Fanfic: Sweet Immortal | Tema: Vondy
A água corria rapidamente em um curso pré definido pelas encostas do lago, se tornava cristalina quando passava por onde o sol iluminava, eu estava sentado ao lado. Dividia minha atenção ora ao livro que lia ora a água que passava, tudo era completo silêncio e isso ajudava minha imaginação.
Eram poucos os momentos que eu tinha silêncio, minha família era um pouco extensa, e então nosso pequeno chalé sempre estava cheio, e repleto de sons de vozes. Sempre que buscava sossego vinha até este lago, e trazia sempre um livro.
Me desanima saber que daqui alguns momentos vou retornar ao chalé e só continuarei minha leitura quando a noite cair, mas este era o combinado com meus pais. Sempre ressaltaram que minha leitura não atrapalhava a família, porém também não ajudava. E nossa condição em todo o reino não era a melhor, tínhamos o suficiente para sobreviver.
Um pouco ao fundo escuto o trote de cascos de um cavalo, o som se tornava cada vez mais próximo até que do meio da floresta atrás de mim surgiu a imagem de um belo cavalo marrom com uma pena vermelha na crina, e em cima dele estava minha irmã mais nova, Angelique.
-Mamãe pediu para que eu viesse lhe buscar, Christopher.- Ela me explicou e levou seu cavalo para tomar um pouco de água no lago a minha frente.- Ela está preocupada, pois você demorou para voltar.- Me informou.
-Peço desculpas, apenas acabei me perdendo na leitura…- Pego meu livro e a pequena toalha que estava estendida sobre a grama, e guardo ambos em minha mochila de couro.
-Você sempre se perde na leitura.- Ela comenta e me dá um pequeno sorriso.- O que está lendo por agora?
-É um livro sobre Hércules, um semideus, que tem que passar por doze trabalhos.- Explico de forma simples, sem detalhes.
-Angel sobe no cavalo e eu vou na frente puxando as rédeas.- Depois pode ler para mim?- Seus olhos brilhavam com o pedido, Angel ainda não sabia ler, e mamãe não fazia questão disso também. Acenei com a cabeça em forma de sim e vi um largo sorriso estender por seus lábios.
De longe do chalé conseguia já sentir o cheiro da comida de minha mãe, e logo mais quando nos aproximamos podemos visualizar o cavalo de meu pai e meu irmão mais velho, Alfonso.
Colocamos ao lado o cavalo de Angelique, e depois adentramos o chalé. Meu irmão e pai já estavam sentados na pequena mesa redonda, feita do tronco de uma antiga árvore. Assim que minha mãe me viu seus olhos se arregalaram, e ela rapidamente se aproximou, e logo após meu rosto ardeu com o tapa que ela me deu.
-Christopher! Já falei diversas vezes que quando combinamos algo você tem que cumprir, é um homem, fiquei preocupada com a demora de seu retorno. O que tanto fazia de importante?- Indagou e eu apenas abaixei minha cabeça.
-Aposto que estava lendo.- Alfonso sugeriu de forma sarcástica. Eu preferi não entrar em um conflito.
-Minha mãe pegou minha mochila em um movimento rápido, e a revirou e tudo que estava dentro caiu, “tudo” me refiro ao meu livro e a pequena toalha. Minha mãe apenas negou com a cabeça.- Livros, Christopher por Deus, deixou sua mãe preocupada por livros.-Ela parecia desapontada.
-Me perdoe!- Abaixo a cabeça novamente, e caminho para mesa, onde sento perto de meu pai ficando de frente para Afonso.
-Sobre o que lia?- Alfonso perguntou, me causando um certo estranhamento pela curiosidade. Antes mesmo que pudesse responder Angel tomou minha frente.
-Sobre um semideus!
-Sobre um homem?- Afonso perguntou em tom indignado.
-Sobre feitos de um herói.- Tentei corrigir rapidamente.
-Christopher!- Meu irmão negou com a cabeça.- Se não fosse por mim já teria se transformado em assunto principal na taverna.
-Por que Christopher se transformaria em assunto na taverna?- Meu pai parou rapidamente de mastigar e pareceu um pouco preocupado.-Responda seu pai, Alfonso!- Ordenou.
-Alfonso deu de ombros e se pronunciou.- O senhor sabe pai, o jeito de Christopher, ainda não iniciou o seu relacionamento com Belinda, e vive em busca de livros até parece uma moça, mais que a própria futura mulher.
