Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Christopher: Kieran. - disse Christopher, contrariado ao ver Dulce se forçar a não sorrir - Está procurando briga? Porque, se for esse o caso, vai encontrar. Ninguém fala de minha mulher, a menos que eu permita, e creio que desde que cheguei já o tenha advertido disso várias vezes.

Pherson: Por São Fergus! - rugiu Pherson contrariado - Creio que estão se comportando como dois cervos. Obrigo ambos a apertar a mão em sinal de paz.

Kieran: Christopher, desculpe minhas palavras. - disse Kieran.

E após estender-lhe a mão, observou Dulce. Parecendo-lhe notar uma centelha de diversão em seus olhos.

Christopher: Está desculpado. - sussurrou Christopher, voltando-se para sua mulher, que parecia estar se divertindo com aquilo.

Pherson: Sua mulher amigo. - apontou Pherson - Certamente tem muitas outras qualidades além da beleza.

Christopher: Sim. Poderia destacar lealdade e sinceridade. - disse Christopher com ironia.

Essas palavras fizeram Dulce explodir.

Dulce: Obrigado por seus elogios Lord Pherson. - suspirou Dulce com seu melhor sorriso.

E então vendo a ferida no lábios de Christopher, disse:

Dulce: Evidentemente, meu esposo, lealdade é o que diferencia as vadias do resto das mulheres.

Christopher: Coma! - bufou Christopher.

E sem mais, continuou falando com seu amigo Pherson, tentando, em vão, esquecer que ela estava ao seu lado.

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Entediada e com raiva contida, de vez em quando Dulce voltava a cabeça para observar sua irmã, Elena. Pelo menos, ela conversava com Damon e sorria. Kieran, em duas ocasiões, sorriu para Dulce, e ela retribuiu. Mas não lhe ofereceu um sorriso amável demais, nem muito demorado, para que o jovem não visse nisso outras intenções.

Passaram pela mesa diversos pratos, mas quando Dulce viu o haggis e deixaram diante dela uma vasilha fumegante enorme, sentiu o estômago começar a revirar, fazendo-a passar maus bocados.

Christian: Coma um pouco mais de haggis. - disse Christian que, farto de ver seu irmão a ignorar, pegou seu prato e se sentou com ela. - Está delicioso.

O cheiro daquela vasilha a estava matando.

Dulce: Oh meu Deus! - gemeu ela envergonhada, enquanto fechava os olhos. Com uma das mãos tampava o nariz e com a outra se abanava. - Christian, por favor, não posso sentir esse cheiro. - contendo as náuseas, disse sussurrando: - Odeio o cheiro de haggis!

Christian: Não acredito! Odeia haggis?

Christian sorriu ao ver a cor da pele de Dulce ganhar um tom esverdeado. Chamou uma criada que retirou a vasilha enorme dali.

Christian: Já pode respirar e abrir os olhos. Mandei que o levassem.

Dulce: Obrigada, obrigada, obrigada... - Dulce respirou aliviada levantando o cabelo para se abanar. - Não lhe dou um beijo porque não sei o que pensariam de nós.

Christian sorriu, divertido. O frescor de sua cunhada, além de suas expressões, a todo momento o fazia recordar aquela pequena teimosa chamada Maite.

Dulce: De verdade, Christian, muito obrigada. Por um momento tive medo de dar um espetáculo diante de todos e ofendê-los por não comer um prato escocês.

Christian: Prometo não dizer nada se comer mais alguma coisa. - sussurrou Christian com cumplicidade, olhando para Kieran, que havia percebido tudo e sorria divertido. - Faz dias que não comemos direto, e isto a fará recupera as forças para seguir viagem.

Com um sorriso, Dulce cortou um pedaço de cervo e o enfiou na boca.

Christopher: Agora alimenta minha esposa? - perguntou Christopher, olhando para o irmão.

Christian: Ela se alimenta sozinha, caso não tenha notado. - respondeu Christian sem olhar para ele.

Nesse momento, Damon chamou Christopher que se levantou, sem responder para seu irmão.

Dulce: Christian. - sussurrou Dulce ao ver que seu marido se afastava - Não se preocupe. Estou bem.

Christian: Duvido muito disso. - respondeu Christian, observando o olhar triste de sua cunhada no rosto que já recuperava a cor. - Por favor, diga-me o que está acontecendo?

Dulce: Eu menti para ele. - admitiu ela.

Christian ergueu a sobrancelha, igual a seu irmão.

Dulce: Eu lhe disse que Stefan, o homem que encontramos ferido, havia fugido de uns bandidos. Mas na realidade, Stefan é como eu, meio inglês, e estava naquela situação porque seu cunhado havia tentado matá-lo ao saber que por suas veias corria sangue inglês.

Christian: E como sabe de tudo isso? - perguntou Christian, notando que seu irmão o observava.

