Fanfic: aya | Tema: Ponny, Vondy...

Fazem quase dois meses desde que cheguei em Port Angeles e nada meu está em seu devido lugar. Niall chegou há apenas três dias, mas já está totalmente estabilizado. Como ele fez isso? Não faço ideia.

Estamos morando na casa em que meu pai me deu, e sem dúvidas eu não conseguiria viver sozinha aqui por muito tempo. A casa é desnecessáriamente gigante e eu fiquei morrendo de medo de dormir "sozinha" nos primeiros dias, na companhia apenas de alguns funcionários, mas eles eram tão silenciosos que era como se não houvesse ninguém. E não sei o que meu pai disse a eles, mas nenhum estava muito a fim de conversar comigo, então depois de algumas tentativas em vão, resolvi deixar de lado.

Caleb se juntou a nós ontem, mas não trouxe Hanna consigo. Ele foi recontratado pelo meu pai para fornecer seus serviços de segurança, já que David não é o homem mais adorado do mundo e há vários de seus `aminimigos` loucos para dar o bote em mim. Por conta disso, Hanna e Caleb brigaram feio, até adiaram o casamento, mas eu tenho certeza que isso é só charme dela e que daqui uns dias eles vão ficar bem de novo, pelo menos eu espero que isso aconteça.

As aulas no Elite só deveriam começar daqui alguns dias, mas o conselho do internato resolveu antecipar para hoje. O motivo não foi revelado para ninguém, mas eu tenho quase certeza que tem o dedo do meu pai no meio.

-- Anahí, você já está pronta? -- Niall põe a cabeça para dentro do meu quarto. O seu cabelo bem penteado me faz ter inveja da sua organização. -- Maicon está nos esperando lá fora. Sabe que ele não é muito paciente.

Maicon é nosso motorista super gostoso, tanto é que comecei a odiar o meu pai um pouquinho menos por tê-lo contratado.

-- Quase, me dê apenas uns minutinhos. -- Peço, indo em direção as botas de cano alto ao lado da minha cama. -- Niall, você sabe onde está o Caleb?

-- Ele disse que ia resolver algumas coisas no banco e nos encontraria mais tarde na escola. 

-- Hum -- meu desanimo é evidente. Não é nenhuma novidade que eu não estou satisfeita em estar aqui, mas fiquei um pouco animada ontem a noite com o primeiro dia de aula, porém imaginei ele com Caleb ao meu lado e agora que ele não esta... não sei mais se quero ir.

-- Acho que eles não vão permitir que se vista assim. -- Niall comenta, referindo-se a minha camiseta, que está amarrada um pouco abaixo dos meus seios com um nó.

-- Problema deles. Qual é, a escola é praticamente nossa, essas regras de etiqueta não deveriam ser apliacadas a nós dois.

-- Tem razão. -- Niall concorda, arracando a gravata de seu pescoço. -- Já estava ficando louco com isso aí.

***

-- Bem-vindos, alunos. -- Pascual, o diretor mais pertubado que já conheci, começa a tagarelar no palanque do auditório após sua apresentação.

Socorro, que homem mais chato.

Ele discursa sobre como é importante saber se portar, prestar atenção nos estudos e coisas do tipo. Ninguém o está levando muito a sério, excerto os mais velhos, é claro. Se bem que e acho que nem os professores estão prestando atenção no que ele diz. A única que mantém seu foco nele é sua secretária bonitona. 

-- Que babaca! -- Niall sussurra em meu ouvido, me fazendo rir.

-- Nem me fale -- digo, totalmente entediada.

Meus olhos se perdem ao ver um certo moreno de olhos verdes surgir de detrás das cortinas de veludo. Ele sussurra algo no ouvido do diretor, que lhe entrega o microfone e lhe dá abertura para falar:

-- Bem-vindos, calouros e... calouras -- Ele dá um risinho galante e várias garotas começam a suspirar. -- Para os novatos, me chamo Alfonso Herrera e sou o Quaterback do time de Futebol Americano do Elite. Quem estiver interessado em fazer uma audição para entrar no time é só falar com meu amigo Ucker. -- O galego que até então eu não tinha visto, sai do mesmo lugar onde Alfonso estava segundos atrás e levanta a mão. -- As inscrições estarão abertas assim que o Dr. Pascual terminar o seu discurso.

Uma salva de palmas é concedida a ele, que entrega o microfone para Pilar, a filha do Diretor.

