Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Dulce: É evidente. Eu não sou nenhum guerreiro. - respondeu Dulce, dando um puxão para se soltar.

"Ai meu Deus. Outra vez", pensou Dulce após dizer isso. Christopher ao ver de novo aquele rosto preocupado disse:

Christopher: Sabe de uma coisa? Não estou com vontade de discutir. Eu a acompanharei. - insistiu, decidido, caminhando ao lado dela.

Ela resmungou algo baixinho, o que Christopher achou engraçado, e ambos seguiram em silêncio, até que ele a ouviu sussurrar.

Christopher: Disse algo?

Dulce: Estava falando com Lord Draco. - ela respondeu sem olhar para ele.

Christopher: Lord Draco é seu cavalo? - perguntou ele, estranhando o nome.

Dulce: Sim. - assentiu ela, fechando os olhos - Foi o nome que meu pai e eu escolhemos...

Christopher: Lord Draco... nome curioso. - refletiu ele, observando os gestos envergonhados dela. - Nunca conheci um Lord antes dessa espécie.

Dulce: Lord Uckermann, seu cavalo é impressionante. - disse Dulce para mudar de assunto.

Sentia vontade de rir por causa da situação absurda que estava vivendo.

Christopher: Christopher. - corrigiu ele, apontando-lhe o dedo. - E antes que solte essa sua língua viva, deixe-me dizer que entendi perfeitamente que é pobre e decente, mas também quero que fique bem claro que não a obrigarei a aquecer meu leito nem nada parecido. Só quero que me chame pelo nome, como eu a chamo pelo seu. É tão difícil dizer Christopher?

"Como ela é bonita!", pensou o Highlander.

Dulce: Muito bem. - sorriu Dulce, deixando-o sem fôlego. - Christopher, seu cavalo é uma preciosidade.

Christopher: Dark é um bom cavalo. - respondeu ele, tocando a nuca do animal, que em agradecimento esfregou o focinho na mão dele. - Sabe de uma coisa? Hoje me dei conta de que você e meu cavalo têm a mesma cor de cabelo.

Dulce: Por São Ninian! - riu ela. - Já me disseram muitas coisas. Mas nunca que meu cabelo era igual ao e um cavalo.

Christopher: Eu não disse isso. - defendeu-se Christopher, divertido. - Só disse que a cor de seu cabelo e a do pelo de Dark é a mesma.

Dulce: Pois sabe de uma coisa? - replicou Dulce, pegando sua trança para colocá-la junto ao cavalo. - Tem razão! - E sorrindo perguntou: - Estão há muitos anos juntos?

Christopher: Tantos que nos entendemos perfeitamente.

Dulce: Entendo. - assentiu ela, mais relaxada. - Comigo é igual com Lord Draco. Às vezes nos compreendemos só com um olhar. Inclusive, ele me ajuda quando outros cavalos ficam teimosos.

Christopher: Como?!

Dulce: Meu avô cuida dos cavalos do clã Herrera. - explicou ela, olhando as estrelas. - Normalmente, quando nos trazem um cavalo novo, é ele quem o prepara, mas, quando sai rebelde e selvagem ele o deixa para mim.

Afastando coma mão uma mecha de cabelo, ela prosseguiu:

Dulce: Max e vovô dizem que eu falo com os animais, e, de certo modo, eles têm razão. Eu olho nos olhos deles, falo com carinho, e no final eles fazem o que eu quero, com a ajuda de Lord Draco.

Christopher: Está falando sério? - perguntou Christopher com um leve sorriso.

Dulce: Totalmente sério. - assentiu Dulce, olhando para aquele sorriso que ele se empenhava em ocultar. - Lord Draco e eu formamos uma boa equipe.

Christopher: Isso significa que estão há muito tempo juntos.

Dulce: Sim. - assentiu ela, mudando a expressão do rosto. - Ganhei-o de presente de meus pais quando completei seis anos. Com ele aprendi a montar e...

Christopher: E? - Christopher arqueou a sobrancelha ao vê-la interromper a frase.

Dulce: Nada... nada. - disse ela, balançando a cabeça. "Recordar era doloroso".

Christopher: Angus e Lucca comentaram que seus pais morreram.

Lembrar-se de seus pais ainda era difícil para ela.

Dulce: Sim. Há muitos anos. Por isso viemos viver com o vovô.

Christopher: Onde viviam antes? - perguntou ele, tentando ver quanto ela era capaz de lhe contar.

Mas a reação à sua pergunta foi anormal. Ela se voltou para ele e, com o rosto contraído de raiva, deu-lhe um empurrão que o deixou desconcertado. Sem medo algum, ela o encarou como poucos rivais haviam ousado fazê-lo.

