Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Christopher: Dulce. - disse Christopher, dando-se conta de seu erro pelas palavras de seu avô - Eu lhe serei eternamente grato.

Afastando-se de Belinda, aproximou-se de Dulce e, pegando-lhe o queixo para que olhasse para ele, sussurrou, sentindo a frieza e a tristeza em seu olhar:

Christopher: Serei eternamente grato a você.

"Diga-me que me ama", pensou ela, mas foi incapaz de dizer.

Dulce: Meu senhor, digo o mesmo que a seu irmão. - respondeu ela, afastando-se - Não se esqueça.

Christopher: Não me esquecerei. - respondeu Christopher observando-a com o olhar.

Neste momento, Marlon chamou a atenção de seu neto.

Marlon: Christopher, gostaria de falar com você um instante.

O velho não estava disposto a permitir aquele comportamento. Amava Dulce, e estava presenciando a dor que seu neto lhe infligia. Ele nunca acreditara nas palavras que Morgana cuspira diante de Dulce antes de morrer: que, se Lady Belinda aparecesse de novo na vida de Christopher, ela o roubaria de Dulce. Mas, agora, estava começando a duvidar. Christopher era tão idiota a ponto de perder Dulce?

Christopher: Agora não, vovô. - respondeu Christopher, observando o olhar escuro e frio de sua mulher.

Marlon: Christopher! - insistiu o velho.

Ele queria contar a seu neto as desafortunadas palavras de Morgana.

Marlon: Preciso falar com você.

Padre Gowan: Deveria falar com seu avô. - disse padre Gowan, intuindo o que ele queria dizer.

Christopher: Mais tarde. - sussurrou Christopher sem olhar para ele.

Estava tentando adivinhar os pensamentos de sua mulher, que neste momento observava Belinda de cara feia.

Belinda: Não entendo como o Highlander pode se casar com uma selvagem dessas. - sussurrava Belinda em francês para seu irmão.

De novo ele a mandou se calar, angustiado diante de suas palavras.

Belinda: Ela é vulgar, sem classe. De onde a tirou?

Após um curto, mas significativo silêncio, Marlon tossiu, contrariado diante da irritação de Dulce. De certo modo, ele a entendia. Nesta noite, via alojadas nos olhos dela a raiva, a decepção e a dor. Só de observar Elena e ver como ficava nervosa diante dos comentários de sua irmã, podia prever que esta noite não seria fácil para ninguém, em especial para aquela moça que ele adorava.

Christopher: Notei que mudou algumas coisas no castelo. - disse Christopher, sentando-se de novo à mesa, por fim entendendo os duros olhares de seu avô e seu irmão.

Dulce: Sim, meu esposo. - assentiu Dulce de má vontade, querendo estrangular alguém - Espero que não lhe desagrade. E, se assim for, mandarei que deixem tudo como estava antes.

Christopher: Evidentemente que não. E, por favor, Dulce, recorde meu nome. - respondeu Christopher, olhando sisudo para Christian e Damon em busca de um pouco e ajuda.

Mas eles baixaram a cabeça e continuaram comendo.

Dulce que havia notado a súplica no olhar de seu marido sentiu-se encorajada. Sabia que Christopher estava começando a se sentir culpado por sua indiferença, mas agora era a vez dela. Ia fazê-lo pagar pela dor em seu coração. Elena que mal havia comido sabia, por experiência própria, que Dulce não era paciente, por isso seu apelido

E não entendia como havia aguentado ao lado de seu marido durante todo o jantar sem se exaltar. Mas quando vira jogar a faca na parede soubera que a paciência de sua irmã havia chegado ao fim e que a partir desse momento, começaria sua vingança. E não tardou a chegar.

Dulce: Deseja um pouco mais de cerveja? -perguntou Dulce com gentileza, começando a gostar do constrangimento geral - Ou talvez, meu senhor, deseja que eu lhe sirva vinho?

Christopher levantou o olhar para ela e viu muita raiva em seus olhos, por isso, sabendo o que podia acontecer se não se controlasse, respondeu simplesmente:

Christopher: Prefiro cerveja.

Dulce: Perfeito!

Dulce pegou uma jarra que uma das criadas portava neste momento e, sem cuidado algum soltou-a em cima da mesa com tal fúria que quase derramou inteira.

Dulce: Ora! Que desajeitada! Desculpe meu senhor!

Christopher: Não foi nada! - sibilou Christopher limpando a cerveja derramada com tal brio que parecia querer polir a toalha de mesa.

Damon: O que está acontecendo com sua irmã? - sussurrou Damon a Elena, que começava a se levantar ao encontrar o olhar suplicante de Christian.

