Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

A noite caía, e com ela começaram a se acender as primeiras tochas. A porta do quarto se abriu e surgiu Mary.

Elena: Olá Mary! - saudou Elena - O que aqueles homens disseram para que você corresse daquele jeito?

Perturbada, ela respondeu:

Mary: Oh, milady. Os homens às vezes dizem coisas escandalosas.

Dulce: Tem toda razão do mundo. - sorriu Dulce ao ver aquele olhar travesso na jovem.

E indo até a janela, perguntou:

Dulce: Quem são esses homens?

Mary: Guerreiros do clã Ohara. - revelou Mary com uma raiva que não passou despercebida para as irmãs - São os brutos que cada vez que passam pela fortaleza só causam problemas para as mulheres da aldeia.

Elena: Problemas? - perguntou Elena.

Mary: Sim, muitos problemas. - assentiu ela, sem olhar para as moças - Esses homens não aceitam um não como resposta. Cada vez que voltam tenho vontade de envenenar a água que tomam, por todo o mal que fazem.

Elena: Ora! - riu Elena - Se a questão é envenenar a água, minha irmã é especialista nesse tipo de acidente.

Dulce: Elena! - Dulce soltou uma gargalhada, olhando para sua irmã com os olhos arregalados - O que Mary vai pensar?

Mary: Milady conhece mesmo alguma poção? - perguntou Mary com curiosidade, vendo uma pequena luz diante dos problemas que se avizinhavam

Dulce: Não ouça o que diz minha irmã. Eu nunca envenenei a água de ninguém. Por Deus! Que horrível essa palavra envenenar! Mas, sim eu conheço bastante bem o poder das ervas.

Tomando-lhe a mão, a criada suplicou:

Mary: Milady seria muito útil se nos indicasse o que fazer para que esses brutos aí embaixo não causem muitos problemas até que cheguem nosso Lord e vossos maridos.

Dulce: Acha que é necessário? - perguntou Dulce olhando-a nos olhos. A moça assentiu.

Mary: Kieran está tentando fazer James partir, mas a noite já chegou, e esse selvagem continua aqui. - respondeu ela.

Elena: Então está bem. - resolveu Elena, pegando a bolsa de sua irmã - Diga a Mary que erva ela deve fazer e pôr na bebida. 

E olhando divertida para a jovem criada, disse:

Elena: O que prefere? Que ponham as tripas para fora e fiquem com o traseiro assado, ou que caiam dormindo como pedras e no dia seguinte morram de dor de cabeça.

Mary: Não me tente... não me tente.... - gargalhou Mary.

Dulce: Creio que é melhor deixarmos seus traseiros tranquilos e fazê-los dormir. - resolveu Dulce, rindo diante das palavras de sua irmã.

Pegando umas ervas marrom escura, disse: 

Dulce: Tome Mary, jogue isto nos barris de cerveja. Elas se misturaram com a cevada e causarão sonolência. Quanto mais beberem, melhor.

Mary: Precisarei de mais. - suplicou Mary olhando o punhadinho que Dulce pôs em suas mãos - Esses Highlanders são conhecidos por sua resistência a bebida.

Dulce: Dose dupla então. - riu Dulce, divertindo-se, apesar do que iam fazer. - Isto derruba até um cavalo. Mas avise os criados de confiança para que não tomem nem um gole, ou cairão também.

Mary, com um sorriso encantador, assentiu.

Elena: Teremos que avisar nossos guerreiros. - replicou Elena ao ver vários dos seus bebendo e rindo com aqueles brutos.

Dulce: Não. Falarei com Kieran. - disse Dulce - Se eles pararem de beber, os outros perceberão que algo está acontecendo.

Mary: Está bem. - sorriu Mary, guardando as ervas em um pequeno guardanapo que tirou do bolso - Hoje, milady, eu me divertirei com o espetáculo.

Assomando com cuidado à janela, Dulce apontou para o louro que ria com as prostitutas, que se deixavam apalpar.

Dulce: Ele é mesmo tão mau?

Mary: Milady. - sussurrou Mary, aproximando-se da janela - Ele é a ovelha negra do clã Ohara e meu conselho é que fiquem o mais longe possível dele. Seu lema é "Tomo o que eu quero, quando quero".

Batidas na porta atraíram os olhares das mulheres. Mary abriu, e Kieran entrou sem perguntar, parando diante delas todo preocupado.

