Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Susan: Vamos prendê-la e esperar que seus netos cheguem para que se faça justiça com ela! - gritou Susan com lágrimas nos olhos, surpresa por ter vivido todos aqueles anos com uma assassina.

Sara: Eu a matarei com minhas próprias mãos. - sussurrou Sara, furiosa e angustiada.

Marlon: Eu vou matá-la, maldita bruxa! - gritou Marlon, investindo contra ela.

Mas Morgana, ao vê-lo, desviou-se fazendo o velho cair estrondosamente no chão.

Dulce: Marlon! - exclamou Dulce, e correu para ajudá-lo junto com todos os outros.

Nesse momento, Morgana aproveitou para correr para a porta e sair correndo.

Dulce deixou Marlon com Susan e Edwina e saiu correndo atrás dela. Quando saiu pela porta, viu-a subir as escadas. Com Sara em seus calcanhares, chegaram ás torres, onde vários guerreiros gritavam a Morgana que descesse da torre onde havia subido. A loucura da mulher havia chegado ao ponto mais alto. Ela gritava, ria e praguejava, fora de si, deixando evidente que havia perdido o juízo.

Quando Marlon, ajudado pelo padre Gowan, Susan, Edwina e os demais chegaram, Morgana se jogou no vazio e caiu estrondosamente contra as pedras, morrendo no ato.

Dulce: Lamento, lamento, Marlon. Eu descobri e... - sussurrou Dulce, pálida, tomando-o carinhosamente pela mão.

Todos os criados se olhavam incrédulos.

Dulce: Sinto muitíssimo...

Marlon: Eu sei minha filha, eu sei...

E, olhando-a com um sorriso triste, Marlon sussurrou:

Marlon: Graças a você, minha menina já pode descansar em paz.

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Naquela noite, quando todos se recolheram a solidão que Dulce sentiu ao seu redor quase a fez sufocar. Depois do que havia acontecido nas torres, alguns guerreiros desceram para recolher o corpo sem vida de Morgana. Dulce ordenou que a enterrassem longe de Donan. Três homens saíram com o corpo, e não voltaram até altas horas da noite. Aturdida pelos acontecimentos, Dulce se recostou no lugar onde Christopher havia dormido. Ao sentir seu cheiro, adormeceu pensando nele.

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Durante os dias seguintes, Dulce cuidou pessoalmente de que a angústia e a tristeza de Marlon fossem desaparecendo pouco a pouco, e não descansou até que o viu sorri. Com tato e carinho, foi lhe contando como havia ligado os pontos e descoberto a maldade de Morgana, graças a ajuda de Sara, que agora, como dama de companhia, se sentia feliz. A tosse e as dores de estômago de Marlon começaram a desaparecer graças as ervas medicinais que Dulce elaborava todas as manhãs e noites, diante do olhar atento de Susan, Fiorna e Edwina, que prestavam atenção em tudo o que ela contava sobre o poder medicinal das plantas.

E foi nesses dias que Dulce descobriu que estava grávida, mas guardaria segredo até que seu marido voltasse. Não queria que ninguém pudesse estragar-lhe essa surpresa maravilhosa.

Á tarde, Dulce gostava de se sentar com Marlon para escutar suas histórias sobre o tempo em que navegava nas galerias com outros senhores dos mares. Graças a esses relatos, Dulce soube que os a tribo Pictos foram batizados assim pelos romanos que lhes deram esse nome ao ver o costume que tinham de pintar o corpo. Também se surpreendeu ao saber que foram eles que chamaram a Escócia de "Caledônia", devido a um grande bosque de araucárias-da-Caledônia que se estendia por todo o território. 

Por sua vez, Marlon se interessou pelo passado da moça, que, às vezes rindo e outras lamentando, lhe contou tudo que havia acontecido com seus pais e seu avô.

O tempo estava frio, gelado. Ás vezes as brumas eram tão densas que da janela não se via absolutamente nada. Fazia mais de trinta dias que Christopher havia partido para Inverness, mas as últimas notícias diziam que os guerreiros haviam ido para Edimburgo.

O mês de fevereiro estava chegando ao fim, e os picos das montanhas continuavam nevados.

Todas as manhãs, antes de o castelo acordar, Dulce descia para as cavalariças e, montando em Stoirm, pegava as rédeas de Lord Draco e fazia um passeio pelos arredores de Donan, onde os galantos cobriam os prados, enquanto as lebres, agora com a pelagem branca, se escondiam sob seu manto.

Queria aproveitar o máximo aqueles passeios, pois sabia que, assim que Christopher soubesse de seu estado, com certeza, a proibiria de fazê-los. Por isso, desfrutava daqueles momentos com cuidado. Marlon a observava do balcão de seu quarto.

Olhar aquela mocinha havia se transformado em um de seus mais prazerosos entretenimentos. Ver como se entregava de corpo e alma a todas as suas tarefas causava-lhe regogizo. E logo comprovou que todos os criados e aldeões, que inicialmente a haviam rejeitado, acabaram beijando o chão que ela pisava. Ela havia conquistado o carinho de todos.

