Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

****: Ah, não fez nada?! - gritou o homem, dando-lhe um safanão que doeu, mais nas moças do que no menino. - Estava me roubando, e quebrou alguns jarros. Isso é não fazer nada?!

Nesse momento saiu de sua carroça a mulher do feirante, e Dulce revirou os olhos ao reconhecer Fiona, que levou as mãos à cabeça ao ver os destroços.

Fiona: Malditas sassenachs fedidas! - cuspiu a mulher ao vê-las.

Maite: Cale a boca! - gritou Maite enfurecida.

Aquela maldita palavra havia causado muita dor a suas amigas e a sua própria família.

Elena: Não queremos confusão Fiona. - advertiu Elena, olhando-a com receio.

Fiona era uma antiga habitante da aldeia. Durante os anos que vivera ali, primeiro sua mãe e depois ela, sempre as havia tratado com desprezo. Elas as odiavam devido a seu sangue metade inglês. Em várias ocasiões, inclusive, Dulce e Fiona haviam brigado de chegarem aos tapas.

Dulce: Eu entendo seu desgosto, senhor. - prosseguiu Dulce, olhando para o feirante. - Por isso, repito, que pagarei o que meu irmão...

****: Fique quieto ladrãozinho! - gritou o homem, dando outra bofetada em Lucca.

Isso fez que sua irmã mais velha perdesse a paciência.

Dulce: Escute senhor! - vociferou Dulce, enfurecida - Se tornar a esbofeteá-lo, eu devolverei os tabefes.

****: Você vai me dar uma bofetada?! - gargalhou o feirante indignado.

Maite e Elena se olharam. Dulce era capaz disso e de muito mais.

Fiona: Quem você pensa que é para falar assim com meu homem? - ladrou Fiona, postando-se diante de Dulce com as mãos na cintura.

Dulce: Sou Dulce. Acha pouco? - esclareceu, olhando para Fiona com desprezo.

E voltando-se para o homem, disse rispidamente:

Dulce: Solte meu irmão agora!

****: Esse sasssenach! - gritou o feirante com desprezo - É um futuro deliquente, e como tal deveria ser tratado.

"Acabaram-se as observações, Fiona", pensou Dulce, afastando o cabelo do rosto, Aquela moça roliça havia feito muito mal ao seu avô com seus comentários terríveis, e ela estava farta.

Lucca: Eu não sou sassenach. - uivou Lucca.

Tão novo ainda, ele não compreendia por que às vezes as pessoas insistiam em insultá-lo daquela maneira.

Fiona: Não pode negar, fedelho. - disse Fiona com rispidez. - Você e suas irmãs cheiram de longe a podridão dos sassenachs.

"Oh, Deus... eu a mataria com minhas próprias mãos", pensou Dulce furiosa.

Elena: E você cheira a excremento de urso cruzado com uma bruxa! - gritou Elena muito irritada, bem no momento em que Fiona se lançava sobre ela.

Dulce tentou separá-las, mas a mulher corpulenta de outro feirante se jogou sobre ela. A confusão estava armada.

Ao ver aquilo, Maite começou a gritar a todos que era a irmã de Alfonso Herrera e que ele os expulsaria de suas terras. Mas ninguém lhe deu ouvidos. As mulheres continuavam puxando-se os cabelos e se arrastando pelo barro, por isso, Maite não pensou duas vezes e, sem se importar com nada mais, jogou-se em cima delas.

Os gritos e a algazarra que se formou atraíram os olhares de todos. Havia briga!

De repente, o forte som dos cascos de vários cavalos e um rugido estrondoso fizeram com que todos se paralisassem. Diante deles estavam seu senhor Alfonso, o Falcão e mais alguns homens.

Alfonso: O que está acontecendo aqui?! - perguntou Alfonso, irritado, montado em seu enorme cavalo branco.

Sua surpresa foi maior quando reconhceu entre a confusão de corpos sua irmã, Dulce e Elena. Desmontando com rapidez e tentando manter o controle, ele ajudou Maite a se levantar. Ela ao se levantar estava com o cabelo revirado, encharcado e com a roupa suja de barro.

Alfonso: Maite, por todos os santos! O que está fazendo! O que aconteceu?

Enfurecida pela intromissão, ela se afastou de seu irmão e, ajudando Dulce e Elena a se levantarem, gritou encolerizada:

Maite: Essas malditas mulheres, Alfonso! Elas se jogaram sobre nós!

Christian, contemplando a cena divertido, no lombo de seu garanhão, aproximou-se da agitação junto com Damon.

Christian: Vejo que as coisas não mudam por aqui - debochou Christian.

