Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Dulce: Como se atreve a...

Kieran: Porque é deliciosa, e gosto de coisas deliciosas. - disse o  homem, espremendo-a contra a parede.

Imobilizando as mãos, colou a boca na dela. Foi um beijo breve. Dulce, sem se intimidar, deu-lhe uma joelhada nos testículos, fazendo-o retroceder, branco e encolhido de dor.

Dulce: Não volte a tenta, ou juro que o matarei. - advertiu ela com seriedade e apontando-lhe o de do disse: - Isto nunca aconteceu. Não quero ter mais problemas além dos que tenho por culpa de um imbecil como você.

E dito isso, Dulce continuou subindo a escada, deixando-o no chão quase sem fôlego.

*******************************

Ao entrar no quarto, encontrou silêncio e um fogo maravilhoso na lareira, que reconfortou seus nervos. Atraída palas chamas, ela se sentou sobre uma pele macia que alguém havia colocado em frente à lareira, sem perceber que olhos selvagens a observavam em silêncio da cama.

Christopher, enfeitiçado pela suavidade que as chamas refletiam na pele de sua mulher, procurava não fazer barulho que a assustasse. A noite havia sido longa tortura. Ter Dulce tão perto e não poder usufruir de seus comentários, seus sorrisos ou seus beijos o haviam enlouquecido de ciúme. Mas agora ela estava ali, calada e pensativa diante do fogo, enquanto recolhia com as mãos, mecha por mecha, seu cabelo azulado. Como gostava da cor, do odor, do toque dela! Mas de verdade, o que é que não adorava em sua mulher?

Alheia aos olhos que a fitavam com desejo, sentada em cima da pele, Dulce tentava esquecer o que havia acabado de acontecer com Kieran.

Esse rapaz é louco, pensou Dulce, sentindo-se culpada por tê-lo acertado com tanta força. Sabia que o que ele havia tentado não era direito, mas havia descontado em Kieran o despeito que sentia por seu marido e a raiva de imaginá-lo com a vadia.

Quando terminou de  prender o cabelo, Dulce jogou a cabeça pra trás e, arqueando as costas, espreguiçou-se. Estava sonolenta, levantou-se e começou a desfazer os laços de seu vestido. Aquele espetáculo estava enlouquecendo Christopher, que sentia a boca seca e o ardor latente palpitando entre suas pernas. Ela tirou o vestido e as meias, e soltou a cinta da coxa, onde levava a adaga, deixando-a em cima de um pequeno baú.

Cansada, deixou seu vestido em cima de uma arca e, sentando-se na cama, suspirou cansada, ainda sem perceber que seu esposo estava ali. Bocejando, abriu a colcha para se deitar dentro, mas, assim que notou alguém perto, rapidamente chegou até a adaga que momentos antes havia deixado.

Christopher: O que está fazendo mulher? -rugiu Christopher, sentando-se na cama.

Dulce: Como? - gritou ela com adaga na mão - Melhor que você diga o que está fazendo em minha cama?

Adorando o espetáculo, Christopher olhou para ela.

Christopher: Sua cama? - perguntou ele surpreso, tentando não sorrir - Desculpe, mas esta é minha cama. E acabou de interromper meu sono.

Dulce: Não pretendo deitar em sua cama. Portanto onde dormirei? - disse Dulce, tentando se afastar os olhos daquele peito escultural e musculoso enquanto se alegrava por saber que seu marido não estava rolando com a vadia.

Christopher: Por mim pode dormir sobre essa pele. - respondeu Christopher apontando a pele onde momentos antes ela estava sentada.

Ao ver o desconcerto no rosto de Dulce, teve vontade de rir, mas se conteve, e fez sua cara mais feroz. Por mais que se sentisse atraído por ela, Dulce havia sido desleal e havia dito: "Quem me dera eu não o houvesse conhecido, porque isso me  daria a certeza de que nunca teria me casado com você."

Christopher: Durma mulher. - disse ele recostando-se - Não tenho a menor intenção nem necessidade de me deitar com você.

Dulce: E com outras? - bufou ela, sentando-se sobre a pele e lançando-lhe seu olhar mais ferino - Pensei que passaria esta noite com sua vagabunda!

E vendo que ele se levantava e a olhava incrédulo, continuou:

Dulce: Oh... sim seus toques e seus sorrisos me fizeram supor que esta noite a cama seria só minha.

Cravando o olhar nela, Christopher suspirou ao perceber que sua mulher acreditava que Berta, a morena do salão, era sua amante.

Era a verdade que algumas vezes antes de se casar, havia desfrutado dos prazeres com ela, mas nunca a considerara sua amante.

Christopher: Estou cansado. - respondeu ele, tornando-se a deitar - E preciso do prazer e do conforto de uma cama. E embora a de Berta seja muito confortável e prazerosa, tenho certeza de que o que eu menos teria feito seria dormir.

Dulce: Durmamos então. - respondeu Dulce, com vontade de cravar sua adaga nele - Aproveite seu confortável descanso Lord Uckermann.

