Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Ouvi-lo falar assim a fez explodir. Eles nunca haviam precisado de ninguém.

Dulce: Maldição Lucca! Não precisamos que ninguém nos tire do lago. Eu posso tirá-lo sozinha, e você sabe nadar! - gritou furiosa pegando seu irmão e começando a nadar.

Lucca: É uma resmungona insuportável e, ultimamente, só o que faz é gritar. - reclamou o menino, surpreendendo-a. - Não me espanta que Christopher esteja tão bravo com você. É pior que um espinho na bunda!

Incrédula diante do que seu irmão dizia, ela respondeu:

Dulce: Se não se calar, mister espinho na bunda... - gritou, olhando-o com seus olhos negros - Juro que vou afogá-lo neste lago, aqui e agora! E faça o favor de calar a boca e não falar sobre o que não sabe.

Mas o menino, incapaz de conter sua língua, prosseguiu:

Lucca: Elena tem razão. No fim, por sua culpa Christopher vai nos expulsar de sua casa.

"Só me faltava escutar isso de você", pensou furiosa.

Dulce: Maldição Lucca! - rugiu ela. - Cale-se, ou juro que vou lhe dar tamanha surra por suas palavras que ninguém o reconhecerá quando eu acabar.

Ao notar o olhar triste de sua irmã, e sua irritação, Lucca se arrependeu.

Lucca: Está bem desculpe! - E para suavizar as coisas, perguntou: - Seu braço dói?

Dulce: Ora, cale-se! - gritou ela de novo.

Não queria ouvir mais nada. Estava farta, cansada, exausta de ouvir todos falando sobre ela e sua maneira de ser. Mas Lucca era um menino, e perguntou de novo:

Lucca: Mas porque está gritando comigo agora?

Dulce: Porque estou exausta! - gritou ela, ficando em pé no lago.

Não percebeu que Elena, Christopher e os demais, alertados pelos gritos, estavam ali.

Dulce: Porque estou com vontade de gritar, porque estou farta de ouvir como sou ruim, e porque preciso desabafar gritando.

Lucca: Não grite comigo! - berrou o menino.

E dando um puxão no braço bom de sua irmã, fez com que caísse para trás na água.

Dulce: Mas.... mas... Eu vou matá-lo, maldito verme. - gritou Dulce afastando o cabelo molhado do rosto.

Elena olhava para os dois espantada.

Dulce: Eu vou lhe dar o que merece anão insuportável!

E dizendo isso,  Dulce afundou o menino no lago, diante do público que os olhava entre incrédulo e divertido.

Lucca: Eu vou contar ao Falcão! - gritou Lucca ao tirar a cabeça da água. - E espero que ele se aborreça com você e que grite como está gritando comigo.

Molhada até os ossos e cansada de tudo, Dulce gritou:

Dulce: Oh, não! Vai contar ao Falcão? Que medo! - dramatizou, levantando a mão ao rosto e fazendo seu irmão sorrir.

A seguir, cravando de novo os olhos nele, disse brava:

Dulce: Lucca George Saviñón! Você é o menino mais mal educado e ingrato que já conheci na vida. E sabe por quê? - perguntou com as mãos na cintura. - Porque passei a vida toda cuidando de você e o salvando de todo o tipo de perigo, e agora me vem dizer que, porque o afogo e grito, vai contar ao Falcão para que ele grite se aborreça comigo? É um maldito ingrato!

Lucca: E você é uma reclamona! - gritou o menino ao ver que já dava pé.

E antes de ver o público que os observava, gritou:

Lucca: Eu gostava mais de você quando era divertida e sorria!

Dulce: Que punhalada Lucca! - respondeu ela sem olhar para o irmão.

E sem se importar mais com seu cabelo molhado, sua ferida ou seu vestido encharcado, deixando-se cair para trás no lago disse:

Dulce: Ande, traidor. Vá buscar Elena e seque-se. Se alguém lhe perguntar o que aconteceu, diga que a bruxa negra do lago tentou afogá-lo. - e raivosa gritou: - Ah, e não se esqueça de contar como sou ruim e malvada a seu maravilhoso amiguinho Falcão!

Christopher, Christian e Damon, assombrados diante do espetáculo que haviam presenciado, não sabiam o que fazer. Damon e Christian se entreolharam com um sorriso e, fazendo um sinal com a mão, indicaram a todos os presentes que voltassem para o acampamento. Elena pegou Lucca e o mandou fazer silêncio enquanto saíam dali. Por fim, só Christopher ficou encharcado de chuva, observando sua mulher boiando no lago de olhos fechados.

Dulce, alheia a tudo, sorriu pela primeira vez em vários dias ao ouvir o som da água. A paz que sentia naquele momento boiando no lago embaixo da chuva, era uma paz que desde pequena a havia reconfortado em incontáveis ocasiões. As queixas de seus irmãos faziam doer sua alma, mas o pior era saber que Christopher a detestava de verdade.

