Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Christopher: Está com vontade brigar, Ohara? - rugiu Christopher aproximando-se com olhar intimidador. Não gostava que ninguém falasse de Belinda. - Há anos suporto que você ou James queiram ocupar meu lugar junto a Robert de Bruce. Estou farto de seus comentários e do imbecil do seu irmão, e...

Kieran: Eu falo por mim. - esclareceu Kieran - Não tenho nada a ver com meu irmão.

Christopher: Acaso afora também tem inveja de minha mulher? Desde quando deve me falar sobre como trato as mulheres?

Kieran ciente do perigo que aqueles olhos dourados deixavam transparecer, não se mexeu do lugar, mas tornou a responder.

Kieran: Serei sincero. Algumas vezes, teria gostado de estar à direita de Robert de Bruce, mas isso aconteceu faz tempo. Se me atrevo a dizer que Dulce é melhor que a francesa. - disse em tom depreciativo - É porque penso isso, e porque tenho certeza de que ela nunca lhe faria o que aquela estúpida mulher lhe fez! - gritou Kieran ao ver o rosto de Christopher se contrair de dor. - Você me pergunta se tenho inveja de você? Minha resposta é sim. Quem dera eu ter encontrado Dulce antes, assim, poderia desfrutar dessa luz maravilhosa que ela exala e que você insiste em tentar apagar.

E, ao ouvir isso, Christopher lhe deu um soco que o fez cair para trás ruidosamente, em cima de uma mesa. Kieran, levantando-se, enxugou o sangue da boca e tocou o olho, que já começava a inchar.

Kieran: Obrigado pelo soco. Eu o mereci, pelas vezes em que fui idiota com você.

Christopher: O que? - sussurrou Christopher desconcertado.

Kieran: Deixe-me dizer mais uma coisa. - disse Kieran, aproximando-se de Christopher, preparado para outro soco - Não permita que essa mulher mude. - e sorriu com companheirismo pela primeira vez na vida - Se permitir isso, pode ter certeza que será o homem mais tolo que já conheci na vida.

Damon: O que está acontecendo aqui? - vociferou Damon ao entrar no salão e ver Kieran sangrando e com o olho roxo.

Christopher: Nada, Damon. - respondeu Christopher, entendendo as palavras de Kieran. 

E estendendo-lhe mão, que este aceitou com um sorriso, afirmou:

Christopher: Só estávamos conversando como amigos.

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Naquela tarde, depois de saber que Dulce estava descansando em seu quarto e que a hemorragia havia sido estancada, Christopher se martirizava, incapaz de enfrentar a mulher que havia machucado tanto física quanto emocionalmente. Após uma longa conversa com Kieran, Christopher havia se conscientizado de duas coisas: a primeira era que gostava da vitalidade que sua mulher exalava mais do que queria admitir, e a segunda, que Kieran não era um imbecil como o irmão, James.

Dulce, por sua vez, mergulhada em uma verdadeira tristeza, via com desespero o tempo passar e Christopher não aparecer. Por isso, assumiu o firme propósito de mudar sua personalidade forte e aceitar de uma vez por todas que seu marido apesar de suas palavras doces nunca amaria.

Depois de bater à porta, Kieran apareceu.

Kieran: Como está seu braço?

Dulce: Melhor, obrigada. - respondeu Dulce com familiaridade.

Mas, ao ver seu lábio cortado e o olho roxo perguntou:

Dulce: Oh, meu Deus! O que aconteceu com você?

Kieran: Nada importante. - e ele sorriu ao ver a cara de desconfiada dela - Diferenças de opiniões com um amigo. Mas não se preocupe, já estão resolvidas.

Dulce: Não me diga. - e fechando os olhos, Dulce perguntou: - Foi Christopher, não foi?

Kieran: Isso agora não interessa. - sorriu Kieran, e olhando para ela com seus inquietantes olhos azuis, disse: - Vim me despedir de você. Tenho que chegar a Aberdeen antes de meu irmão. - levantando os braços, acrescentou: - James é a ovelha negra da família e, quando chegar, só vai criar problemas para minha pobre mãe.

Dulce: Sinto muito. - sussurrou Dulce.

Kieran se aproximou.

Kieran: Christopher não tardará muito a perceber a sorte que teve por encontrá-la em seu caminho.

Dulce: Não creio que meus olhos cheguem a ver isso! - murmurou ela, revirando os olhos e fazendo-o sorrir.

Kieran: Verão, acredite em mim. - disse ele apertando-lhe a mão. - Dê-lhe um tempo, ele não poderá viver sem você. E se isso acontecer, é porque Christopher é mais burro do que acredito.

Ambos sorriram, e Dulce respondeu:

Dulce: Se você está dizendo!

