Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Marlon observava Dulce, perplexo. Pela primeira vez sorriu. Mas seu sorriso se congelou em seus lábios quando viu Omalley sacar a espada do cinto.

Ela sorriu diante desse novo desafio.

Dulce: Agora estamos quase em igualdade de condições. - disse Dulce.

Separando um pouco as pernas, distribui o peso de seu corpo e estendeu a espada em posição de combate.

Omalley: Vai lutar também, doçura? - riu Omalley, tentando disfarçar, mas visivelmente espantado pelo desenrolar das coisas.

Afastando um cacho selvagem dos olhos, Dulce olhou para Marlon e, pedindo calma com o olhar, disse:

Dulce: Por acaso tenho opção?

Assim que ela disse isso, Omalley deu um grito e investiu contra ela. Isso fez o coração de Marlon quase parar. Mas Dulce, que era hábil e rápida com a espada, soube rapidamente aparar o golpe e atacar.

O aço dos dois adversários se chocava sem parar. Os dois se moviam por todo o salão. Omalley, que já havia perdido o sorriso, observava petrificado como a mulher se defendia. Com raiva e força, o homem tentava acertar com o fio da espada qualquer parte do corpo dela. Mas Dulce enfrentava os ataques com absoluta concentração.

Marlon: Omalley, maldito covarde! - disse Marlon, horrorizado ao vera dureza de seus ataques contra Dulce. - Está lutando contra uma mulher!

O ruído das espadas se chocando era ensurdecedor, e a força com que Omalley golpeava fazia os braços dela tremerem em muitas ocasiões. Mas com um controle espetacular, ela conseguia mantê-los firmes para continuar atacando e se defendendo.

Omalley: Por todos os céus! - gritou Omalley, incrédulo.

Ouviu os gritos provindos de fora e viu que Dulce sorrir ao intuir que seu irmão havia conseguido.

Omalley: Vou matá-la, mulher maldita. É uma verdadeira bruxa!

Dulce: Já me chamaram de coisas piores! - vociferou ela para se fazer ouvir acima do barulho do aço.

Dulce sentiu que suas forças estavam chegando ao limite quando o bandido conseguiu feri-la no ombro. Com as poucas forças que lhe restavam, ela conseguiu repelir o ataque seguinte, fazendo as duas espadas voarem pelos ares, justo no momento em que Sara aparecia no salão e dava outro golpe na cabeça do jovem, que parecia estar se recuperando.

Omalley, ao se ver sem sua espada, foi rápido e, lançando-se em cima de Dulce, jogou-a no chão, onde ambos começaram a se socar. Ele conseguiu se sentar em cima dela, puxou sua adaga da bota, e sem lhe dar tempo de reagir, cravou-a no flanco dela. Dulce sentiu um calafrio e uma vertigem horrível.

Ao ver isso, com o coração apertado e as poucas forças que lhe restavam, Marlon se arrastou até chegar a uma das espadas. Soltou um grito selvagem de cólera, levantou-se, e com toda a raiva que tinha dentro de si, cravou o aço nas costas de Omalley. O bandido, soltando um grito, caiu para o lado.

Sara: Oh, meu Deus! - exclamou Sara, correndo para eles com o rosto banhado em lágrimas.

Marlon: Busque ajuda rápido! - ordenou Marlon quase sem fôlego.

E, olhando para Dulce, que permanecia imóvel e pálida, disse:

Marlon: Não se preocupe minha menina. Já vamos cuidar de você.

O mundo ia ficando pouco a pouco nublado para Dulce, e ela ouvia os sons cada vez mais e mais longe.

Dulce: Sim... sim... fique tranqüilo. - sussurrou ela, fraca e trêmula.

Nesse momento a porta principal do castelo se abriu com um forte estrondo. Marlon percebeu que várias pessoas entravam apressadamente.

Christopher: Por todos os santos! - vociferou Christopher com um olhar assassino, de espada em punho, seguido por Christian, Evan e Miles. - Que diabos aconteceu aqui?

Marlon: Rápido, Christopher, Christian. - chamou Marlon desesperado, indicando o sangue e a adaga cravada no flanco dela. - Dulce está ferida!

Christopher ficou paralisado. Sua impotência era tão grande que o impedia até de  se mexer. O primeiro a chegar a Dulce foi Christian, que, soltando um grito de angústia, fez sue irmão voltar a si.

Lucca, que entrava correndo, foi impedido pela mão forte de Evan. Ele o tirou do salão sem se importar com os pontapés que o garoto lhe dava para que o soltasse.

Christopher, desesperado, aproximou-se de Dulce e se ajoelhou diante dela.

