Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Dulce: Deixe disso Christian. - sussurrou ela sem forças, olhando pela janela - Nosso casamento foi um erro imenso. Quando eu vivia com o vovô e Max, podia ser eu mesma o tempo todo, e sabe por quê? Porque ninguém esperava nada de mim além daquilo que já conhecia.

Surpreso diante das palavras de Dulce Christian perguntou:

Christian: Porque diz isso?

Dulce: Porque não estou à altura do que seu irmão e seu clã esperam de mim. - disse ela soluçando.

Christian nunca a havia visto chorar, e não sabia como lidar com isso.

Dulce: Sou tudo o que a mulher de um Lord não deve ser, e eu o adverti que não se casasse comigo, mas ele insistiu. Eu estava tão desesperada que aceitei, e... e....

Christian: Não, não, não chore. - repetia ele, sem saber o que fazer diante da tristeza e das lágrimas que pesavam naquele rosto lindo. - Não faça isso comigo, Dulce! Por favor! - disse ele.

Ela se jogou em seus braços e chorou, desconsolada.

Com paciência e palavras agradáveis, Christian a convenceu a se deitar. Não gostava de vê-la desse jeito. Ela era uma mulher forte e de personalidade, não uma mulher arrasada e sem vida.

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Quando saiu do quarto, imensamente enfurecido, foi em busca de seu irmão. Encontrou-o sentado em frente às estrebarias, pensativo, bebendo cerveja.

Christian: Quando pensa em ir visitar sua mulher?

Christopher: Quando julgar necessário. - respondeu ele sem olhar para o irmão.

Christopher se levantou e entrou na cocheira, onde Stoirm e Lord Draco e o receberam bufando.

Christian: Não se aproxime de Stoirm. - advertiu Christian ao ver o animal se mexer, inquieto.

Christopher: Como ela conseguiu se aproximar sem que ele a mordesse? - perguntou Christopher, tentando entender - E como pode montá-lo sem que a jogasse?

Christian: Não sei. Talvez ela seja mais teimosa do que ele. - respondeu Christian.

****: Vovô e Max sempre diziam que Dulce sabia se comunicar com os animais. - respondeu Lucca, que neste momento entrava na cocheira - E quando um cavalo era teimoso ou difícil de tratar, ela conseguia fazê-lo esquecer a teimosia e obedecê-la.

Ao escutarem a voz do menino, os dois Highlanders se voltaram para olhá-lo.

Christian: De onde saiu? - sorriu Christian, abaixando-se para pegá-lo no colo.

Christopher: Que está fazendo aqui? Devia estar dormindo com Evan. - censurou-o Christopher com um meio sorriso, vendo Evan a poucos metros.

O menino olhando para eles com olhos tristonhos, respondeu:

Lucca: Não consigo dormir. Estou muito preocupado.

Essa resposta fez os irmãos sorrirem.

Christopher: Ora que tipo de preocupação não o deixa dormir? - perguntou Christopher com carinho.

Christian prestava atenção no menino. Lucca depois de olhar para o guerreiro, marido de sua irmã, por alguns instantes engoliu em seco e perguntou:

Lucca: É verdade que Dulce e eu teremos que ir embora quando você não nos quiser mais?

Christian: O que? - sussurrou Christian, sem entender o que o menino estava querendo dizer.

Christopher: Como diz? - perguntou Christopher - Onde ouviu isso?

Lucca: Elena disse que se Dulce não for boa com você, você não vai nos querer e teremos que partir. E Dulce, brava, gritou que se você nos expulsasse de suas terras, ela cuidaria de mim.

Christopher: Esqueça isso, Lucca. - esclareceu Christopher inquieto, olhando para seu irmão, que o observava desconcertado. - Eu nunca os expulsarei de minhas terras. Agora vá dormir tranquilo. Mas não diga a ninguém o que conversamos aqui, está bem?

O menino sorriu. Ele tinha o mesmo sorriso de sua irmã mais velha, e isso fez o coração de Christopher palpitar.

Lucca: Tudo bem! Mas não gosto que faça Dulce chorar. - censurou-o o menino.

Christopher cravando o olhar nele, perguntou:

Christopher: Por que acha que fui eu que a fiz chorar?

Lucca: Porque ela disse que você partiu o coração dela. - respondeu o menino, sem entender que esse comentário havia acabado de partir o coração de Christopher.

Ouvindo isso, Christopher ficou tão desconcertado que foi Christian quem precisou falar.

Christian: Anda moleque, vá dormir. - sorriu Christian.