Dulce: O quer saber exatamente? Ou melhor, já sabe, não é verdade?! - gritou Dulce, olhando-o com raiva.

Christopher: Não sei do que está falando. - mentiu ele ao ver a dor no olhar de Dulce. - Eu só estava tentando ser amável.

Dulce: Oh, sabe sim, Lord Uckermann!!! - gritou ela, fazendo o sangue de Christopher ferver. - Eu vivia numa casa muito bonita, mas asfixiada, longe daqui onde o luxo era parte da minha vida, não como agora. Mas eu digo meu senhor. - prosseguiu ela, apontando-lhe o dedo - Que, por mais humilde que seja este lar, é meu lar! Sem dúvida nenhuma eu o prefiro, por muitas razões que nunca ninguém poderá compreender.

Christopher não pode resistir. Tê-la tão perto era uma tentação. Ele estava acostumado a que as mulheres se jogassem em cima dele, embora as prostitutas com que estava acostumado a tratar não tivessem a suavidade, nem o olhar desafiador, nem o aroma de Dulce. Sem saber por que, ele a puxou para si e tomou seus lábios com vontade.

Dulce, ao se sentir cercada por aqueles braços poderosos e ver Christopher tomar sua boca, tentou se afastar. Mas o desejo desconhecido que sentiu por ele fez com que se deixasse beijar.

Os lábios de Christopher eram exigentes e quentes. Sua língua obrigou Dulce abrir a boca, onde ele entrou e explorou sem medo, com uma infinidade de sensações que até então nunca havia experimentado. Ela era deliciosa!

Depois de um beijo intenso, Lord Draco bateu o focinho no ombro de Dulce, devolvendo-a a realidade. E dando-lhe um empurrão com todas as suas forças, ela conseguiu se soltar do abraço de Christopher, com a respiração profunda e os lábios inchados por causa do beijo apaixonado.

Christopher: Desculpe-me. - disse Christopher com voz rouca, tonto pelo que havia sentido ao tomar aquela mulher em seus braços.

Ao abraçá-la, ele havia notado que Dulce se refugiava nele, e isso havia lhe provocado uma ternura até então desconhecida.

Christopher: Eu peço desculpas, Dulce. Não pretendia fazer isso, mas não sei o que me deu.

Dulce: Não se preocupe Lord Uckermann. - respondeu ela mais confusa que ele, fuzilando-o com seus olhos negros e faiscantes - Eu nunca deveria ter confiado em você, nem em sua palavra! É o Falcão. - gritou Dulce, fazendo-o se sentir mal. – A idiota fui eu ao pensar que não exigiria nada mais do que uma simples conversa. Portanto vamos esquecer o assunto, e boa noite, senhor.

E dito isso, Dulce começou a descer a colina que levava até a sua casa, trêmula pelo beijo e pela estranha atração e segurança que havia sentido.

Enquanto ela se afastava, Christopher a observava com seu olhar penetrante. Vendo-a desaparecer pela porta da cabana, esboçou um sorriso e, montando Dark, sussurrou:

Christopher: Vamos voltar ao castelo, a fera já está em casa.

*******************************

Durante os dias anteriores ao casamento, Dulce tentou por todos os meios não cruzar com Christopher. Mas era impossível, parecia que estava predestinada a vê-lo em todos os lugares. Anahí, bastante observadora, notara que desde que aqueles três guerreiros, Christian, Christopher e Damon, haviam chegado, as mulheres do castelo estavam em polvorosa. Todas tentavam ser a escolhida para aquecer-lhes a cama, e até suas primas haviam sido vistas flertando com dois guerreiros Uckermann.

Maite, por sua vez, apesar de discutir o tempo todo com Christian, parecia buscá-lo desesperadamente, e Alfonso pode comprovar com seus próprios olhos que Christian, assim que via Maite, tentava desaparecer.

Dulce, desde o ocorrido, procurava não ficar sozinha em locais públicos, como o pátio do castelo. Enquanto isso, Christopher começava a se enfurecer quando a via fugir dele sem lhe dar oportunidade de falar.

A única que parecia feliz era Elena, que sorria como uma tonta para Damon quando o encontrava em seu caminho.

O esperado casamento chegou, e o castelo fervilhava de atividades. As cozinhas exalavam o odor do haggis (bucho de carneiro), prato indispensável em qualquer casa escocesa preparado com vísceras de cordeiro, enquanto a cozinheira partia salmão e suas ajudantes confeccionavam bolos de farinha.

Alfonso o noivo orgulhoso, conversava com os homens no salão esperando o início da cerimônia. Enquanto isso, Dulce, Maite e Elena vestiam Anahí, que relaxada, notava mais nervosismo nas outras que em si mesma.

*******************************