Fanfic: aya | Tema: Ponny, Vondy...

Anahí

***

Olho para o relógio pendurado na parede para checar as horas. Estou esperando apenas pelo badalado da meia-noite para partir. São onze e cinquenta e dois.

Dou mais uma volta pela casa silenciosa para ter certeza que todos já estão dormindo. O quarto da Kris e do Robert está trancado. O da Hanna também, mas não fará muita diferença se ela me pegar saindo. Caleb não está aqui, e não faço a mínima ideia de onde ele possa estar. Subo as escadas em direção ao primeiro andar, onde só há um banheiro e três quartos: o meu, o do Tommy e o de Esme.

Trancados.

Quando chego no térreo novamente, já marca meia-noite e dois. Niall já deve estar lá fora me esperando. Pego as chaves do convercível vermelho que ganhei de aniversário e vou para fora. Avanço pelo gramado e sento no capô do meu carro, que está com a capota abaixada.

Niall ainda não chegou. De onde estou, vejo que a luz do seu quarto ainda está acesa.

Pressiono o botão no chaveiro para o carro destravar e resolvo me acomodar logo no banco do passegeiro, no entanto, nessa hora me deparo com algo inexperado.

-- O que faz aqui, Tommy? -- indago, enquanto o meu irmãozinho tenta se locomover do banco de trás para o da frente.

-- Ué, eu queria ser a primeira pessoa a lhe desejar feliz aniversário! Aliás, feliz aniversário, Anahí! -- ele deseja, me abraçando em seguida.

-- Tommy, eu estou falando sério com você! O que faz aqui? Você deveria esta dormindo, garoto. -- Eu reclamo, mas ele não demonstra estar preocupado.

-- Quero ir a festa com você. Fiquei sabendo que as festas do Zac Efron são as melhores de todo o estado da Califónia. E a irmã caçula dele vai estar lá. -- Ele diz. Informado demais pro meu gosto.

-- Então você quer dar uns beijinhos na Emilly? -- aperto a bochecha dele apenas para irritá-lo e ele logo se desfaz do meu toque, entediado.

-- Que beijo o quê, eu quero ver tetas! -- ele põe um sorriso malicioso e esfrega as mãos como um vilão de desenho animado.

-- Você está passando muito tempo com o Zac.

-- Qual foi, você não pode negar que a Emilly é a maior gata.

Emilly Efron tem treze anos e é apenas mais um rostinho bonito; a garota é mais burra que um poste! Já repetiu várias vezes e só fala besteira, mas o dinheiro dos pais, os seus olhos verdes e o rosto `perfeito` abafam esses fatos.

-- Levo você, mas terá que ir lá atrás e por o cinto de segurança.

-- Tá, mas que fique claro que eu só estou obdecendo porque hoje você está fazendo dezessete anos. -- Ele volta para o assento de trás, colocando o cinto após se acomodar.

Bem nessa hora, Niall aparece. Imediatamente reconheço o cheiro do seu hábitual perfume da Ralph Lauren e olho para cima. Ele está muito bonito, vestindo uma calça preta com rasgos no joelhos, uma camiseta de botões verde militar e tênis da Vans.

-- Parabéns, Narrí! -- ele dá um beijo no topo da minha cabeça e segue para o banco do passageiro ao meu lado.

-- Obrigada.

Antes de dar a partida e seguir para Bel Air, que é o bairro vizinho e onde o Zac mora, abro a gavetinha em frente ao Niall e pego uma garrafa de tequila. Não é sempre que eu saio, portanto, hoje eu vou aproveitar, aproveitar bastante.

***

-- Anahí! -- Zac beija meu rosto ao abrir a porta para mim. Ele está sem camisa e com um copo colorido na mão. Seus olhos estão vermelhos e ele aparenta está meio bêbado.

-- Olá, Zac. E aí, já pegou quantas? -- passo por ele antes de ouvir a resposta. Ele iria mentir de qualquer forma mesmo.

Tommy está ao meu lado, seguindo cada passo que dou. Ele ainda não avistou Emilly, mas eu sim. E, por mais íncrivel que pareça, a garota está com um vestido mais curto que o meu.

