Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Christopher com o passar dos meses ainda se surpreendia observando sua linda mulher. Vê-la dançar com Christian e falar com Lucca ou rir com Marlon enchia-o de felicidade.

Mas, apesar de amá-la muito, ainda era incapaz de permitir que essas palavras saíssem de sua boca. Desejava dizer-lhe, mas o medo da dor o impedia. Por sua vez, Dulce, que vivia a melhor época de sua vida, sentia-se feliz e plena cercada por todos eles. Às vezes observava disfarçadamente e via seu marido olhando-a.

Sabia que ele a observava, e por seus gestos, seus sorrisos ou seus beijos, sabia que ele desejava lhe dizer algo. Será que a amava? E se assim fosse, por que não dizia?

Em seus momentos de solidão, ela pensava nessa possibilidade, mas nunca falava sobre isso com ele. Sentia pânico com a possibilidade de ouvi-lo dizer que nunca a amaria. Em várias ocasiões pensou se Christopher teria contado ao avô que eram casados não diante dos olhos de Deus, e sim mediante um Handfasting, que acabaria em alguns meses.

E não podia evitar se perguntar se, passado esse tempo, Christopher ainda ia querer ficar com ela.

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O inverno cruel chegou às Highlands. Quase tudo ficou coberto de neve. E a felicidade ficou completa quando certa manhã, Dulce recebeu uma carta de Elena. Estava Grávida!

Dulce: Acho que plantarei algumas das minhas ervas aqui. - disse Dulce a Sara.

Estavam em um pequeno terreno livre que havia atrás do castelo. E completou:

Dulce: Será um lugar ótimo.

Sara: Será necessário fazer uma boa limpeza, milady. - sugeriu Sara, olhando para o pedacinho de terra coberto de ervas daninhas e neve - Mas me parece um lugar sensacional. Na primavera e no verão, o sol baterá boa parte do dia.

Dulce: Você conhece os benefícios das ervas?

Sara: Não exatamente. - sorriu Sara, andando ao lado de sua senhora - Até poucos anos atrás, Melvita, mãe de Morgana, era quem melhor conhecia os segredos das plantas. Mas, desde sua morte, Susan, a cozinheira, é a única que recorda que ervas utilizar para uma dor de barriga. Por isso, milady, quando alguém aqui adoece gravemente, vamos até Inverness.

Dulce: A mãe de Morgana? - perguntou Dulce com estranheza - E Morgana não aprendeu com a mãe?

Sara: Que ninguém nos ouça, milady. - disse Sara, olhando ao redor - Mas creio que ela sabe mais do que diz.

Isso chamou atenção de Dulce. Afastando uma mecha preta de cabelo do rosto, perguntou:

Dulce: É mesmo? Por que diz isso?

Sara: Milady, eu não sou de acreditar nos falatórios das pessoas. - explicou Sara, incomodada pelo que havia dito - Mas vi coisas que me fazem acreditar no que digo.

Recolhendo seu vestido cinza, Dulce tornou a perguntar;

Dulce: Coisas como o que?

Ao ver a moça, disse, tomando-lhe a mão:

Dulce: Ainda não confia em mim, Sara?

Sara: Sim, milady. Mas nunca contei isso a ninguém, apesar do que ouvi. Há algum tempo, certa tarde, quando eu estava nas torres tomando ar. - explicou a moça - Vi Morgana sair escondida com um saco, enterrou perto do lago. No dia seguinte, fui até lá, levantei umas pedras, e dentro do saco... - sussurrou baixinho - Encontrei colchas manchadas de sangue seco. Dois dias depois, aquilo havia desaparecido do esconderijo.

Dulce: Sangue seco? - repetiu Dulce sem entender do que se tratava.

Sara: Sim. E ao ver aquilo, eu entendi muitas coisas - Ela deu de ombros pesarosa - Uma semana antes, Morgana passou vários dias indisposta. Como tive pena porque ninguém se preocupava com ela, tentei ajudá-la e pouco que pude. Recordo que uma tarde fui a seu quarto para lhe levar água fresca. Morgana estava profundamente adormecida, mas, por sua cara, vi que estava com dor. Assustada, aproximei-me e peguei um pedaço de linho limpo. Enxuguei-lhe o suor da testa, mas vi que ela tremia. Fui até a lareira para avivar o fogo. Então, encontrei um recipiente que nunca havia visto antes. Continha uma mistura grossa de odor pestilento. Quando me afastei da lareira, vi em sua arca vários saquinhos abertos com diversas ervas. Fui até um dos saquinhos e vi umas pequenas flores secas amarelas agrupadas em buquezinhos, que exalavam um cheiro muito desagradável. Então, Morgana começou a se mexer e, assustada, saí correndo do quarto.

Dulce: Não entendo. - sussurrou Dulce, escutando-a com atenção - O que isso tem a ver com o que me contou antes?

Sara: Eu creio... - murmurou Sara - Que ela estava grávida. E tomou algo para perder o bebê. E as colchas com sangue que eu vi eram a prova de tudo isso.

Dulce: Por São Ninian! - disse Dulce surpresa - Acha que ela é capaz disso?

A jovem Sara, com um olhar grave, assentiu.

