Fanfic: aya | Tema: Ponny, Vondy...

Enquanto Maíra, uma loira meio doidinha, põe o Filé em minha bandeija. Ouço o quanto todo aquele romantismo de Christian é patético. Palavras de Maite Perroni, não minhas.

De todo jeito, sendo patético ou não, Angelique parece estar vivendo um conto de fadas. Ela está indo de mesa em mesa para ostentar o anel de brilhantes da Tiffany cuja foi presenteada por Christian, ao mesmo tempo em que este foi abandonado sozinho na mesa que decorou.

-- Pensei que não suportasse o cabelo de abóbora -- dou um sorriso ao pronunciar o apelido dele e May me encara meio contrariada.

-- E não o suporto -- ela empina o nariz e segue em direção a mesa, sem nem pegar algo para beber. Pego um suco de uva para mim e levo um de morango para ela.

Os meninos ainda estão lá, mas já voltaram para nossa triste realidade. Poncho e Dulce estão conversando sobre os adversários do próximo jogo, enquanto Niall e Ucker discutem quais são os melhores lances. Eles ganharam o último jogo de lavada, mas ainda precisam fazer uma certa quantidade de pontos no próximo para irem para as finais.

-- Obrigada -- murmurra Maite, quando lhe entrego a garrafinha de suco.

-- O que foi Tita? -- Ucker nota a cara de desânimo dela, também não é pra menos, ela nem faz questão de disfarçar.

-- Nada que seja dá sua conta -- resmunga em resposta.

-- Af, certeza que é T.P.M!

A morena lança um olhar carrancudo para Poncho, que para de rir no mesmo instante. Ela levanta meio rabujenta e se retira sem ao menos ter dado uma garfada em sua refeição.

-- Você é faz questão de ser idiota? -- Dulce dá uma pedala na orelha dele, fazendo o mesmo afagar o local.

-- Enlouqueceu, ruiva? -- Alfonso pigarreia, começando a se irritar.

-- Não, mas parece que você sim. -- Ela bufa. -- Não devia ter falado aquilo a May, ela já está insuportável e você só fez piorar mais ainda as coisas. Devia saber a hora de fechar a matraca.

-- Calados -- me pronuncio pela primeira vez desde de que voltei com a bandeija. -- Deixem a Maite quieta, po/rra! Se ela quer ficar soltando os cachorros em Deus e o restante do mundo o problema é todinho dela! Não sei o que tá rolando com a May, e ela não parece querer compartilhar, então a única coisa que posso fazer é lhe dar privacidade. Vocês deviam seguir o meu conselho e fazer o mesmo.

-- Narrí, você também está muito estressada. -- Niall comenta, analisando-me.

-- Não, eu estou é louca da vida com vocês! -- retruco, me sentando ao lado de Poncho.

Eles ficam em silêncio e eu aproveito a deixa para almoçar: começo cortando o filé em vários pedacinhos, depois como em pequenas quantidades. 

-- Vocês acham que esse lance do Chris com a Angelique é sério mesmo? -- Dulce quebra o gelo. -- Eu pensei que fosse só um fica, mas ele até deu um anel de compromisso a ela.

-- Que nada -- Ucker dá de ombros. -- O Chris está louco é pra se livrar daquela loira dissimulada, ele só fez isso tudo hoje para confortá-la.

-- Não é o que parece -- Niall contradiz.

-- Nem tudo é o que parece, meu caro. O próprio Christian Chávez me confessou que vai terminar com a Angel no próximo fim de semana. -- Poncho se intromete. -- Segundo ele, seu pai terá um jantar de négocios no sábado. Angel marcará presença como sua acompanhante, e depois que eles forem pro apartamento dele e fizerem se/xo, Chris dará um pé na bun/da dela.

-- Que otário! -- Dulce bate com o punho na mesa. -- Eu não suporto a Angelique, mas isso é crueldade demais até pra ela.

-- Ôh, ruiva. -- Ucker chama sua atenção. -- Não meta o nariz onde não é chamada. Você não sabe de absolutamente nada.

-- O que vocês tanto escondem, Ucker? -- indago, olhando direntamente para seus olhos castanhos.

-- Nada -- de repente, ele fica muito nervoso, passando as mãos pelo cabelo inúmeras vezes. -- Meu rei, você já publicou o resultado dos selecionados? -- Ele se direciona a Poncho, faz isso apenas para mudar o rumo da conversa que eu sei. O moreno balança a cabeça de um lado para o outro, negando. -- Ótimo, eu mesmo faço isso. -- E após dizer isso, ele corre em disparada para a porta de saída do refeitório.

-- O que diabos deu nele? -- pergunta Niall, olhando para Poncho. 

-- E quem sabe? -- o moreno dá de ombros e se vira para Dulce, que ainda está fitando a porta por onde Ucker saiu. -- É o amoooor...

-- Você é insuportável. -- Declara Dulce antes de se levantar e ir embora pisando firme.

-- Esses dois ainda vão voltar a ficar juntos! -- exclama Alfonso, rindo. 

*** 

Após o almoço, me encontrei com as meninas no quarto e ficamos conversando até tocar o sinal para o ínicio das aulas.

-- Podem ir na minha frente -- fala May, levantando da cama. -- Ainda vou pentear o meu cabelo e não quero que vocês levem divertência por minha causa.

-- Eu até podia te esperar, Tita, mas agora é a aula do professor Levy e realmente estou precisando de nota em literatura, você sabe que minha média foi baixa na unidade passada.