Kieran: Sei que não deveria estar aqui. - disse como maneira de se desculpar, olhando para elas - Mas meu irmão tem intenção de passar a noite no castelo. Eu lhes peço, por seu bem e pelo meu, que não saiam à noite toda do quarto e que tranquem a porta.

Elena: Mas é tão grave. - alarmou-se Elena ao sentir a angústia que o rapaz refletia no olhar.

Kieran esboçou um sorriso triste.

Kieran: Apesar do carinho que tenho por meu irmão, e pelo sangue que nos une, existem certas coisas que eu me recuso aceitar. - respondeu ele com sinceridade. - Tentarei por todos os meios que ele não chegue até vocês, mas seus métodos nunca foram limpos, e posso esperar o pior.

Dulce: Falando de métodos. - sorriu Dulce, atraindo sua atenção - Acabei de dar umas ervas a Mary que, misturadas com a cerveja, conseguirão derrotar até o homem mais forte, fazendo-o mergulhar em um sono profundo.

Isso alegrou o rosto do rapaz.

Kieran: Magnífico! - disse Kieran ao ver que ela era uma mulher de soluções rápidas. - Vou me certificar de que todos bebam até cair. A propósito, como será o despertar?

Dulce franziu a testa e explicou:

Dulce: Será como cem cavalos tivessem pisoteado suas cabeças.

Ouvindo isso, Kieran suspirou, mas sorriu.

Kirean: Prefiro isso a que os tolos de seus maridos pensem que eu tramei algo com meu irmão. - E olhando para Mary perguntou: - Então você cuida disso?

Mary: Sim senhor. - assentiu a criada com um sorriso alegre, jogando um pouco de lenha na lareira.

Kieran: Perfeito Mary. - disse Kieran

E, despedindo-se disse:

Kieran: Tranquem a porta quando eu sair.

Pouco tempo depois, o som de novas batidas na porta fez que as três mulheres se olhassem. Era Yentel uma das criadas.

Yentel: Miladies. - disse ela com olhos envergonhados - James Ohara me enviou para lhes perguntar se o honrariam com sua companhia no jantar.

Dulce e Elena se entreolharam, mas foi a jovem criada que respondeu:

Mary: Impossível. - disse Mary, dando um passo para a outra moça - Miladies estavam dizendo neste momento que estão exaustas e desejam descansar. Diga a Ohara que elas agradecem, mas que deverá ficar para outra oportunidade.

Depois de se desfazer de Yentel, Mary fechou a porta, e apoiando-se nela sussurrou:

Mary: Como ele sabe que estão aqui?

Dulce: Ele não sabia. - praguejou Dulce ao ver James e Berta olhando para sua janela. - Mas Berta, aquela bruxa, já lhe informou.

Mary: Maldita vadia! - disse Mary! 

Da janela Elena viu Kieran chegar com passo decidido a seu irmão e as mulheres.

Elena: Creio que estão assustados demais, Mary. - Elena sorriu - Damon e Christopher chegarão a qualquer momento. Além do mais vários de nossos guerreiros continuam aqui. Não creio que eles se atrevam a fazer alguma coisa.

A criada, após suspirar com ar grave, murmurou:

Mary: Milady, os homens às vezes bebem demais e perdem a cabeça.

Dulce: Fique tranquila Mary. - disse Dulce, ciente do perigo que teria ocorrido horas antes se Kieran não tivesse aparecido. - As ervas que lhe dei nos ajudarão. De qualquer maneira, trancaremos a porta assim que trouxer Lucca. Não sairemos daqui.

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Naquela noite, dormir na fortaleza foi impossível. O ruído ensurdecedor que os homens faziam ao rir, cantar ou lutar bêbados era de arrepiar. Dulce observou Kieran, cada vez mais embriagado, encher a jarra de cerveja de seu irmão, que gargalhava com Berta em seu colo.

Escondida entre as sombras de seu quarto, ela acompanhou o desenrolar da festa que havia organizado no pátio da fortaleza, e ficou impressionada ao ver o que aqueles homens eram capazes de beber sem descansar. Mas sorriu ao com provar que alguns já começavam a se sentar e cochilar.

Com remorso, viu também vários homens de Damon e Christopher que riam e bebiam junto com os recém chegados, caírem derrotados no chão. E ficou toda arrepiada ao notar que várias criadas desapareciam com alguns deles atrás dos muros da fortaleza. Acaso não sabiam o problema que lhes causariam?

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