Fanfic: Amor de Aluguel | Tema: Vondy

Dulce entra em casa e fecha a porta atrás de si, encostando-se na mesma e inclinando a cabeça para trás com um suspiro profundo.

Durante todo o caminho de volta para casa, a Anahí lhe encheu com um milhão de perguntas, as quais ela não se deu ao trabalho de responder: "Quem é esse cara? O que ele faz? Você já tinha visto ele antes? O conhece de algum lugar? Como foi beijá-lo? Ele beija bem? O que você sentiu? Você vai procurá-lo depois? Não acha que está na hora de começar um relacionamento com alguém, dona Dulce? Você está há muito tempo sozinha, sabe? Não seria nada mal te ver com alguém. Eu até que achei ele bonitinho. Tudo bem que o ambiente estava mal iluminado e eu o vi de longe, não consegui enxergar muita coisa, mas mesmo assim. O que você achou dele? Será que ele é do tipo que manda flores e chocolates? Ai! Se sim, então, você tem muita sorte, minha querida, pois esse tipo de homem está em falta no mercado. Será que ele vive só? Gostaria que ele dividisse um apê com um amigo bem gato, assim, você poderia me apresentá-lo e, aí, sairíamos os quatros juntos. Ai! Isso seria perfeito!... Meu Deus! E se ele tiver uma namorada? E se ela viu vocês se beijando? Será que eles estão discutindo por sua causa? E se eles terminaram? Você acha que ele vai te procurar?".

Agora, tais perguntas não param de rondar em seus pensamentos. Dulce percorre a sala ampla com os olhos. Está tudo quieto e silencioso. Ela gostaria de poder reproduzir esse estado na sua cabeça, mas está com uma agitação interna fora do comum. Tentando se acalmar, ela se dirige a cozinha e prepara um copo com água para tomar.

"Não acha que está na hora de começar um relacionamento com alguém, dona Dulce? Você está há muito tempo sozinha, sabe? Não seria nada mal te ver com alguém."

Talvez Anahí tenha razão. Realmente, seria muito bom chegar em casa e encontrar alguém para dividir a noite. Alguém que pudesse tornar todos os problemas do dia insignificantes, que trouxesse paz, segurança, fosse um porto-seguro; que aquietasse o seu interior, mesmo que ela estivesse vivendo em meio ao caos.

Seus devaneios são interrompidos pelas lembranças de seu último relacionamento. Ela achou que tinha encontrado alguém especial, que eles estavam apaixonados, que ele seria seu forte e seria capaz de qualquer coisa para vê-la bem. Eles até fizeram planos para um futuro juntos, mas ele a deixou no que seria "o grande dia". Simplesmente foi embora sem dizer-lhe uma palavra sequer. Num piscar de olhos todos os seus sonhos desmoronaram e suas expectativas de um futuro a dois se frustraram. Do nada, ela estava só neste barco. Mesmo que tivesse amigos e familiares por perto, ela teria que encontrar sozinha forças dentro de si para seguir em frente. Ninguém poderia fazer isso no seu lugar. Ela só poderia contar consigo mesma. E tem sido assim, desde então, pelos últimos seis anos. Não é agora que ela precisa de alguém ao seu lado para confortá-la. Ela é sua própria fortaleza. Dulce fica um pouco nervosa e o copo escorrega de sua mão, quebrando dentro da pia.

— Anahí e suas perguntas estúpidas! — ela resmunga recolhendo os cacos e os joga na lixeira. Em seguida, sobe as escadas em direção ao quarto.

Após trocar as roupas, ela se deita na cama e apaga a luz do abajur. No entanto, não consegue dormir. Ao fechar os olhos, toda a cena do pub repassa na sua mente como um filme e de fundo a vozinha da Anahí fazendo perguntas.

"Como foi beijá-lo? Ele beija bem? O que você sentiu?"

Beijá-lo foi muito, mais muito, bom! Como ele beija super bem! Quando seus lábios se encontraram, houve uma hesitação no primeiro instante, pois ele foi totalmente surpreendido. Mas, rapidamente, ele tomou o controle da situação. As mãos dele repousaram firmemente na sua cintura e, suavemente, ele a trouxe para mais perto de si, ao mesmo tempo em que procurava sua língua. Quando elas se tocaram, um arrepio percorreu por toda sua espinha. Suas cabeças viraram numa sincronia perfeita, como se um pudesse antecipar os movimentos do outro. Seu hálito tinha gosto de café com canela e ela se sentiu inebriada com o sabor. Sabia que se aquilo durasse mais um segundo não iria responder por si. Então, ela interrompeu o beijo, não lembrando de mais nada do que aconteceu depois disso. Seus sentidos ficaram paralisados. Quando voltou a si, já estava do lado de fora do pub e um pouco assustada.

Que efeito estranho esse homem lhe causara. E agora? O que ela deveria fazer? A voz da Anahí ecoou em seus pensamentos novamente: "Você vai procurá-lo depois?... Você acha que ele vai te procurar?".

__________________________________________________

Oi, pessoal! Gostaria de ter escrito mais algumas coisas neste capítulo, mas a semana foi bastante corrida. Tentarei manter a fic atualizada nos finais de semana. Espero que estejam gostando. Beijos!