Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Magno: Aquilo mudou a vida de minha linda Elizabete - sorriu o velho ao recordá-la. - Na noite em que Marlon e eu a deixamos ela voltou para a casa de seu pai e, pegando poucas roupas e algumas moedas, começou a ajudar todo inglês e escocês que necessitasse. Uma tarde, ela ficou sabendo de dois guerreiros escoceses haviam sido capturados, e com um grupo de exilados Elizabete rendeu os carcereiros e libertou os presos. Nem é preciso dizer que, a partir desse momento ela passou a ser tão exilada quanto nós, de modo que Marlon e eu decidimos não a abandonar. Se a pegassem, ela morreria decapitada por traição.

Respirou fundo, Magno prosseguiu:

Magno: Naquela época, Marlon tentou cortejá-la, mas ela já havia me notado. Um guerreiro arisco e rabugento que nem sequer olhava para ela, apesar da gratidão que eu sentia. Em nossa viagem de volta, passamos pela aldeia onde os ingleses haviam semeado a morte e a miséria. Ela, sem se intimidar por seu sangue inglês, ajudou, uma a uma, todas as mulheres e crianças da aldeia. Foi aí que prestei atenção nela e compreendi que, além de ser uma mulher bonita, ela era a melhor pessoa que eu já havia conhecido na vida. Ela que poderia ter vivido feliz no calor de um lar luxuoso, dava seu sangue para ajudar os menos favorecidos, vivendo na miséria.

Maite: Ela deve ter sido muito especial - sorriu Maite.

Seu avô assentiu.

Magno: Sua avó me ensinou que devemos amar e respeitar as pessoas pelo que são não pelo que os outros dizem que são. De início, ela teve que lutar muito para que as pessoas não a olhassem como uma sassenach, mas conseguiu, e todos a adoravam, esquecendo seu passado. Recordo que meu pai, quando soube de sua origem inglesa ficou muito aborrecido comigo. Mas ela, dia a dia, soube conquistar seu carinho e respeito. No fim meu pai e minha gente a amavam tanto quanto eu.

Maite: É parecido com o que acontece com Dulce e Elena, não é?

Magno: Oh... Essas mocinhas! - sorriu Magno ao pensar nelas. - A força delas muitas vezes me recorda a de minha adorada Elizabete. Especialmente Dulce. Está sempre lutando para defender quem é, e não pelo que algumas pessoas más dizem que é.

Maite: Vovô, por que me contou isso?

Magno: Porque, meu tesouro - sorriu o velho, olhando-a. - As pessoas importantes de nossa vida merecem uma segunda chance. Escute Maite, talvez eu não seja a pessoa ideal para que fale sobre esses assuntos, mas vejo como olha para o jovem Christian e como ele a olha. São o fogo e a água. Se realmente desejam estar juntos, devem encontrar um equilíbrio.

Maite: Oh... vovô - gemeu ela, olhando para ele. - Creio que isso nunca será possível. Somos tão diferentes que acabaríamos nos matando.

Magno: Querida, Maite - disse o velho, sorrindo - Se lhe contei a história de sua avó e minha é para que perceba que as pessoas quanto mais diferentes forem, mais se atrairão. Sua avó e eu tínhamos tudo para nos matar: eu escocês, ela inglesa; eu um guerreiro bruto, ela uma dama de boa família; eu um rabugento mandão, ela um encanto com personalidade. Meu Deus, como recordo de nossas brigas!

As gargalhadas de Magno ecoaram no salão. Maite, olhando-o, disse:

Maite: Mas você não é rabugento vovô. É amável, protetor, sempre vela por nós.

Magno: Tudo isso eu devo a ela. Ela me ensinou que na vida existem mais coisas além de blasfemar, mandar e brigar. Ela me ensinou, a amar e a cuidar de vocês. Quando seus pais morreram, recordo que ela lutou para que você e Alfonso fossem felizes e, quando adoeceu, fez-me prometer que eu nunca permitiria que nenhum de vocês fosse infeliz. Ela me fez recordar como o amor é importante para encontrar a felicidade na vida. Se digo isso é porque sei que esse Uckermann é louco por você, meu tesouro. Posso ver nos olhos dele. - E olhando-a com ternura acrescentou: - Vai negar que você sente o mesmo que ele?

Maite: Tem razão vovô - assentiu Maite, olhando-o nos olhos. - Mas por ora, nada se pode fazer. Ele está decidido a ser o melhor guerreiro. Um guerreiro sem responsabilidades familiares, como uma esposa e filhos.

Magno: Vamos lhe dar um tempo para que ele se dê conta de que na vida existem coisas mais importantes que ser o melhor guerreiro - refletiu o velho. - E se isso não acontecer, pensaremos em algo, meu tesouro.

Com olhos doces, Maite beijou seu avô. Ele sorriu.

Maite: Ainda sente a falta dela, não é mesmo?

Magno: Todos os dias de minha vida. Não há um único dia em que não me lembre de minha adorada Elizabete - disse ele, levantando-se com sua neta. - Agora vamos descansar. É tarde.