-- Oi, gente. -- Ela dá um sorriso amarelo e segura a mão de Alfonso. -- Eu sou a Capitã das Animadoras de Torcida. -- Pilar ergue mais a cabeça ao pronunciar seu título e prossegue: -- quem se interessar é só vir falar diretamente comigo. As inscrições começam hoje durante o almoço. -- Ela devolve o microfone para Pascual, que volta a falar sobre boas maneiras.

-- Você deveria participar do time de Futebol Americano. -- Sugiro, mas Niall mantém o foco nos peitos da ruiva ao lado de Pilar.

-- Quem é aquela belezinha? -- Ele pergunta.

-- Dulce María Messi Saviñón, filha de Alma Messi. -- Respondo. Qualquer pessoa atenada nos últimos meses sabe quem é Alma Messi. Ela acabou de ganhar um Oscar.

-- A mãe dela é aquela cantora de Pop, não é? -- Niall parece se lembrar.

-- É sim. -- Confirmo.

-- Interessante... -- ele morde o lábio inferior.

-- Oi, pessoal! -- A ruiva fala ao tomar o microfone de Pascual. -- Eu sou a vice-capitã das animadoras -- ela manda beijinhos para alguns garotos e prossegue: -- mas eu também cuido da área de projetos, ou seja, se você não quer entrar para o time de Futebol e não pensa em ser um animador ou animadora, terá que se increver em algum projeto para arrecadar pontos extra-currículares. A lista para os projetos já está fixada no quadro de avisos do pátio.

Usamos isso como deixa para dar o fora dali. Não aguento mais ouvir a voz broxante de Pascual.

-- Graças a Deus. -- Niall agradece, jogando as mãos pra cima, quando passamos pelas portas do auditório.

O quadro de avisos está rodeado de gente. Penso em ir até lá e checar quais as outras opções de projetos quando ouço uma voz assustadoramente fina por detrás de mim:

-- É ela!

Quando me viro para ver de quem se trata, vejo que sou eu o alvo. Logo uma rodinha de pessoas está em torno de mim. Todos cochichando sobre algo.

-- Você é Anahí Portilla. -- Afirma uma garota loira de olhos claro. -- A garota que sofreu um acidente. É verdade que estava grávida? Quem era o pai? -- ela consegue ser ainda pior do que os jornalistas. -- Não caí naquele papo de que você ainda é virgem.

-- A vida dela é da sua conta? -- Niall parte em minha defesa, ficando na minha frente.

-- E quem te chamou na conversa, loirinho? -- a garota anda sedutoramente até Niall e sussurra algo em seu ouvido. Sei que ele ficou frustrado a partir do momento em que ele rola os olhos. Ele só faz isso quando está muito irritado. -- Você é mais um dos babões dela?

-- Você é rídicula, garota. -- Seguro Niall pelo cotovelo e o trago para mais perto de mim. -- Sua vida deve estar muito sem sal para estar tão desesperada por fofocas. Se eu estive ou não grávida é problema meu!

-- Angelique que por/ra é essa? -- Um garoto de cabelo cor de abóbora aparece. Ele está bem irritado com situação. -- Tiro os olhos de você por um minuto e quando volto você está arrumando confusão?

-- Não fui eu, bebê. -- Ela parte pra cima dele, toda chorosa. -- Chris,eu só fiz uma pergunta e ela começou a me ofender, eu não podia ficar calada, amor.

-- Mentirosa! -- Grito em resposta, por mais que ela não esteja se direcionando a mim. -- Você foi totalmente inconveniente, garota. -- Esbravejo. Preciso de alguém pra descontar toda a minha raiva e essa é uma oportunidade perfeita. Todos estão olhando.

-- Quem você pensa que é pra falar desse maneira comigo? -- Ela se afasta do garoto de cabelo colorido e vem até mim. Seus olhos estão negros de ódio.

-- Eu sou Anahí Portilla, meu bem. -- Ponho as mãos no quadril e ergo o nariz, desafiadora. -- E falo do jeito que eu quiser com quem eu quiser.

-- Essa é a hora em que você corre. -- Niall avisa, entrelaçando-se a minha cintura.

Angelique bufa e bate com o pé no chão antes de sair em direção ao auditório, arrastando o "bebê" com ela. A loira está tão vermelha de raiva que quase sai fumaça pelos seus ouvidos.

Niall me larga assim que vê Dulce passar, e começa a segui-la igual um coiote segue um pedaço de bife. Ele sempre teve uma queda por ruivas, ainda mais se elas tiverem peitos maiores que melão.

Todos começam a assobiar e gritar como em todas as discussões de escola. Alguns garotos me incentivam a ir atrás de mais briga enquanto outros apenas tiram sarro com os amigos. 