Belinda: Oh, por Deus. - murmurou Belinda em francês. - Além de tola e sem classe, é desajeitada!

Dulce: O que disse Lady Belinda? - gritou Dulce com vontade de pegá-la pelo pescoço e sufocá-la diante de todos.

Jack: Ela disse. - respondeu Jack ao ver que Belinda ficava calada - Que deseja provar  o ensopado que fazem aqui.

Christopher cada vez mais confuso notou a palidez de sua mulher e os círculos escuros debaixo dos olhos. Olhou para seu avô e seu irmão em busca de ajuda, mas eles nem se mexeram.

Dulce: Edwina! - chamou Dulce alegremente - Poderia fazer a gentileza de trazer o ensopado? Nossa convidada deseja prová-lo.

Elena: Creio que isto não vai acabar bem. - sussurrou Elena.

E ficou toda arrepiada ao ver outra criada surgir com uma bandeja cheia de ensopado.

Dulce: Aqui está! - sorriu Dulce com alegria.

Elena ficou gelada quando viu Dulce, sem aviso prévio, pegar a bandeja e a pôr em cima da mesa com o mesmo entusiasmo que a cerveja. O ensopado se derramou em cima de Lady Belinda, que soltou um grito, horrorizada, ao se ver coberta de pedaços de carne e molho.

Marlon, padre Gowan e inclusive Christian fizeram grandes esforços para não rir.

Dulce: Oh, que desastrada! - murmurou Dulce fingindo inocência, cobrindo a boca para que ninguém a visse sorrir.

E batendo em um dos copos da mesa, fez com que vários outros caíssem, encharcando de cerveja, vinho e água Christopher e Robert de Bruce.

Dulce: Desculpe-me Lady Belinda!

Belinda Chienne! - murmurou Belinda, raivosa.

Dulce rapidamente entendeu que ela a havia chamado de "cadela" em francês. Cravando-lhe os olhos com raiva, Belinda saiu rapidamente do salão dizendo:

Belinda: Vou trocar meu vestido.

Jack: Eu a acompanho. - ofereceu Jack, intuindo a vergonha e a raiva de sua irmã naquele momento.

Christopher: Por todos os santos! - rugiu Christopher

Todos a observavam, atônitos, segurando o riso, enquanto Elena enchia a jarra de cerveja. A indignação de Dulce parecia não ter fim. Trocando um olhar breve, mas significativo com Robert de Bruce, que assim como ela havia ouvido e entendido o insulto, viu que ele sorria discretamente enquanto bebia sua cerveja. Com fingida preocupação, começou a limpar as manchas na camisa de seu marido.

Dulce: Oh, que desastrada! - repetiu - Torno a lhe pedir desculpas, meu senhor. - e olhando-o com olhos suplicantes, disse: - Agora mesmo direi aos criados que lavem com carinho o vestido de Lady Belinda, meu senhor.

Christopher: Dulce! - disse Christopher - Poderia fazer a gentileza de parar de me chamar de senhor e utilizar meu nome?

Dulce: Claro. - assentiu Dulce com um falso sorriso.

Ao ver que uma das criadas entrava com outra bandeja de comida, diante de Elena que quase engasgava, e Christopher, que se levantava rapidamente da mesa, disse:

Dulce: Quer um pouco de carne, Christopher?

Christopher: Não! - bradou ele, enfurecido.

E ouvindo o riso dos outros, perguntou:

Christopher: O que é tão engraçado?

Marlon: Nada filho. - respondeu Marlon, parando de rir.

Robert de Bruce e o resto bebiam cerveja para disfarçar:

Christopher: Sente-se e acabe de jantar.

Mas Christopher estava muito contrariado e irritado. Muito irritado.

Christopher: Vou trocar de roupa.

Dulce: Não quer mesmo um pouco mais de cervo? - perguntou Dulce ao ver que seu marido se afastava rumo à escada - Susan o fez com muito carinho para o senhor. Não lhe apetece um pouquinho?

Elena: Sssshhh.... Cale-se Dulce! - grunhiu Elena, jogando-lhe um guardanapo.

A paciência de Christopher chegou ao limite. Ele se voltou para Dulce, que o olhava com todo o descaramento do mundo. Pegou-lhe a mão com força, puxou-a sem nenhuma delicadeza e, diante do olhar perplexo de todos, levou-a pela porta do salão.

Marlon: Por todos os santos! - sussurrou Marlon ao vê-los sair, enxugando o suor da testa.

Padre Gowan: Essa moça não tem medo do perigo. - comentou padre Gowan, servindo-se outra taça de vinho para acalmar os nervos.

Damon e Christian, riam divertidos, enquanto bebiam cerveja.

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