Fanfic: aya | Tema: Ponny, Vondy...

A água da piscina está gelada, muito gelada, e deixa o meu corpo bem tenso. Não costumo nadar nua com garotos pelados a minha volta, que são um bando de idiotas, aliás. Ficam em cima das bóias "acariciando" o pau enquanto as garotas esfregam seus seios umas com as outras.

Logan está deitado em uma esprigueiçadeira segurando meu vestido e com os olhos fixos em mim.

Saio da piscina e vou em direção a mesa de mármore que fica ao lado da espreguiçadeira onde ele está. Há várias toalhas em cima da mesma. Pego a que me parece mais limpa e a enrolo em torno do meu corpo.

-- Você fica melhor sem -- ele fala com um risinho safado, estendendo o meu vestido em minha direção e fica observando enquanto eu o pego e me troco. -- Seus peitos são uma delícia.

-- Você está sendo muito puxa-saco. -- Olho para ele, que parece estar em outro universo. -- Está escondendo algo de mim, Logan Holt?

-- Nunca, minha linda. -- Ele faz o desenho de uma cruz sobre o peito. -- Sou um livro aberto, você sabe.

-- Sabe que eu não sou fã de surpresas! -- pressiono, mas, se ele realmente estiver escondendo algo, não vai contar.

-- Relaxa, Narrí.

-- Tô relaxada, cara. -- Respondo, me virando para que ele suba o zíper.

Então um dos amigos de Zac aparece com um canhão de confetes, atirando por todos os lados. Todos levantam as mãos e começam a apanhar os papéis coloridos que planam vagamente. E a batida da música de Miley começa a ressoar. Logo, todos estão cantando. Pela primeira vez em muito tempo eu realmente estou me sentido uma adolescente normal. Não preciso me preocupar com nada além de mim mesma, e de pegar o máximo de confete que conseguir.

"A festa é nossa, podemos fazer o que quisermos
A festa é nossa, podemos dizer o que quisermos
A festa é nossa, podemos amar quem quisermos
Podemos beijar quem quisermos
Podemos transar com quem quisermos..."

-- Narrí! -- Zen, uma amiga de Niall, grita ao me ver. Mesmo de longe é visível o quão bêbada já está.

Vou em direção a ela, mas esbarro em alguém no caminho. É ele, o cara que me deu bebiba mais cedo.

-- Foi mal aí, gata.

-- A culpa foi minha, Christopher Uckermann. -- Digo, ao lembrar dele na televisão. Vi um anúncio dele e de seu pai sobre o novo clube para pessoas mais necessitadas.

-- Sabe quem eu sou? -- ele parece surpreso. Não consigo idêntificar se estar fingindo ou se realmente não sabe que é alvo da mídia.

-- Você é filho daquele político que eu não faço ideia qual seja o nome. -- Ajeito uma mecha do meu cabelo, pondo-a detrás da minha orelha e prossigo: -- você não deve saber meu nome, é...

-- Narrí, parabéns! -- Bella, minha melhor amiga, surge do nada. Ela está acompanha de Jasper, o seu irmão.

-- Obrigada, Bella. -- Lhe dou um abraço breve e ela se despede com um aceno, indo em direção a multidão.

-- Parabéns, Giovanna. -- Jasper, o único que ainda me chama assim, me dá um beijo na testa e vai atrás da sua irmã. -- Juízo, hein! -- ele diz antes de ir. Sei que está se referindo a Christopher.

-- Então, Christopher Uckermann. Sou...

-- Narrí Giovanna, já entendi. -- Ele me interrompe. -- Ah, só Ucker. Não gosto de formalidades.

-- Na verdade, é Anahí Giovanna. -- Corrijo e ele ri. -- Narrí é só apelido, Christo... -- ele me olha irônico e eu dou risinho. -- Ucker.