-Meu pai negou com a cabeça, e me olhou de forma preocupada.-Christopher seu irmão tem razão tens que iniciar seu compromisso com Belinda, ela já tem 17 anos e já é uma mulher, sempre criada bem e para casar. Você irá completar seus 20 anos precisa iniciar sua família.- Explica.
-Engulo seco, este assunto todo me causava temor. Não queria iniciar um relacionamento com quem não amasse.- Não entendo vocês- Me refiro aos meus pais- os senhores, sempre me contaram a história de como se apaixonaram, porque também não posso ter esta oportunidade?- Indago e levo um olhar repreensivo de minha mãe, que não entendo.
-Quem te falou isso, Christopher?- Indagou meu pai, porém logo respondeu.- Sua mãe?-Eu concordei com a cabeça, e meu pai e Alfonso iniciaram uma risada.- Christopher sua inocência me surpreendi filho, não sabe, que as mulheres inventam essas histórias sobre amor?-Deu alguns tapinhas em minhas costas e continuou a rir.
-Venha Angelique me ajude com a roupa.- Vi lágrimas nos olhos de minha mãe, e logo saiu acompanhada de minha irmã. Terminei minha comida em completo silêncio.
Selei meu cavalo e junto ao meu livro coloquei algumas ferramentas que teria que usar hoje. Algum tempo depois chegamos ao pequeno vilarejo que tinha em torno da grande fortaleza, o castelo de nosso rei.
Inicie meu trabalho tinha que fazer algumas espadas encomendadas pela cavalaria real. Sempre encomendavam com meu pai confiavam em seu trabalho, e pagavam muito bem, e por algum motivo desconhecido por mim, meu pai sempre confiava em mim nos assuntos mais importantes mesmo que Alfonso fosse o mais velho.
Acendi a fornalha e comecei a derreter os matérias necessários, seriam belas espadas, fortes. O tempo se passava e a cada momento meu suor se tornava maior, em alguns momentos passava a mão sobre os cabelos, tentando tirar o suor que cai insistentemente sobre minha testa.
-Christopher.- Alfonso me chamou vindo em minha direção.- Há uma pessoa em sua procura.
- Assenti com a cabeça.- Onde está?
-Na entrada.- Respondeu e voltou a seu trabalho.
Caminhei até lá e agradeci pela brisa fresca que vinha de encontro com meu rosto. Chegando mais perto, não tinha ninguém na entrada, mas logo minha visão é tomada por grandes olhos verdes e um cabelo de fios dourados.
-Ela saltou na minha frente, e abriu um largo sorriso de forma entusiasmada.- Olá Christopher.
-Olá Belinda, aconteceu algo?- Ela não costumava fazer visitas inesperadas.
-Não, não aconteceu nada. Apenas estava com minha mãe vendo alguns tecidos, e resolvi vir conversar um pouco com você.-Ela parecia um pouco envergonhada.-É que quando fui ver alguns tecidos, acabarão me perguntando se era para meu vestido de noiva.- Explica.
-E o que respondeu?
-Expliquei que não, que era apenas para o nosso noivado.- Sorriu ao final, e eu fiquei sem entender. Porque não tinha ideia de quando a pedi em noivado.
-Noivado?- Após minha pergunta Belinda desfez o sorriso.
-Sim, Christopher, nosso noivado. Será daqui algumas semanas não lembra?- Ela tinha um tom desapontada.
-Belinda, não estou te entendendo, não comentei com você de noivado.
-Você comentou com o senhor Luís, seu pai, e ele comentou com meus pais e combinaram tudo, nosso jantar.- Bel se alterou um pouco na explicação.
-Alguns minutos de silêncio foram necessários para que eu entendesse que meu pai me obrigou entrar em um compromisso com Belinda sem saber. Não podia desapontá-lo e nem desapontar minha futura noiva.Respirei fundo.- Bom era para ser uma...uma surpresa, mas já que te contaram. -Dou de ombros.
-Ela parecia aliviada.- O senhor me deu um susto- Colocou a mão sobre o peito, e depois pegou em minha mão- Não sabe como me fez feliz.- Chegou perto de meu ouvido.- Não vejo a hora de poder beija-lo. -E logo voltou ao meu campo de visão com as bochechas coradas.
-Eu também.- Respondi rapidamente.
Mais um pouco de diálogo e adentrei o local novamente, meu pai me encarava de forma curiosa.
-Aconteceu algo?- Parou de martelar o objeto em mãos para poder me escutar melhor.
-Não, está tudo bem!- Voltei ao que fazia.
