Fanfic: Desejo Concedido (Adaptação - Vondy/Delena) | Tema: Vondy, Delena, Época, Romance

Christopher: Como pode se apresentar assim? - rugiu ele indignado

Dulce: E você, como permitiu que essa arrogante dissesse que perdi minha dignidade? - gritou Dulce sem o escutar, magoada pelo que havia acontecido.

Christopher: Cale-se mulher! Não insulte nossos convidados! - disse ele com uma expressão dura. - Não pode se comportar como o que é?

Confuso, ele não notou o estranho olhar que sua mulher lhe dirigia. A decepção e a desconfiança haviam se instalado em seus olhos, mas ele não era capaz de enxergar.

Christopher: Volto ao meu lar, e em vez de encontrar uma mulher adorável, encontro pouco mais que uma mendiga que com sua aparência me envergonha diante de nosso rei e meus convidados.

Marlon: Christopher! - bradou o velho Marlon ao ouvi-lo.

Sua adoração crescente por Dulce não lhe permitia ouvir seu neto falar com ela com tanta dureza.

Marlon: Não é justo que fale assim com sua mulher, não vou permitir.

Christopher: Cale-se vovô! Ela é minha mulher, e quem permite isso ou não sou eu.

Até sua mulher se encolheu diante de seu tom de sua voz feroz.

Christopher: O que não é justo é que ela me envergonhe constantemente.

Olhou para Dulce, que estava aturdida, e gritou, partindo seu coração:

Christopher: Acaso pretende que também nosso rei ria de mim?

Dulce: Eu nuca faria isso. - sussurrou ela, tão magoada que era incapaz de pensar com clareza.

Lucca: Não grite com ela! - suplicou Lucca de súbito, angustiado - Foi culpa minha! Ela tentou me pegar para me levar a banheira e, sem querer, eu a derrubei e a fiz cair no barro. Depois, ela me derrubou. Eu joguei barro no cabelo dela, e ela esfregou lama no meu rosto, e...

Marlon: Por todos os santos! - murmurou Marlon, preocupado com a palidez de Dulce. - Porque fez isso Lucca?

Lucca: Porque estou cansado de ter que me lavar todos os dias. - suspirou o menino - Ela gosta que eu cheire a flores.

Damon: Melhor que cheirar a sujeira. - disse Damon, com a intenção de aplacar os ânimos.

Christian: Lucca. - censurou-o Christian carinhosamente, vendo o olhar duro que seu irmão dirigia a sua mulher - Dulce não merece que se comporte assim com ela.

O menino, assustado pela quietude de sua irmã mais velha, começou a chorar.

Elena: Claro que não. - disse Elena, tomando a mão de sua irmã pálida - Não me parece certo que ela arque com a culpa do que aconteceu. - E olhando para Christopher - Eu conheço meu irmão, e creio que você também sabe como ele é. Justamente por isso não devia falar assim com Dulce.

Dulce continuava muda. De súbito, a felicidade que esperara tantos dias para compartilhar desaparecera. E além de tudo, Christopher havia regressado a casa com Belinda, a mulher que, segundo Morgana, ele amava.

Devido a sua indiferença desde que chegará, Dulce começara a sentir dúvidas.

Christopher: Justas suas palavras, Elena. - respondeu Christopher com seriedade.

E voltando o olhar para sua mulher, disse:

Christopher: É melhor que entre e tome um banho. Peço que desça ao salão para jantar quando julgar que sua aparência é adequada.

E olhando para o menino, que o escutava com os olhos arregalados, disse:

Christopher: E quanto a você, acabou-se esse tipo de comportamento. Não vou aceitar nem mais uma travessura sua. Estou cansado! A partir de amanhã, eu me encarregarei pessoalmente de sua educação. Se for necessário, dormirá no meio do campo para que aprenda que deve se comportar como uma pessoa para viver sob meu teto.

Dulce olhou para seu marido, mas não disse nada.

Christian: Christopher, creio que... - começou Christian

Christopher: Cale-se, Christian! - exclamou Christopher.

Olhou de novo para Dulce, que apertava os punhos e respirava com dificuldade.

Christopher: Vocês dois entrem e lavem-se!

Dulce: Sim, meu senhor! - respondeu secamente.

Dulce se voltou para pegar a mão de seu irmão, que a estendeu, obediente. Ao passar ao lado do salão, ouviu os risos de Lady Belinda. Sem olhar para onde estavam, começou a subir a escada. E então Lucca a observou e viu lágrimas nos olhos de sua irmã.

Comovido, disse, abraçando-a:

Lucca: Sinto muito Dulce.