Lucca desceu e correu até Evan que o pegou no colo com um sorriso e o levou.

Passado alguns instantes, vendo que seu irmão não dizia nada, Christian, dando-lhe um soco no braço, perguntou:

Christian: Como se atreve a partir o coração de Dulce?

Coçando a barba em seu queixo, Christopher murmurou:

Christopher: Eu não fazia ideia. Mas Elena vai me explicar tudo agora mesmo. - disse dirigindo-se decidido a fortaleza.

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Naquela noite, quando viu que Christopher não ia para o quarto, Dulce se convenceu de que ele continuava irritado com ela. Farta de ficar virando na cama decidiu se levantar. Ao se aproximar da janela, ouviu os chutes que Stoirm dava na cocheira. Então pegou umas ervas em sua bolsa e decidiu descer sem fazer barulho para tentar acalmar o animal. A esta altura que diferença faz? Pensou dando de ombros.

Com cuidado, vestiu o roupão que Maite lhe havia dado de presente, e, verificando que tudo estava em ordem, saiu sem fazer barulho. Devagar, abriu a porta da fortaleza e chegou até as estrebarias onde Lord Draco suspirou ao vê-la entrar.

Dulce: Olá bonito! - saudou-o, dando-lhe um beijo no focinho.

Depois de falar com ele um pouco e acariciá-lo, parou na frente do cavalo inquieto, que, ao vê-la, relinchou.

Dulce: Olá Stoirm. - sussurrou ela, estendendo a mão para lhe dar um pouco de açúcar misturado com ervas. - Tome isto, vai fazer com que relaxe. Está precisando.

Enquanto o cavalo lambia sua mão, ela, com cuidado, foi se aproximando até acabar apoiada no pescoço do cavalo. Com carinho, sussurrou-lhe perto da orelha:

Dulce: Lamento lhe dizer, mas amanhã vou para as terras de meu marido. Por isso, vim me despedir de você. Eu adoraria levá-lo comigo, porque sei que você e eu nos entenderíamos muito bem, não é? - sorriu ao ver o cavalo menear a cabeça. - Mas isso terá que ser em outra vida, porque nesta acho difícil. Creio que você, a seu modo, e eu, ao meu modo, somos parecidos. Nenhum de nós se encaixa onde está, e nenhum dos dois atende ao que se espera de nós. Stoirm você é um bom cavalo, além de maravilhoso. Espero que alguém perceba que só precisa de um pouco de carinho e atenção.

E tocando com a mão boa o pescoço do animal, ela sussurrou com carinho, beijando-o antes de se afastar:

Dulce: Adeus Stoirm, cuide-se.

Com um nó na garganta, ela se dirigia à saída da cocheira quando, de súbito viu aparecer uma sombra na escuridão.

Christopher: Que faz aqui? - perguntou Christopher o mais suavemente que pode.

Dulce: Eu... é... - suspirou Dulce, angustiada a se ver descoberta. - Desculpe. Eu só queria me despedir de... - e sem olhá-lo nos olhos, sussurrou: - Desculpe, isso não tornará a acontecer.

Christopher: Está bem. - respondeu ele ao vê-la tão vulnerável, com o braço enfaixado e a tristeza estampada no rosto.

O silêncio entre os dois se tornou constrangedor. Ambos sabiam que o que havia acontecido naquela tarde os transformara em rivais, não em amigos.

Dulce: Eu gostaria de voltar ao quarto, amanhã temos uma longa viagem pela frente. - pediu Dulce. 

Christopher: Voltará quando falar comigo. - disse Christopher - Pode olhar para mim quando falo com você?

Levantando o queixo, Dulce o olhou.

Dulce: Sim, evidentemente. - assentiu ela.

Ao olhá-lo nos olhos, Christopher sentiu a insegurança que a expressão de sua mulher transmitia.

Christopher: Queria falar sobre o que aconteceu hoje. - Começou ele, nervoso, vendo que ela o observava de uma maneira que não expressava nenhuma emoção. - Antes de tudo, quero me desculpar pelo que fiz com seu braço. Não sei o que me deu! Eu me comportei como um verdadeiro animal.

Dulce: Está desculpado. - respondeu ela com excessiva serenidade - Eu mereci.

Ele não gostava de vê-la assim. Não queria vê-la assim. Christopher adorava a Dulce selvagem e respondona, apesar de em certos momentos, ter vontade de estrangulá-la. Não gostou de senti-la tão acovardada e submissa. Ficou horrorizado.

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