-- Garota, gostei de ver. -- Ucker surge do nada. Credo. Ele até parece uma planta, brota em todos os lugares.

-- É, eu sei que sou íncrivel. -- Me gabo, indo abraçá-lo.

Algumas garotas começam a nos encarar e cochichar entre si e é aí que a cena dele e da garota de cabelo cor de rosa me vem na mente. Oh, merda, esqueci definitivamente de que Nathália estuda aqui. Espero do fundo do meu coração que ela não tenha vindo hoje, porque não estou mais a fim de confusão, ainda mais por causa de uma coisa boba como um abraço.

-- Você vai se increver em qual projeto? -- Ucker me pergunta, nos direcionando ao quadro de avisos, que agora está bem solitário.

-- Não sei. -- Observo todas as opções, mas nenhuma me parece convidativa. -- O de música é interessante, mas aqui diz que é exclusivo para veteranos. Qual me indica?

-- Tente o teste para Animadora de Torcida. -- Ele sugere. -- Vou adorar ver você naquela mini-saia.

Não consigo evitar o riso. Ucker é um completo tara/do.

-- Idiota -- nego com a cabeça e lhe dou um tapinha de leve.

-- Eu sou sincero, é diferente. -- Ele se faz de indignado. -- Mas estou falando sério. Sabe, a Angelique é animadora de Torcida, é uma ótima maneira de provocá-la.

-- Alguma coisa me diz que você não gosta muito dela.

-- Nem um pouco -- ele confirma. -- Ela é não passa de uma metida. Faz tudo por fama. Acredita que ela inventou pra escola toda que teve um caso com o Bruno Mars?

Antes que eu diga qualquer coisa a respeito, o moreno de olhos claros aparece. Sozinho.

-- Amor da minha vida, sem querer parecer chato, mas você não vai inscrever ninguém estando agarrado com essa gatinha. -- Ele adverte.

-- Meu rei -- Ucker abraça o moreno de lado antes de continuar a falar: -- Narrí não morde, creio que ninguém terá medo de se aproximar. Na verdade eu acho mais fácil se aproximarem com ela aqui. Viu só? É tudo marketing.

-- Ora, seu cachorro. -- Essa é a minha vez de demonstrar indignação, mas é só cena, óbvio. -- E eu quase preparando a papelada para o casamento. Cretino.

Ucker solta uma risada alta seguido por Alfonso.

-- Então, princesa, qual o motivo da discução com a Angelique? -- Alfonso quer saber -- eu sei que ela é metida, mas é gente boa.

-- Você já está sabendo?

-- Estamos no Elite Way, gata, nada aqui passa despercebido, ainda mais se tratando da Angel. 

-- Angel? Está mais pra Demon. -- Digo por fim e isso o faz rir.

-- Ela só está insegura, gata. Não é todo dia que a Angelique tomba com uma garota mais bonita que ela. -- Ele pisca pra mim.

-- É, eu imagino. Sabe, a genética da minha família é muito boa.

Mas que merda é essa? Quando fui que eu virei essa babaca?

-- Isso se nota de longe -- Ucker ri. -- Trombei com sua irmã no hospital e ela também não é nada mal.

-- Qual delas? -- Pergunto, rezando para que não tenha sido Kris. Robert não pode nem sonhar que eu conheço Ucker.

-- A loira. Não sabia que você tinha mais de uma irmã.

Suspiro. Que alívio.

-- Tenho duas. A que você trombou no hospital é a Hanna. E pode tirando o olho, ela vai casar em breve.

Ucker faz uma careta quando eu pronuncio a palavra "casar" e isso me faz rir. Parece que temos a mesma opnião sobre esse assunto. Não que eu não queira que o Caleb e Hanna se casem, esse é o meu maior desejo desde que eles começaram a namorar, mas eu não me enxergo vestida de noiva, muito menos segurando um buquê.

O som dos auto-falantes interrompe o meus devaneios e uma voz feminina com um sotaque britânico carregado ressoa por todos os lados:

"Alunos, por favor se dirijam aos dormitórios. Seus nomes estarão fixados na porta do quarto em que irão ficar. Lembrando que a ala direta é das meninas e a esquerda, dos meninos. É proibida a presença dos garotos no dormitório feminino e vise-versa. O livro de regras será entregue a todos vocês durante o almoço. Obrigada pela atenção."

-- Vamos antes que a Alice dê outro aviso... -- Ucker se manifesta. -- A voz dela me dá muito tesão.

-- Você é nojento. -- Digo, fazendo uma careta e ele dá de ombros.

-- Mas você gosta.