Christopher: Vai ficar tudo bem, querida. - sussurrou, beijando-lhe atesta.

Com um estranho tremor analisava o flanco de sua mulher, onde sobressaía a adaga.

Ao escutar sua voz, Dulce tentou abrir os olhos, mas a dor era tão intensa que mal podia respirar.

Dulce: Dói muito. - gemeu ela, com tal fraqueza na voz que Christopher pensou que ele morreria de medo.

Christopher: Eu sei meu amor. - respondeu angustiado. - Mas agora vamos cuidar de você.

Christian, arrasado vendo Dulce tremer e o medo estampado nos olhos de seu irmão, pôs a mão no braço de Christopher e apontou para a adaga.

Christian: Antes de levá-la, temos que tirar a adaga. Quer que eu faça isso?

Christopher: Não, eu farei. - respondeu Christopher, fechando os olhos um instante para reunir coragem.

Dulce estava ferida em seus braços, e isso o estava matando.

Tendo comprovado que a maldita adaga estava cravada entre as costelas de Dulce, ele segurou a empunhadura com firmeza e, apesar do grito seco que ela deu ao notar o movimento, puxou-a sem nenhuma dificuldade. Rapidamente Sara tampou a ferida com um pedaço de linho limpo.

Jogando a adaga com raiva, Christopher beijou a testa de Dulce e, com os olhos escurecidos de medo e a voz trêmula, sussurrou:

Christopher: Pronto, meu amor. Agora, vou carregá-la nos braços e vamos subir ao nosso quarto para tratar de você.

Com os olhos vidrados, Dulce olhou para Marlon, que caiu em soluços quando ela sorriu. Com a respiração irregular, Dulce olhou para Sara, que entendeu quando ela, quase sem forças, sussurrou:

Dulce: Morgana não... Ela não.

Sara: Não se preocupe milady. - assentiu Sara. - Eu cuidarei de você. Ninguém mais a tocará, eu juro por minha vida.

Como se estivesse mergulhando em uma nuvem, Christopher tentou ver uma expressão, um olhar na pálida pele de sua mulher. Centenas de garras dolorosas se cravavam nas profundezas de seu coração e alma. Com todo o cuidado do mundo, ele a pegou no braços, sentindo a falta da vitalidade nela, e a levou até o quarto. Várias mulheres do clã, dentre as quais não estava Morgana, pois Christopher não permitiria, começaram a tratar de Dulce.

Desesperado, ele se recusou a sair de seu lado, até que Christian e o padre Gowan o convenceram de que as mulheres precisavam de espaço para se movimentar e que ele só estava atrapalhando. Dando um beijo doce nos lábios inertes de Dulce, ele saiu para o corredor onde estavam Marlon e Christian.

Nesse dia eles compreenderam quanto Christopher amava aquela mulher maluca, e quanto precisava dela.

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A noite chegou escura, triste e chuvosa, filtrando o odor de terra molhada nas pedras do castelo. Marlon que mal havia se deixado tratar esperando notícias com impaciência junto com seus netos, enquanto as tochas acesas iluminavam o corredor frio.

Christian observava a rigidez nas costas de seu irmão, que, abaixado com as mãos na cabeça, não havia se afastado um instante da porta, repetindo em murmúrios sem para: "Não a tire de mim, por favor. Não a tire de mim".

O tempo passava e as mulheres entravam e saíam com panos ensanguentados. Os guerreiros mais próximos, como Miles, Gelfried e mais alguns, esperavam sérios, com seu Lord no corredor iluminado. De súbito um forte trovão fez retumbar todas as pedras do castelo. Christopher sorriu.

Christian: O que é tão engraçado? - perguntou Christian, espantado.

Christopher: Dulce. - respondeu Christopher, fechando os olhos. - Ela sempre diz que noites com trovões e raios são as suas preferidas.

Christian: Sério? - sorriu Christian, notando que até nisso ela era diferente.

Christopher: Sim. - assentiu Christopher enxugando disfarçadamente uma lágrima que rolava por seu rosto - Ela é tão valente que não teme nem a escuridão nem os trovões.

Marlon: Christopher. - disse Marlon, tossindo, comovido por suas palavras - Essa moça é tão valente que é capaz de enfrentar até o todo poderoso.

Com um sorriso cansado, o Highlander assentiu.

Christian: Ela tem caráter para isso. - concordou Christian, vendo o padre Gowan chegando.

Christopher: E loucura também. - acrescentou Christopher sem olhar para eles - Adoro a loucura dela.

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Como será que Dulce vai ficar?

Continua...