Fanfic: aya | Tema: Ponny, Vondy...

Quando a aula do professor Levy se encerra, ainda estou segurando o bilhetinho de Poncho. Em parte estou com muita vontade de ir, não sei o que é estar em uma festa desde o meu aniversário, mas é justamente por isso que também tenho em mente que isso provavelmente não vai acabar em nada bom. 

-- O que o Alfonso queria? -- Indaga Dulce, tentando olhar por cima do meu ombro. 

-- Como sabe que é dele? -- Enfio o papelzinho dentro do bolso da minha saia e me viro para ela, que me encara como se soubesse de tudo. 

-- Vi quando ele esteva escrevendo. 

-- É sobre uma festinha -- respondo, mas Dulce não parece satisfeita. 

-- Qual é, Anny? Não quer me falar, ok, mas também não precisa ficar mentindo. 

-- Não estou mentindo, Dul, ele de fato me chamou para uma festa, e disse para que convidasse você e a May também. 

-- Huum -- ela me fitou meio pensativa antes de abrir um sorriso malícioso. -- O Ucker vai? 

-- Você já viu o Poncho longe dos meninos, principalmente do Ucker? Óbvio que vai, né.

-- Então essa é a noite perfeita para eu mostrar a ele o que perdeu. 

 -- Boa tarde, alunos. Como foram as férias? -- Uma senhorinha de aparentemente uns duzentos anos está parada em frente ao quadro branco, segurando uma pequena maleta cor de rosa. 

Ela é assustadoramente... peculiar, parece mais uma versão super velha da Umbridge, aquela bruxa insuportável que faz parte da franquia do Harry Potter. Baixinha, gorducha e enrugada, a senhora caminha até o birô enquanto ajeita os óculos redondos no rosto. Ela estala a língua e coloca a sua maletinha sobre a mesa para enfim voltar a falar:

-- Eu fui para Acapulco com a minha família. Meus sobrinhos amaram! -- Ela abriu um sorriso, imagino que lembrando de algum momento especial, e depois se virou para o quadro. -- Enfim, agora é hora de estudar, abram o livro de história na página 76 e prestem muita atenção, ouviram? Até a próxima semana, acredito eu, já vou ter passado contéudo o suficiente para fazermos um teste. 

-- Prof. Norma -- chama Chris, levantando o braço direito, mas ela o ignora. -- Prof. Norma... Prof. Norma. 

-- Na segunda guerra mundial... -- ela começa a escrever  no quadro com um piloto azul, e simplismente finge que não está ouvindo o chamado de Chris, que segue insistente.

-- Prof. Normaaaa! -- berra o rapaz, porém sem sucesso. 

-- Sabem, os nazistas, eles...

-- Essa mulher só pode ser louca, meu Deus do céu, porque surda eu sei que ela não é! 

-- Como disse senhor Chávez? -- Ela ajeita novamente os óculos no rosto e torce o lábio inferior.

-- Isso a senhora escuta? 

-- Devo lhe informar que eu ainda estou solteira, sr. Chávez, então faça o favor de me chamar por senhorita. 

-- Senhorita Norma, eu, senhor Chávez, peço encarecidamente que considere o meu pedido de ir até toilet, sim? 

Ouço algumas risadinhas ao fundo e quando a professora dá um suspiro profundo, obviamente cansada de tudo aquilo, para em seguida fazer que sim com a cabeça.

-- Voltando para a segunda guerra e os nazistas... 

óh, Céus...

***

-- Onde vai ser essa tal festa? -- May quer saber. 

Ela está sentada com as pernas cruzadas sobre a minha cama, enquanto Dulce está girando na cadeira de rodinhas próxima a penteadeira. 

-- Não faço ideia. 

--  Que roupa você vai vestir? -- Dulce pergunta. 

-- Não faço ideia. 

-- Essa animação da Anny é tão contagiante -- ironiza ela, revirando os olhos para mim. 

-- Acho que não é uma boa ideia irmos para essa festa. -- Digo por fim e Dulce me encara como se eu tivesse acabado de confessar que sacrifiquei vários bebês em uma oferenda satânica.

-- Você só pode estar brincando, Anny! -- ela fica de pé e vem para mais perto de onde estou. -- Sabe quantas meninas querem estar no seu lugar? O Poncho não dá bola para qualquer uma. 

-- Olha, Dulce, não estou nem aí. Em primeiro lugar o Alfonso deveria tomar vergonha na cara, pois ele está namorando, e você sabe muito bem como traição é um lance que machuca. E, em segundo, não finja que esse é o real motivo pelo qual você quer ir, porque nós três sabemos que a única coisa que passa pela sua cabeça nesses últimos dias é o Ucker!

-- Essa doeu até mim -- fala May, meio sem jeito. 

Dulce bufa e sai pisando forte em direção a porta do quarto, mas antes que chegue lá, o próprio Ucker começa a bater compulsivamente enquanto grita junto a Niall e Chris para que deixemos eles entrarem. 

-- Até que enfim! -- exclama Chris, passando por Dulce e se jogando com tudo no chão. 

-- O que houve? -- Quero saber. 

Ucker e Niall avançam para dentro e Dulce tranca a porta. 

Os três estão suados, vermelhos e ofegantes, como se tivessem corrido uma maratona em quinze minutos. 

-- O que aconteceu, gente? -- May levanta e se aproxima dos meninos, tão confusa quanto Dulce e eu.

-- Vamos morrer, Anny! -- Chris se afasta dos meninos e vem rastejando até mim. -- Ele é implacável e está atrás da gente. 

-- Quem? 

-- É o nosso fim! -- declara Niall, arfando. -- Vamos morrer. 

-- Vocês podem dizer logo o que fizeram, caramba? -- Dulce pergunta com impaciência.

-- Não temos muito tempo, Dulcita. -- Coraminga Chris. -- Quero aproveitar meus últimos segundos na companhia de vocês.

-- Tenha santa paciência! -- Ela se vira e põe a mão na maçaneta, porém Ucker é mais rápido e avança sobre ela. 

-- Por Deus, mulher! -- ele implora, ajoelhando-se agarrado as pernas dela. -- Quer nos matar de uma vez?

-- Alguém pode, por favor, me explicar o que tá rolando? 

-- Anny, não há tempo! -- exclama Niall. 

-- Mas...