Mas um olhar enfurecido de Alfonso lhe indicou que se calasse. Os feirantes petrificados ao ver o senhor dos Herrera matando-os com o olhar. Atrás deles encontravam-se Christopher, Damon e Christian, que os observavam muito sérios, controlando a vontade rir diante de um quadro como aquele.

****: O garoto roubou e quebrou várias vasilhas. - defendeu-se o feirante em um tom diferente já, enquanto ainda segurava Lucca. - E se o revistarem encontrarão sob sua camisa algo do roubo.

Dulce: Solte meu irmão! - rugiu Dulce, aproximando-se com o rosto vermelho e arranhado. - Solte-o agora mesmo ou juro que o matarei.

A raiva em seu olhar e a coragem em suas palavras deixaram os guerreiros sem fôlego. Viram em Dulce uma mulher com muita personalidade. Essa força atraiu ainda mais a curiosidade de Christopher pela morena.

Fiona: Mas ela... - começou a dizer Fiona, apontando para Dulce.

Elena: Cuidado com suas palavras ao falar de minha irmã ou vai se ver comigo de novo. - advertiu Elena.

Christian: Que caráter tem as mulheres desta terra! - sussurrou Christian a Damon, que de novo teve que conter uma gargalhada.

O feirante soltou Lucca, que correu para se esconder atrás de Dulce. O rosto do menino estava vermelho.

Christopher: Lucca, você roubou? - perguntou Christopher com sua voz rouca, atraindo os olhares de todos enquanto descia de seu cavalo escuro e enorme.

Elena: Senhor. - começou a dizer Anahi intimidada diante do Falcão - Ele é uma criança, e...

Christopher: Estou falando com seu irmão. - murmurou Christopher olhando para ela.

"Maldição Lucca. E agora, como vamos sair dessa?", pensou Dulce ao ver aquele guerreiro enorme se aproximando dela.

Lucca continuava escondido atrás da irmã mais velha, que pela primeira vez olhava nos olhos daquele Highlander, sentindo um estranho ardor nas entranhas ao vê-lo caminhar em sua direção.

O rapaz de olhos duros e implacáveis era o Falcão. O terrível guerreiro de quem ouvira tantas histórias assustadoras e que, segundo Anahí, andara observando-a. Sua figura era imponente e implacável, tanto por sua altura como pela largura de seus ombros, sobre os quais descansava um brilhante cabelo castanho claro.

Alfonso: Lucca! Desobedeceu as minhas ordens. - censurou Alfonso aborrecido - E isso implica um castigo.

Elena e Dulce: Não! - gritaram Dulce e Elena juntas.

Maite: Alfonso! - gritou Maite, horrorizada. - Pelo amor de Deus. Ele é só uma criança! E eles não aceitaram a oferta de Dulce de pagar o que foi roubado e quebrado. Ficaram apenas humilhando-as e insultando-as, e depois...

Alfonso: Amanhã Lucca. - prosseguiu Axel, indicando a sua irmã que se calasse – Quero ver você no castelo para falar sobre seu castigo.

Christian e Damon, ao escutar isso, entreolharam-se. Eles conheciam Alfonso, e sabiam que o castigo que importaria ao garoto não iria além de ajudar nas cozinhas do castelo.

Christopher: Lucca. - chamou Christopher, abaixando-se para ficar a sua altura - Poderia sair das saias de sua irmã para que eu possa falar com você como um homem?

O menino assustado e pálido devido a seus atos e aquele guerreiro enorme saiu com valentia. Christopher olhou para ele e quase soltou uma blasfêmia quando viu, ainda marcada no rosto do menino, a bofetada do feirante.

Christopher: Mostre-me o que roubou. - disse Christopher.

Sem que precisasse repetir a pergunta, o menino enfiou suas mãozinhas por baixo da camisa suja e tirou algo, que depositou nas mãos grandes e calosas de Christopher.

Lucca: Eu queria que minhas irmãs fossem bonitas ao casamento e peguei estes pingentes para elas.

Dulce: Oh, Lucca. - sussurrou Dulce, abaixando-se junto a ele, incapaz de pronunciar mais uma palavra.

Ao se abaixar junto à criança Dulce ficou muito perto de Christopher, que admirou sua beleza a poucos centímetros e sentiu seu aroma de morango fresco. Pela primeira vez na vida, ao perder-se nos olhos da moça, ele se deu conta de que a cor negra tinha mais de uma tonalidade. Os lábios dela o convidavam a beijá-los, a tomá-los, e o calor de seu rosto ainda enlameado e sujo, deixou-o sem palavras.

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