Poderia ter falado com meu pai sobre o “falso pedido de noivado” que teria dito a ele, porém eu sabia que isso iria magoá-lo, decepcioná-lo. Alfonso já estava noivo prestes a se casar, e era apenas dois anos mais velho que eu, e eu ainda nem havia feito um pedido formal de noivado a Belinda.
Eu não trazia muitas felicidades a ele, sabia disso, não tinha muitas características em comum como ele e Alfonso. Queria pelo menos uma vez trazer algo que lhe agradasse.
Antes de voltar para casa, deixei que meu pai e meu irmão fossem na frente, e resolvi passar na pequena biblioteca do senhor F. Precisava devolver o livro que tinha pegado a dois dias atrás.
O barulhinho do sino tocou quando no local entrei, fazendo com que o senhor F acordasse de sua soneca, e ajeitou seus óculos que mantinha sobre a ponta do nariz, e sorriu quando me viu em sua frente.
-Christopher!- Ele deu a volta no balcão e me deu um pequeno abraço.- Pensei que não viria, mas mantive a fé da espera.
-Tínhamos muito serviço hoje, a cavalaria encomendou espadas para meu pai.- Expliquei enquanto retirava de minha mochila o livro.- Estou devolvendo este livro- Coloquei sobre o balcão.- e o de Hércules vou ler hoje para Angel, e amanhã devolvo.
-Sem problemas, filho, você é o único neste lugar que gosta de vir aqui.- Diz um pouco triste.
-Ah- Me lembro da pequena marmita que fiz antes de sair de casa.- Isto é para o senhor.- Entrego para ele a trouxa que ainda estava quente.
-Ohh.- Ele retirou o pano e abriu o pote, e o cheiro da comida de minha mãe invadiu o pequeno local.- Muito obrigado, não como desde ontem quando me trouxe aquele lanche.
Senhor F não tinha muito amigos, neste caso apenas eu e minha mãe, não tinha familiares, porém sempre contava que ele já teve muito dinheiro e foi mais poderoso que nosso rei Christian primeiro, e que tinha uma bela família com esposa e filhos. Esposa está que ele diz estar enterrada no cemitério real.
Alguns dizem que a solidão o fez louco, e outros acreditam que a perda da mulher foi mais aceitável inventando histórias nobres. Eu particularmente achava encantador a forma que ele escolheu para superar suas perdas. E sempre que me sobrava alguns tostões entregava a ele, como forma de pagamento por me emprestar livros tão bons.
-Bom tenho que ir, se acabar ficando tarde, minha mãe ficará brava.- Observo ele inalar o livro que estava sobre o balcão, abriu ele ao meio e cheirou uma página. Levanto minha sobrancelha estranhando este comportamento.
-Lavanda.- Ele disse sem prestar atenção no que eu dizia.- Pode me trazer?
-Lavanda?
-Sei que você não lê em sua casa, Christopher, me disse uma vez. Seja lá onde for que você lê tem lavandas, eram as preferidas de minha mulher, pode me trazer algumas?
-As vezes me abismava com a inteligência que tinha.- Claro, amanhã te trago sem falta.
Após isso comecei meu retorno ao chalé. E ao meio do caminho consegui alcançar meu pai e irmão, que conversavam sobre algo que não havia entendido ainda. Passei o jantar em silêncio, e às vezes Angelique me olhava e sorria, era uma forma de confirmar que eu iria ler para ela hoje, e eu apenas afirmava com a cabeça.
Olá meus amados como vocês estão? Lembram de mim, eu escrevi Muse, porém tive um bloqueo de criatividade em relação aquela fanfic, a amo muito e não quero cancelar então ela ficará um tempo parada. Mas para compensar trouxe S.I um genêro que não havia trabalhado antes, mas confesso que amo. Fiz com todo meu coração e espero que gostem!
Recadinhos: Eu postarei uma vez por semana, sendo todas as terças-feiras á partir das 19h da noite! Amo comentários e teorias, espero ver alguns. Estou postando ela também no Wattpad.
Um beijo, se hidratem e exaltem seus ídolos. Com todo coração Ardilla_
Autor(a): Atenna
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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anne_mx Postado em 19/11/2020 - 15:51:41
Não tô entendendo nada kkkkkk mas sigo aqui, continuaaa, tô louca pra ver o aparecimento da Dul <3
Atenna Postado em 15/12/2020 - 00:15:14
Ahh que bom que está aqui, nena. Espero que esteja gostando da fic fiz com muito amor!