Dulce: Ele me contou. - respondeu ela. - Eu pensei que se descobrissem vocês o abandonariam para que morresse no caminho. Seu irmão soube disso, e por isso me odeia.

Ouvindo isso, Christian compreendeu tudo. Christopher odiava mentiras. Sua relação com Belinda o havia deixado marcado.

Christian: Dulce, seu pai é inglês e nunca a abandonamos. Não somos monstros. - apontou Christian. Dulce assentiu - Meu irmão não suporta mentiras. Mas, fique tranquila, ele não a odeia.

Dulce: Claro que não são monstros! - desculpou-se Dulce, olhando para cunhado - Ainda não sei por que eu não lhe contei. Talvez esteja tão acostumada a esconder minha própria identidade que, quando Stefan me revelou a dele, simplesmente fiz o mesmo.

Christian: Escute. - disse Christian, vendo que Christopher voltava - Dê um tempo para ele. Eu o conheço. Vai passar, e...

Christopher: Segredinhos entre meu irmão e minha mulher? - bufou Christopher pondo-se entre os dois.

Christian: Eu estava lhe falando sobre vovô Marlon. - disfarçou Christian

E recostando-se na cadeira perguntou:

Christian: Irmão, vê algum problema em eu conversar com minha cunhada?

Christopher ia responder, mas alguém pronunciou seu nome.

Lucca: Christopher! - gritou Lucca, subitamente aparecendo ao lado dele. - Dulce pode ir um momento a minha mesa? Quero lhe mostrar o que me deu de presente.

Christian: Meu irmão lhe deu um presente? - perguntou Christian, passando a mão na cabeça do garoto.

Christopher se sentou em seu lugar.

Lucca: Ele me deu uma adaga de guerreiro. - explicou o menino, encantado.

Christopher examinava Dulce. Não tinha mais os pontos na testa e estava um pouco pálida.

Lucca: Evan cuida dela para mim. Christopher disse que ainda sou muito pequeno para andar com ela.

Dulce: É a adaga que tem empunhadura listrada e entalhada? - perguntou Dulce com um sorriso.

Isso fez o coração de Christopher bater forte.

Lucca: Sim! - exclamou o menino com felicidade - É muito parecida com a que Max e vovô lhe deram. Christopher mandou o ferreiro gravar minhas iniciais.

Christopher: Dulce vá com ele. - disse Christopher.

Quando Dulce começou a se levantar, ele segurou seu braço com força e sussurrou, puxando seu rosto para si:

Christopher: Pode ficar o resto da noite com seu irmão em sua mesa.

Dulce: Obrigada Lord. - disse ela, séria, e foi embora.

Segurando a mão do menino, Dulce chegou à mesa. Miles, Evan e Mael rapidamente deram espaço para que ela se sentasse. Christopher, sem tirar os olhos dela, viu Lucca, entusiasmado, mostrar-lhe a adaga. Dulce emocionada, sorria e o abraçava.

Christian: Sabe irmão? Será definitivamente um tolo se permitir que Dulce deixe de sorrir. - disse Christian antes de se levantar.

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Pouco depois, no enorme salão entrou um grupo de mulheres de olhares e corpos insinuantes. Os guerreiros, ao vê-las assobiaram e gritaram encantados. Eram as mesmas que Dulce havia visto quando chegaram. Movimentando os quadris, elas foram até a mesa principal, onde mostraram todos os seus encantos para Kieran, Pherson, Christopher e Damon.

Com curiosidade, Dulce observava a cena. Quase lançou sua adaga quando viu uma mulher de seios grandes, olhos cor de azevinho e cabelo preto se esfregar nas costas largas e robustas de Christopher e, a seguir, dizer-lhe algo no ouvido, fazendo ambos sorrirem. O que lhe teria dito?

Elena, que havia se levantado para ver a adaga de seu irmão, com olhar sério cruzou os braços incomodada ao ver Damon sorrir para uma ruiva que lhe fazia biquinhos para chamar sua atenção.

Elena: Ora, chegaram as vadias da aldeia! - exclamou Elena, tentando atrair o olhar de seu marido, mas sem conseguir.

Dulce: Exatamente. - sussurrou Dulce, obrigando-se a não olhar.

Aquele espetáculo não lhe agradava nem um pouco. Conhecendo seu marido, ele se desdobraria em atenções à vadia e ainda diante de Dulce.

Nesse momento, ouviram o barulho de pratos que caíram no chão. Ao voltar o rosto, Dulce viu Mary, envergonhada, pedindo desculpas a uma das mulheres enquanto tentava recolher o estrago. Mas seu sangue ferveu quando viu uma das prostitutas dar uma bofetada em Mary, fazendo-a cair no chão. Sem pensar duas vezes, Dulce pulou como uma gata selvagem até chegar à pobre criada, que, envergonhada, continuava caída, com os olhos marejados.

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