Aponto para ela, de pé sobre o primeiro degrau da escada, e Tommy arregala os olhos. Ele corre em direção a menina, desviando das pessoas, mas não consigo ver o que acontece quando ele chega lá. Há muitas pessoas na frente agora. Então eu paro um segundo para prestar atenção na música. É da Katy.

"Tem um estranho na minha cama
Minha cabeça está martelando
Purpurina pelo quarto inteiro
Flamingos cor de rosa na piscina
Estou com cheiro de um mini-bar
Djs desmaiados no jardim
Barbies na churrasqueira
Isso é um chupão ou um hematoma? "

Não sei se é só impressão, mas a música parece aumentar a cada instante. Olho ao redor e as pessoas estão espalhadas por todos lados, dançando com muita animação.

"Fotos da noite passada
Caíram na internet
Estou ferrada
Oh bem
É tudo um borrão escuro
Mas eu tenho certeza que foi demais!
Droga!"

Quero entrar na onda, contudo ainda estou sóbria demais para me arriscar... não sou uma dançarina muito boa sem a ajuda álcool. Me viro para trás na esperença de encontrar o Niall, mas ele não está em lugar nenhum. Onde foi que ele se meteu?

-- Trouxe pra você, gata. -- Um galego de olhos escuros e traços bem másculos me entrega uma bebida. Ele me parece familiar. Estou prestes a perguntar o seu nome quando uma garota aparece do nada e o puxa pelo pulso pelo meio da multidão.

Ignoro a vozinha na minha cabeça, que me alerta sobre o quanto estou sendo inrresponsável em aceitar bebidas de estranhos, e viro o copo de uma vez. O líquido amargo desce rasgando minha garganta, que exige por mais.

"Na última noite de sexta
É, nós dançamos em cima de mesas
E tomamos doses demais
Acho que nos beijamos, mas esqueci

Na última noite de sexta
É, acabamos com nossos cartões de créditos
E fomos expulsos do bar
Então fomos pra avenida..."

Decido ouvir "os conselhos" da Katy. Parto para a cozinha, que é onde está a maioria das pessoas, decidida a me divertit. Muitas garotas estão dançando sensualmente sobre o balcão e sinto vontade me juntar a elas. Hoje eu estou na intenção de fazer coisas que nunca tive coragem.

Só que antes que eu consiga sequer chegar perto do balcão, alguém põe as mãos nos meus olhos, tapando minha visão. Ao pé do meu ouvido, ouço o sussurro: -- advinhe quem é, amor.

-- Logan! -- abro um sorriso de orelha a orelha e me viro em sua direção. Ele me beija suavemente e me parabeniza em seguida.

-- Você gostou do seu presente? Fiquei indeciso com a cor, mas vermelho é o tradicional e...

-- Eu amei o convercível! -- respondo, entrelaçando meus braços em torno do seu pescoço. -- Foi o melhor presente que eu já recebi.

-- Que bom que gostou, Narrí! -- Ele me parece feliz.

Somos interrompidos por Zac, que, com o microfone na mão, exige silêncio para dar um aviso. Quando todos calam a boca e o "DJ", que na verdade se chama Kevin Fitzgerald e provavelmente mal sabe mexer com aquele equipamento, dá um pause na música, ele prossegue: -- Boa madrugada a todos! Estou aqui para propor uma coisa, para propor que botemos nossas diferenças de lado. Hoje não teremos vergonha do nosso corpo, sendo ele mais cheinho ou fino. Tatuado ou não. Manchado ou não. Gatas, vamos pra piscina. Mas só entra quem estiver sem roupa. Digam não ao preconceito. Solta o Som DJ! -- uma salva de palmas seguida de uivos comemorativos é concedida a ele. 

-- Que merda -- digo para Logan e ele ri.

-- O Zac é esperto. Ótima maneira de ver peitos. -- Logan sussurra em meu ouvido.

Em questão de segundos uma multidão pelada está formada. Todos correndo em direção a piscina.

Puxo o feche do meu vestido preto e o mesmo desliza pelo meu corpo até o chão. Não estou usando nada por baixo. Quando me viro, Logan está com uma expressão bem maliciosa; os olhos negros de tanto desejo. É a primeira vez que ele me vê nua. Me fazendo lembrar que a minha virgindade permanece intacta.

-- O que está esperando? -- dou um tapinha nele e corro em direção a piscina.