-- Não sabia que você é amiga do Zac. Ele nunca comentou de você, pelo menos não pra mim. -- Ucker parece indignado, dou um sorriso a pensar tal besteria.

-- O Zac e eu somos colegas. Nos conhecemos há dois anos atrás, na festa de noivado da minha irmã. -- Conto.

-- Sua irmã vai casar? Que demais! -- ele demonstra mais interesse, chega até parecer falsidade. Nos conhecemos a menos de dez minutos e eu já abri demais minha boca. 

-- Quando conheceu o Zac? -- Indago, a fim de mudar o foco para algo além da minha grande e complicada família.

Ele me conta que os dois se conhecem desde de pequenos. Aos doze anos, Ucker quebrou um vaso caríssimo da sua madrasta e como punição, Leon, o seu pai, o mandou para um acampamento de férias. Zac estava lá em uma situação parecida. Os dois dividiam a mesma cabana, intitulada de Os Esquilos. Logo viraram grandes amigos.

-- Nossa, e o que a diretora fez? -- pergunto, após uma gargalhada.

-- Nada, colocamos óleo no chão da cabana dela também. Digamos que a Srt. Talion estava muito ocupada. -- Ele ri.

-- Narrí, o Tommy está cansado. Ele quer ir embora. -- Niall aparece por detrás de Ucker.

-- Onde ele está agora?

-- Está dormindo no quarto do Zac, mas sabemos que ele não poder ficar lá por muito tempo. -- Niall gesticula as mãos em formas obcenas e dá uma risada saliente.

-- Deixe ele dormir um pouco, eu falo com o Zac. E ainda temos que passar em um lugar antes de irmos pra casa. Quero aproveitar a festa um pouco mais. -- Digo e ele assente.

Não é sempre que tenho a oportunidade de sair de casa. Na verdade, o único dia que o Robert me dá um descanso é esse. Quatorze de maio. O infeliz dia em que eu nasci. Eu tenho que aproveitar ao máximo, pois amanhã ele vai botar pra ferrar em mim.

-- Esse é o seu namorado? -- Ucker pergunta, vendo Niall se distanciar. -- Ele não pareceu muito feliz em nos ver conversando.

-- Não, o Niall é só meu amigo. Eu não estou namorando no momento, mas tenho... er, um amigo especial. -- Revelo, referindo-me a Logan.

-- Entendo. Eu também tenho amigas especiais. -- Ele diz.

-- Sim, muitas. As revistas adoram falar sobre vocês. -- Brinco e ele esconde o rosto com as mãos antes de gritar:

-- Aí, meu Deus! Eu sou tão exposto! -- ele põe a mão sobre a testa dramaticamente e continua a encenar: -- O que alguém pode fazer para ter um pouco de privacidade?

Dou uma gargalhada tão alta, que mais se parece com o urro de um porco. Disfarço com uma tossidinha básica para o Ucker não se assustar. É uma pena eu não ter sido abençoada com uma risada bonita.

-- Ucker, eu estava procurando você, bebê. -- Uma garota de cabelo cor de rosa se intromete. -- Quando você some, só Jesus, viu. -- Após terminar de falar ela olha para mim de cima a baixo e se faz de superior.

-- Você estava conversando com o Garret, Nathália, sabe que eu não gosto dele, então não tinha motivos para estar perto. -- Pela primeira vez na noite vi o Ucker irritado com alguma coisa. Ele pareceu ser muito tranquilo.

Nathália fica constragida, mas não se mantém calada:

-- Eu sou sua namorada, é óbvio que você tem que estar comigo! -- ela bate o pé no chão. -- E se você acha que vai me tratar igual tratava a tola da Dulce, está muito enganado Uckermann. Não sou uma qualquer.

-- Pelo o amor de Deus, Nathália, você sabe que eu não vou com a cara dele, respeito que vocês são amigos, mas não é porque estamos juntos que eu sou obrigado a ficar bancando o falso.