Sara: Disso e de muito mais, milady. Além do mais, tenho certeza de que ela aquece a cama do velho Marlon.

Dulce também tinha essa certeza, mas não queria falar disso.

Dulce: Como pode dizer isso?

Sara: Quando limpo o quarto do velho, encontro cabelos louros e longos entre os lençóis, além de um ou outro grampo ou jóia que só ela tem. Em muitas ocasiões, vi a xícara que Marlon tem no quarto, manchada com restos de alguma beberagem e, sabendo que ela guarda em seu baú saquinhos com ervas eu...

Dulce: Oh, meu Deus! - sussurrou Dulce, horrorizada ao entender o que Sara queria lhe dizer. - Acha realmente que essa mulher seria capaz de fazer algo tão terrível?

Sara: Com toda certeza, sim. Morgana é uma pessoa ambiciosa de riquezas e poder, e a única maneira de conseguir isso é por meio do velho Marlon, pois sabe que por Christopher e Christian nunca conseguirá.

Decidida a averiguar aquilo, Dulce sussurrou:

Dulce: Sara, tenho que ver essa xícara quando tenha restos. Eu entendo bastante de ervas, e tenho certeza de que poderei saber o que ela lhe está dando.

Inquieta pelo que havia acabado de ouvir, disse:

Dulce: Além disso, tem que me ajudar a entrar no quarto dela. Tenho que ver o que essa mulher guarda na arca.

A criada assentiu com um sorriso. Confiava em sua senhora, apesar das mulheres dos arredores falarem mal dela.

Sara: Está bem, milady. Para mim, será uma honra.

Dulce: Vou deixar isto aqui. - disse Dulce, tirando um lindo bracelete e deixando-o o cair no meio do mato - Agora vamos entrar, e quando ela nos vir, vou fingir que estou muito aborrecida por ter perdido meu bracelete. Certamente, com sua gentileza, ela se oferecerá para procurá-lo. Você a acompanhará e eu entrarei em seu quarto.

Sara: Milady... - sussurrou Sara temerosa - Tem certeza?

Dulce: Absoluta. - assentiu Dulce, já andando em direção ao castelo.

Para aplacar o nervosismo de Sara, brincou:

Dulce: E depois, quero que me conte com quem faz esses seus passeios pelas torres.

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Começaram a atuar quando viram Morgana, e ela rapidamente se ofereceu para ajudar, diante de lágrimas que afloravam sem controle nos olhos de Dulce. Então, Sara e Morgana, deixando Dulce sentada cabisbaixa em uma cadeira, foram para o local onde ela dizia ter perdido o bracelete.

Assim que as viu sair, Dulce se levantou e enxugou rapidamente os olhos. Ao se certificar de que haviam atravessado o pátio, ela recolheu as saias correndo em direção aos quartos dos criados. Ficavam na parte de baixo do castelo. Mas uma mão poderosa a pegou e, com um puxão, fez com que voltasse.

Christopher: Aonde vai com tanta pressa?

Dulce: Ia avisar Susan... - pensou rapidamente ao ver seu marido, padre Gowan e Christian observando-a com estranheza - Para que amanhã faça carne ensopada para o almoço.

Christopher: E precisa ir agora? - disse Christopher, certo de que aquilo não era verdade.

Segurando com força o pulso dela, guiou-a até uma mesa, onde Marlon os observava pensando que seria testemunha de uma de suas brigas.

Christopher: É melhor sentar conosco.

"Maldição, Christopher", pensou ela, contrariada.

Dulce: Agora não! Mais tarde.

Conseguiu se livrar das mãos de seu marido, que olhava para ela sisudo, enquanto Christian sorria para o padre Gowan e seu avô.

Dulce: Sério Christopher. Advertiram-me que Susan é uma mulher muito estrita no que se refere às refeições, e não quero atrapalhá-la sem lhe dar tempo para preparar as coisas nas condições que lhe peço.

Marlon: Sua mulher tem razão. - assentiu Marlon, dando-lhe uma mão.

Às vezes seu neto era exigente demais.

Marlon: Susan fica terrivelmente resmungona quando não lhe damos tempo para mudar os pratos.

Padre Gowan: Oh, sim. - assentiu padre Gowan - Seu humor às vezes é azedo, mas suas mãos para cozinhar são excepcionais.

Christopher: Onde está Lucca? - perguntou Christopher, temendo que alguma travessura do menino fosse a razão da aflição de sua esposa.

Christian: Ali brincando com o filho de Edwina. - disse Christian. E voltando-se para sua cunhada, disse divertido: - Já que vai a cozinha, diga a Susan que estou com vontade daquele prato especial dela. Vai gostar.

Dulce: Ah, tenho certeza. Susan cozinha tão bem! - assentiu Dulce.

Depois de dar um beijo rápido em seu marido, ela seguiu apressada para a cozinha.

Christian: Ah... cunhada! - chamou Christian sem poder conter o riso - O prato especial de Susan se chama haggis.

Ouvindo isso, seu estômago se encolheu. A imagem dos pulmões, coração e fígado de ovelha cozidos nas tripas do animal fez seu estômago revirar. Dando um sorriso matador a Christian, que só ele viu, saiu, decidida a fazer o que pretendia.

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Continua...