Enfeitiçado pela beleza e pela delicadeza de sua mulher, Christopher não conseguia sair da beira do lago. Só sabia olhar par ela e admirá-la. O espetáculo que lhe oferecia era incrível. Vê-la boiando no meio do lago, com o cabelo ao redor, embaixo de chuva, era mágico. Qualquer um que passasse por ali pensaria que se tratava de uma fada ou uma dama do lago.

Encharcado até os ossos, mas sem conseguir afastar dela seus olhos dourados, ele começou a se inquietar quando sentiu que a chuva começava a cair com mais força e trovões inesperados fizeram vibrar tudo ao redor.

Dulce, ao ouvir esses sons fortes, em vez de se assustar, sorriu. Ela adorava a força dos trovões e em especial recordar a infinidade de tardes que, em companhia de Max e de seu avô, haviam dançado debaixo d'água enquanto caía uma tempestade furiosa.

Sufocada pela tristeza devido à falta dessas pessoas queridas, ela se levantou. Tirou o curativo do braço e suspirou ao ver a cicatriz horrorosa. Pensou nos comentários de seu marido e de sua irmã quando descobrissem: "Dulce que ideia foi essa de se molhar assim?", "Dulce, você e suas esquisitices". Por isso, sem muita vontade, começou a sair do lago, ainda sem perceber a presença de Christopher na margem.

Ouviu outro trovão que tornou a fazer tremer todo o vale. Dulce levantou os braços e sorriu ao sentir a fúria da natureza, e foi andando para a margem. Pingando água, com a roupa colada ao corpo, ela jogou a cabeça para trás para escorrer com as mãos a água de seu longo cabelo.

Foi quando viu Christopher. Parado à beira do lago, também encharcado, com seus incríveis olhos dourados cravados nela.

Christopher: Saia da água, troque de roupa e cuide desse braço. - ordenou ele ao ver a desconfiança com  que ela o olhava.

Dulce levantou uma sobrancelha com intenção de lhe dizer o que pensava de suas ordens, mas, por fim desistiu.

Dulce: Estava passando por aqui, ou Lucca o mandou? - perguntou Dulce tremendo de frio.

Nesse momento, explodiu outro trovão.

Christopher: Acaso importa? - respondeu ele - Ande, saia da água! Vai ficar doente.

Ouvindo isso Dulce sorriu.

Dulce: Como se realmente se importasse! - disse com ironia.

Incomodado com o comentário, Christopher perguntou:

Christopher: Por que diz isso?

Dulce: Não entendi? Está brincando comigo? – sibilou ela, cravando-lhe seus impressionantes olhos negros.

Christopher: Brincando? - perguntou ele, notando o vestido dela colado naqueles seios redondos que tanto gostava de acariciar.

Dulce: Um dos dois está brincando, e posso lhe assegurar que não sou eu. - respondeu ela.

Ainda dentro da água até a cintura, observava o cabelo castanho de seu marido se escurecer com a chuva.

Christopher: Não a entendo mulher! - respondeu Christopher enfurecido, enxugando as gotas de chuva que corriam por seu rosto. - Saia da água imediatamente para que possa explicar!

Dulce: Não me dê ordens como se eu fosse um de seus guerreiros! - gritou Dulce, colérica, ao recordar que ele havia dito a Christian que a detestava.

Sentindo a necessidade de contrariá-lo, acrescentou:

Dulce: Sairei da água quando eu quiser, não quando você ordenar.

Christopher: Saia daí agora mesmo! - rugiu Christopher, incrédulo diante da teimosia dela.

Dulce: Não!

E desafiando-o com o olhar, anunciou com um sorriso desafiador nos lábios:

Dulce: E como serei castigada por meus atos, vou aproveitar um pouco mais o maravilhoso lago e a tempestade.

Encharcado e colérico diante da atitude de sua mulher, Christopher amaldiçoou e tentou acalmar seu anseio de tirá-la da água arrastada.

Christopher: Dulce! – vociferou - Saia da água! Está trovoando e precisa tratar essa ferida.

Dulce: Por todos os santos, não seja desmancha prazeres! Vá embora e me deixe aproveitar estes momentos de paz. - gritou ela - A propósito meu esposo, já lhe contei que meus dias preferidos são aqueles em que a chuva é mais intensa e os trovões soam?

E vendo-o bufar, disse:

Dulce: Quando eu decidir sair da água, sairei.

Christopher: Venha aqui agora mesmo! - bufou ele, enquanto ela nadava se afastando.

Qual era o problema de sua mulher? Acaso não se dava conta de seu comportamento louco e ridículo? A grandes passos, Christopher subiu em um rocha que o deixava mais próximo dela, e vendo-a nadar, advertiu:

Christopher: Dulce está testando minha paciência?

Ela o olhou e, apesar de ver sua cara de bravo, recordou que ele pretendia tratá-la como uma criada em seu castelo. Gritou:

Dulce: Nada mais longe de minha intenção! - e deu-lhe as costas. 

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Continua...