Após se despedir de seu avô, comovida pelo que ele lhe havia contado, Maite subiu até as torres segurando as lágrimas e, então desabou. Ali, buscou na escuridão da noite a silhueta de Christian, mas era impossível. Pouco depois entristecida e irritada, dirigiu-se para seu quarto, sem saber que aquele a quem buscava a olhava nas sombras enquanto se perguntava o que ia fazer para esquecê-la.

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Despedir-se de Magno, de Maite e de sua gente foi triste e doloroso. Aquilo era como partir de seu lar de novo.

Maite com lágrimas nos olhos e um terrível nó na garganta, segurava a mão de Magno enquanto dizia adeus. Ver suas amigas indo embora e sentir a indiferença de Christian partiu-lhe o coração. Tornaria a vê-lo?

A comitiva de guerreiros protegia Dulce e Elena, que cavalgavam entre eles, ao passo que Lucca ia na carroça junto com Petisco e os poucos pertences que possuíam, entre eles um cavalo velho chamado Lord Draco.

Damon, Christopher e Christian encabeçavam a comitiva, que cada vez era mais numerosa. De poucos em poucos metros juntavam-se a eles os guerreiros que haviam ficado de vigia pelo caminho. Ao ver as mulheres, eles as olhavam com curiosidade.

Elena: Estou emocionada - murmurou Elena, olhando ao redor.

Dulce: A que se deve tanta emoção? - perguntou Dulce.

Elena: Estou feliz - sussurrou Elena para que ninguém a escutasse. - E você não está?

Dulce: Eu estaria mais feliz se não tivéssemos que nos separar.

Elena: É verdade - assentiu Elena.

Aproximando seu cavalo do de sua irmã, perguntou:

Elena: Ontem à noite, em sua intimidade, como foi?

Dulce: Elena! - gritou Dulce, atraindo a atenção de todos. - Que ideia de me perguntar isso!

Elena: Por Deus, Dulce, é minha irmã - disse Elena, olhado para os lados. - Nós já havíamos ouvido algo sobre um homem feliz, mas nunca ninguém havia me explicado o que se fazia realmente. De qualquer maneira, se a incomoda falar disso, não prosseguirei.

Dulce: Não é isso - sorriu Dulce.

Inclinando-se no cavalo perguntou:

Dulce: Está confortável sentada no cavalo?

Elena: Oh, Meu Deus! - queixou-se Elena. - Já não aguento mais. Estou dolorida, e o movimento do cavalo me mata cada vez que me roça você sabe onde.

Dulce: Cale-se! - gargalhou Dulce.

Suas doces gargalhadas foram altas demais, atraindo os olhares de todos os guerreiros e de seus esposos. Ao escutá-las, censuraram-nas, levando um dedo a boca pedindo silêncio.

Dulce: Oh-Oh, é melhor falarmos baixo. Nossos risos incomodam.

Mas sua irmã não estava disposta a se calar.

Elena: Dulce sofreu muito na noite de núpcias quando Christopher entrou em você? - perguntou Elena com curiosidade. - Eu, para ser sincera, houve um momento em que pensei que ia morrer de dor, mas logo passou.... e....e.... agora, adoro.

Sorrindo diante da sinceridade de sua irmã, e baixando a voz para que as ouvissem de um assunto tão particular, Dulce respondeu:

Dulce: Claro que doeu, Elena. Foi igual como foi para você. Mas, superado o momento doloroso, e com o passar dos dias, é cada vez melhor. Já entraram juntos na banheira?

Elena: Não - negou Elena, olhando-a com os olhos arregalados.

Dulce: Oh.... Elena - Dulce corou ao recordar. - É maravilhoso. Banhe-se com ele e verá que sensações estranhas terá, os dois molhados e escorregadios.

Elena: Farei isso - assentiu Elena, mantendo aquilo em mente. - A propósito, fico assustada ao vê-lo nu. E olha que vi Lucca mil vezes. Mas que ninguém nos ouça irmã, nunca imaginei que aquilo pudesse crescer tanto... tanto... Incrível!

Ouvindo isso, Dulce não pode reprimir uma sonora gargalhada, e Elena a acompanhou. De novo, todos olharam para elas. Christopher olhou para Dulce sério, de modo que ela teve que fazer um grande esforço para não continuar rindo, apesar de ser o que ela mais queria.

Christian que continuava zangado com elas, aproximou-se, e com o semblante sério, disse:

Christian: Nós agradeceríamos se parassem de fazer escândalo. Estamos passando pelo território dos Campbell.

Elena: E o que tem isso? - perguntou Elena sorridente.

Christian: Tivemos um pequeno percalço com Josh Campebell há alguns anos. Normalmente eles passam por nossas terras e nós pelas deles, mas sempre é bom estar alerta. Portanto, fariam a gentileza de fechar essas boquinhas?!

Dulce: Prometemos fechar nossa boquinha - afirmou Dulce. - Se você nos perdoar por sermos as piores mulheres do mundo e fugirmos do castelo sem lhe dizer nada. Prometemos nunca mais fazer algo assim em sua companhia.

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