pedacinho, tornando tudo sua propriedade.

Conforme Lauren trabalhava, seu corpo esquentava e a menina decidiu tirar o suéter que já estava lhe causando calor. Ao fazer isso, Snape perdeu-se ainda mais em desejos. Por baixo do suéter, Lauren usava uma blusa branca de manga comprida, tipo segunda pele. A hora que a garota virou para dobrar o suéter e colocá-lo em cima de alguma mesa, Snape percebeu que ela não usava sutiã naquela noite. Seus seios firmes e levantados salientaram-se completamente no tecido, e seus mamilos enrijeceram com a mudança de temperatura. Severo agora imaginava-se rasgando aquela fina veste e caindo com a boca naqueles perfeitos seios. Só conseguia pensar em quão quente devia estar o corpo de Lauren.

A menina agora tirava o pó incrustado dos pequenos caldeirões de estanho, que há anos não viam uma limpeza, e sentou-se em uma das cadeiras para tornar a tarefa um pouco mais fácil. Sentou-se de lado, e dali o professor pode ter uma ótima visão das pernas de Lauren, que estavam cruzadas, apoiando o caldeirão no joelho.

“Como pode ser tão perfeita, Merlin?”, pensava Snape. Ele nem tentava disfarçar sua ereção pois dali a garota não conseguia ver nada. Lauren levantou o olhar para o professor de repente, que a encarava, e Snape logo tratou de voltar a corrigir os pergaminhos. A garota riu, pois percebeu que estava sendo observada.

Snape lia os pergaminhos e nenhuma palavra lhe fazia sentido. Precisava retornar ao início da frase, várias e várias vezes. Corrigia erros grotescos e aparentes, mas na realidade, não sabia direito o que estava fazendo. Aos poucos conseguiu se concentrar e parar de encarar Lauren. Quando estava chegando quase ao fim da pilha de lições, ouviu a aluna fechar a porta do armário e guardar os materiais de limpeza. Snape bateu o olho no relógio e já eram quase meia noite.

- Prontinho, professor Snape. – disse a garota, com um tom mais sedutor do que necessário, parada na frente do Mestre.

Snape levantou seus olhos para a garota, que estava maravilhosamente cansada, com o rosto corado e os cabelos suados. Sua mente quase começou a divagar novamente, quando Snape disse:

- Vou verificar como ficou o seu trabalho, senhorita.

Levantou-se e caminhou para o fundo da sala. O armário estava surpreendentemente limpo. Se Snape não tivesse a observado, diria que foi limpo com ajuda de magia. Abriu as portas do móvel e checou como estavam os livros e caldeirões. Tudo brilhava.

- Ótimo, senhorita. Parece que não é tão desleixada como o restante de seus colegas. – disse o professor, fazendo Lauren sorrir deliciosamente.

- Obrigada, professor. Tem mais alguma coisa que eu possa fazer, senhor?

“Ah, tem muitas coisas que você poderia fazer, Lauren...”, pensou Snape.

- Não, senhorita. Vamos, vou te acompanhar até o Salão. – disse Snape, por vez.

Apanhou sua varinha, acenou em direção a lareira, ela se apagou. Lauren apanhou seu suéter e juntos rumaram para o Salão. Do lado de fora fazia ainda mais frio, e o brilho da lua iluminava a capa esmeralda de Snape e os cabelos louros de Lauren. Vendo aqueles corredores vazios, Snape só conseguia pensar em como queria jogar a garota em uma daquelas paredes e beijá-la compulsivamente. Acelerou o passo, antes que seu corpo tomasse outra decisão. A garota esforçava-se para acompanhar as passadas do professor.

Desceram as escadas e finalmente chegaram ao Salão Comunal de Sonserina. Snape abriu a porta para a menina e, antes de entrar, Lauren abriu um sorriso para o professor e disse:

- Não será tão ruim assim perder a visita a Hogsmeade. Pelo menos poderei passar mais tempo com o senhor, certo? Boa noite, professor.

O coração de Snape batia forte e suas mãos suavam. Não sabia o que responder, ou se deveria repreender a garota pelo comentário. Antes que pudesse pensar em qualquer coisa, Lauren já havia se virado para subir as escadas para os dormitórios, deixando um professor Snape confuso e, pela primeira vez no dia, feliz.