Dulce: Não se preocupe, não é nada. - respondeu ela, mas não pode evitar que as lágrimas rolassem por seu rosto.

Lucca: Por minha culpa está chorando, e você nunca chora.

O menino começou a soluçar.

Lucca: Por minha culpa, Christopher ficou zangado com você, vai nos tratar mal e nos expulsar daqui.

Dulce se deteve em um degrau, sentou seu irmão em seu colo e o ninou, tentando acalmá-lo.

Dulce: Ninguém vai nos tratar mal, nem vai nos expulsar de lugar nenhum, Lucca. - respondeu Dulce olhando-o fixamente, vendo a angústia refletida em seus olhos.

Lucca: Mas...

Dulce: Basta! - disse ela, engolindo o nó de angústia que sentia na garganta - Vamos nos banhar, e verá que depois do banho nos sentiremos melhor.

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Após lavar Lucca em seu quarto, cortar-lhe o cabelo e lavá-lo com água fervida com amieiro-preto, o menino se recusou a descer para o jantar. As duras palavras de Christopher o haviam assustado mais do que Dulce podia imaginar. Ela teve que pedir a Fiorna que levasse uma bandeja com comida ao quarto do menino, para  que pudesse ir para o seu lavar-se e se arrumar.

Enquanto lavava o cabelo e tirava os restos de barro seco, pensou no que havia acontecido. Por que Christopher havia reagido daquela maneira? Acaso não sentira saudade dela como ela sentira dele? Embora odiasse pensar nas palavras de Morgana, elas voltaram à sua mente rapidamente, e Dulce estremeceu ao recordá-las: "Seu marido ama Lady Belinda como nunca a amará, e pode ter certeza de que, no momento que Belinda quiser, Christopher a deixará de lado para voltar para ela".

Seria verdade? Haveria algo entre Christopher e aquela francesa? Mas, por mais que pensasse, não conseguia entender as duras palavras dele para ela, e muito menos para Lucca. Isso a havia magoado mais do que tudo que Christopher pudesse dizer a ela.

Inconscientemente, tocou a barriga, e duas lágrimas deslizaram pelo seu rosto ao recordar a notícia maravilhosa que pretendia dar a Christopher. Mas agora não tinha a menor vontade.

Enquanto secava o cabelo, umas batidas na porta anunciaram a visita de Elena, que, ao entrar, olhou-a com um sorriso.

Dulce: Agora já pode me abraçar. - brincou Dulce, abrindo os braços para receber sua irmã.

Elena a abraçou durante alguns instantes, dando-lhe carinho e amor.

Dulce: Como está, gordinha?

Elena: Bem. - disse Elena, tocando a barriga - Meu menino se comporta maravilhosamente bem.

Dulce: Menino? - riu Dulce ao escutar sua irmã - E se for uma menina?

Elena: Será bem recebida, não se preocupe. - disse Elena com um sorriso - Mas Damon está tão ansioso para ter um filho que rezo todos os dias para que assim seja.

Dulce: Tomara que rezar ajude. - sorriu Dulce ao pensar em seu segredo.

Elena: Nossa mãe! Que lugar mais lindo! - exclamou Elena, olhando com curiosidade ao redor - Que quarto lindo tem! E os móveis entalhados são uma maravilha.

Dulce: Não é nada meu. - respondeu Dulce com raiva, abrindo seu armário.

Observando por alguns instantes o lindo vestido que pretendia vestir para seu marido quando chegasse, afastou-o bruscamente e pegou outro, preto.

Dulce: É tudo de Lord Christopher Uckermann.

Elena: Dulce, não siga por esse caminho.

Dulce: Caminho? - disse Dulce desencantada, sem notar que a porta se abria levemente - Que caminho?

Elena, olhando-a com uma expressão que não agradou em nada à sua irmã, disse:

Elena: Não se aborreça comigo. Simplesmente estou aconselhando que não seja teimosa como ele. Não concordo com a forma como ele falou com Lucca e com você diante de todos, mas também não concordo que Lucca continue se comportando como sempre. Não percebe que muitos dos nossos problemas quase sempre foram causados por ele?

Dulce: Elena. - sussurrou Dulce, estranhando a frieza da irmã - Ele é uma criança.

Elena: Sim, uma criança. - assentiu Elena, irritada - Mas uma criança que sempre está fazendo travessuras. Lucca precisa de mão de ferro de um homem. Não vê? Ainda não percebe que o vovô não soube fazer de nós umas damas, nem disciplinar Lucca?

Dulce: Maldição, Elena! Que está dizendo? - gritou zangada, sem reconhecer sua irmã.

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