Kieran: Escute. Christopher disse que você sabe ler. - sussurrou ele, olhando-a nos olhos.

Ela assentiu. Kieran lhe entregou um papel, onde havia desenhado um pequeno mapa com vários nomes. Antes de fazê-lo, ele havia pensado bastante. Mas, apesar de Christopher ter repetido até a saciedade que Belinda não significava nada mais para ele, decidira dar a Dulce aquele papel. Ela poderia precisar de um amigo.

Kieran: Se um dia precisar de ajuda, para o que for, procure-me e eu a ajudarei. Neste mapa encontrará como me localizar.

Dulce: Mas porque está me dando isto? - perguntou Dulce, sem entender as intenções dele.

Kieran: Porque é sempre bom ter amigos. - apontou ele, esperando estar enganado a respeito de Christopher. - Se precisar me localizar, vá até o vale de Glenn. A oeste, encontrará uma pequena aldeia de casas de pedra vermelha próxima ao lago. Quando chegar ali, procure o ferreiro; ele se chama Cal, é um bom homem e amigo melhor ainda.

E apertando-lhe as mãos, sussurrou:

Kieran: Ele a fará chegar até a mim. E repito, não quero nada em troca. Só desejo que saiba que Kieran Ohara é seu amigo para a vida toda. Está bem?

Dulce: Está bem. - sorriu Dulce, pegando o papel.

Depois de trocarem um olhar significativo, ela disse:

Dulce: Cuide-se, promete?

Kieran: Tentarei. - sorriu ele, afastando-se - Adeus Dulce, cuide-se também.

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Triste pela partida de um bom amigo como Kieran, ela se levantou da cama e, se dar importância ao papel que ele lhe havia entregado, guardou-o no saco onde levava seus poucos pertences pessoais, as calças de couro, as botas de cano alto e a capa surrada de seu avô Angus.

Com melancolia, Dulce olhou para aquelas roupas que em um passado não muito distante a haviam feito tão feliz.

Ao ouvir o som de cavalos, segurando o braço, que doía bastante, aproximou-se da janela. Viu vários guerreiros montados em seus cavalos, enquanto Kieran falava com Lucca e ambos sorriam.

Nesse momento ouviu novas batidas na porta. Era Christian.

Christian: Olá, cunhada. - disse ele, entrando com um sorriso maravilhoso - Está melhor?

Dulce: Sim. Viu? Kieran está partindo.

Christian foi à janela e assentiu.

Christian: Ele tem assuntos familiares a resolver. - E para fazê-la sorrir, disse: - Sabe o que aquele presunçoso me disse quando se despediu de mim? Que vai passar por Dunstaffnage para conhecer Maite. Pode acreditar?

Dulce: Não tem nada a temer. - sorriu Dulce, mas sem brilho nos olhos. - Vendo que Kieran é um amigo melhor do que você pensa. Ele é uma boa pessoa.

Christian: Eu sei. - assentiu Christian, olhando os guerreiros que se despedia com cordialidade de Pherson. - O que acha que Maite pensaria se o conhecesse?

Ao escutar essa pergunta, Dulce olhou para aquele Highlander bonito e jovem que sempre a apoiava, apesar de suas constantes trapalhadas e de sua teimosia.

Dulce: Quer sinceridade?

Christian: Desde quando minha cunhada não é sincera em algo? - perguntou Christian com estranheza, olhando-a nos olhos.

Dulce: Muito bem. - sorriu Dulce afastando com carinho o cabelo do rosto dele. - Quando Maite vir esses impressionantes olhos azuis, esse cabelo tão louro e esse sorriso maravilhoso pensará: "Este Ohara é um homem muito bonito".

Christian: Acha isso? - perguntou Christian incomodado ao pensar em Maite olhando para o outro que não fosse ele.

Sua expressão contrariada fez Dulce sorrir.

Dulce: Oh, sim, tenho certeza. Mas, assim que Kieran começar a incomodá-la pensará: "Este Ohara é muito inconveniente", e o porá em seu lugar.

Isso fez Christian rir. Então, ela aproveitou para lhe perguntar:

Dulce: Por que não para de evitar o inevitável?

Christian: Porque não sei se sou bom suficientemente para ela. - respondeu ele, contemplando os guerreiros, que iniciavam sua marcha.

Dulce: E não saberá enquanto não tentar, Christian. - sussurrou Dulce com tristeza na voz e no olhar - Mas também devo dizer que, às vezes, uma pessoa crê que é boa para a outra, até que, um dia, percebe que está equivocada e...

Christian: Você é perfeita para Christopher. - disse ele entendendo as dolorosas palavras de Dulce. - Não duvide disso, Dulce! Eu nunca o vi sorrir da maneira que sorri quando está com você.

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