Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Uma vez fora do quarto, ambas respiraram com tranquilidade. Dulce guardou a xícara no bolso de seu roupão.

Dulce: Sara, posso lhe pedir outro favor?

Sara: Claro, milady. - sorriu Sara com cumplicidade.

Ajeitando a capa sobre o corpo, Dulce disse:

Dulce: Quero que a partir de agora seja minha dama de companhia e que me chame pelo nome, Dulce.

Sara: Oh, meu Deus! - sussurrou Sara, encantada - Será um prazer, milady.

Dulce: Dulce. - corrigiu, tomando-lhe as mãos - Amanhã conversaremos. Vamos voltar para o quarto, não quero que essa bruxa nos veja aqui.

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Quando chegou à porta de seu quarto, Dulce abriu-a com firmeza. Ali estava Christopher, recostado na banheira com os olhos fechados. Ao notar sua presença, ele se surpreendeu e, apesar da alegria que seu corpo experimentou ao vê-la, sua irritação o impediu de sorrir.

Christopher: Esposa, decidiu voltar a meu quarto?

Dulce desejou atira-lhe a xícara na cabeça, mas se conteve. Não era o momento.

Dulce: Sim, meu senhor. - assentiu ela.

E sem lhe dar atenção, foi até a cômoda de carvalho entalhado, guardou a xícara em uma gaveta e pegou um dos pentes. Sentando-se junto à janela, começou a se pentear.

Dulce: Lembrei que o que mais gosta em mim é o cabelo, e não queria que estragasse por não o pentear depois do banho.

Durante um bom tempo ambos ficaram calados, mergulhados em seus próprios pensamentos. Christopher, sem se voltar, podia ver sua mulher refletida em um dos espelhos em frente a ele. Viu a delicadeza com que ela desembaraçava aquele cabelo maravilhoso, e sorriu quando, com paciência, ela começou a trançá-lo com tal deleite que Christopher desejou ser uma trança para que ela o tocasse com tanta suavidade.

Dulce: Boa noite, meu senhor. - disse ela, sobressaltando-o ao ver que ela entrava na cama e ficava tão perto da borda que com um simples movimento cairia no chão frio.

Christopher: Preciso lhe recordar que meu nome é Christopher? - murmurou ele, levantando-se da banheira para pegar um roupão e se secar com movimentos enérgicos.

Dulce: Oh, não, meu esposo. - respondeu ela ao sentir que ele caminhava para a cama - Sei perfeitamente seu nome.

Christopher: Preciso descansar. - disse com voz rouca.

Sentou-se na cama, e a seguir, reclinando-se, começou a dar explicações:

Christopher: Meus homens e eu sairemos bem cedo para Inverness e...

Ela incomodada com aquilo, cortou a conversa.

Dulce: Descanse, meu esposo, necessitará. - sussurrou Dulce, segurando-se na beirada da cama para não rolar para seu marido devido ao peso dele.

Ele a olhava de soslaio, por seu comportamento estranho.

Christopher: Voltarei o mais breve possível. - disse ele, contemplando as costas de sua mulher com a esperança de que ela se voltasse para olhá-lo. 

Dulce: Não tenha pressa em voltar, meu senhor. - respondeu ela, desconcertando-o, fazendo esforço para não rir.

Apesar de estar furiosa, ela notava a indignação do homem crescer pelos bufos que ouvia.

Christopher: Eu me chamo Christopher! - insistiu cada vez mais irritado.

Ele a conhecia, e sabia que ela o chamava assim para irritá-lo.

Dulce: Eu sei. - assentiu Dulce, levantando a palma da mão para lhe dar uns tapinhas doces no flanco. -Tem um nome bonito.

Christopher: Dulce. - murmurou Christopher com voz rouca, acariciando-lhe as costas por cima da fina camisa de linho.

Ela fazia grandes esforços para não se deixar cair amorosamente em seus braços.

Christopher: Desculpe por ter gritado com você, mas há certa coisas que ainda desconhece. Na volta lhe contarei.

Dulce: Está bem. - respondeu ela, mordendo o lábio.

Ele estava falando de Violet e talvez de outras coisas mais.

Dulce: Agora durma, meu senhor. Terá uma longa viagem pela frente.