Mas que sua senhora, eles viam nela uma pessoa de confiança que fazia tudo o que podia por eles e estava sempre atenta para que não lhes faltasse nada. Era uma lutadora, e ele gostava disso, tanto quanto de que seu neto Christopher fosse um guerreiro excepcional.

Dulce gostava de cavalgar pelas montanhas, com frio no rosto e Stoirm como companheiro, enquanto os cruza-bicos pareciam cantar quando ela galopava sob os pinheiros e os cedros. Adorava parar para olhar as vacas peludas, que levantavam a cabeça e pareciam saudá-la ao vê-la passar.

A relação entre Stoirm e Lord Draco era cada vez mais curiosa. Sendo Lord Draco um cavalo velho e Stoirm jovem e impetuoso, o jovem corcel sempre buscava o adulto para segui-lo e ficar ao seu lado. Ter esses dois cavalos fazia Dulce feliz. Um era presente de seu pai, e o outro, de seu marido.

As cavalgadas da manhã aplacavam os nervos e a ansiedade que ela sentia pela ausência de notícias de seu marido.

Por causa dessa distância e pelas palavras de Morgana, as dúvidas e o medo começaram a ser seus companheiros, e ela não podia parar de pensar: e se Morgana tivesse razão?
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Certa tarde, Dulce estava observando sua hortinha, gelada e coberta de lama, quando Lucca chegou muito zangado, junto com Fiorna e seu filho.

Lucca: Dulce! - gritou o menino bravo - Não quero tomar banho.

Fiorna: Milady. - disse Fiorna, sem dar ouvidos ao menino - Pode dar uma olhada na cabeça destes diabinhos?

Arregaçando as mangas de pele, Dulce fez o que a mulher lhe pediu.

Dulce: Oh, meu Deus! - sussurrou Dulce ao olhar a cabeça das crianças - Estão cheias de lêndeas. Fiorna é melhor cortar o cabelo deles e lavar-lhes a cabeça com água com amieiro-preto.

Lucca: Eu não vou cortar o cabelo! - protestou Lucca de novo.

E tentou escapar enquanto Dulce o segurava pela orelha.

Fiorna: Mais uma pergunta, milady. Meu filho mais velho caiu ontem de uma árvore, e está com um hematoma imenso na perna. O que posso lhe dar para diminuir o inchaço?

Dulce: Hamamélis. - indicou Dulce. E deu um pescoção em Lucca, pois acabara de lhe dar um pontapé. - Passe depois na cozinha e lhe darei a erva. Tem que aplicá-la na parte afetada. Vai ver como ajudará a diminuir o inchaço e a dor, e vai eliminar o tom azulado.

Fiorna: Obrigada, milady. - disse Fiorna.

Foi embora com seu filho e deixou Dulce a sós com Lucca.

Dulce: Quer parar de me chutar? -grunhiu Dulce

Lucca: Não quero tomar banho, nem cortar o cabelo. - resmungou o menino, bravo.

Dulce: Pois lamento dizer, mocinho, mas não tem outra opção.

E então, Lucca saiu correndo por cima da horta enlameada.

Dulce divertida correu atrás dele. Adorava brincar com seu irmão. O menino, ao sentir a mão dela em seu ombro, voltou-se e lhe deu outro pontapé, que a fez soltar pela boca palavras nada adequadas para uma senhora. Quando conseguiu pegá-lo de novo, Dulce gritou:

Dulce: Lucca, vamos para a banheira!

O menino esperneava.

Lucca: Nem em sonhos! - gritou ele, fazendo-a cair no solo enlameado da horta.

Dulce: Maldição Lucca! - rugiu ela ao se ver toda suja de barro.

Seu irmão tentou escapar. Ela o pegou firme pelo pé, e o menino caiu de bruços. Com os dois se debatendo, o barro começou a voar para todos os lados. Dulce, já toda suja, não se importou mais. Arrastando-se em cima do menino dando-lhe uma bronca:

Dulce: Viu como ficamos, por sua culpa? Agora nós dois teremos que tomar banho.

Lucca: Odeio quando me trata como uma criança! - gritou Lucca.

E pegando o barro, esfregou-o na cabeça de sua irmã.

Dulce: Muito bem, Lucca! - disse ela ao sentir o barro molhado escorrer por seu pescoço.

Com um sorriso maléfico, ela esfregou barro no rosto de seu irmão, deixando-o aturdido enquanto morria de rir e dizia:

Dulce: Isto é o que merece por ser comportar como uma criança!

****: Sinceramente. - disse uma voz atrás deles - Não sei qual dos dois é mais criança?

Lucca e Dulce se voltaram rapidamente e deram um grito de alegria ao ver Elena, sorridente, atrás deles.

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Continua...