Christopher: Igualmente Impaciente. Boa noite!

E ao dizer isso Christopher teve que se controlar. Senão, uma gargalhada teria acabado com sua fachada de durão.

Ela não respondeu. Conhecia-se bem e quando estava irritada, era melhor ficar de boca fechada. De modo que, puxando a outra pele que estava em cima da arca, se cobriu, e o cansaço a venceu.

Christopher não conseguia dormir. Quando se certificou, observando a respiração de sua mulher, de que ela estava dormindo, levantou-se e intensificou o fogo. O quarto era frio, e dormindo no chão de pedra era pior. Parte da noite ele ficou olhando-a maravilhado. Adorava aquela cabeça dura como nunca havia adorado mulher alguma. Mas não podia nem queria perdoar sua deslealdade. Com cuidado, ele se sentou sobre pele, e estendendo a mão, tocou aquele cabelo azulado sedoso, de que tanto gostava. Abaixou-se para sentir o cheiro da pele dela. Nesse momento, ela se virou, ficando com a boca perto dele.

Teria sido fácil tomar aqueles lábios, mas ele nunca havia forçado mulher nenhuma, e não faria isso agora. De modo que, afastando-se, pegou uma mecha de cabelo dela, e depois de beijá-la e de fortificar o fogo mais uma vez, enfiou-se na cama, onde adormeceu olhando para ela.

*******************************

De manhã, quando Dulce acordou, olhou ao redor, desconcertada. Onde estava? Rapidamente, a realidade voltou e ela recordou. Levantou-se com cuidado e olhou de soslaio para a cama. Estava vazia. Não havia sinal de Christopher. Mais tranquila, deitou-se quando sua cabeça encontrou a almofada macia, lembrou-se de que não havia pego nenhuma na noite anterior. Deduziu que Mary a devia ter posto ali. Fazia frio, na lareira havia pouco fogo; sentando-se de novo, espreguiçou-se. E então ouviu batidas na  porta. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Mary entrou com uma bandeja de comida.

Mary: Milady, que está fazendo no chão? - perguntou a moça, surpresa.

Dulce: Mary! - disse Dulce, levantando-se com o cabelo emaranhado - Não pense em contar a ninguém que me viu dormindo aí. Meu marido e eu discutimos e...

Mary: Milady tranquila. - murmurou a moça, deixando a bandeja em cima da arca. - Não direi nada, mas trarei mais peles, caso esta noite torne a dormir aí. Creio que o chão não é o lugar mais confortável para você.

Dulce: Eu lhe agradeço. - sorriu Dulce, olhando para a moça. - Não tenho intenção de dividir o leito com aquele animal.

Mary: Oh milady, sinto muito escutar isso. Tenho certeza de que seu esposo não permitirá que durma outra noite no chão. Ele sempre me pareceu um homem gentil e justo. Não entendo por que a trata assim.

Dulce: Posso lhe fazer uma pergunta? - A criada assentiu. - Sempre que meu marido vem aqui, compartilha o leito com Berta?

Mary: Bem... - Mary hesitou antes de responder, mas não podia mentir - Milady, sendo sincera, nem todas as vezes que ele veio compartilhou o leito com ela. Mas é verdade que ela o persegue até a saciedade. Ela é muito inconveniente! E mais de uma vez se vangloriou diante de todos de que era a preferida de seu marido.

Ouvindo isso, Dulce sentiu um nó no estômago. Aquela vadia dissera a verdade quando afirmara que Christopher havia compartilhado sua cama.

Mary: Mas também é verdade, milady, que Berta aquece o leito de muitos homens. Até ontem, quando chegaram, ela aquecia o leito de Kieran Ohara.

Dulce: Eu imagino. - suspirou Dulce, indignada.

E ao escutar esse nome perguntou:

Dulce: Kieran Ohara vive aqui?

Mary: Oh, não. Ele vive em Aberdeen, mas visita com muita frequência esta fortaleza. Meu Lord agradece as visitas desde que Lady Mayra e seu filho morreram. Kieran é o filho mais velho de Lord Brian e Lady Paula, embora às vezes insista em parecer rude e insensível, não é tanto quanto o selvagem de sue irmão James. Ele é amável com todos nós, e sempre que pode ajuda-nos com o que necessitamos. Kieran era muito amigo do Gabin, o falecido filho de nosso Lord.

Dulce: De que morreu Gabin?

Mary: Uns sassenachs durante uma viagem... - sussuurrou Mary, baixando os olhos - Foi terrível quando Stoirm chegou aqui com Gabin morto.

Dulce: Sinto muito. - murmurou Dulce. E, tentando mudar de assunto, perguntou: - Quem é Stoirm?

Mary: Stoirm era o cavalo de Gabin. Lady Mayra o deu de presente a ele pouco antes de morrer, quando ele completou 10 anos. Sempre foi um animal muito querido e considerado por todos, até que Gabin morreu.

*******************************