Christopher: Se voltar a me chamar de "meu senhor"... - grunhiu ele, aproximando-se mais dela - Terá um grande problema!

Dulce: Está bem, meu esposo. - acrescentou ela, fechando os olhos à espera do bufo dele.

Mas, em vez disso, ouviu-o respirar com resignação quando disse:

Dulce: Boa noite!

Christopher: Boa noite. - respondeu ele mal-humorado.

Durante um tempo ele esperou, mas, ao ver que ela não se mexia, aproximou a boca do no ouvido de sua mulher e sussurrou:

Christopher: Vou sentir sua falta a cada instante, a cada momento do dia, porque você se transformou no sol que ilumina minha vida.

"Eu o amo, meu amor", pensou ela. Incapaz de dizer, respondeu:

Dulce: Eu também vou sentir sua falta.

E se virou para olhá-lo com desejo depois de escutar essa maravilhosa declaração de amor. Não eram as palavras que ela queria ouvir, mas nesse momento bastavam. Colando-se a ele, sussurrou, sentindo-o estremecer:

Dulce: E por isso quero beijá-lo, amá-lo e ser amada, porque precisarei sentir sua recordação em mim até que volte.

E ditas essas palavras doces e ternas, amaram-se com a paixão e o anseio dos apaixonados que sabem que precisam se despedir.

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Christopher acordou com as primeiras luzes do amanhecer. Sorriu quando encontrou Dulce aconchegada ao seu lado, dormindo tranquilamente. Depois de observá-la por alguns instantes, maravilhado diante do quanto adorava aquela mulher, levantou-se da cama para se vestir. Mais tarde, aproximou-se e a beijou com doçura, primeiro a testa, depois os lábios, e por último o cabelo.

Quis contemplá-la mais uma vez antes de se juntar a seus homens. Dulce, que não conseguira descansar muito esta noite, fingiu dormir quando Christopher primeiro a observou e mais tarde a beijou

Mas, assim que a porta se fechou e ela deixou de ouvir passos, sentiu um nó estômago de nervosismo, tão forte que quase começou a chorar. Em vez disso, levantou-se. Oculta pelas tapeçarias penduradas na janela observou os homens se reunindo e fazendo brincadeiras.

Consumida pela dor da despedida, viu seu marido se despedir de Marlon e cruzar a ponte de pedra até desaparecer de sua vista. Nesse momento, a porta se abriu e apareceu Sara que, ao ver os olhos tristes de sua senhora, correu para abraçá-la.

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Durante vários dias Dulce investigou e estudou as ervas que a xícara de Marlon continha. Conforme ela ia descartando algumas, ia notando que o problema que tinha diante de si era maior do que ela havia imaginado de início. Quando teve certeza de quais ervas eram, quase desmaiou. Morgana estava pouco a pouco envenenando Marlon! Mas com que fim?

De início, decidiu não dizer nada até que Christopher e Christian voltassem. Mas e se quando voltasse fosse tarde demais para Marlon?

Tentando se acalmar, naquela manhã ela desceu ao salão e encontrou Lucca e Marlon jogando um jogo estranho de pedras que o velho havia lhe ensinado. Com desconfiança, olhou ao redor e viu vários criados limpando o lugar, até que seus encontram o que buscava. Ali estava Morgana sentada ao lado da grande lareira do salão, costurando, tranquilamente, víbora!

Teve vontade de gritar e arrastá-la pelos cabelos. Como podia ser tão harpia? E, acima de tudo, como podia estar fazendo aquilo com Marlon?

Voltando-se rapidamente, controlou seus instintos, olhando para o velho.

Dulce: Marlon. - disse aproximando-se dele - Podemos falar a sós?

Marlon: Claro que sim. - ele assentiu

E olhando para Lucca, ele disse, apontando-lhe o dedo:

Marlon: Pense em sua jogada enquanto falo com sua irmã, amigo.

Ele seguiu Dulce até a janela esquerda do salão.

Marlon: Pois não mocinha. O quer falar comigo?

Dulce: Queria pedir sua aprovação para realizar algumas mudanças no castelo.

Marlon: Você é senhora deste castelo agora. - disse ele, tossindo.

Dulce notou que Morgana os observava.

Marlon: Tudo o que fizer me parece ótimo. - ele completou.

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