-- Relaxa, Dul, eu entendo. 

-- Além disso, ele é um gato e cada segundo ao lado do professor é um sonho -- a ruiva brinca, guardando o celular no sutiã ao mesmo tempo em que avança pelo quarto em direção ao corredor. -- Vamos logo, Anny, você não quer chegar atrasada no seu primeiro dia de aula, ou quer?

-- Nos vemos lá, Tita -- dou um beijinho em sua bochecha e corro para acompanhar Dulce, que já está quase no fim do corredor quando consigo alcansá-la. 

Chegamos na sala de aula uns cinco minutos depois e, graças a Deus, o professor Levy ainda não está lá. Dulce caminha em meio aos assentos e se acomoda em uma carteira entre Chris e Ucker, em seguida ela faz um sinal com o indicador para que eu me sente na cadeira a sua frente, ao lado esquerdo de Poncho.

-- Mais calma? -- Provoca o moreno, olhando para Dulce com um ar atrevido. 

-- Você está pedindo por um tapa, Alfonso! -- resmunga a ruiva. -- Não me faça levantar daqui. 

Alfonso está prestes a soltar outra alfinetada quando é interrompido pelo ruído da porta se abrindo. Um homem alto e de ombros largos, vestindo terno e gravata, caminha a passos largos até o birô, onde deixa sua maleta e alguns envelopes que estava segurando antes. 

-- Boa tarde, classe. -- Ele abre um sorriso, ostentando seus dentes brancos e perfeitamente alinhados, e se volta para mim e para Niall, que está sentado ao lado de Ucker. -- Para os novatos, meu nome é William Levy e eu vou ser o professor de literatura de vocês esse ano, e para os veteranos, espero que tenham aproveitado as férias.

-- E como, professor -- enfatizou Chris, cruzando os braços atrás da cabeça. -- Tulum estava tão agrádavel quanto nos anos anteriores. 

Logo se instalou um burburinho na sala, pois todos começaram a falar ao mesmo tempo sobre as férias, o que fizeram e onde visitaram. 

O professor até tenta dar atenção a todos, mas a tarefa se sai muito díficil quando se tem mais de vinte e cinco alunos na mesma sala de aula, mas, depois de um tempo, todos ficam quietos para escutar o relato de Nathalia sobre o quanto o Starbucks do aeroporto de Miami é ruim.

-- Se ter que escolher em cinco minutos já não fosse o bastante, ainda tive que ficar mais do que isso em pé, numa fila quilométrica, para pegar o meu pedido. 

Dulce revira os olhos assim que a menina se cala, em seguida, bem baixinho, ela imita a voz aguda de Nathalia em tom de deboche, como uma criancinha quando é contrariada. 

-- E você... Anahí, não é? -- o professor me fita até que eu confirme, para prosseguir: -- o que fez nas férias? 

Niall e eu nos entreolhamos e imediatamente caímos na gargalhada. 

-- Quer que ela comece um pouco antes das férias pelo acidente de carro que quase nos matou, ou algum tempinho depois, quando viemos para cá? 

O prof. Levy arqueia uma das sobrancelhas e me olha de olhos arregalados, como se estivesse esperando que eu desmentisse Niall. 

-- Sofreu mesmo um acidente de carro? -- indaga ele quando vê que Niall estava falando sério.

Bem nessa hora, sem me dar um tempo para respondê-lo, Maite abre a porta e e entra com um sorriso amarelo estampado no rosto. 

-- Está quinze minutos atrasada, srta. Perroni.

-- Não vai mais acontecer, professor. 

May dá alguns passos com timidez, provavelmente a espera de que ele a repreenda, quando ele se dirige a ela novamente:

-- Srta. Perroni, posso falar com você em particular? 

Ela se vira lentamente em direção ao professor e concorda com a cabeça, seguindo para fora logo depois. 

Assim que os dois se retiram, levanto o tampo da mesa e pego meu exemplar de Moby Dick, antes de abaixá-la novamente. Meu nome está carimbado bem na primeira página, acima da logo da editora, que fica ao centro.

Olho ao redor e vejo Angelique folheando algumas páginas, enquanto Pílar e Nathalia conversam entre si. Paro para observar a namorada de Ucker e me pergunto o motivo dela, que é bem bonita, ficar sustentando um relacionamento tão baixo-astral como o deles. Nathalia pode não ser a garota mais linda e desejada do Elite Way, mas é inegável que tem suas qualidades. Não é preciso conhecê-la bem para notar o quanto é vaidosa e que sempre esta bem arrumada, o que chama muito a atenção dos meninos. Então, por que diabos ela aguenta a forma que Ucker a trata? 

-- Anny, você já leu esse livro? -- Dulce sussurra sobre o meu ombro, me puxando dos meus devaneios.

-- Você acha? -- dou uma risadinha. -- Só ouvi falar dessa maldita baleia porque saiu um filme com Chris Hemsworth na Netflix. 

Dulce também ri, mas somos interrompidas por May, que agora parece um pouco mais contente. Ela vem em nossa direção e senta na carteira a minha frente, no entanto, não dirige nenhuma palavra a mim ou a Dul, nesse momento, o professor Levy reaparece e começa a falar sobre o protagonista do livro e suas ambições.

Me ajeito na cadeira e apoio os cotovelos na mesa quando um bilhetinho verde pousa na minha frente. 

"Festinha mais tarde, topa? Ucker, Fercho e Niall vão. Pode chamar as meninas.

- Seu rei."