— Isso é um absurdo! Você vive para cima e para baixa com a Sol, mesmo eu não gostando dela, e ainda assim, quando ela aparece e estamos juntos, eu não vou embora.

-- Nathália, me poupe dessas suas criancices, eu nunca te obriguei a ficar jogando conversa fora com a Sol, se você fica é porque quer. E quer saber mais? Você está atrapalhando minha conversa com a Narrí. -- Ele a empurra levemente para o lado e volta sua atenção a mim. -- Desculpe por isso Narrí, Nathália não sabe se portar na frente de outras pessoas.

-- Ah, eu não quero atrapalhar, Ucker. Foi bom te conhecer, mas eu tenho que ir. -- Dou um aceno com a cabeça e ele faz o mesmo. -- Nos vemos por aí.

-- É, por aí. -- Ele concorda.

Me afasto de Ucker e vou procurar os meus amigos, ainda tenho que visitar um lugar antes do fim dessa noite.

*
(Algum tempo depois)

-- Narrí, o que você quer fazer no Reeves Field? Ninguém vai mais a esse parque. Só tem mato! -- Bella questiona, como sempre.

São três e cinquenta da manhã e estamos todos espremidos dentro do meu novo conversível. É uma tradição minha ir ao Reeves Field no dia do meu aniversário. Não me pergunte o motivo, eu apenas vou lá no dia quatorze de maio desde dos nove anos.

-- Narrí, você está bêbada. -- Logan, que foi o que menos bebeu, tenta tomar a direção do carro.

-- Não, eu quero dirigir.

-- Narrí, vamos pra casa. Eu quero dormir! -- Tommy pede, em meio a uma encenação ridícula da carinha fofa do gato de botas.

-- Foi mal Tommy, mas dessa vez não vai rolar. -- Digo.

Dou a partida no carro e sigo em linha reta, dessa vez quem reclama é Jasper:

-- Vai mais devagar, Anahí.

-- Mas eu estou em 80 kM/H. -- Eu sei que isso não é muito devagar mas também não é tão rápido.

-- Então por que está tudo rodando? -- ele encosta a cabeça no ombro de Bella, que se ajeita para deixá-lo mais confortável.

A capota do carro está abaixada, dando liberdade ao vento para bagunçar nossos cabelos. Tommy está no banco do passageiro ao meu lado, parece mais desperto do que alguns segundos atrás.

-- Quanto tempo daqui até o parque? -- ele pergunta.

-- Uns trinta minutos. -- Respondo.

Escuto outra reclamação de Jasper quando estamos bem próximos da Ponte Vincent Thomas, de lá é só atravessa-la e estaremos no parque. Eu tive que subir a capota do carro, pois uma chuva forte se instalou. O Tommy reclamou no ínicio já que ele queria se molhar com os respingos, mas a Bella ameaçou matar cada um de nós se aquela capota não subisse em cinco segundos.

Bebo um pouco de tequila direto do cantil de Niall, cujo qual ele sempre deixa a disposição em seu bolso, enquanto ele e resto do pessoal estão bebendo Vodka, furtada da festa do Zac por Jasper. Tommy se contentou com umas barras de chocolate que a Bella encontrou em sua bolsa.

O som do carro está no volume máximo, e todos estamos animados ouvindo AC-DC.

Jasper abaixa a janela e grita dizendo ser o rei da porra toda, se deixando levar pelo álcool.

Mas essa felicidade toda não durou muito... Foi só chegar na Ponte que tudo desmoronou.

Foi questão de segundos. Jasper viu algo na estrada, algo que nem eu e nem ele podemos explicar. Ele voou para cima da direção e desviou o carro, fazendo com que eu perdesse o controle. A única atitude que eu tomei foi me jogar para cima de Thomas e tentar protegê-lo a todo custo. O carro girou cerca de três vezes pela pista antes cair dentro d'água.

A última coisa que ouvi foi o grito desesperado de Logan:

-- NARRÍ!